O tema da habitação social tem ganhado importância nos últimos anos no Brasil com os avanços das políticas públicas pós 2008, com programas de incentivo à construção de moradias populares para famílias de baixa renda, como o Programa Minha Casa Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento com foco na urbanização de assentamentos precários.
Em 2015, esse panorama de crescimento econômico propiciou empregabilidade aos jovens profissionais e aos estudantes de arquitetura, o que colabora no interesse dos alunos em participar e interagir com o tema. Os alunos da Universidade Nove de Julho são postos em contato com a informalidade e ilegalidade das habitações, diante da complexidade urbana de uma cidade como São Paulo, na periferia do capitalismo global. Essa realidade, muitas vezes não é tratada nos cursos de graduação de arquitetura e urbanismo.
A disciplina de projeto arquitetônico evolui no eixo vertical do curso em complexidade projetual, e na integração horizontal com as demais disciplinas do semestre. No sexto semestre, o tema de projeto arquitetônico é habitação social. Esse é o primeiro semestre que integra o projeto da edificação com o entorno urbano abordado na disciplina de desenho urbano e com a disciplina de sociologia urbana, que subsidia o conhecimento com questões sociais da cidade.
O projeto arquitetônico da habitação social, não se diferenciaria dos demais semestres, se não fosse o aspecto intrínseco ao tema: o problema econômico, social e político no qual se insere, imprimindo no urbano suas contradições. Em uma cidade como a capital paulista onde 34% da população vive na precariedade, em assentamentos informais, a abordagem do uso habitacional e a morfologia urbana, não pode ser deixada de lado na formação dos futuros profissionais, que terão que se deparar com esta problemática como arquitetos e também como cidadãos.
Área de intervenção
A escolha da área de intervenção deveria atender as necessidades didáticas das duas disciplinas – Projeto e Desenho Urbano – em local de fácil acesso aos estudantes. A área escolhida apresenta um potencial de estudo especial, pois agrega a especificidade de uma Operação Urbana Consorciada – OUC, na região da Água Branca.
Essa região encontra-se em franca transformação de uso, num bairro originalmente configurado por ocupação horizontalizada, constituída por galpões de herança fabril, lindeira à linha férrea e à avenida marginal do Rio Tietê, importante eixo de circulação da cidade de São Paulo. Com o processo de transformação econômica ocorrido no mundo globalizado, ao longo dos últimos 40 anos, a região tornou-se central mas seu uso industrial perdeu sentido.
Em 1995 foi aprovada a lei 11.774 que instituiu a Operação Urbana Consorciada Água Branca – OUCAB (1), iniciando os estudos para implementação dos estudos urbanísticos e econômicos em 2007/2008.
Desde então, tem ocorrido um intenso processo de transformação do bairro, mesmo com a implementação parcial da OUCAB, dando frente a novas ocupações que promovem o adensamento residencial e de serviços, fruto do incentivo do poder público na concessão de aumento do potencial construtivo e da pressão do capital financeiro e imobiliário atuantes na valorização da terra. Este fato tem promovido a gentrificação e expulsão da população de baixa renda residente nos cortiços ou em assentamentos precários remanescentes do bairro.
Nos Planos Regionais Estratégicos da cidade de São Paulo de 2004 e no Plano Diretor Estratégico de 2014, foram demarcadas, na gleba de estudo, áreas para habitação de interesse social, definidas na lei como Zonas Especiais de Interesse Social – ZEIS cujas características variam segundo suas especificidades.
O novo projeto da OUCAB apresenta diretrizes de transporte coletivo e mobilidade não motorizada, a inclusão e diversidade social, o adensamento construtivo e populacional com uso misto, ordenamento e valorização da paisagem, melhorias ambientais e na infraestrutura. No que se refere a inclusão e diversidade social, as diretrizes buscam viabilizar a construção de Habitação de Interesse Social – HIS com empreendimentos que atendam a diferentes demandas, referentes tanto ao tamanho das unidades habitacionais quanto ao atendimento das diversas faixas de renda.
A integração com a disciplina de desenho urbano
A complexidade das metrópoles na contemporaneidade impõe uma reformulação de conceitos de como conceber espaços e ordenar as transformações urbanas, uma vez que as recentes mudanças da sociedade alteram o planejamento e a gestão das cidades.
Dada essa complexidade, existe uma dificuldade para compreender a metrópole como um todo, identificar os fatores que causam degradação de algumas áreas enquanto, concomitantemente, ocorre o florescimento de outras. Somada a essa dificuldade, há também uma demanda para que a cidade contemporânea seja pujante e ofereça boa qualidade nos espaços públicos, reduza o tempo de deslocamento, sendo acessível a pessoas com mobilidade reduzida, expectativas que devem ser contempladas nos Projetos de Desenho Urbano.
Sabe-se que o Desenho Urbano tanto possibilita a elaboração de loteamentos para terrenos ainda não ocupados, como a requalificação de áreas degradadas da cidade, considerando-se, em ambos os casos, o traçado, a dimensão e o desenho das quadras e lotes, a volumetria pretendida, o uso dos edifícios, a distribuição da vegetação, a possibilidade de criação de praças e parques, os recuos definidores de características da paisagem, a constituição de monumentos e marcos, o desenho do mobiliário urbano, a demanda por determinados equipamentos, bem como questões sociais, políticas e históricas, entre tantos outros aspectos relevantes.
Sendo a requalificação de trechos da área urbana de grande interesse para os alunos, seja pela análise que suscita, seja pelo olhar crítico sobre o urbano que provoca, é a linha comumente adotada na disciplina, abordando-se basicamente os mesmos tópicos ou elementos morfológicos do trabalho com loteamentos, muito embora pelo viés da requalificação urbana.
O aluno é convidado então a responder as seguintes questões: “O que eu posso fazer, como futuro arquiteto e urbanista, para melhorar a cidade ou trechos da cidade onde eu vivo? Que aspectos históricos, políticos, sociais e urbanísticos devem ser considerados na minha proposta? Quais são as questões atuais concernentes à revitalização ou requalificação urbana? Em que situações são viáveis trabalhar com uso misto, fachada ativa ou quadra aberta? Como evitar o processo de gentrificação, muitas vezes resultante das próprias melhorias da paisagem e do lugar?”. Para isto, há uma série de aulas teóricas que garantem o embasamento necessário a essas discussões, cujo conteúdo abrange desde o conceito de Desenho Urbano até a crítica de Jane Jacobs à cidade moderna, a leitura da cidade proposta por Kevin Lynch e a defesa da quadra aberta por Christian de Portzamparc (2). A prática do Desenho Urbano deve somar às análises e diagnósticos tradicionais, baseados nos levantamentos de uso do solo, gabaritos das edificações, estado de conservação dos imóveis, hierarquia do sistema viário, etc., valores subjetivos da experiência urbana. Assim como a cidade contemporânea, o Desenho Urbano atual não pode ser linear e se apoiar em uma ou outra teoria, mas deve buscar soluções projetuais com princípios que tratem da melhoria da qualidade urbana em suas diversas abrangências: sociais, econômicas e ambientais. A complexidade das cidades faz com que o exercício do projeto seja baseado no reconhecimento das frequentes mutações ocorridas na sociedade de risco onde o projeto não é um desenho final, e sim um veículo para discussões de novas transformações (3).
A integração com a disciplina de Projeto Arquitetônico ocorre não apenas pela localização do terreno do Conjunto Habitacional na área de intervenção urbana de Desenho Urbano, mas também pelas relações intrínsecas entre a requalificação do espaço urbano e a produção habitacional.
No primeiro semestre de 2015, adotou-se como área objeto da proposta de intervenção, para a realização das etapas de diagnóstico, elaboração de diretrizes e projeto de Desenho Urbano, um trecho do bairro da Água Branca, em São Paulo (Brasil), delimitado pela Avenida Marquês de São Vicente, a rua Comendador Martinelli, a marginal do rio Tietê e o córrego, a área trabalhada em Projeto VI está inserida dentro desta área macro, em frente ao córrego – Rua José Nelo Lorenzon. Esse bairro de origem industrial, ocupado em sua maior parte por antigos e recentes galpões em lotes de grandes dimensões que formam quadras igualmente amplas – especialmente se considerado o percurso do pedestre –, com a presença marcante de rios e córregos atualmente poluídos e que atualmente passa por gradativo processo de transformação em função da Operação Consorciada Água Branca, ainda apresenta espaços degradados e habitações deterioradas em situação de alta precariedade, que ratificam a necessidade de requalificação.
Dentre os trabalhos apresentados pelos alunos, alguns se limitaram à substituição das edificações existentes por novas, à atribuição de novos usos aos edifícios existentes e à criação de um parque linear ao longo do córrego, enquanto outros, mais complexos, propuseram um novo parcelamento para as quadras e lotes associados à volumetria edificada promotora do adensamento populacional – aumentando-se o número de residentes na área – a criação de praças e parques e a previsão de equipamentos sociais como escolas, creches e bibliotecas junto às áreas residenciais, além do novo traçado viário, a partir do alargamento de ruas e calçadas buscando promover diversos meios de circulação, conformando, assim, um espaço com o qual a população pudesse criar relações de identidade, ou seja, um bairro com características próprias. Independentemente do grau de complexidade alcançado pelos alunos, esses projetos revelam a reflexão de estudantes de arquitetura sobre a cidade e sobre a habitação.
Metodologia e estratégias pedagógicas
A disciplina Projeto Arquitetônico VI tem como objetivo desenvolver a habilidade projetual do aluno diante do entendimento das condicionantes legislativas, urbanísticas e sociais do tema da habitação e criar instrumentos para o desenvolvimento de um projeto habitacional sintonizado com as diretrizes previstas na intervenção da disciplina de Desenho Urbano, qualificando os espaços de transição entre áreas de caráter público, semipúblico (quadra aberta) e privado da unidade habitacional.
Para atingir os objetivos propostos, foram desenvolvidas a apresentação de conteúdo histórico e referencial e atividades práticas, divididas nos seguintes momentos:
1. Aulas teóricas com conteúdo histórico e referências de projetos habitacionais internacionais e nacionais e apresentação dos conteúdos da disciplina com todas as condicionantes do exercício de projeto arquitetônico, tais como localização do terreno e sua relação com a área de intervenção da disciplina de Desenho Urbano, número de unidades habitacionais a serem projetadas, topografia com desnível de no mínimo 1 metro, tipologias habitacionais e áreas, os usos permitidos (residencial, comercial e institucional), zoneamento vigente, conjuntos habitacionais existentes no entorno e condicionantes ambientais em decorrência do córrego existente próximo ao terreno. Teorias urbanas embasaram a proposta de desenho urbano, apresentando-se criticamente as premissas projetuais de renovações urbanas, planejamento de bairros e cidades novas.
2. Visita ao local de intervenção pelos alunos, para o reconhecimento da área e apropriação das condicionantes apresentadas em sala de aula. Visitas monitoradas nos conjuntos habitacionais Jardim Edite e Heliópolis Gleba G, selecionados como principais referências projetuais para este semestre. Através das visitas monitoradas foi possível identificar as áreas comuns e unidades habitacionais nas suas diferentes tipologias (4). Após a visita, os alunos, divididos em grupos, apresentaram em sala de aula os pontos positivos e negativos relacionados aos conjuntos habitacionais visitados, desde a implantação, passando pelas áreas comuns até as unidades habitacionais. Na relação conjuntos habitacionais/ entorno, os alunos identificaram as relações com o sistema viário e a ocupação existente relacionada à paisagem urbana, dando suporte para o diagnóstico e diretrizes urbanísticas.
3. Como continuidade do processo avaliativo, antes da entrega do projeto individual final, para uma maior apropriação das referências, foi sugerido que os grupos desenvolvessem intervenções pontuais nos conjuntos habitacionais visitados, incorporando uma proposta interna a unidade habitacional e outra externa, contemplando implantação, layout das áreas externas ou aspectos estéticos (fachada e materiais construtivos). Os grupos apresentaram propostas para o conjunto habitacional Jardim Edite, em que foi identificada a falta de equipamentos de lazer em áreas comuns ociosas. Assim, propuseram intervenções paisagísticas com a instalação de mobiliários, para melhorar o convívio e utilização do local pelos moradores. Foram propostas também modificações no layout das unidades habitacionais. No conjunto habitacional Heliópolis, os alunos também sugeriram intervenções nas áreas comuns através da implantação de áreas para descanso e estar no pátio de uso comum com mobiliário, no interior do conjunto. Na área externa foi proposta uma praça na frente principal e, na parte de uso comercial no térreo do conjunto habitacional, foi indicado o alargamento da via existente para pedestres e automóveis, buscando melhorar a integração e convívio dos moradores com os transeuntes.
