Eu vinha pensando que estava na hora de mudar de assunto e, por exemplo, agradecer ao secretário de Transporte e Trânsito Coca Ferraz pela magnífica homenagem ao Brasil em que ele está convertendo a cidade de São Carlos.
De fato, ninguém pode deixar de se emocionar com as ruas pintadas com o azul de nosso céu e da nossa bandeira. Ou com o aumento de área verde da cidade. Só os ranzinzas argumentarão que pintar cimentados não conta no índice de áreas verdes por habitante. Eles – sempre chatos – vão dizer que tanto verde não dá sombra nem aumenta a permeabilidade do solo. Não percebem que o importante é homenagear nossa bandeira e nossas florestas.
Aliás, também deveríamos agradecer ao prefeito Airton Garcia e sua eficiente equipe por trazer a cidade para a era da inovação: distribuir carnets de IPTU um dia depois do vencimento é para quem pode e não para quem quer.
Mas a competição está muito difícil. Nossa capital do clima, da tecnologia, do conhecimento e agora, da inovação, está com dificuldades para competir com a outra capital, aquela que opera na ponte área Brasília – Einstein.
Ainda faltam duas semanas para a chegada do que antigamente se chamava de tríduo momesco. Quem é o Momo não vem ao caso, como sempre nos lembra o ministro. Mas o “nada acontece no Brasil antes do Carnaval” não se aplica mais.
Ainda faltam duas semanas para a chegada, não de Momo mas das celebridades siliconadas que serão as novas “musas”, e amanhã saberemos se o ministro da Secretaria Geral da presidência da república foi demitido ou se prevaleceu a sua ameaça de arrastar consigo o presidente.
Enquanto nós temos a Festa das Flores, o Brasil se descobre um grande laranjal. Esta semana alguém lembrava que se o primeiro ministro cair com menos de dois meses de mandato, Altomani vai perder o seu registro no Livro dos Recordes do Guiness.
Nossas ruas expressam nossa bandeira ou o Brasil está com inveja de São Carlos?
sobre o autor
Carlos A. Ferreira Martins é professor titular do IAU USP São Carlos.