Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

architexts ISSN 1809-6298


abstracts

português
Os autores trazem a discussão sobre como lidar com os ambientes construídos no processo de renovação das cidades, através da proposta pedagógica da disciplina Projeto de Edificações 2 do curso de Arquitetura e Urbanismo da UniRitter, em Porto Alegre


how to quote

BREGATTO, Paulo Ricardo; SILVA, Tiago Holzmann da . Construir no construído. Pré-existência e coexistência. Relato de uma experiência didática. Arquitextos, São Paulo, ano 09, n. 101.03, Vitruvius, out. 2008 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/09.101/102>.

1. Conjuntura

O processo natural de renovação das cidades foi intensificado pela globalização econômica mediante a reestruturação da produção industrial e as facilidades para a mobilidade do capital. A produção de bens de consumo industrializados, antes concentrada nos países do primeiro mundo, está agora dispersa em países periféricos, chamados emergentes.

A migração das plantas fabris para estas novas regiões gerou o aparecimento de grandes áreas urbanas ociosas, em geral centrais e com alta acessibilidade, que, abandonadas pela suas atividades originais, fica disponível para a cidade.

Um exemplo paradigmático deste fenômeno é o antigo porto de Londres – London Docklands – que sofreu importantes intervenções desde o início da década de 1980 para transformar-se no mais importante centro empresarial e corporativo da Europa.

Mais recentemente, a partir do final dos anos 1990, a municipalidade Barcelona planeja e começa a implementar o Programa 22@BCN, sobre o decadente distrito industrial da cidade. Este programa fomenta uma estratégia econômico-urbanística de ocupação e substituição das antigas estruturas industriais convencionais por atividades relacionadas às novas tecnologias da informação e da comunicação e por atividades terciárias-industriais densas em conhecimento (1).

O Programa prevê, além das redes de infraestrutura e transportes, ampla oferta de habitação como suporte para a transformação espacial. Está prevista a construção de 4 mil unidades habitacionais que atestam o objetivo da densificação residencial como complementação à estratégia de dinamização econômica para a renovação do Distrito 22.

Nos países ditos emergentes, como o Brasil, podemos notar que esta lógica de periferização das atividades industriais tem igual comportamento. Nas grandes cidades, amplas superfícies de território estão sendo abandonadas pelas indústrias que estão migrando para fora das zonas urbanas centrais. Este fenômeno responde a diversos fatores, entre eles o custo do solo nestas áreas e a acessibilidade à grandes estruturas viárias fora do congestionamento urbano.

Em São Paulo, a partir de iniciativas do Município como o Concurso para o Bairro Novo, já estão em marcha processos de reconversão de usos e atividades em algumas zonas centrais da cidade. E no Rio de Janeiro, a área contígua ao porto da cidade está sendo alvo de estudos e projetos com o objetivo de recuperar a área para atividades urbanas. Em ambos casos, a indústria migrou da área urbana das capitais para as cidades da região metropolitana, quando não para outras regiões destes estados e até mesmo do país.

Em Porto Alegre, o fenômeno descrito ocorre da mesma forma. O 4º Distrito, historicamente a área industrial e bairro operário de Porto Alegre, vem sendo abandonado pelas indústrias que estão preferindo outros locais da região metropolitana seguindo o rumo norte até o pólo industrial de Caxias do Sul. Atualmente, o 4º Distrito apresenta-se como uma área estagnada economicamente. O interesse imobiliário e comercial é escasso e as dinâmicas sociais são decadentes, perceptíveis através do envelhecimento da população e da quantidade de imóveis disponíveis para locação e venda.

Porto Alegre possui hoje uma grande oferta de território disponível, e concentrado, para ações de reconversão urbana. Ciente desta oportunidade, em 1995 a Prefeitura Municipal, associada a Universidades e entidades empresariais e sindicais, formalizou uma parceria para desenvolver ações conjuntas e articuladas visando a promoção sócio-econômica da Região Metropolitana de Porto Alegre, com base na inovação e no desenvolvimento tecnológico. O programa, chamado Porto Alegre Tecnópole, define uma série de “ações conjuntas e articuladas visando promover a economia e a sociedade com base na inovação e na tecnologia” (2).

Entre as ações previstas, o programa identifica alguns parques tecnológicos, que são áreas com características e potenciais definidos pelas suas condições econômicas e espaciais, entre elas o Parque Tecnológico Urbano do 4º Distrito. Este parque prevê dinamizar um segmento estratégico para a economia, através da promoção e estímulo da dinâmica tecnológica e inovativa das empresas do complexo eletroeletrônico existentes na região, a partir de um conceito de parque tecnológico urbano aberto (3).

Os objetivos do programa para o 4º Distrito de Porto Alegre apresenta, neste sentido, semelhanças com o modelo de 22@BCN, visto que ambos propõe a substituição e conversão das áreas industriais em atividades industriais limpas, com atividades de produção não poluentes para a revitalização destas regiões degradadas.

Entretanto, o programa para o Parque Tecnológico Urbano do 4º Distrito não explicita o incentivo às atividades residenciais que serão necessárias para o bom desenvolvimento do programa. A atividade imobiliária será, naturalmente, potencializada pela reconversão da área industrial e pelos investimentos públicos e privados que serão realizados em infra-estrutura e na qualificação dos serviços, o que permite concluir que o 4º Distrito de Porto Alegre será uma área potencialmente atraente para os investimentos no setor imobiliário habitacional. Estes investimentos, se corretamente planejados, podem ser muito valiosos na reestruturação da área e na real qualificação do espaço urbano.

Exatamente este é o problema apresentado para o desenvolvimento do exercício proposto para a disciplina de Projeto de Edificações 2: o planejamento e delimitação de uma área que abrigue a concentração de novas edificações residenciais que servirão de apoio às atividades de reconversão previstas pelo programa para o 4º Distrito, além, logicamente, do projeto arquitetônico efetivo destas novas edificações.

2. Estrutura pedagógica do curso

O Projeto Pedagógico do Curso de Arquitetura e Urbanismo – PPC – do Centro Universitário Ritter dos Reis, define que o ensino de arquitetura e urbanismo caracteriza-se por implicar, necessariamente, uma produção do aluno e que tem na prática de projetos seu momento integrador. O lugar desta prática é o ATELIER, concebido não apenas como o espaço da sala de aula, mas como um ambiente de interação e produção de conhecimento que, idealmente, poderia confundir-se com a própria escola. O atelier assume assim o papel de lugar da formação do arquiteto e urbanista, o local de trabalho onde a produção arquitetônica, sempre laboriosa, encontra suas representações (4).

A disciplina de Projeto de Edificações 2 da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, encontra-se localizada no 5º semestre, 2º ciclo do curso. Esta é uma disciplina prática que enfatiza o processo de projeto, desenvolve-se no ambiente do atelier durante duas manhãs semanais, tendo carga horária curricular de 8 créditos com 144 horas semestrais.

O currículo da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do UniRitter está organizado em 10 semestres, sendo dividido em 3 ciclos de 3 semestres, correspondendo o último e 10º semestre ao Trabalho Final de Graduação.

Os ciclos respondem à concepção estrutural explícita no PPC que divide o curso em três momentos de construção do conhecimento: sensibilização, instrumentação e consolidação.

No 1º ciclo (1º, 2º e 3º semestres) a ação pedagógica trata de desenvolver no estudante a capacidade de apreensão do OBJETO, estudando os artefatos arquitetônicos como paradigmas das noções de edifício e cidade, tomadas como fundamento histórico-crítico, técnico e artístico da repertorização.

No 2º ciclo (4º, 5º e 6º semestres) a ação pedagógica trata de desenvolver no estudante a capacidade de apreensão da OBRA com a construção do repertório de soluções exemplares como construção coletiva de categorias documentais e materiais, inter-relacionadas nas escalas do edifício e da cidade.  Neste momento do curso o repertório incorpora critérios de comparação, seleção e hierarquização das referências, configurando classes de objetos orientados para a exploração de possibilidades de ação sobre a realidade. Nas disciplinas dos semestres do segundo ciclo o repertório de soluções exemplares amplia-se ao associá-los em unidades mais abrangentes, com o caráter coletivo de obra.

No 3º ciclo (7º, 8º e 9º semestres) a ação pedagógica trata de desenvolver no estudante a apreensão do tipo tendo o repertório como coordenação de sistemas de referências arquitetônicas e urbanísticas, em suas múltiplas relações espaciais, programáticas, compositivas e tecnológicas. Sendo que neste momento a generalização do conhecimento encontra seu momento de formalização.

O Projeto 2 (identificado assim a partir de agora) tem como objetivos explícitos no Plano de Ensino da disciplina o reconhecimento e apropriação da área, através da análise e identificação dos elementos inerentes ao terreno e seu entorno (físicos/formais/culturais) e o entendimento do edifício respeito à sua inserção urbana para o desenvolvimento de projeto de pequena edificação com programa arquitetônico de média complexidade até o nível de anteprojeto com a demonstração pelo estudante da capacidade de compreensão e domínio de síntese arquitetônica, através do entendimento das relações entre programa, sítio e entorno, construção e estruturas formais, gerando significado urbano e arquitetônico através do domínio de linguagem arquitetônica.

A disciplina tem historicamente trabalhado com a temática da habitação coletiva tratando do projeto de um conjunto de pequenos edifícios com uma perspectiva de (trans)formação e re-construção da cidade.

3. O exercício. Aspectos conceituais: problematização

A Arquitetura é uma ação transformadora do espaço e sua prática tem por objetivo resolver, ou propor a solução, de um problema concreto. A ação projetual como instrumento de resolução de problemas concretos, desde uma edificação a uma cidade, deve ser trabalhada desde os anos iniciais da faculdade, permitindo aos estudantes a aproximação e o enfrentamento dos futuros desafios profissionais.

A identificação de um problema urbano e arquitetônico real e a apropriação e definição deste como exercício de projeto é, portanto, fundamental para o estudante compreender a prática projetual como um instrumento de transformação desta realidade, cabendo ao professor, segundo o PPC, “enfatizar na ação pedagógica o caráter científico destas proposições e enunciados que fundamentarão e orientarão o trabalho do aluno, focalizando e problematizando a experiência de ensino-aprendizagem”.

A vinculação com a realidade social e econômica da cidade, com suas questões urbanas e mercadológicas e com as reais oportunidades de intervenção arquitetônica foram investigadas pelos professores com o objetivo de construir um exercício de projeto que tivesse condição de desenvolver nos estudantes, além das capacidades de análise e elaboração projetual intrínsecas à atividade da disciplina, a consciência de estarem propondo a solução de um problema concreto da cidade, relacionando esta intervenção com a com a prática profissional futura.

Neste sentido, o exercício proposto aos estudantes, durante três semestres para as turmas de 2005/2, 2006/1 e 2006/2, teve como tema a recuperação de área degradada em antigo bairro industrial da cidade de Porto Alegre, tendo como base o programa de reconversão em questão – Porto Alegre Tecnópole Parque Tecnológico Urbano do 4º Distrito – que prevê a promoção de atividades produtivas não poluentes vinculadas ao setor eletroeletrônico, à pesquisa, ao ensino e às novas tecnologias.

Visto que este programa não menciona a densificação populacional e as intervenções para novas edificações residenciais, e partindo do princípio que elas naturalmente ocorrerão em função dos investimentos na transformação do bairro, o problema enfrentado pelos estudantes foi a proposta urbana e arquitetônica para a nova zona residencial do 4º Distrito.

4. O exercício. Aspectos físicos e sociais: análise

A construção do exercício iniciou com o estudo, por parte dos professores da disciplina, do programa Porto Alegre Tecnópole, com enfoque no Parque Tecnológico Urbano do 4º Distrito, que comprovou a viabilidade de implantação da tese elaborada na problematização e da pertinência do tema habitacional em complementação às atividades elencadas no programa.

A análise realizada pelos estudantes, após apresentação do problema e do tema pelos professores, centrou-se na definição das características físicas do 4º Distrito de Porto Alegre.

As conclusões das análises dos estudantes foram muito competentes. Identificaram que o 4º Distrito tem uma posição estratégica; possui grande acessibilidade e proximidade ao centro da cidade e a grandes equipamentos urbanos como o porto e o aeroporto; que a zona é atravessada por importantes vias estruturadoras da cidade que abrigam movimentados eixos de transporte coletivo para a zona norte e região metropolitana; que a topografia é plana; que faltam espaços abertos como praças e parques; que há problemas com alagamentos e com poluição aérea e sonora; notaram o envelhecimento da população residente e a fraca dinâmica urbana, tanto social como econômica, principalmente de atividades comerciais e de serviços relacionadas com a circulação de pedestres e com o passeio público.

Os estudantes identificaram duas zonas diferenciadas no 4º Distrito, virtualmente separadas pela Av. Farrapos. As características fundiárias, os tipos de usos e atividades, a escala das construções permitiram aos estudantes definirem que, à oeste da Av. Farrapos, está a metade fabril do bairro, com uma concentração maior de industrias, galpões, depósitos, e com terrenos com grandes dimensões. À leste da Av. Farrapos está a zona mais residencial que mantém muitas das características do bairro operário do começo do século passado, tanto em sua estrutura fundiária como em muitas construções remanescentes deste período.

Mas a conclusão fundamental foi a percepção de que a Av. São Pedro configura-se no eixo estruturador do bairro, visto que é transversal às grandes vias e que, historicamente, abriga as atividades comerciais de escala diária. Nesta avenida também há um importante pólo comercial especializado, principalmente na sua metade leste, vinculado ao ramo eletroeletrônico, dado este identificado e incorporado pelo programa do Parque Tecnológico.

Finalmente, os estudantes definiram que a promoção de habitação seria mais adequada ao longo da metade leste da Av. São Pedro, entre a Av. Farrapos e a Av. Benjamin Constant, reforçando o eixo estruturador do bairro em seu trecho já consagrado pela atividade residencial e comercial.

As intervenções dos estudantes foram realizadas com o objetivo de, prevendo a natural demanda, reforçar e consolidar a metade leste da Avenida São Pedro como o grande corredor residencial, comercial e de serviços do novo bairro, a partir de um planejamento global e da definição de padrões volumétricos e construtivos.

Isto foi possível graças à identificação de pequenos pavilhões industriais abandonados, terrenos baldios frutos da demolição de antigas casas e sobrados e alguns outros vazios que geraram oportunidades para a re-qualificação do espaço urbano e construído.

A identificação do patrimônio construído na Av. São Pedro, com importante presença de edificações do período art-decó, foi um condicionante imperativo para o exercício, que deveria buscar a coexistência deste passado com as novas edificações e a harmonia entre estas e o seu entorno.

A construção de uma quantidade grande de novas edificações sobre um tecido existente e com presença de patrimônio exigiu dos estudantes uma postura crítica para a nova geração de edifícios. As novas edificações propostas para estes vazios foram blocos residenciais, com apartamentos compactos de tipologia variada, com objetivo de densificar a área, proporcionando moradia para os novos trabalhadores e pesquisadores. Estas edificações deveriam proporcionar atividades comerciais de caráter público na base (térreo) com o objetivo de reforçar a relação com a rua e as dinâmicas urbanas.

5. O Exercício. Aspectos didáticos: ênfases e conteúdos

A disciplina dá continuidade e aprofunda os conhecimentos abordados nas disciplinas de Introdução à Arquitetura, Teoria e História da Arquitetura, Projeto de Edificação I e demais disciplinas afins, portanto, enfatiza o processo de projeto – aliado à construção de repertório arquitetônico referenciado em produções estabelecidas – desenvolvendo a reflexão, análise e síntese criativas na solução de questões de programa e contexto ou, noutros termos, desenvolvendo a capacidade de generalização. Em síntese, a ênfase da abordagem ao longo do semestre é a COMPOSIÇÃO e LINGUAGEM enquanto resposta a todo um conjunto de variáveis condicionantes que permeiam o processo de projeto.

A disciplina tem como objetivos, proporcionar ao aluno conhecimentos para o desenvolvimento criativo na abordagem de problemas arquitetônicos, através da discussão dos aspectos formais, funcionais e metodológicos da concepção e construção do espaço, bem como, desenvolver a capacidade de compreensão e domínio de síntese arquitetônica, através do entendimento das relações entre programa, sítio e entorno, construção e aporte de estruturas formais (5) – relações essas que devem conduzir a uma composição apropriada.

Exercitar o processo de projeto através de um trabalho que propicie sempre uma conceituação clara em local com significado urbano e arquitetônico, a partir do reconhecimento de oportunidades e problemas reais capazes de serem disparadores da ação crítica e propositiva do aluno. Exercitar a tradução formal de conceitos através do domínio de linguagem arquitetônica entendida como “conjunto orgânico internamente consistente, de elementos, esquemas e princípios de composição”. Exercitar as questões técnicas e construtivas. Abordar o projeto de uma edificação coletiva e seus envolvimentos urbanos, dentro de uma abordagem primeiramente em grupos, onde são analisadas e compreendidas as questões gerais do projeto (localização, orientação solar, ventos, sistema viário, adjacências, relações de espaços abertos x fechados e públicos x privados, entre outras), onde são definidas as diretrizes do problema, para somente então, focar nas operações funcionais, compositivas e técnicas da resolução do edifício.

Dar continuidade no processo de formação de repertório através de estudos de caso – vinculados a um determinado ‘campo estilístico’ que, após processo sensitivo e de interpretação empreendido pelo aluno e orientado pelos professores, culmina numa recriação das linguagens estudadas.

Reconhecer e exercitar, no vasto alfabeto gráfico disponível, a correta expressão gráfica das propostas arquitetônicas, primeiramente, a partir da demonstração da gênese da idéia e da evolução da proposta através de croquis (6) e diagramas, para então, transitar pelo rigor dos fundamentos do desenho arquitetônico, dando fechamento à seqüência de disciplinas de Desenho (7). Exercitar através do trabalho com maquetes a compreensão e manipulação da escala e topografia do sítio e do entorno – pensado, sobretudo, na sua dimensão morfológica –, bem como, a partir da investigação compositiva da edificação (elementos de composição e de arquitetura).

5.1. Urbanismo: Arquitetura construindo a cidade

O tema que caracterizou o exercício da disciplina tratou do projeto de um conjunto de pequenos edifícios de habitação coletiva que deveriam “atuar em concerto” respeito ao sítio urbano e também numa perspectiva de (trans)formação e re-construção da cidade. O aluno, responsável pelo projeto de cada edifício, deve atentar, além das implicações urbanas, para a resolução dos espaços edificados, bem como, a relação destes com os espaços abertos privados e públicos.

Para tanto, o local com significado arquitetônico, deve permitir o reconhecimento de situações nesse setor urbano que sejam problematizadas, informando e catalisando os conceitos de projeto, tanto nos seus aspectos especificamente arquitetônicos, como nos sociais, econômicos e culturais.

Busca-se, com isto, colocar o aluno diante da possibilidade do reconhecimento de complexidades variadas geradas pela diversidade dos terrenos no que tange sua forma, dimensões, orientações solares, relações com as adjacências naturais e edificadas, entre outros aspectos importantes.

Outro fator importante a ser destacado, diz respeito as relações de contexto geométrico, exercitadas pelo aluno, não só com as edificações adjacentes existentes, como, com as novas edificações propostas pelos colegas, num exercício dinâmico de interação com a cidade constituída e com a cidade em construção

5.2. Habitabilidade: buscar o norte

A análise inicial do tecido onde foram implantadas as novas edificações foi elaborada a partir de duas óticas distintas e complementares.

Uma delas é a ótica da escala urbana, onde as diretrizes iniciais do projeto foram definidas pelos grupos de trabalho (alturas das edificações, recuos, afastamentos laterais, etc.) que partiram do reconhecimento da volumetria das edificações e espaços vazios adjacentes, propondo então um gabarito volumétrico imaginário ou modelo ideológico tridimensional, síntese de uma futura proposta para uma NOVA GERAÇÃO de edifícios.

A outra diz respeito as questões de micro clima e impacto ambiental, dentro de uma visão de habitabilidade urbana, onde estes volumes imaginários, resultantes da definição das diretrizes básicas de ocupação, alturas e índices construtivos dos terrenos, são testados a partir da simulação no Laboratório de Conforto (solarscópio) do comportamento climático e dos impactos gerados por esta proposta em gestação.

Orientação solar, direção dos ventos (dominantes e resultantes das edificações existentes), edificações e vegetação existentes no entorno imediato, entre outros fatores, são considerados como condicionantes de projeto sendo, portanto, determinantes na busca da melhor solução formal a ser adotada e, por conseqüência disto, atuam como balizadores para as decisões que foram tomadas pelo aluno ao longo do desenvolvimento do seu projeto.

Como o tema da disciplina trata da habitação coletiva, busca-se sempre instigar o aluno a trabalhar uma solução funcional, formal, simbólica e técnica, que considere as condições plenas de conforto dos seus usuários. Para tal, o zoneamento funcional preliminar das plantas de cada edificação, considera as relações entre o tempo de permanência dos usuários nos compartimentos e a orientação solar mais adequada para cada função específica do programa.

5.3. Plano Diretor: O possível e o desejável

Não sendo objetivo de formação da disciplina a aplicação rigorosa dos aspectos legais preconizados pelo Plano Diretor em vigor, partimos de um conjunto de diretrizes determinadas pela disciplina, como condicionantes e pelos estudantes, como desafios a serem alcançados. Um dos condicionantes gerados pela disciplina foi a altura das edificações, que poderiam variar entre 6 a 8 pavimentos (18m a 25m) como máximos. Com isto, foi possível reconhecer, diante da aplicação direta dos índices do regime urbanístico, o potencial de construção para a área que estamos trabalhando e, por conseqüência disto, questionar as diretrizes e o modelo ideológico de cidade preconizada pelo Plano Diretor vigente.

5.4. Estrutura: sistemas, modulação, construção

Conceber uma obra significa necessariamente conceber uma intenção construtiva. Esta intenção pressupõe um sistema estrutural e um conjunto de materiais e técnicas que a caracteriza. Assim, a boa concepção arquitetônica e estrutural nascem juntas no momento do projeto. Esta afirmação, embora óbvia, trata de um aspecto nem sempre compreendido pelos estudantes, que com freqüência, desvinculam a solução estrutural do processo inventivo do projeto como se aquela pudesse ser concebida após a criação e relegada a um segundo plano.

A disciplina não vincula pedagogicamente o exercício a um sistema construtivo específico, permitindo ao aluno a escolha mais adequada relacionada aos aspectos formais e conceituais do seu trabalho. Uma vez definido o sistema estrutural a ser utilizado, vamos testando as soluções estruturais, bem como, buscando a compatibilização adequada ao sistema espacial utilizado. Para tal, a maquete física de vetorização de cargas torna-se fundamental. Sendo expressa em escala 1/200, e com materiais que simulam a realidade dos materiais, pode o aluno, reconhecer a partir da visualização da tridimensão, os elementos básicos que caracterizam o sistema estrutural adotado, tais como, lajes, vigas e pilares, bem como seu funcionamento.

A perfeita compatibilização entre sistema estrutural e sistema espacial, torna-se mais simplificada quando testada e analisada instantaneamente a partir da maquete física, numa abordagem tridimensional, ao invés da sobreposição sucessiva das plantas baixas. Isto se dá, diante do reconhecimento da falta de algumas habilidades, por parte do aluno do segundo ciclo, entre as quais, a dificuldade de articulação e compatibilização plena das várias interferências geradas pelos projetos complementares e a frágil capacidade de leitura espacial, ainda em desenvolvimento neste estágio do curso.

Neste sentido, a visualização instantânea dos problemas, numa abordagem modelar em 3 dimensões, tem se mostrado um instrumento muito eficiente na determinação das soluções estruturais do projeto e como elemento potencializador e qualificador da proposta.

5.5 Instalações e serviços: água, energia, gás, lixo, espaços complementares

Também, em paralelo aos aspectos estruturais (materiais e sistemas construtivos) buscamos oportunizar ao aluno, o reconhecimento do conjunto de sistemas elementares envolvidos na construção de edificações deste porte, quais sejam: instalações hidrossanitárias, dimensionamento dos reservatórios, dutos de subidas e descidas de canalizações, instalações elétricas e telefônicas, sistema de alimentação de gás, dimensionamento de estacionamentos em subsolo, depósitos, acondicionamento do lixo e outros tantos espaços complementares.

Fazemos isto de duas maneiras, primeiramente, em visitas a edificações (em obras ou em estágio de conclusão) cujo porte se assemelhe ao que estamos trabalhando naquele semestre, objetivando visitar as entranhas das edificações e oportunizando que o aluno tenha, pelo contato direto, uma noção de grandeza sobre a realidade espacial e dimensional destes espaços e sua interferência com a arquitetura, assim como, através da aplicação direta destes elementos adequadamente dimensionados no desenvolvimento do seu projeto.

5.6. Representação e Apresentação: desenho técnico e maquete

A utilização adequada do desenho é fator de vital importância e enfoque da disciplina. Parte-se do princípio que o desenho está diretamente relacionado com a sua utilização, isto é, a cada necessidade de expressão e comunicação, um tipo de desenho. Desde o croquis (8) rápido, que objetiva ser o diálogo do arquiteto com o programa para, a partir disto, registrar as primeiras manifestações de imagens resultantes do equacionamento de condicionantes arquitetônicos, até o total domínio dos fundamentos do desenho técnico de arquitetura, isto é, o desenho como informação codificada, com sua finalidade específica de servir como um instrumento de comunicação entre profissionais, técnicos e construtores dentro do canteiro de obras.

O estudante deve desenvolver um alfabeto gráfico específico para os objetivos de formação da disciplina (partido geral, estudo preliminar e anteprojeto) para a representação das idéias arquitetônicas produzidas durante o semestre. Para cumprir com este propósito trabalhou-se o tema desenho (9) não como um instrumento de representação, puro e simples, das idéias do projeto já consolidadas, mas também, como uma ferramenta indispensável na formulação, investigação, desenvolvimento, amadurecimento e teste das idéias em produção.

O desenho está diretamente relacionado com a sua utilização e, a partir disto, convidamos o aluno a viajar por este leque de tipos e linguagens gráficas, com o objetivo de desenvolver um vocabulário gráfico próprio para o que esta disciplina se propõe alcançar, ou seja, buscamos um alfabeto gráfico que comunique o projeto com idéias, intenções e imagens em arquitetura.

A arquitetura se manifesta, na íntegra para interlocução, a partir de sua imagem tridimensional. Então, a representação destes volumes e conjunto de espaços é desenvolvida, a partir de um vocabulário gráfico e formal que expresse os elementos de arquitetura (10) e composição (11) do espaço imaginado e projetado. Para isto utilizamos, além do croquis, a maquete expedita de investigação (12) como instrumento indispensável na prática projetual, tanto para construção da idéia geral, quanto para aferição da solução das partes do projeto (maquete estrutural, maquetes em cortes, maquetes de detalhes, entre outras).

6. O exercício: aspectos metodológicos

A abordagem do tema “habitação coletiva” utilizada no atelier centra seus esforços a partir dos conteúdos concretos envolvidos na elaboração do projeto, tais como: definição do perfil do morador, inserção urbana, forma e linguagem, habitabilidade, dimensionamento das unidades, sistema estrutural, materiais de construção, instalações e serviços e linguagem gráfica.

A programação das atividades do semestre procurou valorizar o trabalho de atelier. Excluindo-se a etapa inicial de levantamentos e o lançamento do Partido Geral, todos os trabalhos foram desenvolvidos individualmente. O desenvolvimento dos trabalhos, em todos os seus estágios, foi regularmente acompanhado pelos professores da disciplina. Ainda assim, pretende a disciplina desenvolver no aluno, a capacidade de autogestão do seu processo de investigação, problematização e proposição diante dos desafios oportunizados, fortalecendo a qualidade e característica de AUTONOMIA, tão fundamental no exercício profissional.

As atividades desenvolvidas no atelier foram as seguintes:

  • aulas teóricas: conteúdos teóricos sobre o processo de projeto, composição e caráter, e crítica da arquitetura;
  • painéis de apresentação: apresentação oral dos trabalhos pelos estudantes com justificativas das propostas, discussão e crítica;

crítica indireta: crítica sobre o desenvolvimento dos trabalhos e condução do aprendizado dirigido ao grande grupo, em painel ou nas mesas de assessoramento coletivas;

orientações dirigidas: assuntos específicos apresentados e desenvolvidos pelos estudantes na biblioteca, laboratórios e no atelier;

orientações em grupo: problemáticas comuns e particulares presentes nos trabalhos individuais, tratadas em grupo ou caso a caso.

6.1. Etapas de desenvolvimento do exercício

A disciplina está organizada a partir de uma sucessão de etapas de projeto que aumentam em complexidade e profundidade gradativamente, sendo:

  • Levantamentos, análise e problematização: a) sítio e entorno, b) estudo de casos, c) referencial arquitetônico. Essa etapa é anterior e simultânea às etapas iniciais do projeto.
  • Sítio e entorno: reconhecimento e apropriação da área através de levantamento sensível visando a definição das características do terreno e do contexto urbano. O resultado da etapa é a maquete geral, representando o entorno aos terrenos (edificações existentes, vegetações, topografia e curvas de nível), elaborada na escala 1:200. O levantamento gráfico compreende: planimetria, elevações e cortes do terreno e seu entorno, edificações, vias, passeios, arrimos, etc.
  • Estudos de caso: estudo de tipologia abordada no semestre, através de análise qualitativa e quantitativa de edifícios de habitação coletiva existentes em Porto Alegre e em bibliografia. Através da informação útil, buscando estimular uma postura crítica quanto aos aspectos formais, técnicos e programáticos da produção arquitetônica local.
  • Referencial arquitetônico (campo estilístico): visa, através de pesquisa em livros, periódicos e publicações em geral, repertorizar o aluno no que concerne à compreensão da linguagem arquitetônica (em seu sentido abrangente), de forma a estruturar o desenvolvimento e a resolução da proposta.
  • Diretrizes e Lançamento: estabelecem as estratégias básicas de ocupação, elaborando regime urbanístico específico. Basicamente, implicam: a) um esquema distributivo para cada edifício que possa contemplar demandas funcionais, de conforto, etc., tanto do condomínio como da unidade e b) volumetria consistente com seus respectivos esquemas e coordenada com o conjunto de edifícios projetados e o contexto urbano (em transformação).
  • Partido Geral: desdobramento da conceituação geral do tema e entendimento das diversas variáveis condicionantes presentes no problema. O partido consiste na organização espacial do programa e dimensionamento aproximado dos espaços, elegendo determinados princípios compositivos (geometria e elementos de arquitetura, consistentes respeito à demanda técnico-construtiva), princípios que também abarcam os espaços abertos e eventual vegetação. Apresentação através de esquemas, croquis, plantas e cortes esquemáticos, mais maquete(s) de estudo na escala 1:200.
  • Estudo Preliminar: desenvolvimento do Partido Geral de modo a demonstrar com maior precisão e resolução, a “coerência interna” da forma arquitetônica, sempre entendida em todas as suas dimensões. Apresentação: elementos gráficos e maquete na escala 1:200.
  • Anteprojeto: desenvolvimento do Estudo Preliminar, viabilizando-o a nível formal, funcional e técnico-construtivo. A resolução implicada no anteprojeto deve estar expressa de forma clara, através de elementos gráficos (plantas, cortes e fachadas 1:100), e maquete na escala 1:200.

6.2. Interdisciplinaridade

Segundo o PPC, o “projeto é, por definição, uma prática interdisciplinar”. O exercício desenvolvido tratou de integrar conteúdos e práticas em diversos momentos da atividade didática, e em diversas etapas do projeto, como uma aula sobre “configuração urbana”, caso específico da Av. São Pedro, com o professor Julio Celso Vargas, da área de Urbanismo; aula sobre “sistemas estruturais” e participação em oficina do professor André Kramer Souto da área de tecnologia; e oficinas nos Laboratórios de Conforto e de Tecnologia.

7. Conclusão

O resultado alcançado pelos trabalhos acadêmicos durante os 3 semestres do exercício foi muito positivo, visto que foi possível comprovar a tese inicial da disciplina: o enorme potencial (didático e projetual) que o ato de propor novas edificações, em um tecido consolidado (construído), oferece como processo de revitalização urbana respeitando, preservando e valorizando as pré-existências.