4. A partir da apropriação das questões levantadas nas escalas de projeto arquitetônico e desenho urbano, o aluno iniciou o desenvolvimento do projeto habitacional de forma individualizada, elaborado com o apoio dos professores através de atendimentos em sala de aula ao longo do semestre. A entrega do projeto arquitetônico foi divida em três momentos: Primeira etapa: pré-entrega (implantação, definição do pavimento tipo, corte esquemático com a volumetria do entorno); Segunda etapa: entrega do projeto preliminar completo; e Terceira etapa: maquete volumétrica com a apresentação do pavimento tipo desmontável, para melhor visualização das unidades habitacionais e circulação vertical e horizontal. As avaliações pautaram-se em questões estéticas como fachada e composição volumétrica, materiais aplicados, estruturação e tratamento do espaço aberto, e a relação com a volumetria do entorno adjacente e a correlação com as diretrizes da disciplina Desenho Urbano. Com aspectos urbanísticos identificados os alunos propuseram soluções de espaços semipúblicos em quadras abertas com calçadões, ciclofaixas, ciclovias, usos mistos e adensamento construtivo para diferentes faixas de renda.
Resultados obtidos e Conclusão
A experiência pedagógica apresentada neste artigo traz inovações significativas que podem ser referências para outras disciplinas similares em que o mote seja a habitação social.
Uma das inovações introduzidas no primeiro semestre de 2015 tinha como objetivo a familiarização por parte dos alunos com as questões de habitação. Além de vivenciar o local do projeto, em visitação in loco, algumas referências de projeto tinham sido implantadas. Ao adentrarem as áreas comuns de edifícios executados, os alunos já percebiam a tridimensionalidade do espaço e entendiam pessoalmente a relação dos novos moradores com o ambiente de moradia por meio de depoimentos legítimos. Os estudantes assimilaram os ganhos de qualidade de vida e as alterações no cotidiano dos moradores devido à qualidade das habitações do edifício condominial, em contraponto à precariedade habitacional anterior.
Ao propor alternativas de modificação ao espaço existente, uma na unidade habitacional e outras nas demais áreas do conjunto, os estudantes puderam compreender a importância da integração entre esses espaços, naturalmente. O estabelecimento de relações entre o existente e as proposições em projeto se apresentou como a etapa mais preciosa e marcante do processo projetual.
Outro avanço, comparado aos semestres anteriores de condução da disciplina, foi a proposta da maquete ao final do processo. No dia da verificação dos modelos físicos, após a avaliação dos professores, foi possível realizar uma dinâmica onde aspectos de projeto puderam ser recuperados, demonstrados e discutidos em três dimensões, utilizando a produção dos próprios alunos. O trabalho com as fachadas, composição volumétrica entre os blocos dentro do projeto e a relação com a volumetria do entorno adjacente tiveram suas relações explicitadas, sem deixar dúvidas das qualidades e problemas. Um problema recorrente identificado foi a dificuldade em estabelecer a melhor relação entre a distância entre os edifícios e altura das edificações, trabalhada principalmente na implantação. Altas torres ou blocos laminares como solução para dispor as unidades habitacionais tiveram suas implantações facilmente questionados por conta da falta de distanciamento horizontal. Alguns ajustes e testes no início do processo de projetação, que solicitava a simulação da volumetria apenas com papel dobrado, controlando-se o perímetro imaginado, a altura e o posicionamento do conjunto no lote.
Como condicionante de projeto, as questões de topografia foram introduzidas, e os alunos deveriam utilizar um desnível construído entre 1,0m a 4,0m dentro do lote. O que parecia uma limitação foi muito útil para demarcar separações a partir da área pública e da semipública em relação à área mais privativa dos moradores, adotando-se em muitos casos como solução a quadra aberta. As unidades localizadas no térreo, ou áreas de lazer infantil puderam também receber maior privacidade em relação fluxo de pedestres na área pública.
A presença de um córrego à leste do lote permitiu exercitar a compreensão sobre as questões urbano-ambientais e as soluções para estabelecer relações espaciais e de projeto no espaço não edificado, mantendo-se a permeabilidade do solo e interferindo o mínimo na retirada de vegetação. A proposição de trilhas ao longo do córrego ou mesmo o uso de deques de madeira com apoios de palafitas no solo para ambientes de estar nas margens foram soluções adotadas em muitos projetos, superando as práticas bastante difundidas como a canalização e o tamponamento de córregos, ainda hoje muito utilizadas em áreas com situações urbanísticas semelhantes.
A estratégia de intervir nos conjuntos habitacionais existentes pelos grupos de alunos trouxe um melhor reconhecimento da escala projetual. A apropriação da problemática, através das visitas e reconhecimento da área de intervenção contribuiu para o desenvolvimento do projeto habitacional individual e aproximou a teoria da prática projetual. O resultado das intervenções propostas pelos alunos nos conjuntos Jardim Edite e Heliópolis será apresentada aos moradores, com o objetivo de aprimorar a leitura da realidade e de contribuir para uma vivência que extrapola as condições teóricas aplicadas em sala de aula.
notas
NA – Artigo apresentado no 2° Encuentro “La formación universitária y La dimensión social del profesional” a 46 años del Taller Total, Universidad Nacional de Córdoba, 31 de Agosto, 1 y 2 de setiembre de 2016.
NE – Sob a coordenação editorial de Abilio Guerra (editor do portal Vitruvius), esta edição especial da revista Arquitextos sobre Ensino de Arquitetura e Urbanismo contém textos selecionados dos artigos apresentados em dois eventos ocorridos na Universidade Nacional de Córdoba, na cidade de Córdoba, Argentina: 1° Encuentro “La formación universitária y la dimensión social del profesional” a 45 años del Taller Total (2, 3 e 4 de setembro de 2015; eixos temáticos: 1. O ensino da arquitetura. 2. O primeiro ano universitário: expectativas, conquistas e frustrações. 3.A formação universitária e o compromisso com os problemas sociais, políticos, econômicos e culturais da região); 2° Encuentro “La formación universitária y la dimensión social del profesional” a 46 años del Taller Total (31 de agosto, 1 e 2 de setembro de 2016; eixos temáticos: 1. Hábitat, cidadania e participação. 2. A formação universitária e o compromisso com os problemas sociais,políticos, econômicos e culturais da região. 3. O papel do estudante universitário no seu processo de formação professional e cidadã). Em ambos os encontros o processo de avaliação dos artigos foi realizado por pareceristas, membros da comissão cientifica, especialistas na área de submissão, pelo sistema duplo cego, para garantir o anonimato e sigilo tanto do(s) autor(es) como dos pareceristas. Os eventos tiveram como objetivos a reflexão, debate e a recuperação da memória do Taller Total, experiência que se desenvolveu na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, da Universidade Nacional de Córdoba, FAU UNC, entre os anos 1970 e 1975. Avançou-se na discussão sobre o papel social do profissional universitário e suas capacidades para analisar integralmente e contribuir à solução dos problemas sociais locais e regionais que a presente realidade demanda. Dentre os eixos temáticos correspondentes aos dois encontros, se realizou um processo de seleção dos artigos referentes ao tema Ensino de Arquitetura e Urbanismo que resultou nos textos presentes na edição de Arquitextos. Foram responsáveis por esta seleção, Sylvia Adriana Dobry e Nora Zoila Lamfri (participantes do Comité Organizador e Cientifico de ambos encontros). Considerou se importante dar um panorama do assunto em vários países da América Latina privilegiando critérios de qualidade e pertinência ao tema. Para tanto, selecionaram-se artigos de autores provenientes de Argentina, Brasil e México, que foram convidados a adequá-los às normas da revista; os que responderam à solicitação são os seguintes artigos que formam o número especial de Arquitextos sobre os 1° e 2° Encuentro “La formación universitária y La dimensión social del profesional” a 45 y 46 años del Taller Total/ 2015 e 2016:
DOBRY, Sylvia Adriana; LAMFRI, Nora Zoila. Ateliê Total, um olhar desde o século 21. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.00, Vitruvius, nov. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6790>.
GOROSTIDI , Roberto Enrique; RISSO, Marta Teresa. Formación y docencia en la Universidad de hoy. Desafíos y Realidades. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.01, Vitruvius, nov. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6791>.
SANCHES, Débora. ArquiCriança: estudo a partir das crianças moradoras de cortiços e pensões em São Paulo. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.02, Vitruvius, nov. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6792>.
GIRÓ, Marta; FRANCO, Rafael; PELLI María Bernabela; PACE, Elizabeth; CAMPOS, Mariana; DEPETTRIS, Noel; OLMEDO, Rosario; PONCIO, Diego. La Cátedra Gestión y Desarrollo de la Vivienda Popular. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.03, Vitruvius, nov. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6793>.
