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drops ISSN 2175-6716

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A arte na publicidade. As agências de publicidade são das poucas empresas onde a função de uma parte de seus empregados é denominada “criativa” e portanto parece obrigatório que alguns devam assumir características que se aplicam às pessoas que criam

how to quote

CAMACHO, Cristina Jorge. Publicidade e TV. Drops, São Paulo, ano 01, n. 001.03, Vitruvius, set. 2000 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/01.001/1559>.


A arte na publicidade. As agências de publicidade são das poucas empresas onde a função de uma parte de seus empregados é denominada “criativa” e portanto parece obrigatório que alguns de seus integrantes devam assumir características que desde sempre se aplicam às pessoas que criam. Deste modo, o artista publicitário teria que estar envolto em uma aura que o distingue, o diferencia dentro da empresa e desta maneira proteger suas idéias, seus egos. A outra cara da empresa é denominada “contas” e como manipulam dados inquestionáveis, parece aceitável que possam trabalhar em grupo. Sem dúvida, os modelos que tomam como referência mudaram em sua maioria, atualmente os movimentos propriamente artísticos parecem se encaminhar em outra direção. Interessam-se pelo mecanismo de estabilidade que impera nas empresas de publicidade, de televisão, dos novos meios. Estão infiltrados e não é fácil distingui-los por sua forma já que também conhecem as regras do jogo. Não lhes interessa assumir uma imagem maldita que seja claramente identificável fora da classe dominante, afinal preferem estabecer pactos com ela. E para conquistá-los não hesitam em pedir créditos. Tanto uns como outros necessitam postos de trabalho e por isso surgem algumas questões. Como é a forma de cada um deste fluxo de intercâmbio? Em que diferem dos programas de arquitetura?

Programa TV1. Algumas agências de publicidade dividem em módulos o processo de trabalho, o que resulta numa perda de espaço nos sistemas de circulação, um tributo que precisa pagar para não ter que negociar cada decisão. A divisão é a seguinte: uma área de presidência reconhecível, vinculada a um setor administrativo; várias salas de clientes decididamente espetaculares e múltiplas salas internas de reunião isoladas e estanques; uma área de “criativos” que isola visual e acusticamente as reuniões de uma ou duas pessoas, estando todos eles coordenados por uma direção criativa; uma área de contas que reúne em geral mais de quatro pessoas e em torno dela flutua um conjunto de escritórios pertencentes à parte diretiva; as zonas de produção audiovisual, montagem e estúdio que materializam as campanhas; e uma área de descanso que em um extremo recolhe várias estantes de livros alocadas no mesmo lugar, no entanto sem uma função clara já que os livros têm donos e estão nos escaninhos correspondentes.

Programa TV2.Certos centros artísticos substituem a modulação dos ateliês individuais ou formados por grupos que pensam num mesmo sentido e o realizam materializando os fluxos que circulam entre eles. As grandes máquinas que precisavam os materiais clássicos de produção – pedra, bronze, bronze, ferro – estão sendo desmontadas para deixar superfícies imediato, que dependerá dos participantes, do tipo de encontro. Outros lugares de diálogo estão abertos para as turbulências da cidade e não têm o mesmo horário que o resto do centro, já que as pessoas que formam o colóquio são diferentes. Não são obrigatórias as exposições e a edição constante de catálogos. A biblioteca, a mediateca e outras formas de acesso ao conhecimento precisam um fator de envolvimento poderoso. O edifício se dilui, perde corporeidade porque a maior parte de seus integrantes trabalha em outra parte: Aonde? Não importa, em um lugar qualquer, desde que dotado das conexões necessárias que acessem as infraestruturas urbanas.

Bem, tenho que reconhecer que acabo de regressar entusiasmada de atividades em torno da arte contemporânea e os novos meios, assim meu texto é claramente tendencioso. 54321...wave!

Cristina Jorge, Madri Espanha

 

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