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drops ISSN 2175-6716

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Memória da segunda edição de Comuns – laboratório virtual, experimental e participativo –, ocorrido em 2021, com a coordenação de Gabriela Loreti, Marcella Arruda, Mariana Montserrat e Marina Frúgoli.

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LORETI, Gabriela; ARRUDA, Marcella; MONTSERRAT, Mariana; FRÚGOLI, Marina. Comuns, imaginação e ação coletiva frente às incertezas. Memória da segunda edição do laboratório virtual comuns – desvendando processos na América Latina. Drops, São Paulo, ano 22, n. 177.06, Vitruvius, jun. 2022 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/22.177/8529>.



A primeira edição do Comuns, realizada em 2020, foi a concretização de uma ideia, realizada em um esforço coletivo que resultou em uma edição cheia de vozes, entusiasmo e participação. O desejo da segunda edição, realizado em 2021 (1), foi o de manter a pluralidade de vozes, a energia do encontro e a multiplicação das ideias, além da ampliação e aprofundamento das práticas e temas que dialogam com arquiteturas experimentais, não disciplinares, realizadas desde as comunidades e territórios de re-existência.

O ponto de partida foi se situar em um aqui e agora específicos. Um aqui que visa contemplar aos territórios latinoamericanos todos, e um agora que habita um presente histórico, como diria Lina Bo Bardi: consciente de seu passado comum (indígena-colonial e moderno...), e da responsabilidade desse agora onde se constrói o futuro. Enxergamos, assim, com evidência a relação entre as origens e as crises que atravessam a América Latina.

Comuns foi pensado para ser um laboratório, para alimentar o espírito da experimentação e da aprendizagem coletiva apesar da impossibilidade de estarmos juntas fisicamente. Enquanto laboratório, foi essencial a efetiva participação de cada pessoa presente, de modo que pudéssemos reconhecer tanto os elementos culturais comuns a nosso continente quanto às especificidades de cada território. A cada semana, organizadas em grupos, foram realizados exercícios em forma de provocações para criticar e imaginar possibilidades outras nos territórios particulares de cada participante, além de compartilhar experiências de trabalho e estudo com a intenção de articular redes e fomentar uma comunidade de aprendizagem.

Para habitar o entrecruzamento de territórios culturais e geográficos diversos, foi escolhido o portunhol como idioma oficial dos encontros. Um posicionamento para dissolver os limites e abrir diálogos sobre o que temos em comum e as matizes e singularidades de cada território. “Despacito, por favor”, além das traduções simultâneas nos chats de expressões e termos locais de cada região presente, foram formas orgânicas de acertar o ritmo das conversas, em um espaço acolhedor para que a comunicação dos diferentes sotaques fosse fluxo, e não barreira.

Outros limites que acreditamos precisar dissolver são os campos disciplinares. Frente a uma realidade tão complexa quanto a que habitamos e na busca de transformá-la, se faz necessário reimaginar o mundo e os modos de pensar, atuar, denunciar, lutar, defender e criar desde toda e qualquer trincheira. O que podemos nós, arquitetas e urbanistas, aprender e colaborar com os outros campos do conhecimento na construção de um movimento que nos envolve mas nos ultrapassa? Como fazer da arquitetura uma ferramenta do conhecimento que possa ser apropriada e compartilhada com um coletivo mais amplo ao circunscrito a este campo disciplinar? Uma seleção diversa e representativa de pessoas e coletivos foram mapeados e chamados para diálogo: convidadas e convidados cujos campos de atuação estão tanto no espaço físico quanto no metafísico, e cujas ações transformadoras flutuam no espectro entre a poética e a política. Trouxemos, assim, um panorama de ferramentas para enfrentar uma reinvenção dos modos de habitar a incerteza, a partir de práticas de incidência política e poética: arte, performance, pedagogia, curadoria, intervenção urbana, audiovisual, e, por fim, arquitetura.

Investigamos juntas a potência da cultura, na sua interdisciplinaridade intrínseca, como possibilidade de descolonização do imaginário e ação: na transformação social e política, articulação comunitária, modos de des-hierarquizar as relações, as diversas dimensões do cuidado e a inseparabilidade entre o íntimo e o público. Frente às catástrofes que vimos atravessando enquanto sociedade, nos debruçamos nas  dificuldades e desafios para reconstrução de uma esfera comum. Sair com mais perguntas do que respostas parece um caminho fértil: como articular narrativas para o reconhecimento de que os bens comuns pertencem a nós, todas e todos?

Durante três semanas tivemos encontros muito significativos onde diversas pessoas mostraram um pouco de seus trabalhos e compartilharam seus pensamentos e sentimentos ao redor dos temas: insurgências, dispositivos e cuidado. Foram reflexões sobre a origem das crises atuais, reverberação do paradigma de desenvolvimento do sistema capitalista, que se ancoram em um monopensamento antropocêntrico. Vivemos assim uma desvinculação e desenraizamento profundos do território e seus processos, e junto às convidadas e convidados, jogamos luz sobre as relações que precisamos cultivar desde o afeto e cuidado como táticas e estratégias para se contrapor às narrativas impostas e totalizantes.

