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my city ISSN 1982-9922

abstracts

português
O britânico William Curtis, crítico e historiador de arquitetura, relata a importância da sede do Ministério da Educação e Saúde como obra de arte e como símbolo do Brasil democrático.

english
The British William Curtis, critic and historian of architecture, reports the importance of the headquarters of the Ministry of Education and Health as a piece of art and as a symbol of a democratic society.

how to quote

CURTIS, William J. R.. A destruição da memória. Contra a privatização de um importante monumento histórico e cívico. Minha Cidade, São Paulo, ano 22, n. 253.07, Vitruvius, ago. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/21.253/8220>.


Ministério da Educação e Saúde Pública, Rio de Janeiro, 1936-1945. Arquitetos Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Jorge Moreira, Carlos Leão e Ernani Vasconcellos
Foto/Photo Nelson Kon [SEGRE, Roberto. Ministério da Educação e Saúde. Romano Guerra, 2013]


O Ministério da Educação e Saúde (batizado de Palácio Gustavo Capanema em homenagem ao Ministro da época), projetado em 1936 e concluído em 1945 por Lúcio Costa e uma equipe que incluía Oscar Niemeyer e vários outros (tendo Le Corbusier como consultor), deve ser contabilizado como obra-prima do movimento moderno brasileiro em termos arquitetônicos: uma obra seminal que expressa as aspirações por uma sociedade mais igualitária e justa.

Embora as funções ministeriais tenham sido transferidas para Brasília, esta obra continua a desempenhar o papel de um monumento nacional e cívico, marcando uma época de progresso na história do Brasil. Com sua praça pública arejada, colunas monumentais que elevam a torre ao espaço, curvas sensuais, terraço cheio de plantas tropicais, vastas fachadas de vidro e grades incisivas de brise soleil, o edifício provoca um impacto direto no observador e marca uma área de importância cívica na paisagem urbana do Rio de Janeiro. Visível de longe, mesmo do mar, o prédio lembra as visões urbanas de Le Corbusier dos anos 1930, nas quais havia o anseio de harmonizar a industrialização com o mundo natural. Mais do que um edifício, o Ministério incorpora uma visão ética de melhoria social, uma espécie de utopia.

Getúlio Vargas e o ministro Gustavo Capanema (à sua esquerda) admiram a escultura “Mulher reclinada”, de Celso Antônio, durante a cerimônia de inauguração do prédio do Ministério da Educação e Saúde Pública, Rio de Janeiro, 3 de outubro de 1945 [Foto/Photo FGV CPDOC]

Este projeto surpreendente mostrou como o arranha-céu, como um tipo normalmente reservado para fins comerciais privados, pode ser modulado para lidar com o clima local e servir a uma função cívica, pública e simbólica. Combinando os talentos escultóricos de Costa e Niemeyer, as intervenções paisagísticas de Roberto Burle Marx e os mosaicos públicos de Cândido Portinari, o projeto foi concebido como uma síntese das artes que incorporam ideais nacionais ligados à abstração da natureza como chave da identidade nacional brasileira.

A ideia proposta de entregar esta obra-prima aos interesses imediatistas da propriedade privada constitui um ataque ideológico aos valores cívicos e à própria história da nação, mais um ataque deste regime contrário à esfera pública e aos valores progressistas em geral, seja na escala das florestas tropicais, seja no da saúde pública nacional. Tudo deve ser feito para proteger esta obra-prima universal de um ato de vandalismo que ignora os valores da memória de longo prazo na sociedade brasileira. O Ministério da Educação e Saúde – Palácio Gustavo Capanema – também constitui um importante acréscimo ao patrimônio arquitetônico universal e, como tal, merece proteção e preservação a longo prazo.

Ministério da Educação e Saúde Pública, Rio de Janeiro, 1936-1945. Arquitetos Lúcio Costa, Oscar Niemeyer, Affonso Eduardo Reidy, Jorge Moreira, Carlos Leão e Ernani Vasconcellos
Foto/Photo Nelson Kon [SEGRE, Roberto. Ministério da Educação e Saúde. Romano Guerra, 2013]

notas

NE 1 – o documento “Heritage under siege in Brazil – the Bolsonaro Government announced the auction sale of the Palácio Capanema in Rio, a modern architecture icon that was formerly the Ministry of Education building”, redigido pelo Docomomo Internacional e Brasil, pode ser lido e assinado no link <https://bit.ly/3D7bglQ>.

NE 2 – sobre o tema, veja a série de artigos:

CAU/BR, Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil; et. al. “O MEC não pode ser vendido!”. Manifesto contra ameaça de venda do Palácio Capanema. Drops, São Paulo, ano 21, n. 167.06, Vitruvius, ago. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/21.167/8203>.

COMAS, Carlos Eduardo. Equipamentos, documentos, monumentos, desgovernos. A desventura do Palácio Capanema. Minha Cidade, São Paulo, ano 21, n. 253.10, Vitruvius, ago. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/21.253/8226>.

CURTIS, William J. R. A destruição da memória. Contra a privatização de um importante monumento histórico e cívico. Minha Cidade, São Paulo, ano 21, n. 253.07, Vitruvius, ago. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/21.253/8220>.

DANOWSKI, Miriam. Memória ameaçada. Governo federal continua evasivo sobre o destino do Palácio Capanema. Minha Cidade, São Paulo, ano 22, n. 254.01, Vitruvius, set. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/22.254/8239>.

FRAMPTON, Kenneth. Carta de Kenneth Frampton a Ana Tostões e Renato Gama-Rosa Costa, presidentes do Docomomo International e Brasil. Palácio Capanema em risco. Minha Cidade, São Paulo, ano 21, n. 253.06, Vitruvius, ago. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/21.253/8218>.

HATOUM, Milton. Palácio Capanema. O difícil processo de alfabetização. Minha Cidade, São Paulo, ano 21, n. 253.12, Vitruvius, ago. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/21.253/8234>.

LIERNUR, Jorge Francisco. Lembrete para autoridades sem memória, e sem juízo. O Palácio Capanema não é mercadoria. Minha Cidade, São Paulo, ano 21, n. 253.08, Vitruvius, ago. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/21.253/8223>.

MONTANER, Josep Maria. A venda do Palácio Capanema é um ultraje e uma insensatez. Carta aos arquitetos Carlos Eduardo Comas e Abilio Guerra. Minha Cidade, São Paulo, ano 21, n. 253.09, Vitruvius, ago. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/21.253/8225>.

ROLNIK, Raquel. Feirão de um sonho de país. Palácio Capanema à venda. Minha Cidade, São Paulo, ano 21, n. 253.03, Vitruvius, ago. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/21.253/8204>.

SCHLEE, Andrey Rosenthal. Oportunidade perdida (mais uma...). Ignorância e ignorância assolam o Palácio Capanema. Minha Cidade, São Paulo, ano 21, n. 253.11, Vitruvius, ago. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/21.253/8235>.

TOSTÕES, Ana; COSTA, Renato da Gama-Rosa; INTERNATIONAL, Docomomo; BRASIL, Docomomo. Patrimônio sob cerco no Brasil. Palácio Capanema à venda. Minha Cidade, São Paulo, ano 21, n. 253.04, Vitruvius, ago. 2021 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/minhacidade/21.253/8216>.

sobre o autor

William J. R. Curtis é historiador e crítico de arquitetura, autor de Modern Architecture Since 1900 e Le Corbusier: Ideas and Forms.

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253.07 Rio de Janeiro
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Carta de Kenneth Frampton a Ana Tostões e Renato Gama-Rosa Costa, presidentes do Docomomo International e Brasil

Palácio Capanema em risco

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253.08 Rio de Janeiro

Lembrete para autoridades sem memória, e sem juízo

O Palácio Capanema não é mercadoria

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A venda do Palácio Capanema é um ultraje e uma insensatez

Carta aos arquitetos Carlos Eduardo Comas e Abilio Guerra

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Equipamentos, documentos, monumentos, desgovernos

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