Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Entrevista realizada a partir da Pesquisa "A Educação do Arquiteto para o Século 21 – O Ensino do Projeto de Arquitetura e Urbanismo no final do Curso", em desenvolvimento no Propar UFRGS, com verba de custeio Capes.

english
Interview based on the survey "Architect's Education for the 21st Century – Teaching the Architecture and Urbanism Project at the end of the Course", under development in the Propar UFRGS, with funding from Capes.

español
Entrevista basada en la investigación "La educación del arquitecto para el siglo 21 – Enseñanza del Proyecto de Arquitectura y Urbanismo al final el Curso", en desarrollo en el Propar UFRGS, con fondos de Capes.

how to quote

MARQUES, Sérgio M.; BOHRER, Mônica L.; MARQUES, Lucas Canez M.. Peter Eisenman in loco. Entrevista, São Paulo, ano 21, n. 082.01, Vitruvius, abr. 2020 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/21.082/7694>.


Mônica Bohrer e projetos de Peter Eisenman em andamento;
Foto dos autores

Sérgio M. Marques: E para exercer o ofício, fazer projetos, ter um escritório, o que você acha que é importante hoje em dia?

Peter Eisenman: Bem, antes de tudo, eu sou uma pessoa excêntrica no contexto do mercado, quero dizer que sou uma pessoa muito específica. Não somos grandes escritórios profissionais como Skidmore, Owings e Merrill, KPF ou IM Pei. Eles ainda são gigantes, você sabe, têm milhares de colaboradores. Eles fazem muitos trabalhos grandes, prática global, no Oriente Médio e Extremo Oriente. Essas pessoas têm escritórios enormes em Pequim e filiais em vários outros locais. Então eu só posso falar sobre o tipo de prática que eu tenho e que está realmente na margem...

SMM: Entendo... E em relação às questões estéticas?

PE: É disso que se trata minha prática, de questões estéticas! Quando eu ensinava nos anos sessenta e setenta, tínhamos autoridade, havia Le Corbusier, havia Mies Van der Rohe, havia Venturi, Rossi e Stirling. Sempre havia uma referência que os alunos procuravam. E você podia colocar o livro de Le Corbusier em cima da mesa, podia colocar o livro de Aldo Rossi, ou Manfredo Tafuri. Agora não temos estética no mundo acadêmico. Nenhuma norma, nenhuma autoridade. Não há ninguém que tenha peso. Você não pode ensinar, quero dizer, eu não posso ensinar a Zaha Hadid... Essas coisas são loucas, certo?

(risos)

PE: Totalmente maluco, certo? E você não pode ensinar Bjarke Ingels... A propósito, você deveria ver o prédio dele no lado oeste, é interessante ver. E Frampton vai te dizer as mesmas coisas, quero dizer, nós somos muito próximos e da mesma idade. Creio que atualmente não há autoridade na arquitetura. Acho que há outros interesses nos alunos. Eles querem algo que os prepare para conseguir um emprego. Precisam conhecer BIM, precisam conhecer o Revit, precisam saber dos softwares, precisam saber como escrever algoritmos, coisas técnicas, informações em tecnologias. Então, estamos nessa situação, tipo, qualquer universidade é a mesma coisa, os estudantes querem saber como vão conseguir um emprego. E para conseguir um emprego, precisam ter um grau técnico avançado. Necessitam conhecer sustentabilidade, precisam obter certificados LEED, precisam de todos os tipos de coisas que não me interessam como arquiteto...

Na verdade, não interessam a muitas pessoas como arquiteto. Como Bernard Tschumi ou Rem Koolhaas. Há certos arquitetos assim em todo o mundo, mas, eles são muito diferentes. Você não poderia escrever este livro hoje ("A Revisão do Movimento Moderno? Arquitetura no Rio Grande do Sul dos anos 1980" de Sérgio, que estava sobre a mesa), porque, antes de tudo, ninguém iria lê-lo. Ninguém está lendo livros. Número dois: ninguém publicaria em inglês o que estou falando (bate na mesa). Porque o clima mudou. Nós elegemos um tolo. Somos um dos países mais poderosos do mundo e temos um idiota para presidente. E claramente deve haver mais idiotas do que pensávamos...

(Risos)

PE: E agora eu vivo assim, o que posso lhe dizer? Linguagem, linguagem... eu não posso falar sobre o mercado e o contexto de escritório, e eu não acho que Ken Frampton também será capaz de lhe falar. Talvez o pessoal da RPI (Rensselaer Polytechnic Institute) saiba mais. O que posso dizer? O reitor é um cara muito bom na RPI e talvez ele saiba mais. Nós atualmente estamos fazendo isso (apontando para um projeto preso na parede). É um edifício que estamos fazendo em Istambul. Trinta e cinco mil metros quadrados. É um grande museu arqueológico.

SMM: Foi um concurso?

PE: Sim, foi um concurso. Que vencemos. Esse é um modelo de trabalho decente. Este vai ser construído. À esquerda estamos vendo outro projeto em Istambul e um projeto em Milão, Itália. Temos um projeto na Cidade do México. Então, eu não quero muito trabalho... Eu tinha um escritório grande, com trinta, quarenta pessoas, mas eu não quero mais isso. Com seis ou sete pessoas agora é suficiente, porque eu não faço projetos executivos. Temos arquitetos associados que fazem o projeto executivo e os cálculos. Você não precisa estar em Istambul para controlar o que eles estão fazendo lá. Eles têm um escritório com cem pessoas e podem produzir mil e seiscentas folhas de desenhos de obra, quero dizer, eu não estou interessado em fazer isso. Revisamos este material, mas é isso basicamente. Existem vários escritórios que não fazem mais desenhos de construção, eles apenas fazem o que é chamado de desenvolvimento de design e entregam para outros escritórios fazerem o projeto executivo. Porque é muito caro, muito tempo etc.

Projetos de Peter Eisenman em andamento
Foto dos autores

comments

082.01
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

082

082.02 literatura

Milton Hatoum: literatura em tempos de cólera política e pandemia de coronavírus

Abilio Guerra, Augusto Massi and Julia Bussius

082.03

Entrevista com Hernán Díaz Alonso

Sérgio M. Marques, Mônica L. Bohrer and Lucas Canez M. Marques

082.04 hq, música e cinema

Arrigo Barnabé

Abilio Guerra and Silvana Romano Santos

082.05 cidade e sociedade

Erminia Maricato, arquiteta, professora, gestora pública e ativista social

Abilio Guerra, Celso Aparecido Sampaio, João Sette Whitaker and Lizete Maria Rubano

082.06

Processos de diversidade nas práticas projetuais

Oscar Eduardo Preciado Velasquez

082.07

Danilo Miranda, um intelectual a serviço do Brasil

Abilio Guerra, Marta Bogéa and Giovanni Pirelli

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided