Detector de ausências, 1994 (Arte/cidade II). Instalação de Rubens Mano
Foto Rubens Mano

Nos anos 1990 ocorreu em São Paulo uma série de eventos artísticos sob a rubrica Arte/cidade. Com a curadoria de Nelson Brissac e a participação de importantes nomes das artes brasileiras, as três edições do evento impulsionaram uma grande renovação artística, colocando a arte nas ruas e buscando a interatividade com as pessoas comuns da cidade. A saída do cubo branco dos espaços expositivos tradicionais e a busca de diálogo com os discursos sócio-políticos de grupos sociais diversos tiveram como interessante subproduto o incremento do turismo cultural.

Ainda inexplorada de forma adequada como apelo turístico – e talvez resida aí uma grande qualidade –, a manifestação artística de rua tem se multiplicado e ganhou mais uma interessante versão recentemente, com a iniciativa dos artistas do Pparalelo, que empacotaram automóveis em Limeira, interior de São Paulo, durante a comemoração do Dia Internacional Sem Carro 2008. Interessante aproximação entre arte e militância política, traz à tona uma outra importante relação: a positiva harmonia entre turismo e cidadania.