Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
A crítica e historiadora do design Ethel Leon comenta a notícia de transferência do Museu da Casa Brasileira para a Casa Modernista na Vila Mariana.

how to quote

LEON, Ethel. Uma casa moderna para o Museu da Casa Brasileira. Sobre a nova função da Casa Modernista de Gregori Warchavchik. Drops, São Paulo, ano 23, n. 186.04, Vitruvius, mar. 2023 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/23.186/8778>.


Casa Modernista, São Paulo, 1928. Arquiteto Gregori Warchavchik e paisagista Mina Klabin
Foto divulgação [Acervo Gregori Warchavchik]


Muitos lamentos em torno da mudança do Museu da Casa Brasileira para a Vila Mariana. Sou daquelas que sempre acharam que um museu dedicado a design deveria ocupar a Casa Modernista de Warchavchik, o que está em cogitação há muitos anos. Não com todo o seu acervo, mas apenas com aquele que se referenciasse na história desses modernos.

Além de revitalizar a casa e tornar-se parte de circuito museal (com o Lasar Segall ali perto), o MCB pode (acentuo o pode, isso não quer dizer que vai se realizar) encontrar vocação de verdade, longe da prática errática que o caracteriza.

Estudei em meu doutorado o Museu da Casa Brasileira desde sua fundação até depois que ele criou o prêmio Design (1). Meu foco era a musealização do design no Brasil, tema que escolhi só para ter o prazer de ser orientada pela professora Ciça França Lourenço. Li todas as atas de reuniões desde a fundação, percorri o que pude das exposições realizadas, das doações e aquisições.

O Museu, como tantos outros, tem trajetória errática. Um de seus grandes animadores, Ernani Silva Bruno, coletou informações etnográficas sobre a casa (paulista, brasileira?), que a diretora Marlene Acayaba publicou (2), aliás um dos maiores feitos do Museu.

Mas houve de tudo por ali, digo nos diversos caminhos que a instituição tomou, e o Facebook não é espaço para eu replicar resumo do capítulo da minha tese.

E o prêmio? Bem, tenho severas crítica ao regulamento e externei por diversas vezes minha preocupação. Acho que o prêmio de design deveria adotar as regras validadas internacionalmente pelas associações de designers e que estabelecem rigorosa diferença entre concurso e prêmio. Como está, ele não é nem uma coisa nem outra.

Quando vejo o rigor e a qualidade do grupo de pesquisa do Museu Paulista, sua preocupação com a cultura material (que inclui design) comecei a achar que este museu tomaria o lugar de debate que o MCB não conseguiu construir. Só para citar: o livro de uma das pesquisadoras de lá, Vânia Carvalho, Gênero e artefato (3), é das melhores contribuições ao pensamento de história do design que temos!

Fico contente com a mudança. Na Faria Lima, a dicotomia Solar Crespi Prado/MCB instaurou espécie de esquizofrenia museal. Espero que esta virada dê um arranque conceitual ao Museu, que a casa modernista passe por processo de revitalização, que seus jardins sejam cuidados e que a própria casa ofereça condições de debate sobre o projeto moderno no Brasil, o que não seria pouco!

No entanto a casa de Warchavchik e Mina Klabin é pequena, poderia se transformar em casa-museu, tentando preservar suas soluções. E não tem espaço para reserva técnica – o que a sede da Faria Lima também não tem.

Enfim, muitas questões, inclusive a amplitude da definição de design que pode ajudar a definir os objetivos do Museu.

notas

1
LEON, Ethel. Design em exposição: o design no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1968-1978), na Federação das Indústrias de São Paulo (1978-1984) e no Museu da Casa Brasileira (1986-2002). Orientadora Maria Cecilia Franca Lourenço. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2013 <https://bit.ly/44jodXE>.

2
MCB. Equipamentos da casa brasileira: usos e costumes. Arquivo Ernani Silva Bruno. São Paulo, Museu da Casa Brasileira <https://bit.ly/44i9uMg>

3
CARVALHO, Vânia Carneiro de. Gênero e artefato: o sistema doméstico na perspectiva da cultura material – São Paulo, 1870-1920. São Paulo, Edusp, 2021.

sobre a autora

Ethel Leon é pesquisadora e professora na área de história do design brasileiro, e autora dos livros Memórias do design brasileiro, IAC – primeira escola de design do Brasil, Michel Arnoult, design e utopia – móveis em série para todos e Design brasileiro – quem fez, quem faz.

 

comments

186.04 design
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

186

186.01 meio ambiente

Aves migratórias na metrópole

Um exame sobre a passagem das aves migratórias na cidade de São Paulo

Edson Reggiane Moreira

186.02 homenagem

Arquitetura nos 100 anos de Darcy Ribeiro

Fabrício Ribeiro dos Santos Godoi

186.03 gênero

Projetar casa é tarefa de mulher

Fanny Schroeder de Freitas Araujo

186.05 urbanidade

É preciso recuperar a urbanidade perdida

Luiz Fernando Janot

186.06 design

Esta não é poltrona de Julio Katinsky!

Ethel Leon

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided