A disciplina de introdução ao projeto de arquitetura e do urbanismo e sua proposta
No curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina a matriz curricular vigente é do ano de 1996 e contempla 3 unidades: I – Formação: com 3 fases; II – Desenvolvimento: com 4 fases; III – Aprofundamento: com 3 fases, oferecendo ao estudante de graduação uma formação interdisciplinar que envolve o exercício do projeto arquitetônico e o planejamento da cidade, mediante a articulação com as outras áreas (1).
Nesse contexto, os fundamentos de projeto iniciam-se já no primeiro semestre; contudo, nesse momento, ainda têm um caráter eminentemente introdutório. Assim, a disciplina de: “Introdução ao Projeto de Arquitetura e do Urbanismo”, traz na sua própria ementa a palavra: “introdução”; porém, não apenas ao projeto arquitetônico, mas, também, ao projeto de urbanismo. Com essa preconização, o ementário atual prevê que esta disciplina tenha uma abordagem interdisciplinar para compreensão arquitetônica e a percepção da construção histórica da cidade, de modo a exercitar o processo de apreensão das diversas escalas de intervenção, inerentes ao ofício do arquiteto e urbanista. Por conta disso, os conteúdos de “Introdução ao Projeto de Arquitetura e do Urbanismo”, também fomentam o entendimento da morfologia urbana e paisagística a serem, posteriormente, mais bem trabalhados pela disciplina de: “Projeto Arquitetônico e de Paisagismo I”. Portanto, nos primeiros semestres deste currículo, o projeto arquitetônico não se dissocia da dimensão urbana e da paisagem (2).
Essa inter-relação também perpassará por algumas disciplinas de projeto arquitetônico e de urbanismo subsequentes, como, por exemplo: “Projeto Arquitetônico III” – passível de vinculação com os trabalhos realizados em: “Projeto de Urbanismo I”. Uma peculiaridade que revela o desejo de pensar de maneira sempre articulada, a arquitetura e a cidade, bem como, buscar por sua relação indissociável. Esse objetivo vem sendo vislumbrado em outras frentes: como na almejada revisão do Projeto Político Pedagógico do curso; nas orientações para as recentes contratações por concurso público; ou, ainda, a partir da interação entre professores de disciplinas diferentes, os quais, buscam uma integração entre tópicos, tanto do projeto de arquitetura, quanto do urbanismo (3).
Com este propósito, a disciplina de “Introdução ao Projeto de Arquitetura e do Urbanismo”, alocada na Unidade I, no primeiro semestre do referido curso, pretende proporcionar uma abordagem ampla e interdisciplinar, tendo como algumas de suas preocupações: o enfoque à concepção projetual, por meio de leituras dos espaços da arquitetura e do urbanismo, seja de um ponto de vista historiográfico (com aulas teóricas), ou projetual (com aulas práticas), utilizando: diários de diagramas, montagens e maquetes interpretativas, realizados a partir de lugares que visitamos fora da universidade. Para cada saída a campo proposta pelos docentes, um arquétipo que organiza a cidade é discutido. Sendo assim, escolhemos: a ponte, a torre e o muro, justamente, porque são figuras que têm relação com a Ilha de Santa Catarina – a Ponte Hercílio Luz, o Morro da Cruz (um dos pontos mais altos na paisagem, onde se localizam as torres das antenas de televisão) e as antigas fortalezas amuralhadas, que faziam sua defesa no passado.
A partir da aproximação a esses lugares, o plano da disciplina proposto pelos professores (os mesmos autores deste texto), busca por outras interpretações possíveis destas imagens da arquitetura e do urbanismo, de maneira que originem novos projetos conceituais de pontes, torres e muros na cidade; um processo de ensino-aprendizagem de projeto, que julgamos ser passível de desenvolver a criatividade dos alunos. Nessa proposta, os docentes elevam a importância da percepção urbana, para promover a compreensão da construção histórica da cidade – como previsto no ementário – e, assim, gerar outras leituras; brincando com a imaginação na sala de aula e refletindo os sobre seus rumos, quando os futuros arquitetos forem solicitados a projetar suas intervenções. Uma ideia que tem como objetivo, dar início a um longo caminho que será percorrido pelo jovem estudante, diante do processo de entendimento da arquitetura e urbanismo do passado e do presente e, em especial, partícipe de sua realidade, agora vivenciada na universidade: a cidade de Florianópolis.
Desse modo, as estratégias metodológicas utilizadas para o processo de ensino-aprendizagem, na experiência que os autores realizaram nessa disciplina introdutória, têm as aulas fora do ateliê como seu Norte. Isto porque, partimos do pressuposto, de que os percursos realizados na cidade são os primeiros exercícios para compreensão dos conceitos que servirão de guias para o desenvolvimento de projetos de arquitetura e urbanismo. Nesse sentido, a possibilidade de instrumentalizar a percepção urbana é assimilada pelos professores como chave para a ruptura com os paradigmas pré-estabelecidos dos alunos saídos do Ensino Médio. Com esse propósito, na compreensão dos docentes, a Semiótica, entendida como uma ciência que ajuda ler o mundo, é pano de fundo para que leituras pouco convencionais, sejam processadas pelos alunos, instigando associações não-verbais sobre os signos da cidade (4).
Nessa proposição, a frequentação do espaço é fundamental para o seu entendimento e para a extração de significados arquitetônicos e urbanos que não sejam óbvios, os quais possam ser utilizados como parte de um raciocínio de projeto. Acreditamos nas saídas a campo, como maneiras de potencializar novas sensações e enriquecer o repertório dos jovens estudantes, promovendo condições que os permitam, por meio do caminhar, vivenciarem por si mesmos suas práticas estéticas para, assim, construírem uma intelecção dos espaços da cidade, que não lhes seja imposta, comandada ou, simplesmente, reduzida a uma visão totalizadora. A companhia do diário de diagramas, um caderno de desenho com folhas destacáveis, serve para registrar graficamente as sensações do percurso, auxiliando a cognição do trajeto.
De tal sorte, os docentes se propuseram a testar em solo brasileiro, uma proposição trabalhada pela disciplina do arquiteto italiano Francesco Careri, na Faculdade de Arquitetura da Universidade Roma Tre, na Itália. Ela atualiza a modalidade peripatética de conhecimento dos antigos filósofos gregos para o ensino de arquitetura e urbanismo; ou seja, andar a pé, como principal meio para um reconhecimento urbano, e uma posterior elaboração de projetos.
“Fazer conhecer a estudantes e cidadãos as realidades estranhas a suas rotinas cotidianas; indagar fenômenos emergentes por meio da interação com o espaço social; entrar em contato com as diversas culturas que habitam a cidade, a dos excluídos nos campos e nas favelas, e a dos reclusos nos condomínios de luxo” (5).
Francesco Careri já esteve algumas vezes no Brasil, uma delas na Universidade Federal de Alagoas, para a realização do II Seminário Internacional Urbicentros, realizado em 2011, ocasião em que tivemos o primeiro contato com os trabalhos deste professor. Desde então, buscamos aliar o ensino de arquitetura e urbanismo à prática do caminhar, além de modos de vivenciar a cidade por meio de experiências autênticas, que despertassem o olhar dos estudantes, principalmente, em relação às dissonâncias existentes nas cidades brasileiras. Com isso, almejamos fazer surgir nesse aluno recém-chegado à universidade, uma reciprocidade entre “ele” e o mundo que “o” circunda; o corpo e o lugar; o futuro arquiteto e o contexto da cidade. Talvez, desse encontro singular entre percepção e paisagem, possa surgir um apelo de sentido, uma expressividade, em uma inseparabilidade sujeito-objeto (6).
Assim, o despertar de uma consciência projetual na disciplina de “Introdução ao Projeto de Arquitetura e do Urbanismo” reside na experiência do aluno na cidade. Logo, acreditamos que, o processo de ensino-aprendizagem de projeto no primeiro semestre deva ir em busca da experimentação, nas experiências originárias dos espaços, nas vivências proporcionadas pelos percursos urbanos e na compreensão das suas essências, por meio da fenomenologia da percepção, para além da distinção entre a forma e o conteúdo (7).
A bibliografia que utilizamos aqui, não é obrigatória para os jovens estudantes. Portanto, as associações dos signos da cidade, a modalidade peripatética e a abordagem fenomenológica, estão implícitas nas saídas a campo, quando estimulamos a análise sensorial, a errância e um exame tátil dos lugares visitados, para além das aparências urbanas. A proporção de alunos de 1 professor para cada 15 alunos, contando sempre com 01 monitor bolsista e, às vezes, com voluntários e alunos da pós-graduação em estágio docência, facilita o acompanhamento em pequenos grupos. Assim, todos podem caminhar juntos ou separados; ficar à sombra; conversar com as mais diferentes pessoas; parar para tomar algo; extrair sensibilidades do lugar, sons, cheiros, texturas; desenhar o patrimônio arquitetônico e urbano; fazer croquis abstratos sentados no chão, interagindo com os outros e com o entorno circundante.
Diante dessa preocupação, o arranjo didático-pedagógico proposto pelos docentes da disciplina em questão, busca dar fôlego a uma percepção que incite múltiplos pontos de vista para leitura da cidade, os quais, não possam, simplesmente, serem separados dos passos dos alunos que a vivenciam e nela interferem por meio dos seus projetos. Nesse sentido, aspiramos, para além da concepção arquitetônica e do entendimento da morfologia urbana, paisagística e suas atmosferas sintáticas, o privilégio do contato com a cidade e seus cidadãos, bem como, a intelecção das diversas escalas de intervenção, especialmente, a escala humana, seus usos conflitantes e diferentes apropriações. Nas experiências de reconhecimento urbano vamos a pé, de ônibus, ou de barco, de encontro à cidade de Florianópolis e a sua história, para extrair sensibilidades culturais capazes de informar projetos experimentais em arquitetura e urbanismo.
O contexto urbano e as experiências de reconhecimento urbano na ilha de Santa Catarina – estratégias metodológicas
Até bem pouco tempo atrás, a Ilha de Santa Catarina podia ser compreendida em duas porções, ou seja: a sua área central, onde teve origem o povoado de Nossa Senhora do Desterro e se manteve a concentração das atividades portuárias, comerciais e administrativas do Estado; e regiões interiores, onde predominavam as funções agrícolas e de pesca. Com a construção da Ponte Hercílio Luz (1926), a porção continental finalmente se liga com a região insular, configurando, mais recentemente, o que se conhece como a Grande Florianópolis. Depois da construção de duas outras pontes, aterros e uma nova infraestrutura viária, esse processo de expansão e urbanização se intensifica, ocasionando o aumento das ocupações irregulares, principalmente nos morros, além de um impulso turístico nas áreas litorâneas, que partir dos anos de 1970, contribui para bruscos câmbios em sua paisagem (8).
Nesse sentido, muitas imagens de Florianópolis agora se somam nos seus territórios continentais e insulares, construindo um quebra-cabeças de contrastes em uma cidade arquipélago. Funções se distribuem em seus meandros para além de qualquer programação ou zoneamento. Na maioria das vezes, a sua morfologia urbana e paisagística se constitui, muito mais pelos interesses especulativos, do que por um sentido social, ou que dê razão para o bem comum, apesar do apelo à sustentabilidade. Uma realidade, cujo planejamento urbano, sempre esbarra nas dificuldades de mobilidade impostas pela própria geografia da ilha e por seu crescimento desordenado. A percepção dessa conformação urbana –, onde múltiplas camadas de tempo se sobrepõem –, requer uma investigação que seja capaz de uma imersão no lugar, para aguçar o olhar e fomentar diversas possibilidades de vivências nos espaços em transformação de Florianópolis.
“Habitamos em territórios indefinidos, e as funções distribuem-se no seu seio, para além de qualquer lógica de programação, para lá de qualquer urbanística; localizam-se consoante aos interesses especulativos, a pressão social, mas não segundo um desígnio urbanístico, que, mesmo nos grandes mestres da urbanística, provinha precisamente do fato de poder raciocinar na base daquelas funções tradicionais” (9).
Diante dessa conjuntura, defendemos que os jovens estudantes devam ir a campo, para que, antes de propor qualquer projeto, possam compreender, a emergência de uma conformação urbana ímpar e, no caso florianopolitano, interligada por pontes, configurada por conturbações na porção continental e entremeada por áreas de preservação permanente na porção insular, com centenas de ocupações irregulares nos morros, tendo como contraponto, condomínios verticais e horizontais de luxo em suas praias, cujos limites, já não são ditados pelos muros das suas antigas fortalezas.
Nesse contexto, preconizamos que as experiências de reconhecimento urbano possam ser o lastro de um processo de ensino-aprendizagem de projeto em suas diversas escalas, onde se privilegia a percepção urbana, de modo a contribuir para a compreensão da construção histórica da cidade de Florianópolis. A partir dessa preocupação, a concepção projetual é estimulada, em uma busca pelas peças de um puzzle que ainda está por ser montado, cujo único fio condutor são as pontes, que dividem a cidade em dois lados: o continental, espraiado; e a ilha, entrecortada por cheios e vazios. Na Ilha de Santa Catarina pululam resquícios de cidades passadas, justapostas por entre uma geografia irregular, ora produto de aterros para melhorar o escoamento do tráfego, ora estrangulada por servidões de difícil acesso às comunidades que habitam os morros. As montanhas, os manguezais, as lagoas e o mar são sempre parte dessa morfologia urbana e paisagística, onde o modelo de acumulação capitalista tenta sempre se alinhar à perspectiva do olhar do turista, em detrimento dos povos tradicionais.
Nessa cidade desmedida, temos como estratégias metodológicas, dar alguns subsídios para cambiar a percepção do recém-chegado estudante de arquitetura e urbanismo e este possa ir em busca dos múltiplos pontos de vista: seja por meio de caminhadas a pé, em terra; seja pelo ar, lançando um olhar a partir dos pontos mais altos, de cima do morro; ou, seja pelo mar, em viagens de barco. Em todos os casos, a proposta docente é que o aluno experimente as espacialidades do dentro e do fora da ilha, onde se localiza a universidade – caminhando, mirando ao longe e navegando por zonas híbridas, respeitando suas temporalidades. Vamos de encontro aos signos fugidios, ao “Outro”, àquilo que é diferente e foge da rotina cotidiana. Trajetos que buscam vivenciar a cidade e, assim, trazer à tona sensibilidades culturais, em um intermezzo de experiências, por entre os chamados espaços opacos e luminosos (10).
Estas saídas a campo buscam testar, em um contexto latino-americano, o caminhar como prática estética, trabalhado pelo arquiteto italiano Francesco Careri. Escolhemos alguns locais estratégicos, de modo a revelar múltiplas visões sobre a construção histórica da cidade de Florianópolis, mas, também, o seu desenvolvimento e as suas contradições, por meio dos seus dispositivos de ligação urbana, de estruturação da paisagem e dos limites do seu território. A percepção acurada desses lugares, envolve uma errância pelo centro histórico da cidade e pelas imediações da Ponte Hercílio Luz, Colombo Salles e Pedro Ivo Campos, em meios aos grafites e pichações, na direção da porção continental; e, também, ao Morro da Cruz e algumas comunidades que vivem apinhadas ao seu redor; além do litoral, no contexto das habitações luxuosas de Jurerê Internacional e das antigas fortalezas que guarneciam a entrada da baía. Uma busca por abrir caminho para um reconhecimento urbano, de um ponto de vista estético-experiencial (11).
Para tanto, são propostos três percursos, os quais apontamos com as letras A; B; e C; respectivamente, em um mapa esquemático. O primeiro, determinado pela letra “A” é realizado nas imediações da Ponte Hercílio Luz – um dos cartões postais da Ilha de Santa Catarina. Ele todo é feito a pé, inclusive a passagem pela passarela de pedestres da Ponte Pedro Ivo Campos – hoje, uma espécie de galeria de arte de rua. O segundo, identificado pela letra “B” acontece nas encostas do Maciço do Morro da Cruz – na época colonial era proteção geográfica do antigo povoado do Desterro contra os ataques, mas, atualmente, é densamente ocupado por casebres. Esse trajeto é feito de ônibus e a pé. E o terceiro, nominado pela letra “C” se desenrola nas imediações da Fortaleza de São José da Ponta Grossa, junto de uma das praias mais badaladas do litoral sul: Jurerê Internacional – um condomínio horizontal de luxo – e da Fortaleza de Santa Cruz, na Ilha de Anhatomirim. Este último caminho é feito a pé, de transporte público e, também, de barco.
Ao tomarmos uma embarcação no Trapiche de Canasvieiras, na porção insular de Florianópolis, nos dirigimos à Fortaleza de Santa Cruz, na Ilha de Anhatomirim – pertencente ao Município de Governador Celso Ramos, em Santa Catarina –, também damos lugar à aventura do descobrimento. Um trajeto que permite compreender, desde o mar: as pontes, como conexões entre a Ilha de Santa Catarina e o lado continental; o processo de apropriação das faixas litorâneas; a ocupação dos maciços dos morros pelas comunidades; os condomínios horizontais de luxo, tendo como contraponto: as vilas de pescadores, ainda existentes em algumas porções do litoral.
De algum modo, outra percepção da morfologia urbana e paisagística é possível ser lida nestes percursos, por meio dos múltiplos pontos de vista sobre a construção da história da cidade. Na visão dos estudantes, novas estórias passam a ser contadas a partir dos territórios percorridos, principalmente, por meio dos desenhos produzidos nos diários de diagramas. Proposta que busca fazer com que o indivíduo possa se colocar no lugar do outro, vislumbrando o projeto em suas diversas escalas, mormente, a humanizada. Sendo assim, para além da apreensão da imagem de cartão postal, pode se construir, um entendimento a partir do mundo vivido, habitado por diversos imaginários sobre a cidade – agora aberta ao jogo relacional de significações (12).
“O espaço existencial e vivenciado estrutura-se na base dos significados, intenções e valores refletidos sobre ele por um indivíduo, seja de modo consciente, seja inconsciente; assim o espaço existencial possui uma característica única interpretada por meio da memória e da experiência do sujeito. Cada experiência vivida se dá na interface da lembrança e da intenção, percepção e fantasia, memória e desejo” (13).
Assim, a partir da experiência do estudante, as representações cotidianas da arquitetura e do urbanismo são colocadas em xeque, mediante o seu encontro com as pessoas, os usos imprevistos e as apropriações inusitadas. A imagem costumeira da cidade, ou como atração turística, é substituída pelo espaço existencial, o qual poderá abrir a visão para sua expressividade. As experiências de reconhecimento urbano passam a ser, portanto, parte fundamental para as novas ideias e a reflexão na concepção projetual. Uma outra mirada, que não será apenas forma de constatação, mas de criação de informação urbana. É desse rico processo imaginativo e de autorreflexão que podem surgir projetos experimentais de arquitetura e urbanismo, como resultado do exercício de um saber olhar (14).
A ponte, a torre e o muro: o projeto em suas diversas escalas – resultados e discussões
A Ponte, a Torre e o Muro são arquétipos arquitetônicos e urbanísticos que buscam possibilitar algumas reflexões para a concepção projetual na Grande Florianópolis, na disciplina de: “Introdução ao Projeto de Arquitetura e do Urbanismo”. Essas figuras servem como tópicos para o processo de ensino-aprendizagem de projeto no primeiro semestre do curso, porque podem aludir construções muitos antigas, presentes no inconsciente coletivo, mas também, imagens de cidades, difundidas como emblemáticas ou latentes no imaginário das conformações urbanas contemporâneas.
A partir da Ponte, como metáfora de ligação, o plano que os docentes propõem, busca dar início a um raciocínio de desenho urbano, além de começar a discutir sobre os espaços públicos da cidade, mas também, exercitar o sentido estrutural, implícito nas decisões que envolvem a criação da obra arquitetônica, principalmente, o seu caráter tectônico. A Torre remonta à ideia dos mais antigos edifícios da história, mas, de outro modo, alude a uma relação dicotômica, diante da crise do Movimento Moderno, especialmente, por conta da construção de cidades cada vez mais adensadas. O Muro, por mais singelo que possa parecer no que tange sua construção, traz consigo imagens recorrentes de intolerância que dividem cidades e países. Por conseguinte, estes temas, colaboram para articular a historiografia da arquitetura e do urbanismo aos conteúdos de projeto em suas diversas escalas de intervenção e, sobretudo, incitam uma tomada de postura do estudante, esperando que seja mais crítico.
As três escolhas, também servem para recuperar pontos emblemáticos da Ilha de Santa Catarina, alinhavando a teoria à prática, de modo a aproximar: a sala de aula da cidade ao seu contexto. A Ponte Hercílio Luz, recentemente restaurada; as torres das antenas de televisão que pontuam o Morro da Cruz, no centro expandido da porção insular; e os muros das antigas fortalezas que protegiam as baías de Florianópolis. Assim, a Ponte, a Torre e o Muro podem ser imagens do passado, mas também, lugares muito presentes, os quais, o plano da disciplina propõe que sejam vivenciados pelos jovens estudantes. São, desta maneira, os pontos de partida para a concepção projetual, desde as aulas teóricas, até as práticas. Os três exercícios propostos são todos baseados em percursos, por meio de experiências de reconhecimento urbano.
O percurso ao centro histórico e à Ponte Hercílio Luz, Colombo Salles e Pedro Ivo Campos abre a disciplina. A partir dele realizamos o primeiro exercício de concepção projetual. Trata-se de um trabalho individual para a construção de um dispositivo de ligação: a tradução de um trajeto por um território e que, possa ligar dois pontos. Dessa experiência surgem pontes e passarelas em lugares variados da cidade de Florianópolis, na busca por traçar linhas de conexão entre a arquitetura e o urbanismo, suas significações e encontros, onde se espera que o fazer projetual comece a ser trabalhado como resultado das vivências. Nele os docentes buscam instigar um pensamento estético-construtivo, de maneira a entrelaçar subjetividade e objetividade (15).
O segundo percurso é realizado a partir das escadarias das comunidades que vivem nas encostas dos morros e pegando um ônibus até o Maciço do Morro da Cruz, para chegar a um dos locais mais altos da cidade de Florianópolis – lugar onde se localizam as torres das antenas de televisão. De cima é possível ter uma compreensão sobre as áreas continentais densamente ocupadas, mas, também, dali todos podem observar grande parte da ilha, suas áreas de preservação, as montanhas, os manguezais e o mar. Neste segundo exercício de projeto, realizado em dupla, os docentes estimulam uma leitura da estruturação da paisagem, esperando que aflore, sobretudo, uma consciência sobre a construção de qualquer novo elemento vertical na cidade. Nesta visita propomos a elaboração de torres como marcos de observação. Um exercício que incita pôr em prática um raciocínio estrutural, frente a um estímulo primário: aquele que toda a criança já teve, ao querer construir, com joguetes de montar, a torre mais alta (16).
O terceiro percurso implica caminhar por Jurerê Internacional e visitar uma cidade sem muros, mas cheia de contrassensos, pelas barreiras invisíveis que essencialmente impõe. Um condomínio horizontal de luxo, próximo da Fortaleza de São José da Ponta Grossa, na porção insular de Florianópolis e, também, da Fortaleza de Santa Cruz, na Ilha de Anhatomirim – na entrada da baía, na Grande Florianópolis. Essas antigas fortificações tendem a ser lugares onde a noção de limite se exerce fortemente, pelas muralhas que as rodeiam. Para chegar até a ilha onde se localiza a Fortaleza de Santa Cruz, embarcamos em um navio, cedido pela Prefeitura Municipal de Florianópolis. Entre terra e mar, passamos o dia realizando este percurso. A partir dessa vivência cheia de surpresas, propomos o terceiro exercício da disciplina, realizado em grupos, que consiste em projetar muros, como elementos de demarcação e ou transposição. A partir deles, os docentes alimentam discussões sobre o lugar urbano em que vivemos, suas histórias e os seus meios de produção, podendo acabar por articular uma postura crítica em relação à construção da cidade, ajudando a formar profissionais mais aptos a fortalecer a democracia (17).
A ponte, a torre e o muro, situam-se, portanto, entre a pesquisa e o projeto. São parte da intelecção e o produto da criação, sempre intermediados pela experiência do fazer. Uma ação que se quer lúdica, mas que, às vezes, esbarra em um procedimento penoso de descobertas que levam tempo a acontecer. Muitos alunos do ensino superior, simplesmente travam, depois de anos de submissão ao ensino apostilado do 2º grau. Isso requer estimulação, para a construção do repertório projetual e a aventura da imaginação. Portanto, nessa experiência de instrumentalização da percepção que descrevemos aqui, produzimos alguns acertos, mas também, estivemos sujeitos ao erro, como condição sine qua non do processo de ensino-aprendizagem de projeto.
Algumas vezes, os exercícios de concepção projetual sobre a ponte, a torre e o muro demandaram, na cabeça dos alunos, soluções tecnológicas, cujos conhecimentos prévios não eram suficientes. Na maioria dos casos, os jovens estudantes estão calcados em imagens pré-concebidas e recorrem ao estudo de projetos por meio de fotografias retiradas da internet, sem nenhum critério. Nesses casos, os docentes sempre recomendam que produzam uma compreensão a partir da experimentação, porque o objetivo da disciplina é o de criar projetos conceituais, dotados de consciência projetual a partir dos lugares visitados.
Desse ponto de vista, desenhos e diagramas são constantemente testados em montagens e maquetes interpretativas, como meio de confrontar sua viabilidade no mundo real. Entretanto, as questões relativas à estrutura, aos materiais e às técnicas construtivas são apenas introduzidas, como parte dos conteúdos nas aulas teóricas e práticas, tendo como maior preocupação as noções de materialidade e tectônica (18).
Os docentes têm em mente que o ensino-aprendizagem de projeto deva ir de encontro com a ideia da pesquisa-intervenção; ou seja, aquela que é compreendida como um processo, se adaptando continuamente e podendo mudar de direção a qualquer tempo. Por esse motivo, estimulamos que a concepção projetual já aconteça no meio do caminho, perambulando e explorando a cidade, a paisagem e o território, por meio dos diários de diagramas. Neles são registrados os mais variados desenhos: debaixo da ponte; em cima do morro; no muro da rua e no convés do barco. A sala de aula é, também, um espaço de experimentações, onde são realizados: mapas, montagens e maquetes interpretativas. Nessas ações, erros e acertos são considerados ganhos; assim como, a errância fora da universidade – imersa na experiência de um vai-e-vem; a cada novo exercício retornamos a campo, na busca por uma inseparabilidade entre o sujeito e o objeto, o conhecer e o fazer, a arquitetura e o urbanismo, o dentro e o fora do ateliê (19).
Entre os exercícios desenvolvidos pelos alunos, durante os últimos semestres letivos em que ministramos aulas na disciplina de: “Introdução ao Projeto de Arquitetura e do Urbanismo”, destacamos alguns exemplos emblemáticos, para que possamos discutir como as questões colocadas no arranjo didático-pedagógico aparecem no processo de ensino-aprendizagem de projeto em suas diversas escalas. Localizamos os três projetos selecionados em um mapa esquemático, que traz a silhueta de cada um deles.
Essa seleção traz projetos experimentais e não é o retrato do desenvolvimento da disciplina. Houve projetos, evidentemente, que não tiveram elementos suficientes para sua cabal representação, o que dificultaria uma análise mais acurada neste texto. Tivemos, também, diários de diagramas pouco trabalhados, algumas vezes, deflagrando percepções urbanas empobrecidas, as quais redundaram em projetos pouco elaborados. É importante salientar que, em alguns casos, o encontro singular entre o sujeito-objeto, não aconteceu. Entretanto, sempre existiu um esforço por parte dos docentes e discentes, especialmente, em acreditar que cada projeto trouxesse consigo uma boa ideia, uma invenção (20).
Sendo assim, elencamos aqui, como exemplo do primeiro exercício, o projeto de uma ponte-passarela no Canal da Barra da Lagoa, porque trouxe para o ateliê uma questão que é bastante pertinente para a disciplina: a relação intrínseca da concepção projetual com a morfologia urbana e paisagística. Há, no trato do seu desenho, a proposição de uma balsa lateral: um artefato que vai além do que o exercício demandava – a criação de um dispositivo de ligação. Consideramos que, no processo de ensino-aprendizagem, o aluno que realizou o trabalho deu uma resposta adequada, fundamentalmente, que diz respeito às experiências de reconhecimento urbano. Assim, possibilitou que a travessia proposta valorizasse a paisagem e sua sinestesia, por meio de um promenade, entendendo, também, a Praia da Barra da Lagoa como um espaço público, acessível e irrestrito.
Como exemplo do segundo exercício, trazemos para a discussão o projeto de uma torre como marco de observação na Praia da Joaquina. A dupla de alunos, demonstrou no trabalho, uma grande preocupação com as questões estruturais do objeto a ser construído, como requeria a disciplina e, ao mesmo tempo, buscou trabalhar os cinco sentidos aliados ao lugar. Assim, os docentes enxergaram nesse exemplo, uma interessante análise do contexto, incentivada pelos conteúdos propostos. Assim, segundo o partido adotado, quem subisse nesse mirante, teria uma sensação de ficar em pé sobre as pedras, sentindo a brisa, o cheiro e os respingos do mar. Interessa aos professores identificar aqui, uma indissociável relação entre sujeito-objeto, bem como, a grande importância dada à escala humana, em detrimento da construção de uma torre muito alta, algo que sempre foi debatido nas aulas e assessoramentos.
Por fim, o último exemplo faz referência ao terceiro exercício, quando os docentes propuseram a concepção projetual de um muro. A escolha do local pelo grupo de alunos foi bastante emblemática. Revelou como a instrumentalização da percepção nas saídas a campo aguçou o olhar dos jovens estudantes. Primeiro, porque o sítio escolhido era uma antiga comunidade de palafitas, na porção continental; especificamente, na Ponta do Leal, recentemente removida dali pelo poder público, para um conjunto habitacional; o que revela uma postura crítica na escolha do lugar para a intervenção. Segundo, porque, o projeto desse muro é uma forma de contestação. Traz à tona uma percepção acurada sobre o que está em jogo na construção da história da cidade de Florianópolis: os conflitos e disputas pela terra urbana; já que a localidade, tem uma das vistas mais privilegiadas para a Ponte Hercílio Luz.
Nestes três exemplos de projetos desenvolvidos na disciplina de: “Introdução ao Projeto de Arquitetura e do Urbanismo” buscamos apenas demonstrar como as preocupações dos docentes com alguns conteúdos trabalhados no processo de ensino-aprendizagem têm reverberado até agora nos resultados obtidos. Dito de outra maneira, não apresentamos aqui os melhores trabalhos, mas, apenas alguns que pudessem servir para a discussão do arranjo didático-pedagógico adotado. Outros projetos realizados nos mesmos exercícios citados, ao longo dos últimos anos, podem ser acessados on-line, para promover um rico debate, que sempre deve estar em aberto (21).
Algumas considerações sobre o processo de ensino-aprendizagem – à guisa de conclusão...
Os trabalhos realizados na disciplina de: “Introdução ao Projeto de Arquitetura e do Urbanismo” confrontaram os estudantes com múltiplos pontos de vista sobre a cidade, talvez nunca imaginados, antes do ingresso na graduação. Ao mesmo tempo, aprimoraram conhecimentos e habilidades particulares ao ofício, quando os jovens estudantes foram convidados a repensar suas perspectivas sobre a profissão, ganhando liberdade para treinar certa autonomia nas suas decisões projetuais.
As representações de projeto se deram a partir da necessidade de cada aluno e atendendo aos próprios desejos estético-construtivos, sem que fossem exigidos desenhos técnicos. A preocupação com a estrutura, por sua vez, se fez presente a partir da elaboração de maquetes interpretativas se prestarem a ficar estáveis, explorando mais a intuição construtiva do jovem estudante, do que, propriamente, dimensionamentos. Todas as informações técnicas acabaram expostas, porém, dentro de uma sequência estabelecida, primeiramente na experiência do fazer, onde o saber se deu pela sistematização de um conhecimento testado (com sucesso ou não). Ao mesmo tempo, sempre os docentes estiveram abertos a propor uma nova abordagem sobre a ementa. O diálogo entre professor-aluno tem sido fundamental no ateliê de projeto para dirimir as dúvidas, apesar dos ruídos que, vez ou outra, surgem.
Operativamente, diante dos primeiros resultados alcançados, a disciplina poderá ser reestruturada ao longo do seu oferecimento para melhorar a compreensão dos alunos em relação à proposta. De qualquer forma, manteremos as aulas teóricas que tratam da ponte, da torre e do muro, bem como os percursos na cidade, seguidos de aulas práticas para o desenvolvimento de projetos, com assessoramentos personalizados até o fechamento de cada exercício, debatido entre todos os estudantes, chegando à avaliação dos trabalhos apresentados.
As aulas teóricas e práticas buscam situar o aluno no âmbito profissional-formativo e são fundamentadas em um entendimento contemporâneo da produção da arquitetura e do urbanismo, porém, baseadas em uma preocupação historiográfica. As aulas que tratam de pontes, torres e muros dão a oportunidade de expandir o repertório dos alunos, apresentando obras e arquitetos. As saídas a campo são a chance de desconstruir preconcepções e promover um encontro entre o sujeito e o objeto em suas vivências. Ao desdobrar a morfologia urbana e paisagística para além das aparências, o aluno compreende o contexto da cidade, para que possa justificá-la, enquanto essência constitutiva e, por conseguinte, gerar possíveis associações. Da cidade para o ateliê e vice-versa, os exercícios projetuais propostos seguem com suas experimentações.
A partir destes exercícios, em suas idas e vindas a campo, os alunos exercitam a prática estética do caminhar, constroem relações, que, aos poucos, vão se transformando em diagramas e desenhos que requerem certa exploração. Mapas, montagens, desmontagens e maquetes interpretativas se propõem ao teste e servem como experimentações. Apenas por necessidade, aparecem as famosas plantas, cortes, elevações, além de uma reflexão sobre a estrutura, constituindo um processo de ensino-aprendizagem a partir do fazer (ou tentar fazer). Uma lógica que está sempre em aberto, porque prima pelo encontro singular, do estudante com o seu lugar no mundo, para assim fazer surgir uma expressividade, a partir das suas próprias vivências. A busca por um conhecimento que não está acabado, nem é definitivo: o projeto em suas diversas escalas, como uma experiência de reconhecimento urbano.
notas
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Currículo do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Santa Catarina <http://www.arq.ufsc.br/gradCurriculo.php>.
