O local
O terreno da Universidade constitui uma extensa gleba preservada às margens da represa Billings em meio a uma estrutura fundiária predatória, cujo modelo dominante retalha e ocupa desordenadamente o território, avançando sobre a franja que ladeia a represa. O local apresenta boas condições de macro-acessibilidade apenas em função do sistema viário.
Propor um modelo produtivo e viável ambientalmente para a ocupação deste território é o desafio que se coloca.
A Universidade
Estabelecer a Universidade na área, preservando a faixa de proteção ambiental; controlar o impacto na mata nativa: estabelecer com á água uma relação equilibrada foram os critérios que pautaram a implantação do conjunto.
Como ação primordial propomos a transformação da geografia gerando um plano (superfície) que estabelece o meio antrópico (infra-estrutura física e social) em meio à paisagem natural.
Dois elementos de grande significação marcam a intervenção:
1) A criação de uma Plataforma que estabelece o lugar público/ político (Esplanada) definindo os termos da ocupação do território. A permanência se dará nesta esplanada: as relações de proximidade; a multiplicidade; a integração; a convergência; os grandes atos: os fluxos concentrados.
2) A consolidação da Faixa de Preservação; é também território de pesquisa de campo e aplicação/experimentação: é o lugar da Práxis. O solo livre de interferências permite a permanente reinvenção dos trajetos; orgânicos e espontâneos: os fluxos dispersos.
A vegetação existente nesta faixa será preservada e recuperada (através dos mecanismos de compensação ambiental). Sugerimos ainda a implantação de um núcleo de pesquisas e gestão de uso dos recursos e da energia.
Arquitetura
Como uma lança, a Plataforma se insere longitudinalmente ao lote. Encaixada no perfil do terreno, cria uma esplanada abrigada e garante a continuidade da “atmosfera” do sistema local. Estabelece uma clareira única no lote: um plano sob o céu.
A Esplanada é o lugar da convergência: reúne as diferentes disciplinas e formas de conhecimento, concretizando a tendência de universalização da UNIFESP. Mais do que os volumes, este espaço plano é o que melhor representa simbolicamente a instituição.
A Plataforma acumula diversas funções: além de oferecer a superfície para as atividades coletivas (civis) é o elemento estruturador do complexo; organiza e distribui a rede de instalações prediais e determina a “ancoragem” dos módulos de ensino e pesquisa.
Os módulos de ensino e pesquisa (corpos organizados ao longo da plataforma), “plugam-se” a esta plataforma e se lançam sobre a topografia em declive, acomodando-se entre as copas das árvores.Toda sua rede de instalações é conectada ao sistema da Plataforma.
Como parte da estratégia para implantação progressiva, os módulos podem ser acrescidos paulatinamente acompanhando o crescimento da Universidade e a aplicação dos recursos orçamentários.
Estes módulos, construídos com elementos industriais leves e estrutura metálica (obra limpa), terão espaço técnico entre piso e forro previsto para permitir total flexibilidade nas suas instalações prediais. Contarão também com sala técnica para instalação de equipamentos como racks de informática ou fancoils para climatização.
A gleba “B” dada sua contigüidade ao tecido urbano consolidado, pode abrigar suas atividades específicas e ainda assim oferecer-se como parque aberto ao público, atestando a responsabilidade social da Instituição. A conexão entre as glebas fará parte integrante do sistema público de vias, evitando a criação de um sistema paralelo, revelando uma postura mais afeita à integração e inclusão.
ficha técnica
Projeto
Andrade Morettin Arquitetos Associados
Arquitetos
Vinicius Andrade e Marcelo Morettin
Colaboradores
Marina Mermelstein, Marcela Aleotti, Marcelo Maia Rosa, Marcio Tanaka, Merten Nefs, Thiago Natal Duarte, Renata Andrulis