PORTER, Luis; MIGLIOLI,Viviana. La enseñanza de la arquitectura hoy, las limitaciones del modelo de taller de proyecto y alternativas posibles.Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.04, Vitruvius, nov. 2017 < www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6794>.
PEDRO, Beatriz. Formación para el proyectar con la comunidad en la producción social del hábitat – Articulación de saberes populares y disciplinares. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.05, Vitruvius, nov. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6795>.
ARANTES, Pedro Fiori; SANTOS JÚNIOR, Wilson Ribeiro dos; LEITE, Maria Amélia Devitte Ferreira D’Azevedo. Um projeto de práticas pedagógicas transformadoras. A formação do arquiteto e urbanista no Instituto das Cidades da Unifesp na Zona Leste de São Paulo. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.06, Vitruvius, nov. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6803>.
CARVALHO, Maria Albertina Jorge. A experiência do laboratório de arquitetura e urbanismo e seus desdobramentos como atividade de extensão universitária. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.07, Vitruvius, nov. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6804>.
TEIXEIRA, Catharina Christina; et. al. A questão da habitação social no ensino de projeto integrado ao desenho urbano. Arquitextos, São Paulo, ano 18, n. 210.08, Vitruvius, dez. 2017 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/18.210/6818>.
1
SP-URBANISMO. Operação Urbana Consorciada Água Branca <www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/urbanismo/sp_urbanismo/operacoes_urbanas/agua_branca/index.php?p=19589>.
2
JACOBS, Jane. Morte e vida de grandes cidades. São Paulo, WMF Martins Fontes, 2000; LYNCH, Kevin. A imagem da cidade. São Paulo, Martins Fontes, 1997; PORTZAMPARC, Christian de. A terceira era da cidade. Óculum, São Paulo, n .9, FAU PUC-Campinas, 1997.
3
COPANS, Rose. Intervenções de recuperação de zonas urbans centrais: experiências nacionais e internacionais. DiverCidade, n. 2, Centro de Estudos da Metrópole, jul./set. 2004. Disponível em: <http://cebrap.org.br/wp-content/uploads/2017/03/08Rose-Compans.pdf>.
4
PALLAMIN, Vera M. Sobre o ensino e aprendizagem de arquitetura e urbanismo: as lições de o mestre ignorante. Caderno Pós USP, n. 22, São Paulo, USP, 2008, p. 52-60 <www.revistas.usp.br/posfau/article/view/43531/47153>.
sobre os autores
Catharina Cristina Teixeira é doutoranda do IAU USP São Carlos, Mestre em Habitação pelo IPT/SP (2006), arquiteta pela Universidade Católica de Santos (1988), professora da Universidade Nove de Julho desde 2012 e arquiteta responsável da Assessoria Técnica Brasil Habitat.
Denise Falcão Pessoa é doutora pela FAU USP (2003), mestre em Arquitetura e Planejamento Urbano pela Universidade de Michigan (1982) e Arquiteta e Urbanista pela Universidade Mackenzie (1979). Professora do mestrado e da graduação do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo e da Universidade Nove de Julho.
Giselly Barros Rodrigues é doutoranda em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Habitação pelo IPT/SP. Arquiteta e Urbanista pela Universidade Anhembi Morumbi. Professora da Universidade Nove de Julho e Universidade Estácio de Sá. Arquiteta do escritório GBARQ.
Mariana Cicuto Barros é doutoranda na UFABC, Mestre pelo IAU USP (2011), Arquiteta e Urbanista pela Belas Artes (2003). Arquiteta na Assessoria Técnica Brasil Habitat entre 2004/2014. Professora na Universidade Nove de Julho.
Rogerio Akamine é pós-doutorado pela FAU USP (2010). Doutor em Architectural Engineering pela Osaka University (2004). Mestre (1998) e graduado em Arquitetura e Urbanismo pela FAUUSP (1992). Professor da Universidade Nove de Julho e Universidade São Judas Tadeu.
Solange de Aragão é pós-doutora em História do Brasil pela FFLCH USP e em História da Arquitetura pela FAU USP. Doutora, mestre e arquiteta e urbanista pela FAU USP. Professora na Universidade Nove de Julho.
Vinícius Luz de Lima é mestre em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2011), especialista em Saúde Ambiental e especialista em Ensino Superior pelo IFSP (2017), arquiteto e urbanista pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2005). Professor da Universidade Nove de Julho e Arquiteto e Urbanista da Prefeitura Municipal de São Paulo.