Duas projeções frontais como um espelho dissonante. Dois caminhantes que se aproximam na direção do observador até o limite em que “trocam” de tela e os vemos se afastar como num túnel de vento. Uma travessia que contém como parte da obra o intervalo arquitetônico entre os dois planos. Faz do vazio do espaço matéria-prima da obra. Virtualiza nossa presença no campo visual como observadores do centro da cena, mas sem poder de interferência... Seria uma espécie de máquina de Morel? (1) Encontro impossível também entre os dois protagonistas que se tornam personagens, que parecem se buscar sem se encontrar.
A paisagem desse (im)possível encontro são estradas, uma soma delas, não uma estrada específica. Paisagem longínqua, habitada apenas por esses dois no momento da captura da imagem. De forma abrupta, se justapõem um campo genérico e uma pessoalidade inequívoca: os dois que se procuram poderiam ser um casal ou dupla de amigos quaisquer percorrendo estradas sem nome, poderiam ser inclusive nós mesmos. Mesmo se referindo a eles – na medida em que os personagens filmados são os próprios autores da obra e não outros corpos representados –, a obra Segmento de reta, de Leandro e Gisela, se refere a qualquer um de nós na condição humana das cenas vislumbradas nas obras. Foi esta uma das obras escaladas de Gisela Motta e Leandro Lima para a exposição Território de Contato, em confronto/conciliação com projetos de MMBB Arquitetos.
Esse encontro/desencontro é campo presente de contato, contágio tantas vezes ensaiado nas obras de Gisela Motta e Leandro Lima – n’O Beijo que escorre entre os dois como fluído (2), na temperatura que se altera revelando a presença do toque de um no outro em Calar (3) – não há uma utopia idealizada romantizada de um encontro, há encontro permeado de desencontros, há leveza, com a densidade esgotante da matéria.
O salto no espaço e o zoom com que se aproximam e se afastam os caminhantes também é parte do modo como se aproximam e se afastam paisagens distantes, aparentemente genéricas, que diante de uma presença passam a ser únicas, singulares. “Uma rua é um lugar onde um amor aconteceu, uma guerra acabou, algo se passou”, observa Olgária Mattos a partir de Walter Benjamin (4).
Tão presente nos modo de ser contemporâneo, essa operação – que sabe reconhecer a larga paisagem e se sabe parte também de um campo mais amplo e genérico como indissociável da singularidade de cada um – é parte significativa de certos projetos do escritório MMBB Arquitetos, formado por Fernando de Mello Franco, Marta Moreira e Milton Braga. De tal modo que ao projetar uma casa a cidade pode se fazer presente no raciocínio do projeto. Caso da Residência no Centro Histórico de Salvador, onde a articulação entre casa e cidade configura uma costura de duas paisagens a princípio apartadas – a cidade alta e a cidade baixa. Para explicitar tal relação, apresentou-se esse projeto com duas grandes imagens frontais, com o observador ocupando virtualmente o interior da casa, ponto articulador no qual as duas “frentes” – a da Bahia de Todos os Santos (originalmente fundos) e a do casario da cidade alta – se conectam. Lugar de máxima intimidade, a casa é também o lugar onde se reconhece a articulação das duas paisagens.
Em outra escala, o Projeto Urbano Córrego do Antonico reitera esse traço. Um projeto no qual ambicionam desenhar a cidade em sua complexidade. Uma operação que requer cautela, a começar por reconhecer a variedade inexorável da vida urbana.
Como garantir ao necessário traçado debitário de um pensamento sistêmico que se pretende articulador a temporalidade que torna a cidade um campo consequente passível de projeto, no sentido de uma ação que se desdobrará no tempo? Como reconhecer o traçado metropolitano e a experiência local a um só tempo como partes indecomponíveis do mesmo projeto, sem perder a abstração necessária na dimensão infraestrutural urbana e sem perder a particularidade de cada uma das vidas vividas nesse lugar?
Nos termos do memorial do projeto:
“O trabalho resulta da articulação entre duas esferas de investigação projetual. A primeira opera sobre a re-definição do paradigma da infraestrutura urbana. A segunda opera na construção de formas de imaginário popular atuantes sobre o uso do espaço. Tecnicamente, busca alternativas de reconciliação da favela com as águas. [...] O projeto do canal, não mais visto apenas como produção de um artefato técnico, deixa-o aberto a inúmeras possibilidades de re-significação por parte da população. O intuito é promover a construção do domínio público. A estratégia é associar os espaços livres aos usos que a cultura da praia urbana nos evoca. Pois reconhecemos que, na praia, as formas espontâneas de negociação do uso do espaço tornam a coexistência ativa e desejável” (5).
Antonico se apresenta na esteira de um possível desdobramento da hipótese formulada em Vazios de Água (“Watery Voids”), proposta que recebeu primeiro prêmio na 3ª Bienal Internacional de Roterdã em 2007.
Vale observar o comentário do júri:
"O júri, presidido por Mels Crouwel, ‘State Architect’ dos Países Baixos, elogiou o projeto por seu realismo e pela maneira inteligente que liga a infraestrutura oficial e os problemas da cidade informal, as favelas" (6).
A hipótese formulada naquele momento, endossada em sua pertinência pelo prêmio, encontra de certo modo em Antonico um possível estudo de caso, sem a ambiciosa amplitude presente em Vazios de Água, mas contemplando parte da realidade tramada na difícil articulação entre o existente e o projeto. Mas não está aí exatamente o encanto e o desfio dos fatos tangíveis? Uma inevitável e ampla negociação entre o desejável e o possível a cada caso e a cada tempo?
Em Antonico um traço inexistente em Vazios de Água requer atenção: o campo de aproximação com as casas. Definida a reconciliação com o córrego e devolvido a potência lúdica e de urbanidade no convívio com a água, o desafio que se coloca é a necessidade da redefinição de uma outra frontalidade que permita de fato o usufruto dessa passagem não apenas como artefato técnico de fluidez e tráfego de pedestres, mas de sua condição de “rua” desejável.
É aqui que parece surgir o “pulo de gato” desse caso: exatamente na franja negociada e desenhada que reconhece nos fragmentos tão corriqueiros das ocupações informais a brecha para que um campo novo estabeleça a mediação entre casa e cidade. Ao ser liberado, o resíduo inevitável nas desocupações dos lotes “lindeiros” se transforma em parte nova, passa a pertencer ao lote preexistente e poderá ter o destino que melhor aprouver a seu proprietário: uma soleira varanda, uma pequena loja de conserto de sapatos, uma pequena venda de doces e cigarros... Corpo estranho que se justapõe à casa. Constitui-se parte dela e parte da cidade, faz da fronteira uma rica e potente mediação entre as duas escalas aparentemente incompatíveis. Constituindo enfim a brecha necessária para que “formas espontâneas de negociação de uso” estabeleçam a imprevista e rica dimensão pública das cidades.
É possível uma aproximação com a obra Hole/Buraco de Gisela Motta e Leandro Lima, vídeo realizado para a exposição Foreign Element, ocorrida em agosto de 2007 na cidade finlandesa Helsinki. Em Hole a dupla insere imagens de pequenas lojas capturadas em São Paulo em fachadas de Helsinki configurando uma terceira paisagem que articula duas outras tão distantes, fisica e simbolicamente (7).
Gisela Motta & Leandro Lima, Buraco, 2007, 8’10” vídeo instalação, loop, sonorizado
O atrito, a fissura inevitável e a aparente conciliação dada pela aproximação e pelo preciso recorte nos faz pensar no procedimento técnico das colagens, tais como a estratégia do deslocamento do sentido original da imagem, rearticulada na justaposição com outras, resignificando tanto a sua leitura como a da obra como um todo. Não custa recordar que Freud atribui a dois mecanismos oníricos – condensação e deslocamento – os papéis principais na elaboração dos sonhos (8), mecanismos que são igualmente fundamentais na sublimação presente na elaboração artística. Se tais mecanismos estão sempre presentes nas obras de arte, eles são ainda mais visíveis quando adotados como estratégia consciente, caso geral das vanguardas tributárias da psicanálise e casos específicos do procedimento das colagens – sobretudo se pensarmos em Schwiters e suas colagens dadaístas, nas quais fragmentos aparentemente desconexos se aproximam e constituem outras paisagens – e do cinema, que habilmente nos leva a acreditar como reais paisagens resultantes da edição e/ou justaposição de uma ou mais paisagens, como é o caso do filme Jogo Subterrâneo, de Robero Gervitz, onde cenas reais do metrô de São Paulo se convertem em um cosmos particular (9).
Justaposição de paisagens, passagem de tempo. Anti-Horário (2011) se configura como um relógio: sobre uma imagem da terra – desolada e com a presença única de uma ruína – que roda no sentido anti-horário, uma criança e um casal percorrem em circulo, no sentido horário, com velocidades diferentes, se aproximando e se distanciando com o passar do tempo, em ciclos constantes e intermináveis. Parecem editar em uma só história durações tão distintas e suas formas peculiares de atravessamentos. Uma métrica precisa nos termos dos autores:
“Tal como em um relógio, uma criança abrange um movimento circular, como a mão segundo, dentro de cada revolução, o rapaz torna possível que o par, que representa os minutos, deslocar-se de sinalização a passagem do tempo, bem como o ciclo de vida” (10).
Gisela Motta & Leandro Lima, Anti-Horário, 2011, 60’ Vídeo instalação, loop sem áudio
Na soma de paisagens, no outro extremo da sala expositiva o som do apito do trem nos alerta para sua passagem onde de modo estável (quase uma fotografia) se apresentava uma imagem de um trilho em um trecho aparentemente abandonado. Quando passa o trem, ele carrega na sua superfície, como um reflexo em espelho a variada paisagem que atravessou. Essa passagem criteriosamente calculada pelos artistas ocorre em tempo distinto a cada exposição e está associada ao tempo previsto da presença do visitante, de modo que a presença do trem ocorra ao menos uma vez durante sua visita. Mas a magia do trem pode implicar em situações inesperadas: em uma das tranquilas tardes da exposição, uma criança de aproximadamente cinco anos retinha sua mãe, evitando a saída da sala até que o trem passasse mais uma vez...
Gisela Motta & Leandro Lima, Passei-o, 2005, 30’, vídeo instalação, loop sonorizado
Invertendo a visada – ao invés de ser tela da paisagem, agora o trem ilumina a paisagem que se converte em tela – na parede oposta a obra Outrem, do MMBB, um trem de carga carrega um enorme holofote cujo facho de luz ilumina o trajeto, revelando a paisagem na sua passagem. Segundo os autores:
“Como um ponto luminoso em movimento, a instalação urbana procurou valorizar uma linha de articulação de sucessivos lugares, revelando um traço possível da medida da urbanização “desmedida” de São Paulo. [...] E, neste ato de “escanear” a orla ferroviária, procurou revelar o estado de suspensão de um território promissor, potencializado pelo serviço de transporte público de alta capacidade e velocidade, pretendendo sugerir à imaginação um futuro desejável para este conjunto de espaços a serem reconstruídos e reincorporados à vida cotidiana da metrópole” (11).
De um lado, um trem que carrega em si todas as paisagens que percorre; do outro, um trem que ilumina as paisagens que percorre. Verso e reverso de uma mesma dobra. A ponto de se confundirem como obras de um mesmo autor. Artistas e arquitetos aproximados pelo que os interessa e os intriga no mundo, mas afastados pelos modos como operam e configuram as realidades do mundo, a começar pelas finalidades das próprias obras.
Questões de métrica, de movimento, de temporalidades expressas no espaço. Questões do domínio destes artistas e arquitetos, que sabem reconhecer e trabalhar em diferentes distâncias em relação à paisagem, desde um mapa longínquo que permite ver o traçado urbano até o contato direto dos corpos no espaço. Na exposição Território de Contato, a obra Do Not, de Gisela e Leandro, alerta para essa evidência: nesta obra, a imagem nítida das mãos vista à distância se revela outra quando o observador se aproxima, tornando-se indistinta.
