Adalberto da Silva Retto Júnior: A estrutura do percurso arquitetônico foi fisicamente construída a partir de “cobogós” em isopor, com diversas nuances. O que representa os “cobogós” para a arquitetura brasileira?
André Corrêa do Lago: Uma das frases de destaque que colocamos nas paredes é a do Mario Pedrosa de 1953 que explica: "Opinião unânime, a contribuição mais original e significativa do ponto de vista técnico dos arquitetos brasileiros, é a proteção contra o calor (...) variedade de sistemas brise soleil (...) adotados e adaptados em todo o mundo (..) não somente protegem do calor mas ainda podem permitir captar a brisa (...)."
ASRJ: Não seria esse elemento “Fundamental”, do qual poderíamos perpassar a história arquitetônica de um país tropical?
ACL: Sim, é a segunda referência aos "fundamentais" do Rem Koolhaas!
ASRJ: Na última seção do percurso do nosso pavilhão, há um elenco de projetos de arquitetura contemporânea e uma projeção com o trabalho de um dos nossos grandes arquitetos – João Figueiras Lima – o Lelé, recentemente falecido. Não seria o Lelé, que talvez tenha melhor executado o “Elementarismo” arquitetônico no projeto, como proposto na Fundamentals?
ACL: Lelé teve um papel fundamental na nossa arquitetura e só começou a ser reconhecido internacionalmente há pouco tempo. Ele poderia ter recebido o Pritzker, tal é a qualidade, coerência e originalidade de sua obra. Seu trabalho com a pré-fabricação é, de fato, muito ligado à questão dos "fundamentals"!