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interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Beatriz de Abreu e Lima entrevista o filósofo e professor de Teoria da Arquitetura da Universidade de Columbia e Crítico Visitante de Teoria da Arquitetura na Architectural Association School of Architecture em Londres

english
Beatriz de Abreu e Lima interviews the philosopher and teacher of Theory of Architecture at Columbia University and Visiting teacher at Architectural Association School of Architecture

español
Beatriz de Abreu e Lima entrevista al filósofo y profesor de Teoría de la Arquitectura de la Universidad de Columbia, y Visitante de Teoría de la Arquitectura en la Architectural Association School of Architecture

how to quote

LIMA, Beatriz de Abreu e; SCHRAMM, Mônica. Andrew Benjamin. Entrevista, São Paulo, ano 03, n. 012.01, Vitruvius, out. 2002 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/03.012/3340>.


Museu Mercedes Benz, Stuttgart, Alemanha, 2002
[fonte: Cortesia UN Studio – Ben Van Berkel & Caroline Bos]

Beatriz de Abreu e Lima: Como o senhor vê a produção de maquetes e desenhos como representações e como métodos de projetação na prática da Arquitetura e nas escolas de Arquitetura?

Andrew Benjamin: Eu não estou bem certo da minha resposta para estes tipos de questões pois da minha posição de filósofo, eu sempre me preocupo em como é compreendida a transição do desenho para a maquete, ou do diagrama (1) para a maquete. Embora esteja claro que diagramas e desenhos possam ser vistos como representações, ou parcialmente como representações, ou conter a capacidade de gerar representação, não está claro que eles devem ser vistos diretamente como representacionais. A diferença entre o desenho e o diagrama, e entre a maquete e o prédio; é simplesmente uma questão de escala, (…) o que se torna interessante no processo é como é compreendida a mudança do diagrama ou do desenho para a maquete, e o perigo - e eu acho que este perigo existe em todo lugar - é que os estudantes tendam a construir seus diagramas ou seus desenhos, de forma que possam extrudá-los, introduzir a terceira dimensão, “renderizá-los” e depois construí-los. E eu acho que esta é em parte a porção tecnológica do problema, na medida em que tanto trabalho tenha sido realizado em computadores, permitindo que isto aconteça. Então, ao mesmo tempo em que o computador auxilia o design/projeto, ele gera seus problemas específicos. (…) O Projeto Assistido por Computador (Computer Aided Design – CAD) traz consigo seus próprios problemas teóricos e arquitetônicos. Depois de fazer uma análise no computador, você pode extrudar esta análise, renderizá-la e tentar construí-la. Eu acho que este é um dos grandes problemas que ocorre, por isso é necessário ser muito cuidadoso com a maneira como a tecnologia é usada e, por cuidadoso, eu simplesmente quero dizer que se deve estar consciente do que se está fazendo o tempo todo. (…) Há somente a necessidade de um certo cuidado com a natureza de todos os apelos feitos em nome das animações. É claro, eu quero dizer, que o CAD pode funcionar como uma animação, de modo que você pode passar de um ponto para outro. Mas, existe uma grande diferença entre animação e Arquitetura, e o que não se faz, a contento, é pensar as suas diferenças e suas relações. Algumas pessoas parecem ver uma continuidade suave demais entre elas. E eu tenho me interessado em pensar como é que elas se diferenciam e como essa diferença induz o desenvolvimento da Arquitetura.

BAL: No processo de reflexão filosófica na produção arquitetônica a pós-racionalização seria uma ferramenta de projeto?

AB: Pós-racionalização? Reflexão posterior?

BAL: Sim.

AB: Eu acho que isto, na verdade, tem algo a ver com o processo de criatividade. O processo de criatividade é de certo modo imprevisível. Quando você começa a escrever, mesmo que saiba aonde quer chegar, coisas brotam no caminho, e coisas ocorrem quando você está escrevendo, que você jamais teria pensado, previsto. O imprevisível sempre existe dentro de cada processo criativo, e é isso que torna escrever e projetar tão frustrante, mas também tão estimulante. Sempre existirá o imprevisível e eu acho que por isso, parte do que você chama pós-racionalização tem a ver com o que você pensa sobre como retornar às coisas que você já fez e como continuar a desenvolver seu trabalho. Acho que tanto os arquitetos quanto os filósofos precisam retornar e aprimorar o que é produzido. E de novo, para mim, como professor, o que é importante é treinar estudantes para serem capazes de fazer isto, retornar, ou para ter os meios para serem capazes de julgar. Todas estas coisas são fundamentais para como eu entenderia meu papel como professor, tanto na Faculdade de Filosofia quanto na Architectural Association.

nota

1
“De maneira geral, os procedimentos e as técnicas fundamentais do conhecimento arquitetônico, durante a segunda metade do século XX, aparentemente deslocaram-se do desenho para o diagrama. Isto não quer dizer que certos tipos de diagrama não tenham feito parte da arquitetura em diversos momentos da história, mas quer dizer simplesmente que apenas nos últimos trinta anos o diagrama foi totalmente ‘efetivado’, tornou-se quase completamente o objeto da arquitetura.” In EISENMAN, Peter. Diagram Diaries, Thames & Hudson, 1999”. Tradução de Beatriz de Abreu e Lima e Mônica Schramm.

 

Museu Mercedes Benz, Stuttgart, Alemanha, 2002
[fonte: Cortesia UN Studio – Ben Van Berkel & Caroline Bos]

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