Adalberto da Silva Retto Júnior: A mostra do pavilhão principal desenvolve-se a partir dos mínimos elementos utilizados por arquitetos em nossos edifícios, em vários tempos e em muitos lugares. Assim, percorre-se em salas intituladas pavimentos, paredes, coberturas, tetos, portas, janelas, fachadas, varandas, corredores, lareiras, área de serviços, escadas fixas e móveis, elevadores e rampas. Em todas elas há uma escavação temporal evolutiva onde é possível notar as transformações, não apenas técnicas, mas, dos costumes que conduziram essas mudanças. Os vídeos e as projeções são elucidativos e demonstram como questões culturais e alterações técnicas caminham pari passo. No Pavilhão brasileiro a equipe individualizou dois desses elementos: Escadas e Rampas e Corredores. O que levou a equipe a essa escolha?
André Corrêa do Lago: Apesar de o tema dos pavilhões nacionais não ser o "fundamentals" (elementos fundamentais da arquitetura, como portas, janelas, escadas, etc) , decidimos fazer uma referência ao tema de maneira sutil. Acho que temos algumas das mais belas escadas e rampas do século XX, e portanto escolhi de mostrar cerca de 50. Outra referência aos elementos fundamentais são as treliças e cobogós que formam o corredor que 'obriga' o visitante a ver tudo – ou seja, não dá para 'atravessar' o pavilhão. Era tentador não se limitar apenas ao tema escolhido por Koolhaas para os pavilhões nacionais ("absorbing modernity") mas achamos que a narrativa podia se perder caso incluíssimos mais "elementos fundamentais" do que as escadas e as treliças/cobogós.