Ao final do laboratório, saímos com a sensação de que mais sementes de reflexão e ação para a transformação foram trocadas, lançadas à terra, aguadas e hoje ainda germinam nos diferentes territórios que se articularam nesse breve e intenso encontro latinoamericano, desde o próprio coletivo que o realiza até cada pessoa que o fez acontecer.

notas

1
A segunda edição de Comuns – laboratório virtual, experimental e participativo – foi organizado por Marcella Arruda, Marina Frúgoli e Paula Monroy, com assistência de curadoria de Mariana Montserrat e produção de Gabriela Loreti, em colaboração com o Centro Cultural Marieta, em São Paulo, Brasil. O evento foi realizado entre 16 de setembro e 9 de outubro de 2021 e contou com a participação das seguintes convidadas: Nicolas del Valle (Chile), Linda Schilling (Chile), ALTeHa (Argentina), Aparelhamento (Brasil), Júlia de Almeida (Brasil), Delight Lab (Chile), Semillas para el desarrollo sostenible (Peru), Atarraya (Equador), Cooperacion Comunitaria (México), Macarena Gomez-barris (Chile) e Karina Aguilera Skvirsky (Equador). Agradecemos aos participantes que criaram conosco esse laboratório de imaginação de futuros possíveis: Adriano Pellegrino Biano Spino (São Paulo SP Brasil); Alejandro Alcázar Fallas (San José, Costa Rica); Aline de Moura Rodrigues (Porto Alegre RS Brasil); Ana Paola Mejía Silva (Manágua, Nicarágua); Augusto Azana Rezende Pereira (Maricá RJ Brasil); Bárbara Cristina dos Santos Lino (Recife PE Brasil); Beatriz Brunialti Justo (Uberlândia MG Brasil); Beatriz Cristina Horongoso (Blumenau SC Brasil); Bernardy Sergiev Lara Álvarez (Ciudad de México, México); Clodine Ribeiro Alves (Florianópolis SC Brasil); Cristina Gabriela Loya Cárdenas (Sangolquí, Equador); Fernando Alberto Balette Quezada (San Salvador, El Salvador); Gabriel Broggini Vargas (São Paulo SP Brasil); Gabriela de Morais (Juiz de Fora MG Brasil); Gessica Marlene Villar Rojas (Ciudad del Este, Paraguai); Ian Leonardo Antúnez Rodríguez (Ciudad de México, México); Inês Domingues Maia e Silva (Recife PE Brasil); Isabela Sollero Lemos (Belo Horizonte MG Brasil); Isabella de Melo Moreira (Salvador BA Brasil); José Manuel Herrera Domínguez (Ciudad de México, México); Letícia Castilhos Coelho (Rio de Janeiro RJ Brasil); Luísa Ferreira Martins (São Paulo SP Brasil); Luiz Carlos de Menezes Toledo (Rio de Janeiro RJ Brasil); Marcelo Nascimento (Socorro SP Brasil); Maria Isabela Neves Ferreira (Recife PE Brasil); Mariana Coelho Prado (São Paulo SP Brasil); Natalia Resegue Mamblona Ferreira da Silva (São Paulo SP Brasil); Paula Maria Magalhães Teixeira (São João da Boa Vista SP Brasil); Paula W. Lopes (São Paulo SP Brasil); Pedro de Andrade Lima Britto (Recife PE Brasil); Pedro Miguel Matos Monteiro (Grenoble/Suíça, Valparaíso/Chile); Phamela de Freitas Dadamo (São João del Rei MG Brasil); Renata Neves (Recife PE Brasil); Salma Rocio Abraham Gossen (Ciudad del Este, Paraguai); Samael Sanchez (Santo Domingo, República Dominicana); Sulamita Fonseca Lino (Ouro Preto MG Brasil); Tatiana Prado (São Paulo SP Brasil); Vanessa Anahí (Villao Loor, Equador); Vanessa dos Anjos Costa (Simão Dias SE Brasil); Vera Santana Luz (São Paulo SP Brasil); Victoria Ortiz (São Paulo SP Brasil); Wagner de Souza Rezende (Goiânia GO Brasil). Agradecemos também a todas as pessoas que acompanharam o laboratório como ouvintes e que apoiaram o projeto.

NE – Alguns dos projetos dos coletivos convidados foram publicados na edição 247 da revista Projetos do portal Vitruvius como um desdobramento da segunda edição de Comuns:

ATARRAYA TALLER DE ARQUITECTURA. Centro de Cultura y Ecología Quiané. Projetos, São Paulo, ano 21, n. 247.01, Vitruvius, jul. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/21.247/8385>.

ATARRAYA TALLER DE ARQUITECTURA. Centro Cultural Chamanga. Projetos, São Paulo, ano 21, n. 247.02, Vitruvius, jul. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/21.247/8386>.

ASOCIACIÓN SEMILLAS PARA EL DESARROLLO SOSTENIBLE. Casa Grande Atyaro Pankotsi. Projetos, São Paulo, ano 21, n. 247.03, Vitruvius, jul. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/21.247/8387>.

ASOCIACIÓN SEMILLAS PARA EL DESARROLLO SOSTENIBLE. Escuela inicial y primaria Unión Alto Sanibeni. Projetos, São Paulo, ano 21, n. 247.04, Vitruvius, jul. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/21.247/8388>.

sobre as autoras

Gabriela Loreti, Marcella Arruda, Mariana Montserrat e Marina Frúgoli são responsáveis pela edição de Comuns <http://www.comuns.net.br>.

 

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177.06 laboratório
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