Na noite em que houve o protesto contra o assassinato da menina Ágatha, eu olhei da janela do prédio onde fica o meu escritório, bem próximo ao local da manifestação, e deparei-me com o que entendi ser uma instalação alusiva ao fato, pois encobriam as estátuas.
Em seguida, percebi que os pedestais eram de madeira e que, portanto, tinham sido espalhadas pela praça e achei mais interessante ainda, pois seriam vultos anônimos.
No dia seguinte, percebi que tudo isso era expressão do meu desejo, pois em verdade eram barracas de ambulantes, ainda fechadas e amarradas.
Foi um protesto imaginário...
sobre o autor
Carlos Fernando Andrade é arquiteto e urbanista, mestre e doutor pela FAU UFRJ.