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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Público Nacional de Anteprojeto de Arquitetura Reabilitação do Antigo Mercado Público de Itaqui. Projetos, São Paulo, ano 03, n. 035.01, Vitruvius, out. 2003 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/03.035/2244>.


Ata da Comissão Julgadora

A Comissão Julgadora foi instalada às 15h do dia 08 de agosto de 2003, na sede do IAB/RS, pelos Coordenadores do Concurso, arquiteto Tiago Holzmann da Silva e Luciana Miron, sendo composta por quatro dos membros titulares indicados pelo IAB/RS, Prefeitura de Itaqui e IPHAN, os arquitetos: Luiz Antônio Bolcato Custódio, Briane Panitz Bicca, Sergio Marques e Eduardo Hahn. Também estavam presentes os membros suplentes, os arquitetos: Hilton Fagundes e Ines Martina Lersh. Em virtude da ausência de um dos membros titulares, o arquiteto Gederson Meotti, o arquiteto Hilton Fagundes assumiu como titular. Como previsto no Regulamento. Foram considerados, na sistemática do julgamento, somente os votos dos cinco titulares.

Os trabalhos de julgamento e redação desta ata foram realizados durante os dias 08, 09 e 10 de agosto de 2003.

Inicialmente a Comissão escolheu por unanimidade a arquiteta Briane Panitz Bicca como sua presidente e o arquiteto Sergio Marques como seu relator. Em seguida a Comissão estabeleceu a dinâmica para o desenvolvimento de suas atividades, baseada na seleção individual das melhores propostas, a partir de um primeiro exame do conjunto dos trabalhos, objetivando a identificação de um grupo de aproximadamente dez projetos, para uma posterior análise.

A Coordenação do Concurso apresentou Relatório de Entrega dos Trabalhos com descrição das condições de entrega recomendando a desclassificação de duas propostas (MI 01 e MI 02) entregues em desacordo com o previsto no Regulamento. A Comissão Julgadora referendou esta recomendação não submetendo estas duas propostas ao julgamento.

O júri considerou bastante complexo o julgamento deste concurso de ante-projetos devido à diversidade de variáveis envolvidas, quais sejam: a preservação e a valorização das pré-existências; a relação entre as arquiteturas antiga e nova; a compatibilidade funcional entre programas: mercado – centro cultural/convenções; a relação exterior/interior – entorno, cidade e rio; a viabilidade econômica do empreendimento, além da qualidade da arquitetura, objetivo primeiro desta iniciativa.

Na análise dos projetos, a Comissão preliminarmente identificou a necessidade de equilibrar os aspectos referentes à preservação do patrimônio com a qualidade das novas proposições arquitetônicas. Da mesma forma, julgou-se importante considerar a qualidade arquitetônica global resultante do conjunto de formulações estabelecidas pelos trabalhos, considerando os critérios previstos no edital e a percepção do júri em termos de adequação ao problema proposto.

Inicialmente, transcreveram-se os critérios estabelecidos nas bases do concurso para auxiliar a avaliação dos trabalhos: a) atendimento ao programa de necessidades; b) atendimento às normas NBR 9050 e NBR 9077; c) qualidades formais e compositivas; d) viabilidade técnico-construtiva e econômica e e) respeito aos condicionantes patrimoniais da edificação histórica.

Na primeira avaliação, dos trinta e três trabalhos considerados aptos, foram selecionados 16 trabalhos que apresentaram maior compatibilidade com os critérios estabelecidos pelas Bases do Concurso. Na segunda rodada de avaliação a Comissão concentrou-se nos trabalhos de número 03, 06, 09, 15, 17, 26, 28, 30, 32 e 33, que foram objeto de um exame com maior rigor crítico, aprofundando as considerações inicialmente formuladas.

Atendendo aos critérios e conceitos referidos, a Comissão, considerou que os trabalhos entregues para o concurso em seu conjunto apresentaram uma certa disparidade em termos de qualidade e fundamentação das propostas, revelando um quadro heterogêneo. Os trabalhos selecionados nesse primeiro exame destacaram-se por possuírem, em seu conjunto, valores que se aproximam, por razões distintas, da qualidade e equilíbrio desejados. No entanto, todos, sem exceção, suscitaram alguma restrição por parte dos diferentes membros do júri, em relação a aspectos relacionados à preservação ou aos conceitos arquitetônicos utilizados.

Após extensos debates e análises críticas estabelecendo comparações entre as propostas, buscando identificar o ponto de equilíbrio entre os parâmetros solicitados dentro de uma solução global de valor arquitetônico, a Comissão, por decisão da maioria, selecionou três projetos que melhor atendiam ao conjunto destes pressupostos chegando às seguintes indicações para a premiação bem como a indicação de menções honrosas.

A Comissão concedeu três Menções Honrosas reconhecendo nestes trabalhos qualidades semelhantes às relacionadas nos projetos premiados, sendo:

  • Menção Honrosa: Inscrito n. MI 03
  • Menção Honrosa: Inscrito n. MI 30
  • Menção Honrosa: Inscrito n. MI 32

A Comissão escolheu os seguintes trabalhos como os premiados do Concurso:

Terceiro Lugar: Inscrito n. MI 26

Este trabalho foi considerado correto e adequado em seu conjunto, dentro de uma condição geral das formulações e intervenções propostas, tanto sob o ponto de vista dos aspectos relacionados à preservação como dos novos elementos propostos.

Segundo Lugar: Inscrito n. MI 09

Esta proposta foi considerada como uma consistente formulação descritiva dos critérios de preservação e recuperação da edificação existente bem como de uma estratégia criteriosa de realização da intervenção, por etapas. Em relação ao partido adotado, a idéia de articulação do novo com o antigo através de pontos de interface, foram considerados.

Primeiro Lugar: Inscrito n. MI 33

Esta proposta foi escolhida como a de melhor qualificação arquitetônica no seu conjunto. Destaca-se o valor estabelecido entre o conceito formulado na memória do projeto e a solução espacial adotada, relacionando o tempo e o lugar através de um passeio possível por meio do conjunto edificado, oferecendo variedade e riqueza na interação visual e relacionamento entre o observador, edificação e contexto urbano. A multiplicidade de situações criadas a partir do jogo de elementos novos, como os quiosques e volumes metálicos, em articulação com o existente, remete a idéia de vivacidade e da atmosfera presentes nos tradicionais Mercados Públicos. Ao mesmo tempo o projeto apresenta uma formulação arquitetônica contemporânea elaborada e adequada à escala da intervenção e do contexto urbano, como nos volumes correspondentes ao cinema e as salas de multiuso. A relação estabelecida entre o anel externo, determinado pela edificação pré-existente, e o pátio interno se dão de forma equilibrada, com permeabilidade visual e comunicação funcional, porém filtrada por elementos de transição e delimitação virtual do espaço correspondente à estrutura metálica existente, garantindo uma medida controlada de relação espacial.

No entanto, a Comissão recomenda que, na etapa de desenvolvimento dos projetos, além de atender aos pressupostos que serão decorrentes do aprofundamento dos estudos posteriores na área da tecnologia da conservação, os seguintes aspectos devam ser adequados e/ou ajustados:

  • As passarelas de circulação nos níveis 2.75 e 5.10, internas ao volume da estrutura metálica existente, interferem excessivamente nas qualidades do bem a preservar, devendo ser revistas;
  • As aberturas projetadas sobre a parede interna da edificação existente, voltadas para o pátio coberto, devem ser reavaliadas a partir das informações técnicas provenientes das prospecções previstas na próxima etapa de trabalho, sob o ponto de vista do comprometimento estrutural e morfológico da tipologia da edificação;
  • A instalação de terraços sobre a edificação do Mercado assim como o elevador do acesso principal deverão ser reavaliados com base nos resultados das prospecções, de modo a evitar o comprometimento estrutural da edificação;
  • Deve se estudar a exploração de possíveis visuais em relação ao rio, na face norte do conjunto.

Os membros do júri, buscando assegurar que o projeto do Mercado seja efetivamente viabilizado e executado, que corresponda às expectativas dos promotores e que possa exercer uma influência positiva no processo de preservação e valorização do patrimônio cultural de Itaqui, colocaram-se à disposição da Prefeitura Municipal para assessorar tecnicamente neste sentido.

Da mesma forma, entregam, em anexo, um documento com recomendações específicas para a preservação e valorização da área do Mercado e do patrimônio urbano da cidade de Itaqui.

Porto Alegre, 11 de agosto de 2003.

Arq. Briane Panitz Bicca(Pref. de Itaqui)
Presidente da Comissão Julgadora

Arq. Luiz Antônio Bolcato Custódio
(Pref. de Itaqui)

Arq.Eduardo Hahn
(IPHAN)

Arq. Hilton Fagundes
(IAB-RS)

Arq. Sergio Moacir Marques
(IAB-RS)Relator da Comissão Julgadora

Instituto de Arquitetos do Brasil
Departamento do Rio Grande do Sul

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IAB -RS
Porto Alegre RS Brasil

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IAB - RS
Porto Alegre RS Brasil

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