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PORTAL VITRUVIUS. Prêmio Caixa 2004 – Concurso de Idéias e Soluções para Habitação Social no Brasil (estudantes). Projetos, São Paulo, ano 05, n. 055.01, Vitruvius, jul. 2005 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/05.055/2510>.


Como abordar o desenho das casas? Que urbanização deveríamos fazer? Que tipo de edifício e que tipo de arquitetura deveria colocar-se aqui? O que intentamos foi realizar um modelo relativamente insólito e unusual, aos edifícios habitacionais comuns. Decidimos por uma estratégia horizontal, fazendo os edifícios baixos, garante-se que o maior número possível de moradias estejam direta e intimamente relacionadas com o chão e com os jardins.

Este plano experimental é um resultado desenvolvido através de uma série de idéias a respeito de moradias sociais no Brasil. O plano se embasa no princípio que as moradias populares têm de deixar de reproduzir os clichês dos pisos burgueses. Faz-se por tanto um objetivo ambicioso, como conseguir mais espaço do que o habitual para esta categoria de moradia, através do aumento de potencial de acomodação de cada metro quadrado. Para viabilizá-lo se simplifica ao máximo a volumetria dos módulos habitacionais e da modulação estrutural. Como o clima e o estilo de vida popular sugerem a máxima abertura ao exterior, isto facilita abrir as fachadas em toda a sua amplitude, e projetar a moradia para fora. O projeto pretende transformar certas idéias estereotipadas relativas ao tipo estabelecido como concepção do espaço nas moradias sociais. Por exemplo:

  • Amplitude volumétrica do espaço, minimamente compartimentados, facilitando a ventilação cruzada, minimizando os custos de operação e possibilitando que todas as habitações recebam luz natural em todas as partes.
  • Variedade de distribuição em planta, com modelos flexíveis. Esta série de tipos distintos oferece uma diversidade de programa de grande escala. A gama de variedades em cada tipo básico se amplia até o ponto de transformar-se em outro tipo.
  • Eleição pelo usuário, de ampla gama de opções de configurações e componentes, que fazem mais pessoais as moradias.
  • Uso de materiais reciclados e recicláveis de baixo custo.

A porosidade do conjunto oferece numerosos terraços para encontros casuais e intercâmbio de idéias entre uns pisos e outros, e entre umas gerações e outras.

Tal como indica a frase “pensar globalmente, agir localmente”; as metas ecológicas de todas as partes compõem este projeto, e tem relação com o entorno do conjunto, e cada uma está pensada para otimizar seu próprio desenho sustentável. Por exemplo:

  • Aproveitando e reciclando as águas de chuva.
  • Otimizando as horas de luz solar.
  • Saneamento orgânico por lagoa de purificação botânica.
  • Coleta seletiva de lixo com central de reciclagem e artesanato.
  • Horta e pomar comunitários.

O sistema construtivo do conjunto se baseia na reciclagem de materiais, barateamento extremo da construção e uso de mão de obra não especializada. Chegando basicamente a três produtos finais que são; as vedações de painéis pré-fabricados de bambu; as estruturas de tubos de papelão; e as coberturas de telhas de pneus.

As vedações verticais são de painéis pré-fabricados de bambu. Eles deverão ser cortados na lua minguante, pela ausência de seiva nesta fase, e em seguida mergulhados em água, para tirar algum vestígio dessa seiva. Esse processo tem por objetivo evitar a proliferação de formigas. Os bambus deverão ser colocados paralelamente em alguma superfície nivelada, e encobertos com uma capa rasa de concreto (3 cm de espessura). Assim, têm-se um painel de vedação leve, resistente e barato. Os bambus além de forma para o concreto, ainda servem como proteção térmica para as moradias.

A cobertura é composta de telhas produzidas com pneus. Primeiramente corta-se cada pneu em oito partes iguais, formando telhas. Cada telha é encaixada na outra por pressão, abrindo as abas laterais do pneu e afixando na outra telha, posteriormente elas devem ser amarradas para evitar desencaixes.

Essas faixas de telhas devem ser emparelhadas alternadamente, umas para cima outra para baixo, assim como os telhados cerâmicos convencionais. O intervalo entre as telhas superiores e inferiores é preenchido com isopor picado, proveniente de caixinhas de ovos e bandejas de isopor. Essa medida garante o conforto térmico, evitando o efeito “chapa”, e um bom uso para o isopor, já que se trata de um material não reciclável e não biodegradável. Esse telhado é amarrado numa tela metálica afixada na estrutura. Desta forma têm-se uma cobertura leve, muito barata e de fácil execução.

A estrutura de papelão: O sistema construtivo em papelão é utilizado na estrutura das casas. O papelão foi escolhido por ser um material não convencional e de baixo impacto ambiental, viabilizando construções rápidas e econômicas. É leve, barato e resistente para suportar as cargas de uma construção, além de ser reciclado e reciclável e, portanto, atrativo sob o ponto de vista da sustentabilidade ambientalSão casas dispostas linearmente que permitem ocupar a encosta, de maneira sutil, sem cortes e terraplanagens no terreno. A combinação volumétrica das casas propõem uma porosidade no conjunto, garantindo ventilação e iluminação natural.

São casas dispostas em forma de “cata-vento”, que dispõem de uma prumada hidráulica atendendo oito casas, quatro em cada pavimento. As implantações formam cheios e vazios, explorando as relações de semipúblico e semiprivado, através de pátios centrais, circulações e varandas comuns.

A vida sustentável é considerada como uma estratégia econômica que aumenta a qualidade de vida. Em todo o projeto, se tem um maior uso possível de energia solar passiva, e ventilação natural. As instalações de reciclagem e elaboração de adubo proporcionam nutrientes para o chamado “paisagismo social”, e a reciclagem de águas residuais. A área de reflexão do concurso é marcada pelo caráter residencial, com vestígios industriais gerados pelo traçado de infraestruturas gerais de acesso, um lugar comum no crescimento das cidades contemporâneas, que vai sofrendo esta mudança de caráter ao passar dos anos. Trata-se de um espaço de escala local que busca soluções a partir do tecido residencial.

O projeto propõe um modo de organização pensado tanto desde o espaço interior de cada moradia, como desde as sucessivas graduações privado/público dos espaços livres que a rodeiam. Um espaço que não se implanta gerando resíduos, sendo que planteia-se desde a totalidade, valorizando em igual medida os lugares matéria e antimatéria. Um sistema que oferece uma série de “leques” que lhe permite crescer amoldando as circunstâncias, e que por tanto, possui grande flexibilidade, que por sua vez se estrutura de um modo ordenado e eficaz.

O novo conjunto se concebe como um lugar que permite toda a variedade de vida e soluções residenciais. O projeto proporciona espaços compartilhados entre famílias, exaltando a vitalidade e dinamismo dessa comunidade residencial, que resulta na diversidade atual dos arranjos familiares. As vias de acesso se dispõem num esquema gradual de privacidade, produzindo uma distribuição capilar das comunicações valorizando em igual medida o trânsito de pedestres e o movimento automotor. Se planteia assim, uma moradia embasada na diversidade das transformações da unidade familiar. Cada indivíduo poderá pensar na casa dentro da casa.

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Equipe premiada
Belo Horizonte MG Brasil

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055.01 Concurso
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original: português

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IAB-DF
Brasília DF Brasil

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