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interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
O arquiteto e cenógrafo português João Mendes Ribeiro, fala de arquitetura efêmera, reciclagem e cenografia em entrevista a José Mateus, arquiteto do ARX Portugal

english
The architect and designer Portuguese João Mendes Ribeiro, speaks about ephemeral architecture, recycling and stage design in an interview with José Mateus, ARX Portugal architect

español
El arquitecto y escenógrafo portugués João Mendes Ribeiro, habla de arquitectura efímera, reciclaje y escenografía en la entrevista de José Mateus, arquitecto del ARX Portugal

how to quote

MATEUS, José. João Mendes Ribeiro. Entrevista, São Paulo, ano 05, n. 020.04, Vitruvius, out. 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/05.020/3320>.


Cena de “Propriedade Privada“ com encenação de Olga Roriz
Foto de José Fabião

José Mateus: Para si os cenários são o lugar gerador da ação ou onde a ação se desenrola?

João Mendes Ribeiro: Ficaria muito triste se não fossem impulsionadores da ação… Os meus cenários são normalmente objetos multifuncionais que se transformam e que necessitam da intervenção dos atores para serem entendidos. É a partir do movimento dos atores que são reconhecidos e adquirem sentido.

JM: Houve casos em que essa interação “revelou“ um potencial multifuncional dos cenários surpreendente?

JMR: Por exemplo em Propriedade Privada, que fiz com a Olga Roriz. Foi uma cenografia difícil pois para além de ter sido o primeiro trabalho que fizemos juntos vivia muito do trabalho da Olga com os bailarinos. Era um objeto apropriável de diversas maneiras e nunca conseguimos esgotar todas as situações que aquele mesmo cenário poderia proporcionar. Foram feitos três espectáculos diferentes utilizando o mesmo objeto em que este era simplesmente disposto perante o público de maneira diferente, configurando cenografias distintas.

JM: O caráter econômico ou abstrato de uma cenografia pode ser bastante interessante. Por exemplo em Dogville – filme de Lars von Trier – toda a ação se passa num mesmo espaço: um plateau onde casas e ruas são linhas traçadas no chão e existe apenas um número mínimo de objetos. É a partir destes elementos que construímos mentalmente uma idéia de aldeia.

JMR: Há formas muito econômicas ou simbólicas de sugerir coisas. Em Uma Visitação, com uma peça única que se desdobrava de diversas maneiras, tentei recriar simbolicamente vários espaços/situações distintos. Por exemplo, quando ela tomava a forma de escada, sugeria a existência de uma elevação, num espaço exterior que efetivamente não estava construído. Também na cenografia de "Pedro e Inês" o cenário é marcado por uma arquitetura voluntariamente minimal: no palco vazio existe apenas uma plataforma ligeiramente elevada. Este dispositivo delimita, por um lado, o espaço concreto da ação e simultaneamente contém – esconde e revela – os diversos objetos cenográficos utilizados ao longo da atuação. De maneira paradoxal reproduz-se em palco um espaço exterior – a Fonte dos Amores da Quinta das Lágrimas. O efeito de ilusão é ainda reforçado pela utilização de materiais orgânicos concretos, reais, como água e terra, fora do seu contexto natural. No entanto, por muito que queiramos estabelecer uma ligação entre o cenário e o referencial físico concreto, o que permanece é uma idéia conceitual do mundo exterior reinterpretado cenograficamente dentro do palco.

JM: Na sua arquitetura há sempre um sentido analítico e uma procura de sínteses, uma redução ao essencial?

JMR: A procura do essencial, de uma clarificação estruturante, eu diria que sim. Mas depois tenho sempre vontade de acrescentar algo mais e por vezes de um certo expressionismo. A possibilidade de transformação, e a flexibilidade na arquitetura é algo que gosto muito de explorar. Mas há sempre uma procura de coisas que, à partida, não são muito imediatas nem evidentes.

Cenário de “Uma Visitação“ de Gil Vicente com encenação de António Augusto Barros e José Vaz Simões
Foto João Mendes Ribeiro

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