Cabras. Eixo Sudoeste Campinas-Souza
O Distrito situa-se a sudeste do Estado de São Paulo, na porção leste do município de Campinas, distando 15 Km de seu centro.
Sousas, fundada em 1830, apresenta um forte valor, sócio econômico e cultural, pois foi palco de uma das mais importantes fontes de renda do Brasil, o CAFÉ.
Plano de diretrizes Viárias
Estudando como o sistema viário da região de Campinas tem se desenvolvido ao longo das últimas décadas, concluí que as intervenções urbanísticas realizadas no passado, em sua maioria, foram feitas pontualmente, desacompanhadas de um plano maior.
Toda intervenção urbanística, mesmo que pontual deve fazer parte de um Plano de Diretrizes, o qual se manterá consistente e flexível ao longo do tempo necessário para que todas as intervenções sejam realizadas.
Para Solucionar os prpblemas urbanísticos existentes na região de Sousas, optamos inicialmente por solucionar de forma conceitual os problemas da região de Campinas, afinal, o distrito de Sousas se encontra praticamente inserido no contexto urbano da cidade.
Acredito que toda cidade deve ser compreendida numa lógica viária, que dê suporte a sua totalidade, isto faz com que o usuário compreenda com mais rapidez a funcionalidade do sistema.
Basicamente o sistema proposto, consiste em criar ou reforçar algumas centralidades.
Cada centralidade apresenta-se circundada por um anel viário, constituído de vias existentes, vias reestruturadas e vias propostas.
Para qualificar ainda mais o Anel Viário, será implantado o monotrilho, que transitará livre sobre o tráfego em sentido horário e anti-horário com algumas paradas.
Como o monotrilho transita sobre o Anel Viário, será implantado um sistema integrado de transporte (micro ônibus) que transitará no interior de cada centralidade.
Todos os Anéis Viários serão coligados entre si, e é com esta lógica que o transporte será atendido em toda a cidade, incluindo, Sousas.
Área escolhida
Conflito era a característica principal da área que buscava.
Conflito urbanístico, social, histórico, paisagístico e que, ao mesmo tempo, escondesse um potencial a ser explorado.
Com estes pré-requisitos não demorei muito para escolher a área central de Sousas, pois apresenta elementos naturais e urbanos com as características imaginadas.
Observa-se que o Rio Atibaia e o Ribeirão das Cabras, somados ao relevo foram o grande delimitador do espaço, mas não podemos esquecer da linha férrea.
Implantada em 1894, ao norte do Ribeirão das Cabras, selou parcialmente o desenvolvimento do distrito até os dias de hoje, mesmo sendo extinta no ano de 1960. Deixando para nós um dos maiores patrimonios do distrito, a Ponte de Ferro.
Desde seu nascimento, Sousas tem vivenciado inúmeras modificações sociais e econômicas de grande importância. Apesar disto seu centro se manteve praticamente inalterado, o qual atualmente é muito valorizado pelo seu patrimônio histórico.
Tais riquezas históricas, associadas à beleza natural da região, compõem um conjunto de potencialidades que acabam atraindo novos habitantes e turistas.
Porém estas potencialidades não são totalmente coligadas entre si, ocultando um diálogo indispensável que as fortaleçam.
Esta coligação era feita pelo antigo serviço de bonde que, após ser desativado, deixou uma faixa de interrupção urbana (vazio urbano).
Tal vazio urbano, associada a topografia acidentada ao norte do Ribeirão das Cabras, isola um loteamento de casas que se localiza no topo desse relevo.
Também é responsável pela desunião das potencialidades, o fato de que atualmente o Ribeirão das Cabras apresenta alto índice de poluição, que por conseqüência provoca o desinteresse dos comerciantes que atualmente dão as costas ao Ribeirão das Cabras.
Cabras – implantação
Em vista de todos os problemas relatados anteriormente, proponho uma nova centralidade a ser implantada no vazio urbano descrito, coligando e fortalecendo todas potencialidades.
Reforçando este objetivo, proponho implantar uma praça, para convívio e contemplação do Ribeirãodas Cabras, o qual será despoluido. A implantaçãode um deck de madeira promovera acesso direto ao comércio. Serão utilizadas também duas passarelas que interligarão a praça proposta as existentes. Por fim, amarrando todos estes elementos proponho a implantação de uma importante parada do bonde a ser reativado.
Acredito, que depois de realizadas tais modificações, os comerciantes serão tentados a modificar a disposição de seus comércios, fazendo com que estes voltem suas frentes para os dois lados (as ruas e ao ribeirão).
Como foco principal do projeto desenvolvido, proponho um loteamento residencial de classe média, o qual será um modelo de como é possível e agradável morar dentro do contexto urbano, social e cultural de Sousas.Meu objetivo, é vencer a declividade com o edifício de maneira harmônica com a natureza, utilizando-se dela como partido. Deste modo, disponho minhas unidades habitacionais em uma composição linear, seguindo a plasticidade das curvas de nível, como uma grande "Centopéia".
Buscando uma continuidade na relação terreno - edifício, proponho uma cobertura curva para cada residência, em laminado de madeira colada (LMC). Desta forma, cada uma delas representa uma peça desta "Centopéia", que articuladas por pergolados de madeira, adaptam-se a topografia, criando uma unidade visual.
Praças escalonadas coligadas por rampas e escadas, farão a união entre a Praça das Cabras e o loteamento isolado. O espaço é publico, porém mais focados aos moradores do local.
Fará parte do loteamento proposto, uma rua destinada aos moradores do mesmo e aos usuários de três chácaras, cujo acesso atual se da pelo antigo caminho do bonde. Esta solução elimina a presença de veículos na Praça das Cabras.
Proponho duas tipologias dispostasem níveis, adequando o desnível ao acesso. O loteamento é projetado para o usomisto, de residências e serviços de pequeno porte. Pequenos escritórios, consultórios que funcionariam juntosas residências.
ficha técnica
Aluno
Gustavo André GonçalvesTítulo
Potencialidades no Conflito Urbano: Um Novo Convívio em Cabras Orientador
Wilson Ribeiro dos Santos Junior Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas