Introdução
A cidade contemporânea, armada por novas tramas de circuitos de transporte e comunicação, rasga-se em todas as direções causando rupturas e desarticulações, dilacerando o tecido urbano.
Ao avançar a cidade deixa um rastro atrás de si. E a Estação Ferroviária de Araras é um exemplo desses intervalos que se reproduzem no interior da própria cidade.
Um local que fazia a cidade se manter ativa, tornou-se praticamente invisível; oculto entre as construções e tímido perante a ausência dos trilhos da antiga ferrovia. Dissecações que romperam a unidade e a continuidade associada a sua arquitetura.
A proposta para um Centro Cultural na antiga Estação Ferroviária servirá como agente catalisador de transformações, não só arquitetônicas e urbanísticas, mas sociais e culturais.
Proposta
O projeto explora a potencialidade das edificações existentes, implantando praticamente todo o programa do centro cultural no seu interior, extraindo da beleza do conjunto o resgate da memória local.
Os antigos armazéns que antes serviam como depósito de materiais e mercadorias para a ferrovia agora abrigarão cultura. No primeiro foi instalado o auditório com capacidade para 208 pessoas, foyer, café/lanchonete e cyber café. Já o segundo foi reservado para a biblioteca e duas salas de exposições.
O bloco remanescente junto à plataforma foi utilizado para a implantação da área administrativa e loja. Na edificação residencial foi incorporado o uso de serviços, abrigando apoio aos funcionários.
A linearidade da implantação dos edifícios e sua atual configuração serviram de base para a proposta de uma nova estrutura de conexão; um novo elemento que funcionaria como um agente integrador, valorizando as edificações remanescentes, configurando novas áreas de convivência, estabelecendo relações com espaços internos e externos.
Dessa estrutura fazem parte o bloco dos ateliês e a nova cobertura do espaço de convivência. O novo bloco destinado a atividades artísticas, localiza-se no centro do projeto e estrutura-se sob um espelho d`água que percorre toda a extensão da plataforma, reafirmando o eixo linear do sítio. Propõe-se a desmaterialização desse volume transformando suas fachadas em elementos transparentes (tela metálica) mudando o modo de percepção do volume para uma idéia de “pele”.
O espaço de convivência configura-se no interior da área, protegendo seus usuários e possibilitando a exploração da nova condição paisagística como elemento cênico.
ficha técnica
Escritório
AUM – arquitetos
Arquitetos responsáveis
André Dias Dantas, André Maia Luque, Bruno Bonesso Vitorino, Fernando Botton e Renato Dala Marta