1. Introdução
Este texto possui como objeto de estudo a análise de projetos arquitetônicos desenvolvidos para habitações no bairro de Montbau, localizado em Barcelona, que foi planejado por arquitetos catalães, no final dos anos 50. Até a contemporaneidade pode ser considerado pelos especialistas em urbanismo e em projetos arquitetônicos, como una das melhores intervenções na área, devido a sua qualidade projetual, plástica, formal, funcional e social. É resultado de investigação desenvolvida sobre habitação de interesse social em Barcelona, no período da modernidade arquitetônica (1950-1965), através de bolsa patrocinada pela Fundação Carolina, no programa de mobilidade de professores brasileiros em universidades espanholas.
E porque estudar sobre Montbau? Porque, segundo especialistas (1), o bairro é sem dúvida um dos melhores polígonos de Barcelona, talvez, o melhor, por sua qualidade de planificação e realização, e também por sua localização em um lugar de topografia interessante. Além disso, pode-se acrescentar a diversidade da variedade tipológica habitacional projetada para os edifícios, que desperta interesse, devido à quantidade de soluções propostas.
“Sin duda el experimento de Montbau es uno de los más interesantes- por no decir el más importante - de los que en España se han realizado con el doble fin de resolver el problema de la vivienda dentro de la ordenación urbana propia de época”. (2)
Justificando-se arquitetonicamente, pode acrescentar a diversidade da variedade tipológica habitacional projetada para os edifícios, que é impressionante devido à quantidade de soluções propostas muitas vezes para um mesmo edifício, como será visto neste texto. Desperta interesse também, as soluções construtivas empregadas na época, onde se observa o uso de materiais pré-fabricados que contribuíram para a entrega em tempo hábil dos blocos habitacionais.
Para realizar os estudos sobre Montbau, a pesquisa trabalhou com a metodologia do programa de doutorado em projetos arquitetônicos da linha “a forma moderna” da ETSAB/ UPC (Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona da Universidade Politécnica de Catalunha). Foi fundamental a busca por imagens dos materiais de projetos, como planos compostos por plantas, seções, fachadas, esboços, fotografias de época, pistas para que se possa compreenda melhor o processo projetual dos profissionais envolvidos com a proposta. As visitas ao local para um melhor conhecimento, também fizeram parte do processo de investigação, tendo sido repetidas por várias vezes, com a finalidade de se apreender melhor o objeto de estudo.
Para ter acesso às fontes primárias (planos, fotografias, documentos, memórias) foram visitados e trabalhados, o arquivo do “Patronato Municipal de l’Habitatge” de Barcelona, que possui um material rico e bem ordenado dos planos contratados pelo “Ayuntamiento” (Prefeitura), além do arquivo do COAC / Colégio dos Arquitetos de Catalunha para ter acesso aos projetos de edifícios contratados para o bairro por empresas privadas. As fontes secundárias, tais como livros, revistas foram coletadas na biblioteca da ETSAB/ UPC (Escola Técnica Superior de Arquitetura de Barcelona da Universidade Politécnica da Catalunha) e em páginas de internet que forneceram pistas para demais informações.
Outra importante fonte foi a exposição montada pelos alunos de La Salle, orientados pelo professor e arquiteto Josep Oliver, intitulada “Montbau. 1960-2010. De ciudad satélite a barrio de Barcelona.” A exposição esteve exposta no “ Colegio de Aparejadores de Barcelona” / CAATEEB. (3)
A produção de imagens atuais foi possível devido a três largas visitas de campo, podendo-se observar melhor a ordenação urbana, as propostas arquitetônicas, as relações existentes entre áreas verdes e edifícios, os diálogos entre distintos edifícios, além das relações sociais ali existentes.
As palavras chaves do texto tratam especificamente de conceitos de vivenda coletiva mínima, vivenda de interesse social, projetos modernos desenvolvidos em Montbau. Na investigação bibliográfica, que antecedeu a pesquisa em “campo”, se observou que ainda não existe um estudo específico voltado para os estudos das tipologias habitacionais em geral, e que são diversas.
O que existe são bons trabalhos urbanísticos como os desenvolvidos por Ferrer (4), que em sua tese doutoral, dirigida pelo professor Manuel de Sola-Morales, começou a estudar temas sobre a vivenda massiva e a formação de Barcelona metropolitana: os polígonos de vivendas em Barcelona 1950 – 1975, realizando posteriormente diversos trabalhos sobre o tema de polígonos na cidade.
Sagarra (5) juntamente com um grupo de outros autores realizaram uma importante obra bibliográfica que esclareceu o caso do Polígono de Montbau, ao estudá-lo, junto aos demais construídos em Barcelona. A obra que foi patrocinada pela prefeitura promoveu uma recopilação importante dos polígonos municipais, e dedica-se a expor a importância da proposta de Montbau no cenário regional.
Tena (6) apresentou recentemente sua tese doutoral que tratou do trabalho do grupo de arquitetos LIGS/ Lopez Iñigo, Giraldez e Subías, entre 1956 e 1966, expondo em um de seus capítulos, uma análise importante e esclarecedora sobre quatro blocos projetados pelos citados profissionais. Estes três arquitetos projetaram a ordenação urbana do bairro em sua primeira fase, e os quatro edifícios, com uma excelente qualidade, comparados aos demais, mas não foram os únicos a ali trabalharem. Dezenas de profissionais preparados e bastante criativos também colaboraram de forma ímpar para o sucesso desta obra.
Bohigas (7) escreveu um excelente artigo intitulado “El polígon de Montbau” e realizou uma crítica geral ao bairro, no que é referente a todos seus aspectos arquitetonicos e urbanisticos, mostrando os pontos positivos e negativos da obra. Este texto foi de suma importancia para compreender a proposta, e o valor da mesma naqueles anos, uma vez que o mesmo foi escrito poucos anos após o término da segunda etapa da obra como un todo. Ler o texto de Bohigas esclareceu muitos pontos, além de poder observar melhor as opiniões de profissionais em relação à obra no periodo em que estava sendo recém inuagurada.
2. O processo de criação
Nos anos 50 as construções marginais se faziam visíveis ao problema da habitação popular em Barcelona, devido às migrações da população rural proveniente de outros locais da península, acrescido ao déficit pós- bélico da Segunda Guerra Mundial. O “Patronato Municipal de la Vivienda” tentava solucionar o problema habitacional de Barcelona através de construções de Polígonos, que podem aqui ser entendidos, como bairros projetados para abrigar parte da população que demandava por novas vivendas.
Os polígonos urbanos (8) entendidos como ferramenta urbanística para criar novos espaços planejados para um conceito inovador de cidade, espécie de laboratórios para as propostas urbanísticas e arquitetônicas, que buscavam um novo tipo de habitação tipológica, um novo estilo de vida, uma nova forma de viver, através de maior contato com a natureza, entre as pessoas e suas distintas classes sociais, proporcionando uma melhor saúde física, mental e social. A idéia se baseava no conceito de unidade de vizinhança proposta pelo IV CIAM.
Segundo Solà- Morales (9), os anos compreendidos entre 1955-65 foram os que maior atividade teve na promoção pública de habitações na comarca de Barcelona. Observando-se a política habitacional nestes anos (10), ver- se que em 1954, foi criada a Lei de 15 de julho, que instituiu o sistema de habitação de renda limitada, criando categorias para imóveis a ser vendidos ou alugados.
Esta lei durou até o ano de 1993. Em 1955, o Decreto de 1 de julho, estabeleceu o “Plan de Vivienda 1955-1960” com o objetivo de proporcionar uma média de 4 habitações para cada 1000 habitantes. Em 1956, se instituiu a Lei do Solo e em dezembro de 1957, foi instituído o sistema de habitações subvencionadas, através da cooperação do Estado em forma de subvenção, além de outras ajudas, que bastante incrementou a política na área. Em 1960, a Lei de 23 de dezembro, estabeleceu o “II Plan Nacional de vivienda. 1961-1976”, que dividido em quatro quadriênios, possuía o objetivo de construir 3.700.000 unidades habitacionais.
Tudo isso, fez com que este período fosse bastante ricos na produção arquitetônica de habitação de interesse social, havendo sido construídos importantes polígonos em Barcelona, como o de Montbau, sudoeste de Besòs, entre outros.
Em 1957, foi de fundamental importância para a política habitacional em Barcelona a entrada de um novo prefeito, Josep Maria de Porcioles, e de um novo conselheiro delegado do patronato, Santiago de Cruylles. Neste mesmo ano foi criado ainda o “Ministerio de la Vivienda”. Uma nova época que teve um grande incremento habitacional, uma vez que em 1955 haviam sido construídas apenas 172 habitações, enquanto que em 1959, observou-se um incremento para 705 habitações.
A nova política consistia em construir polígonos, em lugar de limitar-se a intervenções em terrenos individuais, buscando adotar uma nova estética arquitetônica, com a adoção da linguajem moderna para os projetos arquitetônicos, propondo novos sistemas construtivos, que quando adotados, eram mais eficazes. Coloca Sagarra (11) sobre o tema: “tot aixó és fruit d’uns nous responsables técnics i de la permeabilidad respecte als paradigmes culturals europeus ».
Sem dúvida, a política adotada pelo patronato modificou o cenário urbano local e Montbau serviu de experimentação para esta nova ideologia.
“Noves orientacions” foi o título da publicação realizada pelo patronato para divulgar os critérios a ser adotados pela nova política do prefeito Porcioles, na qual podem ser observados alguns pontos entre eles:
a) A concentração de habitações em grandes polígonos, para possibilitar a racionalização econômica em cambio a multiplicidades de pequenas promoções dispersadas;
b) As contribuições dos beneficiários, com acesso à propriedade, em lugar de aluguéis, e realizações de contratos individuais, ou com convênios com cooperativas que garantiam a integração dos residentes em uma verdadeira comunidade de vizinhos, livre do perigo de atomização individual;
c) O incremento de inversões pelas construções dos grandes polígonos;
d) Atenção à criação de espaços sociais, como centros sociais, creches, incentivando assim a integração de todos os habitantes de cada bairro criado.
Desta maneira, a proposta para o projeto de Montbau previa construir 1.440 habitações de 60, 80 e 100m2distribuídas em 31 hectares de terrenos. Era previsto uma grande variedade tipológica que incluía edifícios em forma de torres, blocos, barras e casas isoladas (12). A ordenação urbana previa também espaços coletivos e públicos que deveriam possuir uma grande variedade, distribuídos de maneira a criar um centro cívico, elemento central e de grande significado, que fizera a articulação entre as distintas zonas residenciais e de equipamentos do polígono.
O “Patronato Municipal de la Vivienda” decidiu, segundo Bohigas (13), encarregar o Plano Parcial de Montbau aos arquitetos Guillermo Giráldez, Pedro Lopez Iñigo e Xavier Subías / LIGS, uma equipe jovem, que em poucas semanas elaborou uma proposta inicial do Plano, que foi apresentado em uma exposição de caráter emergencial. Passada a exposição, os serviços da Prefeitura completaram, modificaram e, em realidade, refizeram o Plano até chegar a sua completa aprovação.
A realização foi um marco na política habitacional nas décadas de 50 e 60 na Espanha, devido tanto às citadas soluções urbanísticas e arquitetônicas, quanto também, às parcerias firmadas entre poder públicas municipais e cooperativas laborais que viabilizaram em tempo hábil a construção de Montbau. Ao total, eram oito cooperativas, entre elas: “La Puntual, N. Sra. de la Estrada, Cooperativa barcelonesa d’habitatges, de Funcionarios Municipales, Graciense de viviendas, Benéfica de la Guardia Urbana, de Seguridad Social (INP) e a do patronato de casas militares del Ministerio del Ejercito”.
Esta mescla social foi positiva, uma vez que proporcionou a convivência entre as mais distintas classes sociais no Polígono, além de facilitar a execução das obras com recursos provenientes de tais cooperativas. A proposta era para que houvesse uma composição social onde 25% seriam de trabalhadores não qualificados; 25% de trabalhadores qualificados, dependentes e funcionários modestos; 45% de dependentes e similares, funcionários, profissionais liberais, comerciantes e militares; e 5% para funcionários de categoria alta.
2. Montbau: de cidade satélite a bairro de Barcelona. 1959-2011
2.1. A localização
O bairro de Montbau está situado em um terreno de 31 hectares caracterizado por uma forte pendente na região conhecida em Barcelona, como Vale d’Hebron, entre Sant Genis dels Agudells e les Llars de Mundet, sobre a ronda de Dalt e o distrito de Horta. Segundo uma versão, o nome Montbau seria uma derivação do nome do riacho Gombau que passava pelo meio de terreno. Há também outra versão que é referente à influência dos arquitetos que ali atuaram, da proposta de Interbau, bairro criado em Berlin para a exposição de 1957. (14)
O local eleito para a implantação da proposta é a primeira grande faixa da montanha, uma área com pouca inclinação, e que permite que as edificações possuam uma vista privilegiada da cidade de Barcelona. Outro ponto de destaque no local é a preservação do bosque, principalmente presente e mantido na parte mais alta da colina, onde estão implantadas as casas isoladas da segunda etapa, que propiciam um agradável micro clima ao bairro, além de melhorar a qualidade de vida local, que possui também áreas destinadas a praças verdes e acolhedoras.
2.2. As etapas do plano de Montbau.
O plano de Montbau proposto constava de duas unidades residenciais básicas: o setor sudoeste (SO) com 9,6 Ha e o setor Noroeste (NE) com 6 Ha, além de um grupo de casas isoladas unifamiliares situadas na colina da área, um jardim e um parque florestal de bairro.
O primeiro setor sudoeste/ SO foi construído na primeira etapa e foi encarregado aos arquitetos Guillermo Giráldez, Pedro Lopez Iñigo e Xavier Subías/ LIGS, em 1958. A segunda etapa, o setor Noroeste/ NO foi encarregado em 1961, a outra equipe de profissionais, composta pelos arquitetos M. Baldrich (urbanista da diputación), A. Bonet (arquiteto recém chegado da Argentina), J. Soteras e Pedro López (arquitetos municipais).
2.2.1. A primeira etapa.
A equipe contratada para a primeira etapa, após ter realizado uma série de estudos e viagens pelo norte europeu, e visitado a Interbau de Berlim (1957), conhecendo o que se estava sendo produzido de qualidade naqueles anos, os modelos urbanos existentes tanto em Madrid (15), como nas demais cidades européias, tinham como objetivos para o planejamento proposto (16):
- Conseguir um núcleo de moradias com unidade e personalidade própria, perfeitamente diferenciado do resto da cidade.
- Conseguir uma organização e diferenciação de funções cívicas dentro daquela unidade.
- Estabelecimento de amplos espaços verdes e utilização dos mesmos para conseguir o bucolismo do núcleo.
- Utilização dos edifícios de caráter público como pontos focais da composição.
- Diferenciação da circulação de automóveis e de pedestres
O plano inicial estava subdividido em três zonas e foi mantido durante sua realização:
- Primeira zona: na parte alta, composta pelo grupo de casas isoladas unifamiliares;
- Segunda zona: composta por blocos lineares quase todos estritamente paralelos com uma área inferior de blocos (a parte comercial) integrados através de uma sucessão de praças cívicas e comerciais;
- Terceira zona: projetada inicialmente segundo um sistema bastante difuso de torres e blocos e logo modificada até chegar à atual sucessão de praças, compostas com as nove torres quadradas.
A primeira e a terceira zona foram construídas na segunda etapa, a partir de 1961 quando entrou uma nova equipe de profissionais para trabalhar com o planejamento urbano e o desenvolvimento dos projetos arquitetônicos. A segunda zona é a mais antiga, e seguiu as idéias propostas pela ordenação dos arquitetos do grupo LIGS.
Ao realizar-se uma análise, no que é referente à ordenação urbana da primeira etapa, na qual foi construída a segunda zona, há de se concordar com a opinião dada pelo arquiteto Bohigas (16) quando ele coloca que a pior zona de Montbau é sem dúvida, a unidade que abriga os blocos paralelos:
“La falta de espacios libres realmente utilizables y el exceso de espacios inútiles que hay que cuidar como elementos simplemente decorativos, junto con la imposibilidad de crear ambientes físicos de convivencia, convierten al plan en una realización absolutamente equivocada”.
Ainda, segundo o arquiteto, a parte comercial que forma propriamente a fachada do bairro desde o passeio do Vale D’ Hebron é seguramente o maior acerto de todo o conjunto. Bohigas (17) listou seis pontos ao analisar esta unidade, que devido a sua importante solução será em seguida exposta de forma resumida:
1) A simples alienação de blocos se substitui por uma sucessão de amplas praças, ficando evidente que o espaço côncavo criou unidades urbanísticas válidas em si mesmas, distintos dos blocos paralelos, sobre todo quando o espaço inter-blocos não está tratado como rua no sentido aproximadamente tradicional
2) Quase todas as unidades arquitetônicas deste conjunto estão projetadas e realizadas pelos mesmos arquitetos autores do plano, e, portanto, se apresenta uma coerência entre arquitetura e urbanismo, fundamental para obter resultados de qualidade.
3) A qualidade arquitetônica desta zona e o cuidado com a paisagem é superior a do resto do polígono.
4) A presença de comércios no pavimento térreo dá o único caráter de integração urbana de todo o polígono.
5) É a única zona em que as condições especiais do terreno forma consideradas, determinando inclusive uma especial morfologia urbanística. A praça elevada, aberta a uma pequena paisagem em declive foi um acerto, que se contradiz com o setor mais alto desta mesma unidade, em que a justaposição paralela de blocos desconsidera totalmente os fortes desníveis.
6) Apesar de tudo, a praça principal de Montbau não funciona como centro de contatos sociais, e os habitantes se reúnem mais fácil e comodamente nos jardins inferiores, pois a falta de sombras, a freqüência de fortes ventos no verão, a falta de claridade no planejamento de usos, entre outros pontos provocou esta subutilização.
Propostas arquitetônicas das tipologias habitacionais de setor SO/ primeira etapa.
Nesta etapa do plano participaram os arquitetos Guillermo Giráldez, Pedro Lopez Iñigo e Xavier Subías/ LIGS, Josep Soteras Maurí , Lorenzo Gracia Barbon, Joaquin M. Casamor, Manuel Dargallo, Enrique Giralt, Ignácio M. Serra Goday, L.Jara, Marquina, F.Escudero, A.Tagarro, J.Montero, J.Seguí, F.Vayreda, Juan Pujadas Porta, M Ponseti, I. Serra Goday, J. Baca, Francisco Cavaller Soteras, J. Martí, J. Gordillo Nieto, Luis Jará de Soto Mayor. Alguns deles eram funcionários do Patronato e outros foram encarregados de projetarem os blocos habitacionais através de seus escritórios.
Todos os projetos realizados nesta etapa se encontram arquivados no Arquivo do “Patronato Municipal d’ Habitatges de Barcelona”, e é possível observar a qualidade projetual de cada uma das propostas. Chamou a atenção, devido ao alto nível de desenvolvimento de material de projeto, além das propostas desenvolvidas pelos arquitetos que formavam o grupo LIGS para os blocos A e B, os trabalhos apresentados pelo arquiteto José Soteras Mauri para o bloco G; o projeto do bloco L, de autoria de J.Baca, Francisco Cavaller Soteras, J. Martí e a proposta do bloco J, apresentada pelo escritório dos arquitetos J.Montero, J.Seguí, F.Vayreda. Estes projetos, especificamente, mais que os demais, apresentam boas soluções projetuais, com desenhos detalhados de plantas, fachadas, cortes, detalhes construtivos, memórias de projeto que merecem serem melhores estudados.
Os arquitetos F. Bassó & J. Gili foram os responsáveis pelo projeto das casas com oficinas planejadas para a primeira etapa: outra tipologia proposta que constava de um projeto de quatorze casas unifamiliares com oficinas para atendimento da população de Montbau de profissionais artesanais, como pintores, eletricistas, encanadores, entre outros, que possuíam ali um local para desenvolver suas atividades com um acesso independente à casa.
Estas casas são geminadas, e possuem um volume puro, composto por três níveis, uma vez que o terreno escolhido possui uma declividade que permitia que a garagem fora no último nível, abaixo, com acesso pela rua de atrás.
Tena (18) analisou os blocos projetados pelos profissionais do grupo LIGS em Montbau, realizando uma pauta no que é referente às soluções arquitetônicas relacionadas com a modernidade. O ideal é que trabalho similar possa ser feito com alguns dos demais projetos aqui citados que apresentavam também uma boa qualidade.
A linguagem adotada em todos os projetos desta etapa foi, sem dúvida, a forma moderna, caracterizada pelo uso de um módulo gerador de plantas e fachadas, que resulta em uma facilidade para resolver a estrutura dos edifícios. Observam-se nas soluções adotadas jogos neoplásticos no tratamento das fachadas, alcançados graças aos distintos planos de materiais construtivos, ou mesmo, de soluções distintas dadas às esquadrias.
Na Praça principal de Montbau, onde está localizada a chamada faixa comercial, na qual os edifícios são de uso misto, os projetos dos blocos A e B (LIGS) e dos blocos C e D (Joaquin M. Casamor, Manuel Dargallo, Enrique Giralt, Ignácio M. Serra Goday) dialogam entre si de forma bastante harmoniosa, no que é referente à suas alturas e soluções.
Segundo depoimento do arquiteto Amaro Tagarro (19), autor de projetos em Montbau, os sistemas construtivos adotados nos blocos paralelos, de 4 a 5 pavimentos, foram paredes estruturais em tijolos cerâmicos, um sistema tradicional e econômico, uma vez, que o tema dos custos era determinante. Apenas os blocos altos projetados por LIGS (O e N) utilizaram placas pré-fabricadas de concreto. Outro ponto levantado por Tagarro é referente às alturas dos blocos. Comentou o arquiteto que para evitar o uso de elevador, a altura permitida era de blocos com máximo de 5 pavimentos.
Referente à disposição em planta, observa-se ainda nestes projetos a adoção de 2 a 3 quartos, com áreas variando entre os 55m2e os 100 m2. Eram apartamentos pensados para habitação de interesse social, mas com uma área considerada generosa para os dias atuais, com soluções de alguns blocos com piso dúplex, como por exemplo, os blocos A, O e N. Observa-se uma excelente qualidade projetual nas soluções propostas por LIGS para estes apartamentos, que resultaram em um dinamismo volumétrico das fachadas, que denotam a complexidade trabalhada para conseguir unir a função com a forma. Nos volumes destes blocos, desperta interesse, o jogo criado entre os balcões, terraços, esquadrias, acrescidos a poucos, mas significativos materiais construtivos e de revestimento.
No que é referente à conservação destes blocos da primeira etapa, observa-se que alguns já sofreram reparos em seus acabamentos, mas outros necessitam de algumas melhorias, como por exemplo, os blocos I e H, que possuem fachadas mais desgastadas com o tempo, além da inserção de elementos que criam uma poluição visual, como algumas instalações, antenas, roupas estendidas nas varandas, etc.
O arquiteto Bohigas (20) acredita que a falta de conhecimento prévio do usuário futuro que viveria nestes blocos possa ser a explicação para os maus usos, justificando o fato do desconhecimento que os arquitetos tinham da realidade sociológica para a qual atuavam, provocou tais intervenções:
“Es incomprensible como, después de ciertos esfuerzos oficiales para la construcción masiva de viviendas, nadie se ha tomado la molestia de hacer con seriedad una investigación previa de las reales necesidades físicas y psicológicas del presunto usuario.”
Algumas conclusões sobre esta etapa
Observa-se um predomínio dos edifícios em forma de barra, com volumes compostos de 5 plantas e com adoção em todos eles da linguagem moderna, com formas puras, jogos de fachadas utilizando o neoplasticismo, e programas envolvidos em soluções para atender a famílias pequenas, possuindo as plantas de 2 a 3 quartos em sua grande maioria. Outro dado curioso é observar que estes edifícios foram construídos através de um acordo entre cooperativas laborais ou sociais e o patronato municipal de vivendas, o que facilitou a verba para viabilizar tal projeto.
Ao total (na primeira e segunda etapa) eram oito cooperativas, entre elas: “La Puntual, N. Sra. de la Estrada, Cooperativa barcelonesa d’habitatges, de Funcionarios Municipales, Graciense de viviendas, Benéfica de la Guardia Urbana, de Seguridad Social (INP) e a do patronato de casas militares del Ministerio del Ejercito”.
Esta mescla social foi positiva, uma vez que proporcionou a convivência entre as mais distintas classes sociais no Polígono, além de facilitar a execução das obras com recursos provenientes de tais cooperativas.
”La unidad que se pretende para un barrio de viviendas no significa uniformidad y monotonía, sino al diversidad ordenada, al estilo de la que se puede representar una gran orquesta que, con muchos y variados instrumentos, ejecuta-dentro de una unidad de orden- una gran pieza maestra”.(21)
A proposta era para que houvesse uma composição social onde 25% seriam de trabalhadores não qualificados; 25% de trabalhadores qualificados, dependentes e funcionários modestos; 45% de dependentes e similares, funcionários, profissionais liberais, comerciantes e militares; e 5% para funcionários de categoria alta.
2.2.2. A segunda etapaO projeto da segunda etapa de Montbau foi desenvolvido pelos arquitetos Baldrich, Bonet, López e Soteras e conseguiu duplicar o número de densidade em relação ao primeiro setor, e, sobretudo, no que é referente às previsões para esta segunda fase. No primeiro setor a densidade naqueles anos era de 590 habitantes/ hectare, e no segundo, na ordem de 640 habitantes/ hectare.
A forma trabalhada da ordenação urbana segue também, os princípios da Carta de Atenas, com um tratamento geométrico abstrato, jogando com os volumes de blocos em L que se encaixam criando pátios/ praças que se contrapõem a nove torres idênticas formalmente.
Para Bohigas (22) a ordenação urbana da segunda etapa foi muito mais bem acertada que a proposta desenvolvida na primeira etapa:
“Se trata evidentemente de una superación muy válida del esquematismo abstracto del bloque lineal paralelo que imponía el diseño del primer sector. Estas plazas son seguramente uno de los mayores aciertos del urbanismo barcelonés de postguerra...”
Aqui, a equipe que planificou a ordenação urbana também projetou todos os edifícios, o que fez com que houvesse mais harmonia em todo o conjunto. Os arquitetos propuseram três tipologias: 1) o bloco P com 4 ou 5 pavimentos, dependendo da declividade do terreno; 2) a torre Q, com 15 pavimentos; 3) o bloco R, também com 4 ou 5 pavimentos.
Esta segunda etapa estava dividida em três fases:
1ª: Construídas as seis torres com tipologia Q, que totalizavam 5.160m2;
2ª: Construídos os nove blocos da tipologia P, totalizando 8.977m2;
3ª: Construídos a tipologia R e as três últimas torres, que totalizavam 6.189 m2.
De modo que, nesta segunda etapa foram projetadas 342 vivendas, 18 locais comerciais e construídos 20.321 m2.
Os blocos classificados como P possuíam três ou cinco quartos e ocupavam uma maior extensão superficial em planta do polígono e que em número de nove blocos, foram projetados com uma planta em forma de L, que devido à ordenação planejada criou pátios/ praças entre eles, que permitem a convivência social e usos diversos para os moradores da zona.
Os blocos R possuem o mesmo sistema construtivo da tipologia do bloco P, mas a solução da planta do térreo estava planejada para quatro quartos. Tanto o bloco P, como o bloco R possuíam também os mesmos materiais de revestimentos em suas fachadas, o que conferiram em uma grande harmonia ao conjunto. As alturas dos edifícios, a textura dos materiais trabalhados, as praças projetadas entre espaços entre blocos, criaram uma unidade plástica a este conjunto, resultando em uma boa qualidade arquitetônica.
As nove torres projetadas para a tipologia Q são os elementos verticais da composição urbanística, e possuem uma planta quadrada, composta por quatro apartamentos de três quartos, com solução de escada na parte central da planta, e são compostas de 15 pavimentos. O sistema construtivo adotado, de acordo com os dados da memória do projeto, foi em concreto armado, presente nas vigas e pilares da estrutura sistemática que se manifesta nas fachadas.
A tipologia das casas isoladas está situada na parte mais alta do polígono, na colina, fazendo com que o arquiteto Juan Bosch Agustí levara em consideração três fatores geográficos principais que condicionaram o conjunto, segundo consta na memória do projeto: 1) a grande declividade que determina o terreno, oscilando dos 30 a 50%; 2) o grande marco visual que possui vistas da cidade; 3) a orientação predominante de leste-oeste.
Tais condicionantes geográficos fizeram com que o arquiteto tirara partido destes pontos e criara uma das melhores intervenções urbanísticas e arquitetônicas no polígono. Localizadas no ponto mais alto de Montbau, as casas interligadas entre si por passarelas, possuem volumes puros, cúbicos e brancos, com nítida influência da arquitetura mediterrânea, possuindo jardins que ocupam as áreas livres entre estas edificações, que se comunica entre si, através destes jardins, passeios escalonados, que em seu conjunto criaram um rico conjunto arquitetônico.
O conjunto foi originalmente projetado para abrigar 52 casas, um bloco com garagem e um centro comercial e grandes áreas verdes projetadas, e outra, que preserva o bosque. O centro comercial não foi construído, sendo ocupado por mais casas, e áreas verdes. O bloco destinado à garagem das casas fica na parte mais baixa da colina, possuindo acesso por uma via destinada somente a carros.
A solução projetual trabalhada propôs uma variedade tipológica nas soluções em planta baixa das casas, que variam de acordo com as áreas distintas de cada uma delas, que possuem terraços externos maiores ou não, como também as dimensões e números dos quartos.
No que é referente aos sistemas construtivos adotados, observa-se o uso de um sistema estrutural misto, com uso do concreto em pilares e vigas metálicas. As lajes são de lajotas cerâmicas e as cobertas são revestidas com telhas cerâmicas, vistas somente nas fachadas principal e posterior, uma vez que nas fachadas laterais predominam as paredes cegas que escondem a solução adotada na coberta.
De uma forma geral, se pode afirmar que este conjunto obteve um bom resultado projetual e construtivo, pois o lugar onde está implantado, acrescido às soluciones projetuais adotadas no projeto, fizeram com que a proposta obtivera uma excelente qualidade arquitetônica.
Sobre os equipamentos projetados para Montbau.
Através da investigação realizada, foi visto que os equipamentos projetados para o polígono, mesmo na primeira etapa, tais como a Escola, de autoria de arquitecto Josep Soteras, como também o centro comercial (dos arquitetos Joaquín Gili Moros e Francisco Bassó), somente foram construídos nos anos 60, paralelo à construção da segunda etapa do plano.
Tal fato gerou uma insatisfação por parte da população que foi viver nos primeiros blocos construídos na primeira etapa, que ainda não possuía uma devida infra-estrutura social e comercial. Foi a partir do ano 65 aproximadamente, quase seis anos depois, que Montbau começou a possuir sua própria escola, igreja, centro comercial e centro cívico/administrativo.
A primeira escola sofreu reformas e ganhou uma biblioteca para o bairro. Uma escola proposta em 1965, pelo arquiteto Joan Bosch, que havia projetado o conjunto das casas isoladas da colina, não teve seu projeto construído, mesmo possuindo uma proposta bastante interessante, conforme foi visto anteriormente nas fichas projetuais. Entretanto, outras escolas durante estes anos de existência do polígono foram construídas pela prefeitura de Barcelona, que vem sempre realizando melhorias na área.
Os projetos desenvolvidos na segunda etapa, tais como o centro cívico/administrativo funciona bem até hoje e, observa-se que a população, as crianças, os jovens, utilizam bem aquele espaço.
O centro comercial, que havia sido projetado em 1959, sofreu reformas de seu projeto original, e somente em 1965 foi concluído, estando ali instalados vários locais como mercado, bancos, imobiliárias, entre outros serviços.
Observa-se que de um modo geral, com o passar dos anos, o polígono foi ganhando equipamentos urbanos que conferiram certa autonomia em relação à cidade, fazendo com que a população além de possuir uma excelente qualidade de vida, devido às áreas livres, praças, parques existente no bairro, poderiam também possuir serviços e locais comerciais para suas necessidades diárias.
Conclusões
O polígono de Montbau, no qual o planejamento da ordenação urbana, acrescentado de uma grande variedade tipológica arquitetônica, rica e diversificada, que através de experimentos projetuais e inovações na época, confere um exemplo muito acertado de um micro urbanismo. Observa-se que a relação entre edificações e espaços públicos, com áreas verdes, praças, pontos comerciais, e equipamentos urbanos, criou como conseqüência, um exemplo que poderia ser seguido, a fim de serem observados os bons resultados desta intervenção.
Atualmente, o polígono vem recebendo manutenção em seus edifícios e várias intervenções por parte do Ayuntamiento de Barcelona, que através do “Patronato Municipal d’ Habitatge” vem recuperando e revitalizando praças, parques e construindo novas infra-estruturas, como também buscando soluções contemporâneas para as questões de sustentabilidade e acessibilidade das edificações construídas naqueles anos.
Importante também frisar, a participação da comunidade, através de uma ativa associação de moradores que sempre estão reivindicando pelos seus direitos enquanto cidadãos.
Sem dúvida, o projeto inovador do polígono de Montbau é um exemplo que os Governos, os técnicos e demais profissionais da área de políticas públicas envolvidos com o tema de habitação de interesse social deveriam inspirar-se antes de propor soluções que se distanciem das questões arquitetônicas, urbanísticas e sociais na atualidade.
Observa-se que a discussão da qualidade das intervenções contemporâneas na área de habitação de interesse social vem preocupando a classe de arquitetos e urbanistas, pois a repetição tipológica e a falta de critérios projetuais vêm acarretando conjuntos habitacionais cada vez mais desumanos, com má qualidade projetual e desprovidos de áreas verdes, de lazer, e equipamentos sociais e urbanos.
Nada melhor que olhar o passado recente, a modernidade, para aprender e apreender os ensinamentos.
notas
1
Algumas das obras produzidas por Amador Ferrer sobre Montbau:
FERRER I AIXALÀ, Amador. Presentación y estadística de los planes parciales de la provincia de Barcelona (1956-1970): su significación en el proceso de urbanización del territorio provincial / estudio dirigido por Amador Ferrer Aixalà Barcelona: La Gaya Ciencia, 1974
FERRER I AIXALÀ, Amador.La Vivienda masiva y la formación de la Barcelona metropolitana : los polígonos de viviendas en Barcelona 1950 - 1975; tesis dirigida por el prof. Manuel de Sola-MoralesTesi doctoral, Escola Tècnica Superior d’Arquitectura de Barcelona, 1982
FERRER I AIXALÀ, AMADOR. Els Polígons de Barcelona : l’habitatge massiu i la formació de l’àrea metropolitana / Barcelona : Edicions UPC, 1996
2
Memória do projeto arquitetônico das casas com oficinas projetadas em Montbau pelos arquitetos F. Bassó & J.Gili. Dezembro de 1960
3
A exposição ocorreu do período de 23 de novembro a 13 de janeiro e apresentou, através de painéis, informações enriquecedoras para esta investigação. Neste mesmo local, no dia 13 de janeiro, houve uma importante sessão técnica, também coordenada pelo professor Josep Oliver, composta por vários profissionais envolvidos no tema do polígono, entre eles, os criadores do plano de Montbau, ainda vivos, Giráldez e Subías, que falaram sobre fatos interessantes sobre todo o processo, além de depoimentos do arquiteto Amaro Tagarro que projetou alguns dos blocos. A conferencia do urbanista Amador Ferrer sobre os polígonos de Barcelona, aprofundando esclarecimentos sobre o de Montbau, também foi de fundamental importância para compreender a concepção do projeto como um todo dentro da cidade.
4
FERRER desenvolveu uma série de trabalhos sobre o tema, citados anteriormente.
5
SAGARRA. 80 anys del Patronat Municipal de l’Habitatge en imatges / [fotografies: Mariano Velasco ... [et al.]] Barcelona: Patronat Municipal de l’Habitatge de Barcelona, 2009. p.37
6
TENA, Pablo. Universalidad y adecuación en la obra de LIGS. Pedro López Iñigo, Guillermo Giráldez Dávila y Xavier Subías Fages .1956-1966. Barcelona: Tesis presentada para obtener el grado de Doctor por la Universidad Politécnica de Cataluña.2010.
7
BOHIGAS, Oriol. El polígon de Montbau. Quaderns d’arquitectura núm. 61, 1965, p. 25.
8
FERRER tem sido um dos urbanistas catalãs mais envolvido com pesquisas e atuações em polígonos.
9
SOLÀ-MORALES, Manuel de, Las Formas de crecimiento urbano / Manuel de Solà-Morales i Rubió. Barcelona: UPC, 1997.p.90
10
SAGARRA. 80 anys del Patronat Municipal de l’Habitatge en imatges / [fotografies: Mariano Velasco ... [et al.]] Barcelona: Patronat Municipal de l’Habitatge de Barcelona, 2009. p.63
11
SAGARRA. 80 anys del Patronat Municipal de l’Habitatge en imatges / [fotografies: Mariano Velasco ... [et al.]] Barcelona: Patronat Municipal de l’Habitatge de Barcelona, 2009. p.36
12
PÉREZ IGUALADA, Javier. Manzanas, bloques y casas: formas construidas y formas del suelo en la ciudad contemporánea. Universidad Politécnica de Valencia. Escuela Técnica Superior de Arquitectura. Book / 2005.
Neste livro o autor caracteriza cada tipo de tipología de forma bastante elucidativa.
13
BOHIGAS, Oriol. El polígon de Montbau. Quaderns d’arquitectura.1965 núm. 61. p. 23.
14
Em junho de 1957, os técnicos municipais viajaram para um congresso organizado na Alemanha, visitando a exposição berlinense de Interbau, zonas de reconstrução urbana e arquitetônica. Esta exposição foi de fundamental importância para a concepção da arquitetura proposta para Montbau, não no que é referente à ordenação urbanística, mas principalmente, à linguagem adotada nas edificações. Em depoimentos prestados durante uma entrevista com Subías e Giráldez, aparecem sempre os edifícios da Interbau como referentes ao começo de sua trajetória.
15
Além de Berlim, outras cidades alemãs foram também visitadas, tais como, Frankfurt, Colônia, Born. Outros países como Finlândia, especificamente, Tapiola em Helsinki, e as “news towns” inglesas também foram visitadas pelos técnicos catalãs antes de começarem a planejar Montbau. O professor Josep Oliver que organizou a exposição sobre os 50 anos de Montbau, colocou no texto introdutório da exposição que o conceito de bairro que a equipe trabalhou estava baseado seguramente pelo projeto de reconstrução de Saint-Dieu em França, de Roehampton de Londres, a Siemensstad de Berlim e alguns bairros escandinavos como Torsviks, próximo a Estocolmo, e Bellahoy, perto de Copenhague. Todos estes exemplos, sem dúvida, apresentam muitos pontos coincidentes com Montbau. Não se deve esquecer ainda, que na mesma época, estavam projetando e construindo a capital brasileira, Brasília e as novas cidades no entorno de Amsterdam e Roterdam.
16
BOHIGAS, Oriol. El polígon de Montbau. Quaderns d’arquitectura.1965 núm. 61. p. 25.
17
Idem. Ibidem.
18
TENA, Pablo. Universalidad y adecuación en la obra de LIGS. Pedro López Iñigo, Guillermo Giráldez Dávila y Xavier Subías Fages .1956-1966. Barcelona: Tesis presentada para obtener el grado de Doctor por la Universidad Politécnica de Cataluña, 2010.
19
O arquiteto Amaro Tagarro deu depoimento para a autora da pesquisa durante evento relaizado no Colegio de aparejadores
20
BOHIGAS, Oriol. El polígon de Montbau. Quaderns d’arquitectura.1965 núm. 61. p. 29.
21
SAGARRA. 80 anys del Patronat Municipal de l’Habitatge en imatges / [fotografies: Mariano Velasco ... [et al.]] Barcelona : Patronat Municipal de l’Habitatge de Barcelona, 2009. p.37
22
BOHIGAS, Oriol. El polígon de Montbau. Quaderns d’arquitectura.1965 núm. 61. p. 28.
23
TENA, Pablo. Universalidad y adecuación en la obra de LIGS. Pedro López Iñigo, Guillermo Giráldez Dávila y Xavier Subías Fages .1956-1966. Barcelona: Tesis presentada para obtener el grado de Doctor por la Universidad Politécnica de Cataluña, 2010, p. 115.