2
CARVALHO, R. S.; FIORIN, E.; ISHIDA, A. As experiências na cidade e o ensino de projeto de arquitetura e urbanismo nos dois primeiros semestres. Seminário Internacional Projetar: Arquitetura e Cidade: Privilégios, Conflitos e Possibilidades, 2019, Curitiba. Anais do 9º Seminário Internacional Projetar, 22 à 25 de outubro de 2019/ [recurso eletrônico] /. Curitiba, UFPR: Universidade Positivo, 2019. v. 1. p. 211-239.
3
O Edital n. 106/2017/DDP da Universidade Federal de Santa Catarina, previa o preenchimento de duas vagas para docentes em uma mesma área integrada de Projeto de Arquitetura e Urbanismo.
4
PIGNATARI, Décio. Introdução à Semiótica: uma ciência que ajuda ler o mundo. In PIGNATARI, Décio. Semiótica & Literatura. Cotia, Ateliê Editorial, 2004, p. 20.
5
CARERI, Francesco. Caminhar e Parar. São Paulo, Gustavo Gili, 2017, p. 101.
6
PALLAMIN, Vera. Fenomenologia, paisagem e arte contemporânea. Revista Paralaxe, no.2, v. 3, 2015, pp. 44-51. Disponível em: < https://revistas.pucsp.br/paralaxe/article/view/23188/21683>.
7
MERLEAU-PONTY, Maurice. Fenomenologia da Percepção. São Paulo, Martins Fontes, 1999, p. 334.
8
REIS, Almir Francisco. Ilha de Santa Catarina: permanências e alterações. Florianópolis, UFSC, 2012, p. 36.
9
CACCIARI, Massimo. A Cidade. Barcelona, Gustavo Gili, 2010, p. 52.
10
SANTOS, Milton. Técnica, espaço, tempo: globalização e meio técnico-científico informacional. São Paulo, Hucitec, 1994, p. 39.
11
CARERI, Francesco. Walkscapes: o caminhar como prática estética. São Paulo, Gustavo Gili, 2013, p. 159.
12
FERRARA, Lucrécia D'Alessio. Cidade Imagem e Imaginário. In: FERRARA, Lucrécia D'Alessio. Significados Urbanos. São Paulo, Edusp, 2000, pp. 115-131, p. 119.
13
PALLASMA, Juhani. Essências. São Paulo, Gustavo Gili, 2018, p. 23.
14
CANEVACCI, Massimo. A Cidade Polifônica. São Paulo, Studio Nobel, 1993, p. 228.
15
HOLL, Steven. Entrelazamientos. Barcelona, Gustavo Gili, 1997, p. 16.
16
UNWIN, Simon. Exercícios de Arquitetura: aprendendo a pensar como um arquiteto. Porto Alegre, Bookman, 2013.
17
MONTANER, Josep Maria; MUXÍ, Zaída. Arquitetura e Política. São Paulo, Gustavo Gili, 2014, p. 38.
18
FRANPTON, Kenneth. Argumentos em favor da tectónica. In NESBITT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo, Cosac Naify, 2006, pp. 557-568.
19
PASSOS, Eduardo; BARROS, Regina Benevides. A Cartografia como método de pesquisa-intervenção. In PASSOS, Eduardo; KASTRUP, Virgínia; ESCÓSSIA, Liliana da. Pistas do Método da Cartografia: pesquisa, intervenção e produção de subjetividade. Porto Alegre, Sulina, 2015, p. 17.
20
MONTENEGRO, Gildo. A Invenção do Projeto. São Paulo, Blusher, 1987.
21
Para acessar todos os exercícios realizados pela disciplina de: “Introdução ao Projeto de Arquitetura e do Urbanismo”, os monitores desenvolveram um website, que pode ser acessado por meio do seguinte endereço eletrônico: https://pezero192.wixsite.com/arq5631
sobre os autores
Evandro Fiorin é arquiteto e urbanista (Faac Unesp, 1998), mestre (IAU USP, 2003), doutor (FAU USP, 2009), pós-doutor (Faup, 2014-2015), Professor dos Programas de Pós-Graduação Pósarq UFSC e PPGAU Unesp. Professor da UFSC e Líder do Grupo de Pesquisa de Projeto, Patrimônio, Percepção e Paisagem (UFSC).
João Paulo Schwerz é arquiteto e urbanista (UFSM, 2005), mestre (PGAU Cidade/ UFSC, 2009), Máster Ecopolis da Universidade de Ferrara (UniFe/ Itália, 2010). Doutor (Propur UFRGS), pós-doutorado (Pósarq UFSC). Professor do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da UFSC e vice-líder do Grupo de Pesquisa de Projeto, Patrimônio, Percepção e Paisagem (UFSC).