1. Introdução: Sartre e as narrativas de viagem
O filósofo francês Jean-Paul Sartre era um contumaz viajante, e desde a sua primeira viagem internacional, realizada em 1932 a Espanha, jamais cessou de fazer as malas e de partir para o estrangeiro. Japão, Egito, Israel, União Soviética (ele conheceu praticamente todas as repúblicas soviéticas), Brasil e Cuba foram alguns dos seus destinos que, na época, poderiam ser considerados “exóticos” para um europeu, e, este título, julgados atrativos o suficiente para despertar a cobiça de um viajante. No entanto, no início do ano de 1945, com a França recém liberada do jugo nazista, um destino em especial motivou-o com um insuspeito entusiasmo: os Estados Unidos da América. Convidado por Albert Camus, que, na época, era secretário de redação do jornal Le Combat (1), para desempenhar a função de correspondente deste jornal em solo norte-americano, o filósofo francês sequer hesitou, e junto com mais sete jornalistas franceses partiu em um avião militar (2). Mas, neste caso, não se tratava de um exercício profissional de jornalismo tout court, uma vez que Sartre havia sido convidado com um fim mais preciso, documentar o esforço de guerra norte-americano e comunicá-los ao público francês; neste sentido, tratava-se de um ato de propaganda política a serviço do Estado Maior daquele país.
Nesta viagem, que durou cerca de três meses, o filósofo francês escreveu trinta e duas reportagens, tanto para o já citado Le Combat quanto para o jornal Le Figaro. E quais teriam sido os temas abordados nestes artigos? Ora, poder-se-ia dizer, sem o risco de cometer um exagero, que quase tudo visto e experimentado pelo nosso autor tornou-se escritura: cidades provisórias construídas em torno de gigantescos empreendimentos econômicos, fábricas, barragens, os arranha-céus de Manhattam, os abatedouros de Chicago, as casas de madeiras, as ruas retilíneas destas cidades surpreendente novas, Hollywood, o tédio da sociedade norte-americana... Mas não é nossa intenção fazer uma lista exaustiva destes temas, no momento é suficiente salientar a grande diversidade de temas tratados por Sartre (3).
Destas trinta e duas reportagens, seis foram fundidas, remanejas e republicadas na forma de dois ensaios, na coletânea Situations III, no ano de 1949, com os títulos de Villes d’Amérique e Conformisme et Individualisme aux Étas-unis (4). Todas as outras reportagens escritas em solo norte-americano, contudo, foram abandonadas e paulatinamente caíram no esquecimento, fato que, face à gigantesca obra de Sartre, não chega a causar espécie. Estas supracitadas narrativas podem ser compreendidas desde a rubrica “narrativas de viagem”, termo pelo qual se subsume uma rica tradição literária responsável por narrar, justamente, as aventuras e os percalços dos viajantes. Fazem parte deste gênero literário, entre outros textos, A descrição do mundo, escrito por Marco Pólo, assim como A conquista do México, de Hernán Cortés, e a Descoberta da América, de Cristóvão Colombo, todos pertencentes ao início da Era Moderna; assim como escritos da Antiguidade, como o texto de Piteias, Sobre o oceano, do século IV a.C, e Descrição da Grécia, do igualmente grego Pausânias, obra escrita no século II a.C. (5). O que este conjunto aparentemente heteróclito de textos tem em comum é o fato de que todos narram uma viagem e descrevem o que foi visto e experimentado.
Neste sentido, como todo gênero literário, as narrativas de viagem partilham alguns topoi, como o encontro com a alteridade, o exotismo, o estereótipo e o dépaysement, isto é, o sentimento de desorientação e de nostalgia que o viajante afirma experimentar quando está em solo estrangeiro. O tema deste artigo, todavia, não é a narrativa de viagem e as suas fórmulas literárias, pretendemos abordar uma questão um pouco mais precisa, a saber, as duas viagens realizadas por Sartre aos Estados Unidos da América e como a sua relação com este destino, por assim dizer, mítico – a “América”, o país das grandes distâncias, da civilização do progresso e do desenvolvimento industrial, a sociedade sem entraves nem barreiras –, e como tal relação está documentado nos seus textos viáticos. Ora, veremos que o entusiasmo que ele demonstrou em relação à viagem e ao próprio país de destino mudaria radicalmente já no ano de 1948, quando o filósofo francês já não apresentava o quase incontido entusiasmo pela “América”, que lhe levou mesmo a afirmar, em uma entrevista concedida em 1974: “Pouco me importava o esforço de guerra. O que eu queria ver era a América” (6). Mas esta “América” sonhada e idealizada não apenas por Sartre, mas por muitos intelectuais europeus de várias gerações – Aléxis de Tocqueville, Renée de Chatreaubriand, Duhamel, Céline, apenas para uns poucos nomes – teria a sua imagem radicalmente alterada.
Assim, teremos a oportunidade, neste artigo, de abordar alguns temas ligados ao fato de que, se a partir de 1948 Sartre continuou a viajar – e não pouco –, estas mesmas viagens não produziram nenhuma narrativa que possa a ser compreendida, ao menos sem certas ambiguidades, como narrativa de viagem. Assim, a transformação sofrida por Sartre, que oscilou do entusiasmo pouco contido das suas viagens aos Estados Unidos da América até o franco repúdio que encontramos em alguns textos produzidos nos anos de 1948 e 1951, é a questão que aqui será investigada. E para tal tarefa utilizaremos, em nossa discussão, o texto La reine Albermale ou le dernier touriste e, igualmente, o livro O que é a literatura?, textos nos quais esta aludida transformação de pontos de vista e de perspectivas estão claramente documentadas.
2. Sartre e o pessimismo das viagens
Em um subcapítulo do livro publicado postumamente La reine Albermale ou le dernier touriste Sartre narra a seguinte cena vivida pela sua personagem, o turista anônimo que erra pelas ruas das cidades italianas: “Romanos param na praça, eles olham; eu olho os romanos olharem-nos. (Isto não acaba aqui, Eu tenho certeza que alguém me espia)” (7). Trata-se da narração da cena do encontro dos romanos com alguns marinheiros norte-americanos na praça do Panteão, e sobre a impossibilidade destes últimos em compreender a cultura clássica italiana, desambientados e depaysés entre as ruínas romanas. Mas, como bem escreveu o nosso autor, “isto não acaba aqui”, posto que a sua personagem, turista entre outros tantos turistas, também era um depaysé, e, nesta condição, poderia ser objeto de curiosidade dos locais. Mas, além dos romanos e de outros turistas, quem poderia estar espiando a personagem? Talvez Baudelaire tenha a resposta: “Hipócrita leitor, – meu semelhante, – meu irmão!” (8). Isto é, se a suspeita da personagem procede, e se fato alguém a espia, este poderia muito bem ser o “cúmplice” do autor, o leitor. Aqui, trata-se de uma sutil piscadela de olhos do autor para o leitor, como se dissesse, em uma paródia a Mallarmé: “As viagens foram feitas para terminar em um livro.”
Pode-se considerar, sob este prisma, que há uma espécie de mise en abyme nesta narrativa: os turistas norte-americanos são observados pelos romanos, que, por sua vez, são observados por um turista francês, cuja narrativa é lida por um leitor brasileiro. Aludamos à pintura de Velásquez, As meninas, cujo tema parece ser o pintor a representar o casal real, que aparece refletido em um espelho colocado atrás do artista, mas o tema pode ser, igualmente, as infantes ao seu lado. Mas “isto não acaba aqui”, e o tema pode ser ainda, o próprio ato da pintura: uma meta-pintura, então.
Sartre serve-se deste procedimento artístico, parece-nos, para estabelecer uma pequena e arguta reflexão sobre o caráter das viagens: simultaneamente o deslocamento no espaço e a narrativa deste deslocamento. Há alguns elementos que nos autorizariam tal reflexão, como a diversidade cultural que acompanha os locais de interesse turístico, a explícita menção àqueles que, necessariamente, devem viajar, como os marinheiros, e ainda neste caso, as guerras que são um fator de disseminação cultural – ora, o próprio Sartre tornou-se conhecido pelos intelectuais norte-americanos quando estes estavam em solo europeu combatendo os nazistas (9). Por outro lado, neste livro de caráter tão pessimista, esta diversidade cultural não leva à comunicação, mas justamente ao seu oposto: a impossibilidade de toda comunicação entre les uns et les autres. Se é verdade que, para Sartre, é “pelo ser que o nada vem ao mundo”, não é menos verdade que é pelo outro que o inferno faz-se na terra (10).
Neste sentido não apenas os marinheiros norte-americanos estavam desambientados, mas os romanos diante deles e a própria personagem. No livro O que é a literatura? (11), publicado, pela primeira vez, em 1948, Sartre, contumaz viajante, já parecia estar despido da “ilusão de ter vencido a distância” (12): “Nas viagens também, pois o viajante é uma perpétua testemunha, que passa de uma sociedade a outra sem se deter jamais em nenhuma, e porque, consumidor estrangeiro numa coletividade laboriosa, ele é a própria imagem do parasitismo” (13). Certamente já se pode perceber nestas palavras certa inflexão marxista, mas o que nos interessa é que já não se pode perceber, no nosso autor, o entusiasmo que teria cercado as viagens aos Estados Unidos da América realizadas em 1945 e 1946. Na compreensão do nosso autor, O viajante seria um parasita que se nutre do trabalho alheio: do trabalho dos guias, dos gondoleiros, dos vendedores de souvenirs etc; e a lista é quase infindável. É uma mudança drástica no seu pensamento acerca das viagens; ora, em 1933, Sartre e Simone de Beauvoir não tiveram nenhum problema de consciência em aproveitar o desconto nas passagens ferroviárias na Itália concedido pelo regime fascista... Seria a equação marxista: menos valor, portanto, menos trabalho? A outra questão elencada pelo nosso autor já nos é familiar: o que se consegue apreender de uma cultura estrangeira, em tão poucas semanas? É a própria impotência do turista diante de uma realidade e de uma paisagem absolutamente inapreensíveis.
Como veremos, mesmos as narrativas de viagem já eram, por parte de Sartre, alvo de críticas contundentes: “No caso dos escritores-viajantes o ardil é manifesto: eles suprimem o exotismo porque sempre se é exótico em relação a alguém, e eles não querem sê-lo: destroem as tradições e a história para fugir a sua situação histórica” (14). O nosso autor, com esta frase, critica os livros escritos por autores surrealistas que são ambientados em lugares supostamente exóticos, mas que estes tudo igualam para fugir do topos viático, e para o nosso autor esta prática refletiria a própria uniformização mundial introduzida pelo modo de produção capitalista.
Sartre, naturalmente, apesar do seu repúdio manifesto e do seu pessimismo, jamais deixou de viajar, uma vez que para um ativista político de alcance e repercussão internacionais ficar permanente em seu país não é uma opção. O que, então, teria mudado, de 1945 a 1951? Não estaríamos longe da verdade se dissemos que a narrativa viática não era mais, para o nosso autor, um gênero praticável. Não se conhece nenhum texto de Sartre sobre as suas inúmeras viagens à União Soviética, por exemplo. O seu único texto neste período que pode ser compreendido como resultado das suas duas viagens aos Estados Unidos da América, U.S.A. Présentation, tem uma natureza bastante distinta das suas narrativas viáticas norte-americanas. Trata-se, neste caso, de uma espécie de “texto purgatório”, no qual o nosso autor faz o seu balanço final e acerto de contas com o país norte-americano. E a frase com a qual Sartre inicia o seu texto é emblemática: “Tudo já foi dito sobre os Estados Unidos” (15). Aliás, já no título este balanço final fica claro, posto que o nosso autor não u.s.a. mais o termo tão mítico, “América”, que se popularizou entre os franceses com o livro de Chateaubriand, Voyage en Amérique (16).
Este último texto, além de ter contribuído para fundar todo um mito, contribuiu, igualmente, para fundar uma espécie de metonímia invertida, na qual um termo que designa todo um continente passa a ser o nome de um único país neste mesmo continente. Neste sentido, o país do progresso, o país da civilização mecanicista, das grandes distâncias, da ausência de barreiras sociais, do modo de vida moderno e da democracia (17) havia se metamorfoseado, no pensamento político de Sartre, no país da opressão, da “negrofobia” (18), da “ditadura da opinião pública” e da doutrina do isolacionismo (19). Mas, por que teria ocorrido tal mudança no pensamento de Sartre, tanto em relação às viagens quanto em relação a sua escritura? Para responder a esta pergunta convoquemos em nosso texto o próprio autor: “Fruto de tormentos e perguntas, não podem ser gozo para o leitor, mas sim perguntas e tormentos. Quando nos é dado realizá-las bem, não serão literatura, mas obsessão. Não oferecerão o mundo ‘para ser visto’, mas para ser mudado” (20). De fato, segundo o nosso autor, já não era mais possível – após Ausschwitz, após Hiroshima e Nagasaki, após o muro de Berlim – escrever sobre um país, qualquer país, servindo-se dos topoi viáticos: o espanto, o exotismo, o estereótipo etc. Para Sartre já não era mais questão de escrever sobre mitos e repetir estereótipos – ou negá-los criando novos –, mas de mudar o mundo pela escritura e pela ação política.
3. Últimas considerações
Uma das grandes questões que envolvem as narrativas viáticas é o encontro com a alteridade que este tipo de literatura não penas permite, mas propicia e incita. No entanto, esta questão está muito longe de poder ser considerada pouco complexa, uma vez que é permeada por uma série de dificuldades, as quais podem ser sintetizadas por algumas questões: como ver o outro? Ou, ainda: do outro o que é possível ver? Estas questões, se em aparência parecem simples, são extremamente difíceis de serem respondidas.
Não é a toa que Sartre, ns suas relações com os Estados Unidos da América, oscilou do entusiasmo pouco contido em 1945 – e antes, quando a “América” não era sequer uma possibilidade de roteiro de viagem, mas apenas um mito – à ojeriza pela “negrofobia” da sua sociedade e pelas políticas do seu governo. Poder-se-ia dizer, neste sentido, que o Sartre viajante-escritor foi substituído, como imagem pública, pelo viajante-escritor-ativista político. Os “prismas deformantes” (21) pelos quais Sartre filtrava e via o país norte-americano mudaram radicalmente, e o outro que este encarnava passou a ser de outra natureza... Ora, mesmo os topoi da literatura viática não poderiam mais ser usados para descrever um país cuja sociedade tolhia os direitos civis de uma considerável parte da sua população devido a sua origem étnica, ou, como se dizia na época, devido à “cor da pele”. Como teria sido possível, para um ativista político de esquerda transformar esta complexa situação histórica e social em um inofensivo estereótipo? Por exemplo, como lidar com o estereótipo uncle Tom, o “bom negro norte-americano”? (22)
O silêncio da escritura ao qual fizemos alusão no título deste artigo não indica, todavia, que se tratasse de um silêncio completo. Sartre, certamente, despediu-se para sempre do gênero viático, e mesmo da literatura de ficção, mas continuou um pensador e um ensaísta profícuo e brilhante, mas a direção do seu pensamento mudou: não cabia mais à literatura pensar e descrever o outro – quer seja ou não “infernal” – mas mudá-lo pela ação da escritura.
notas
1
A este respeito ver: HARDRÉ, Jacques. “Camus dans la résistence”, In: The French Review, n. 06, v. 37, Maio de 1964.
2
A respeito desta viagem ver: 1) MATHY, Jean-Philippe. “‘L’Américanisme’ est-il un humanisme? Sartre aux États-Unis (1945-46)”, In: The French Review, n. 03, v. 62, fevereiro de 1989; 2) BEAUVOIR, Simone de. A força da Idade. Trad.: Sérgio Millet. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984; 3) COHEN-SOLAL, Annie. Sartre 1905-1980. Paris, Gallimard, 2005.
3
Uma lista completa destas reportagens pode ser encontrada em: CONTAT, Michel; RYBALKA, Michel. Les écrits de Sartre. Paris, Gallimard, 1970.
4
CONTAT, Michel; RYBALKA, Michel. Op. cit.
5
BELZGAOU, Virginie. Les récits de voyage. Paris, Gallimard, 2008.
6
Entrevista concedida a Simone de Beauvoir. BEAUVOIR, Simone. A cerimônia do adeus seguido de Entrevistas com Jean-Paul Sartre (Agosto-Setembro 1974). Trad.: Rita Braga. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1982, p. 325.
7
Tradução nossa do Francês para o Português. No original lê-se: “Des romains s’arrêtent sur la place, les regardent; je regarde les romains les regarder. (Ça ne s’arrête pas làs: je suis sûr qu’on m’épie)”. SARTRE, Jean-Paul. La reine Albermale ou le dernier touriste. Paris, Gallimard, 1991, p. 41.
8
Tradução nossa do Francês para o Português. No original lê-se: “Hypocrite lecteur – mon semblable – mon frère!”. BAUDELAIRE, Charles. Les fleurs du mal. Paris, Librerie Génétale Française, 1972, p. 07.
9
A este respeito ver: FULTON, Ann. Apostles of Sartre: existentialism in America, 1945-1963. Evanston, Northwestern University Press, 1999.
10
Estamos aludindo, certamente, à célebre sentença proferida pela personagem Garcin na peça teatral Huis clos: “O inferno são os outros”.
11
Livro dedicado a sua amante nova-iorquina Dolorès Vanetti.
12
Alusão a bela frase de Georges Perec sobre as viagens: “Espanto e decepção das viagens. Ilusão de ter vencido a distância, de ter apagado o tempo. Estar longe”. Para mais detalhes ver referências.
13
SARTRE, Jean-Paul. O que é a literatura?. Trad.: Carlos Felipe Moisés. São Paulo, Ática, 2004, p. 98, destaque do autor.
14
Idem, p. 145, destaque do autor.
15
Tradução nossa do Francês para o Português. No original lê-se: “Tout a été dit sur les Étas-Unis”. SARTRE, Jean-Paul. “U.S.A. Présentation”, In: Situation, III. Paris, Gallimard, 1992, p. 95.
16
Ver, a este respeito: BERNARDI, Robert. Le voyage au Canada français et en Amérique du Nord: exotisme et modernité dans la France de la seconde moitié du XIXe siècle. Tese de doutorado, Université de Montréal, 1999, p. 167.
17
Idem, p. 166.
18
Ver, a este respeito: SARTRE, Jean-Paul. O que é a literatura?. Op. cit., p. 210.
19
Ver, a este respeito: SARTRE, Jean-Paul. “U.S.A. Présentation”, Op. cit.
20
SARTRE, Jean-Paul. O que é a literatura?. Op. cit., p. 174.
21
Alusão à frase de Simone de Beauvoir: “Todos os romances americanos tinham ainda outro mérito: mostravam-nos a América. Esse país, só o víamos por assim dizer através de prismas deformantes, nada compreendíamos dele; mas com o jazz e as fitas de Hollywood, entrara em nossas vidas”. BEAUVOIR, Simone de. A força da Idade. Op. cit., p. 141.
22
O termo Uncle Tom tem uma origem literária, tendo sido popularizado devido o romance Uncle Tom’s Cabin, da norte americana Harriet Beecher Stowe.
referências
PERREC, Georges. Espèces d’espaces. Paris, Galillée, 2000.
SARTRE, Jean-Paul. Situations III. Paris, Gallimard, 1992.