A série é realizada a partir de imagens extraídas da Internet, em baixa resolução, de pessoas se negando a serem fotografadas. Se volta contra o senso comum de que é mais fácil ver/apreender de muito próximo o conteúdo de uma imagem; no caso, quanto mais perto da fotografia estiver o observador, mais ilegível ela se torna. Do Not revela com sua poética o que intuímos nas operações engendradas pelos arquitetos do MMBB. Afastar-se e inserir-se nas paisagens são gestos que se cobrem e recobrem na busca de um projeto que enfrente, ao mesmo tempo, a escala urbana e a condição humana de suas ocupações. E a boa resolução só pode ser alcançada no ir e vir de suas diferentes escalas.
E, se em Circuito Impresso, obra de Gisela e Leandro, o mapa é uma iconografia para os artistas, que se refere também ambiguamente aos circuitos de uma placa de computadores, para os arquitetos a leitura atenta de mapas dessa mesma natureza, transforma a abstração em base de operações. Para o MMBB, o território de trabalho – como também em geral nesse caso para alguns grupos de arquitetos de formação FAU USP – compreende a topografia como parte da arquitetura (12). Para ressaltar esta característica, a maquete nesse modulo se faz em corte, no qual base e obra são de uma mesma materialidade, onde a arquitetura não pousa como objeto distinto, mas se confunde coma geografia onde se instala. A Biblioteca Central de Rosário (2010), a Residência no City Boaçava (2005), o Centro de Música em Campos do Jordão (2009 / 2010), o Centro de Arte Corpo (2001) e a casa em salvador formam o conjunto edificado revelador desse traço através do modelo constituído para a exposição.
A obra inédita de Gisela Lima e Leandro Motta, Overlook, realizada para a exposição Território de Contato novamente nos aproxima do cinema. Constitui-se como uma espécie de “tradução” poética do labirinto do filme O Iluminado, de Stanley Kubrick (“The Shining”, 1980, baseado no livro homônimo de Stephen King). Materialmente, trata-se de uma maquete sobre uma TV de led, que revela a passagem do tempo na projeção de sombras das paredes na passagem de um sol imaginário, que circula acelerado (13). Como não pensar na cena antológica do filme no qual o menino percorre o labirinto observado à distância pelo perseguidor? Paisagens imaginárias e reais justapostas. Tão longe e tão perto. Esse parece ser uma das presenças persistentes na produção dos artistas e arquitetos desse módulo.
Gisela Motta & Leandro Lima, Overlook, 2012, mesa de ferro, TV LED 60”, maquete de acrílico com o labirinto de O iluminado, de Stanley Kubrick
notas
NA
Este artigo é o texto curatorial do módulo 3 da exposição Território de Contato, com curadoria Marta Bogéa e Abilio Guerra, Sesc Pompéia, de 24 de maio a 05 de agosto de 2012. Módulo 1 – Brasil Arquitetura e Cao Guimarães (24 de maio a 10 de junho); Módulo 2 – Marcos Acayaba e Nicolás Robbio (21 de junho a 8 de julho); Módulo 3 – MMBB Arquitetos e Gisela Motta / Leandro Lima (19 de julho a 05 de agosto). Os textos curatoriais estão publicados assim:
BOGÉA, Marta; GUERRA, Abilio. Algo muito humano além de belo. Exposição Território de Contato, módulo 1: Cao Guimarães e Brasil Arquitetura. Arquitextos, São Paulo, ano 12, n. 144.00, Vitruvius, maio 2012 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/12.144/4365>.
BOGÉA, Marta; GUERRA, Abilio. O desenho e a construção. Território de Contato, módulo 02: Nicolas Robbio e Marcos Acayaba. Arquitextos, São Paulo, ano 14, n. 167.00, Vitruvius, abr. 2014 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/14.167/5184>.
BOGÉA, Marta; GUERRA, Abilio. Paisagens justapostas: colagens. Exposição Território de Contato, módulo 3: MMBB Arquitetos e Gisela Motta & Leandro Lima. Arquitextos, São Paulo, ano 15, n. 175.06, Vitruvius, dez. 2014 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/15.175/5382>.
1
Na trama, o leitor acompanha a trajetória de um homem que, condenado por motivos políticos, foge para uma ilha deserta do Pacífico conhecida por ser foco de uma epidemia letal. Lá encontra máquinas misteriosas e um grupo de turistas, que se diverte sem tomar conhecimento de sua presença. O refugiado apaixona-se por uma das mulheres do grupo e então descobre Morel, inventor de uma máquina de imagens que reproduz realidades passadas. BIOY CASARES, Adolfo (1940). A invenção de Morel. Rio de Janeiro, Rocco, 1986.
2
MOTTA, Gisela; LIMA, Leandro. O beijo, 2004 <www.aagua.net/#O-beijo>. Acesso em 20 de maio de 2014.
3
MOTTA, Gisela; LIMA, Leandro. Calar, 2011 <www.aagua.net/#Calar>. Acesso em 20 de maio de 2014.
4
Paisagens Urbanas. Videodocumentário com direção de Nélson Brissac Peixoto. Paleotv, 1994.
5
MMBB ARQUITETOS. Projeto Urbano Córrego do Antonico <www.mmbb.com.br/projects/details/68/4>. Acesso em janeiro de 2012.
6
“The jury, chaired by the State Architect of the Netherlands, Mels Crouwel, praised the project for its realism and the intelligent way it links official infrastructure to the problems of the informal city, the favelas”. 3rd INTERNATIONAL ARCHITECTURE BIENNALE ROTTERDAM. Dutch State Architect presents Architecture Biennale Awards. São Paulo wins Biennale best entry Award 2007. Roterdã, 28 maio 2007 <www.iabr.nl/2007/PowerNotes_05/top/121>.
7
MOTTA, Gisela; LIMA, Leandro. Buraco / Hole, 2007, video, loop <http://vimeo.com/15027799>.
8
FREUD, Sigmund. La elaboración onírica (capítulo VI de La interpretación de los sueños). Obras completas de Sigmund Freud. 4. edição. Madri, Biblioteca Nueva, 1981, p. 516-655. Ver em especial os subcapítulos “La labor de condensación” e “El proceso de desplazamiento”.
9
Nesse módulo da exposição Território de Contato, o cineasta e crítico de cinema André Costa trouxe o cinema para a mesa de debate, que contou ainda com as participações de José Lira (arquitetura) e Éder Chiodetto (fotografia e artes visuais)
10
MOTTA, Gisela; LIMA, Leandro. Anti-Horário, 2011 <www.aagua.net/Anti-horario>.
11
MMBB Arquitetos. Outrem, 2001 <www.mmbb.com.br/projects/details/56/4>.
12
A esse respeito, ver: TELLES, Sophia da Silva. Museu da Escultura. AU – Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 32 out./nov. 1990, p. 121.
13
Aqui a passagem de um sol imaginário decorre também de um diálogo entre curadoria, artistas e arquitetos, em um dos encontros ocorridos no escritório do MMBB, quando um modelo da casa de Salvador iluminado chama atenção dos artistas e os arquitetos explicam o uso de luz simulando trajetória do sol como mecanismo de estudo no modelo.
sobre os autores
Marta Bogéa é arquiteta (UFES, 1989), mestre (PUC-SP, 1993), Doutora (FAU USP, 2006) com doutorado publicado pela editora Senac em 2009 com o título Cidade errante: arquitetura em movimento. Professora do Departamento de Projeto da FAUUSP. Autora de arquiteturas para exposição de arte contemporânea dentre as quais Arte/Cidade III (1997), 27ª e 29ª Bienal de São Paulo (2006 e 2010), 30º e 32º Panorama da Arte Brasileira (2007 e 2011).
Abilio Guerra é arquiteto (PUC-Campinas), mestre e doutor em História pelo (IFCH Unicamp) e professor da FAU Mackenzie. Com Silvana Romano, é editor da Romano Guerra Editora e do Portal Vitruvius. É co-autor de Rino Levi – arquitetura e cidade (com Renato Anelli e Nelson Kon), autor de O primitivismo em Mario de Andrade, Oswald de Andrade e Raul Bopp e organizador dos Textos fundamentais sobre historia da arquitetura moderna brasileira (Romano Guerra, 2001, 2010 e 2010).