Também, e, em conseqüência disto, reafirmar a importância da requalificação dos espaços públicos (passeios, espaços abertos, praças, etc.) evidenciando seu predomínio sobre os espaços privados, assim como, a noção de cidade (como foco principal de estudo e intervenção por parte do arquiteto) enquanto organismo vivo e dinâmico, em continuada evolução e, principalmente, como o palco dos acontecimentos da vida das pessoas. O projeto do edifício, enquanto unidade recorrente de formulação do grão deixa de ser o elemento mais importante do conjunto, para dar espaço e valor ao redesenho dos espaços coletivos da paisagem da cidade.

A experiência destes 3 semestres aportou, de maneira organizada, uma série de avanços deixando o exercício mais complexo e desafiador e qualificando os seus resultados. Acreditamos que este fato deve-se, em grande parte, à elaboração da problematização e à aproximação com a realidade urbana - construir no construído com postura crítica e contemporânea.

Neste exercício a rearquitetura não foi tratada como intervenção sobre o edifício existente, dotado de características arquitetônicas ou históricas que o distingam como patrimônio construído, e que, por razões diversas, necessitem de intervenção arquitetônica para requalificar ou ampliar as suas características físicas.

O exercício enfrentou o tema da reaquitetura com uma abordagem urbana. O que foi experimentado pelos estudantes foi uma espécie de rearquitetura urbana, ou seja, uma intervenção sobre um tecido existente e dotado, este sim, de um conjunto de edificações com qualidades patrimoniais, que foram potencializadas pelo novo conjunto proposto.

Não se propôs, portanto, a substituição tipológica, mas sim a complementação de um tecido descontínuo e a potencialização e valorização de um patrimônio construído através da inserção de uma nova tipologia (envelope) que, diferenciada da existente, passou a dialogar de maneira harmônica com esta.

A Av. São Pedro, eixo estruturador do Parque Tecnológico Urbano do 4º Distrito, já conta agora com um novo pólo residencial com condições de complementar as atividades industriais limpas em implantação pelo programa Porto Alegre Tecnópole. Sendo assim, acreditamos que este exercício respondeu a problemáticas da cidade de Porto Alegre, da Tecnópole do 4º Distrito, e que a divulgação da experiência do P2 pode trazer elementos interessantes para alimentar e ampliar esta discussão.

notas

1
22@: AJUNTAMENT DE BARCELONA. 22@. El districte de la inovacció. Disponível em: www.22barcelona.com. Acesso em 13 de agosto de 2007.acesso em 13 de agosto de 2007.

2
HAUSER, Ghissia; SILVA, Edson; VERLE, João. Porto Alegre Tecnópole. Disponível em: www.tecnopole.palegre.com.br. Acesso em 13 de agosto de 2007.

3
Idem, ibidem.

4
Projeto Pedagógico do Curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Ritter dos Reis. Coordenação do Curso, 2006.

5
Uma estrutura formal pressupõe um princípio ordenador segundo o qual uma série de elementos, governados por relações precisas, adquire uma determinada estrutura.

6
Entende-se por croquis o desenho de criação, teste, experimentação e elaboração de uma idéia. É o desenho gestual, livre de regras, sem comprometimento com a precisão e sim com a proporção. É o desenho que o arquiteto utiliza como instrumento de diálogo constante consigo mesmo, durante o desenvolvimento do projeto.

7
Desenho 1 (fundamentos do desenho livre), desenho 2 (utilização do croquis como instrumento de leitura e representação das coisas que nos cercam – objetos e paisagem), desenho 3 (fundamentos do desenho de arquitetura e detalhamento) e desenho instrumental (mix entre as técnicas convencionais e digitais de representação gráfica).

8
Entende-se por croquis, o desenho de criação, isto é, o desenho utilizado pelo arquiteto durante a atividade projetual. É o desenho mais livre e solto, absorto de regras e técnicas rígidas de construção, sem comprometimento com a precisão, mas comprometido com a proporção. É o desenho de concepção e linguagem, utilizado no diálogo constante entre o arquiteto e os elementos do programa.

9
Etimologicamente, a palavra desenho, deriva de desígnio, que tem por tradução, intenção. Alguns teóricos dividem o desenho em dois grandes grupos: o desenho como linguagem e o desenho como instrumento. Esta divisão leva em consideração a interpretação do significado de cada corrente, a medida que, na língua portuguesa esta palavra tem dois sentidos distintos e complementares. O desenho enquanto linguagem é desígnio, é intenção, é comunicação, é construção da imagem, é a concepção, em síntese, é o projeto (disegño). Já o desenho enquanto instrumento, é técnica, é instrumento de representação, em síntese, é a representação da imagem já concebida (dibujo).

10
Elementos de arquitetura: elementos técnico-construtivos, materiais de construção e sistemas construtivos (paredes, pisos, tetos, colunas, pilares, forros, peitoris, elementos da estrutura, brises solares, elementos virtuais, etc.).

11
Elementos de composição: conjunto de espaços e volumes organizados a partir de regra geométrica reconhecível (salas, espaços, salões, circulações, ambientes, compartimentos, etc.).

12
A maquete é aqui introduzida, numa tentativa de criar a prática pela utilização do modelo tridimensional reduzido como um instrumento didático fundamental nos estudos das hipóteses e desenvolvimento do projeto e, não somente, como um instrumento de apresentação final da solução arquitetônica adotada.

bibliografia (artigo e disciplina)

A+U Architecture and Urbanism. International Builing Exhibition. Berlin, maio 1987.

ARCHILAB: radical experiments in global architecture. Londres: Thames e Hudson, 2001.

CERVER, Francisco Asensio. The architecture of multiresidencial buildings. Nova Iorque: HBI, 1997.

COLQUHOUN, Alan. Modernity and the classical tradition: architectural essays 1980-1987. Cambridge: MIT, 1989. 267 p.

COMAS, Carlos Eduardo Dias. Projeto arquitetônico: disciplina em crise, disciplina em renovação. São Paulo: Projeto, 1986.

CORONA MARTÍNEZ, Alfonso . Ensayo sobre el proyecto. Buenos Aires: Librería Técnica, 1991.

CORREA, Charles. Housing and urbanisation. London: Thames and Hudson, 2000.

FAU UniRitter. Projeto pedagógico do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Ritter dos Reis.

FRAMPTON, Kenneth. Historia critica da arquitetura moderna. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

GAUSA, Manuel et al. Diccionario metápolis de arquitectura avanzada. Barcelona: Actar, 2004. 624 p.

GRAEFF, Edgar. O edifício. Cadernos Brasileiros de Arquitetura. Sao Paulo: Projeto, n.7, NOV/79.

GUALLART, Vicente. Sociopolis: proyecto para un hábitat solidario. Barcelona: Actar, 2004.

KOOLHAAS, Rem et al. Mutaciones. Barcelona: Actar, 2000. 720 p.

LAMAS, Jose M. Ressano Garcia. Morfologia urbana e desenho da cidade. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000.

MAHFUZ, Edson da Cunha. Ensaio sobre a razão compositiva: uma investigação sobre a natureza das relações entre as partes e o todo na composição arquitetônica. Viçosa, MG: UFV, 1995.

MINDLIN, Henrique. Modern architecture in Brazil. Rio de Janeiro: Colibris, 1956.

MONTANER, Josep Maria. Despues del movimiento moderno: arquitectura de la segunda mitad del siglo XX. Barcelona: Gustavo Gili, 1993.

MOSTAEDI, Arian. Apartment buildings. Barcelona: Instituto Monsa de Ediciones, 1999.

OLIVEIRA, Euclides; CARVALHO, Carolina de; FURLAN Dante. Concurso Bairro Novo. Disponível em: www.vitruvius.com.br/institucional/inst92/inst92_01.asp. Acesso em 13 de agosto de 2007.

PANERAI, Philippe R. Formas urbanas: de la manzana al bloque. Barcelona: Gustavo Gili, 1986.

Plano de ensino da disciplina de projeto de edificações 2. Porto Alegre, Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Ritter dos Reis, 2005.

Concurso Bairro Novo. São Paulo, Portal Vitruvius. Disponível em: www.vitruvius.com.br/institucional/inst92/inst92.asp. Acesso em 13 de agosto de 2007.

PORTO ALEGRE. Prefeitura Municipal. SPM. Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental - PDDUA. Lei comentada. Porto Alegre: PMPA, 2000.

QUARONI, Ludovico. Proyectar un edificio: ocho lecciones de arquitectura. Madrid: Xarait, 1987.

ROWE, Colin. Manierismo y arquitectura moderna y otros ensayos. Coleção Arquitectura y Critica. Barcelona: Gustavo Gili, 1978.

ROWE, Colin; KOETTER, Fred. Ciudad collage. Coleção Arquitectura y Critica. Barcelona: Gustavo Gili, 1981.

SENNET, Richard. Carne e pedra: o corpo e a cidade na civilização ocidental. Rio de Janeiro: Record, 1997.

SHERWOOD, Roger. Vivienda: prototipos del movimiento moderno. Barcelona: Gustavo Gili.

SILVA, Daicon Maciel da; SOUTO, Andre Kraemer. Estruturas: uma abordagem arquitetônica. Porto Alegre: Sagra, 1997.

The London Docklands Development Corporation 1981-1998. Disponível em: http://www.lddc-history.org.uk  acesso em 13 de agosto de 2007.

XAVIER, Alberto; MIZOGUCHI, Ivan. Arquitetura moderna em Porto Alegre. São Paulo: Pini, 1987

ZENGHELIS, Elia. “IBA social housing competition”. In: BALFOUR, Alan (Edit.). World Cities Berlin. London: Academy Editions, 1995.

sobre os autores

Paulo Ricardo Bregatto, arquiteto e urbanista (1988/Ulbra), especialista em planejamento urbano e habitacional (1989/Ulbra), mestre em arquitetura (1996/PROPAR/UFRGS), professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Ritter dos Reis, professor adjunto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Ulbra e professor assistente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da PucRS.

Tiago Holzmann da Silva, arquiteto e urbanista (1993/Ufrgs), mestre em arquitetura (1996/ETSAB/UPC), mestrando em arquitetura (PROPAR/UFRGS), professor titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Ritter dos Reis.

comments

101.03
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

101

101.00

Arquitetura contemporânea no Brasil: da crise dos anos setenta ao presente promissor

Luís Henrique Haas Luccas

101.01

Projetos singulares de Lina Bo Bardi

O Oficina e o SESC da Pompéia

Evelyn Furquim Werneck Lima

101.02

Os rastros da ausência: o projeto de Lina Bo Bardi para a Cooperativa de Camurupim

Ana Carolina Bierrenbach

101.04

O decálogo da arquitetura seca

Mauro Defferrari

101.05

O ensino do projeto nos cursos de arquitetura

Cláudio Silveira Amaral

101.06

A construção da civilidade:

urbanismo, arquitetura e loucura na Porto Alegre de fins do século XIX e início do XX

Luis Artur Costa and Tânia Mara Galli Fonseca

101.07

Horizontes intercambiantes ou a idéia de jogo como redenção

José dos Santos Cabral Filho

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided