Uma mulher negra nascida na favela da Maré, que foi capaz de vencer toda exclusão social que lhe foi imposta por nascimento, neste país tão cruelmente desigual, uma mulher negra, forte, inteligente, corajosa, foi brutalmente assassinada por ter se tornado representante daqueles que a elegeram.
Marielle foi executada por cumprir com dignidade e grandeza o seu papel político. Morreu por ser honesta, combativa, corajosa, morreu por lutar por justiça.
O assassinato de Marielle Franco é o retrato não apenas do Rio, mas do Brasil hoje. Estamos todos à mercê do crime. Sem instituições que nos protejam, ao contrário legalizam o crime, estamos, os brasileiros, entregues à própria sorte.
Que sua morte não seja em vão Marielle, que nos guie em busca de justiça.
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nota
NE1 – Marielle Franco, socióloga, feminista, militante dos direitos humanos e vereadora na capital carioca pelo PSOL, foi assassinada no dia 14 de março de 2018 no bairro do Estácio, na Região Central do Rio de Janeiro. Sua morte, e de seu motorista Anderson Pedro Gomes, tem indícios de execução.
NE2 – Ver também: MOSÉ, Viviane. Marielle Franco. O assassinato de uma mulher corajosa e o impasse institucional brasileiro. Drops, São Paulo, ano 18, n. 126.02, Vitruvius, mar. 2018 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/18.126/6907>.
sobre a autora
Viviane Mosé é poetisa, filósofa, psicóloga, psicanalista e especialista em elaboração e implementação de políticas públicas. Mestre e doutora em filosofia pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro.