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PORTAL VITRUVIUS. 6º Prêmio Jovens Arquitetos 2004. Projetos, São Paulo, ano 04, n. 043.01, Vitruvius, jul. 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/04.043/2351>.


Categoria Arquitetura – Projeto

 

Não confundir o "velho" e o "novo" é o partido que aqui foi adotado. Existe uma edificação antiga que ali está e uma nova que ali será posta. Entre elas acumulam-se não dez, nem vinte nem trinta, mas trezentos anos: não pode haver falsas soluções de continuidade. Não é cabível importar materiais de uma para a outra, não é cabível que uma imite a outra: é possível que se comuniquem, é necessário que se comuniquem, é obrigatório que se comuniquem. Mas é proibido que se falsifiquem e se fajutem mutuamente. Não se trata de purismo, mas de uma arquitetura no interior da qual se diga o Tempo. Exigência do projeto.

Não apenas por isso: também por criar espaço entre esses "tempos", implanta-se o "novo" na borda do lote; valoriza-se a idéia pregressa do "quintal urbano" que ficaria então ressarcido, cria-se espaço e fluência entre um lado e o outro, valoriza-se (por extensão) o pátio da casa colonial original. Afastá-los, por fim, cria pontos de vista novos para que sejam contemplados, um desde o outro, o "velho" e o "novo", um a partir do outro.

A entrada para o Anexo localiza-se na Rua da Intendência, tanto pelo portão próprio, quanto pelo antigo portão do museu (neste caso, o acesso ao Anexo é através de um portão pivotante de chapa metálica que encontrará à sua direita, na extremidade do muro transparente de vidro que passa a marcar a fronteira entre os conjuntos).

Chegando pelo portão independente do próprio anexo, sempre pela Rua da Intendência, estamos levemente abaixo da cota geral do museu e na cota mais baixa do lote [-100.30]: é preciso subir a breve escada de compensação que nos leva finalmente a uma espécie de pequeno átrio (agora sim, nos níveis térreos da casa e do anexo, na cota 101.20 no átrio é que optamos por adentrar a edificação propriamente dita ou seguir pelo anfiteatro aberto, subindo-o, e através dele chegar à sala multiuso e ao pátio posterior do núcleo tombado (ambos em na cota, 104). Pela sala multiuso também é possível ingressar no edifício (em seu primeiro piso), onde estão café e loja que se abrem numa grande janela, sobre o recinto do anfiteatro e tudo o mais que for visível, tudo o mais que for comum.

O edifício anexo será definido por dois planos paralelos de concreto, afastados 3 m e percorrem o espaço vazio entre as arvores existentes, preservando todas as espécies. Portas pivotantes metálicas dividem seus espaços internos. A laje de cobertura é um terraço-mirante, de onde se divisa a cidade e o próprio conjunto do Museu. Este percurso é possível mesmo que o Anexo esteja fechado.

Este caminho nos deixa andar a altura das copas das árvores e, com sorte, pisando o tapete de folhas caídas, secas, úmidas. É ele, o próprio edifício, o que repõe o quintal perdido. É ele quem nos dá, com as frutas mais próximas, as paisagens mais distantes, como outras dimensões do Tempo.

ficha técnica

Arquitetura
Alvaro Puntoni, João Sodré

Colaboração
Juliana Braga

Memorial
Jose Guilherme Pereira Leite

Fotos
João Sodré

source
Arquiteto premiado
São Paulo SP Brasil

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