Giuliano Pelaio: Luís, você foi curador da exposição “Hacia otras arquitecturas” que ocorreu em Madri, onde expôs 24 projetos de 12 grandes nomes da arquitetura no cenário mundial. Como foi o critério para seleção desses arquitetos e dos seus respectivos trabalhos?
Luís de Garrido: Escolhi os melhores arquitetos do mundo que estão envolvidos com a arquitetura sustentável: Ken Yeang, Emilio Ambasz, Norman Foster, Richard Rogers, Antonio Lamela, David Kirkland, Jonathan Hines, Rafael de la Hoz, Iñigo Ortiz, Enrique León, Mario Cucinella y Winny Maas (MVRDV) e escolhi dois dos seus melhores trabalhos.
A ideia foi que existissem projetos de todos os tipos, com distintos objetivos, entornos e pontos de vista.
Os projetos não foram e nem pretendiam ser modelos, mas a soma dos 24 projetos nos dá uma ideia exata do que deve ser entendido como arquitetura sustentável.
Essa exposição foi muito importante para mim, já que na atualidade estamos passando por uma desinformação generalizada sobre o que é e o que deve ser a arquitetura sustentável.
GP: Entre preciosos trabalhos, há dois grandes projetos em escalas mais generosas: as cidades ecológicas e autosuficientes de Masdar City do arquiteto Norman Foster, em Abu Dhabi e a Eco-ciudad em território espanhol do escritório holandês MVRDV. Como analisa esses dois grandes coerentes e ambiciosos projetos?
LG: A ambição está mal vista na atualidade porque se atribui a palavra um significado incorreto, ligado a um conceito de enriquecimento econômico e sem escrúpulos. No entanto, o correto significado de ambição é algo fundamental para o desenvolvimento humano.
E a ambição pode nos ajudar a realizar as coisas bem feitas.
Portanto, estes dois projetos são um exemplo para que a humanidade faça as coisas de maneira melhor.