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interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Em depoimento a Isabella de Serro Azul, o arquiteto e professor Sidney de Oliveira relata a sua experiência com a pré-fabricação em concreto armado nos projetos realizados em sociedade com o arquiteto professor Eduardo Kneese de Mello.

english
In this interview, the architect professor Sidney de Oliveira relates his experience with the prefabrication in reinforced concrete in the projects carried out in partnership with the architect professor Eduardo Kneese de Mello.

español
En esta entrevista, el arquitecto profesor. Sidney de Oliveira relata su experiencia con la pre-fabricación en concreto armado en los proyectos realizados en sociedad con el Arquitecto profesor Eduardo Kneese de Mello.

how to quote

SERRO AZUL, Isabella Silva de. Sidney de Oliveira. A experiência com a pré-fabricação em concreto armado do sócio de Eduardo Kneese de Mello. Entrevista, São Paulo, ano 20, n. 080.01, Vitruvius, out. 2019 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/20.080/7490>.


Fachada do Ambulatório Médico de Especialidades – AME Várzea do Carmo
Foto Isabella Silva de Serro Azul, 2018

Isabella Silva de Serro Azul: Como foi a experiência de projetar o ambulatório Várzea do Carmo?

Sidney de Oliveira: Estávamos em plena Revolução e fomos chamados para fazer o posto de saúde. Eles foram ambiciosos, queriam juntar todas as especialidades lá. Foi o maior projeto que já fizemos: a planta possui 200 por 50 metros.

Nessa época, já tínhamos a firma que fazia pré-fabricados. Fomos na Prefeitura, pegamos os recuos e delimitamos o retângulo que seria o edifício.

O terreno inundava muito, é na várzea do Tamanduateí, tinha até a marca de água das enchentes nas paredes dos vizinhos [...] O prédio é estanque por causa das inundações, é como um navio.

Fizemos o prédio com várias alas e iluminação natural pelas claraboias. Na época, a empresa Sobraf já possuía um catálogo das peças pré-fabricadas.

Com componentes moldados in loco, fizemos as bocas para marcar os acessos ao prédio. Apelidamos de “papa-filas” porque eram onde as pessoas podiam esperar abrigadas se chovesse.

O edifício possui as áreas de serviço e as partes do público. Fizemos no projeto linhas coloridas com epóxi para guiar os pacientes [...], mas isso não foi executado.

Não tem elevadores, só rampas. Rampas principais, de emergência e de serviços. Todas elas com inclinações suaves para permitir a acessibilidade.

Veja como evoluímos na fachada! Eram peças que podiam ser abertas para fora ou para dentro. Isso possibilitava a colocação de bancos, armários e outros mobiliários em função das necessidades.

Propusemos o paisagismo com coqueiros para quebrar a horizontalidade do prédio. Nós sempre fazíamos isso.

Eram três pavimentos com 7000 m² em cada. As caixas d’água eram individuais, assim era mais barato e da rua não dava para enxergá-las.

A parte hidráulica vinha junto com o painel. O forro era de alumínio dourado com lã de vidro, o que melhora o desempenho acústico [...] chama-se Luxalon e tem fácil manutenção.

Eram dezessete clínicas, o que permitia a centralização de todo o sistema de atendimento em um prédio. Fizemos visitas, clínica por clínica, para saber qual era a necessidade do programa e se precisávamos aumentar a área. Antes, estas clínicas estavam em prédios alugados onde não eram permitidas reformas para melhorar o atendimento.

Pátio Interno do AME Várzea do Carmo
Foto Isabella Silva de Serro Azul, 2018

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