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drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
Os autores apresentam os dois novos projetos da dupla suíça Herzog & De Meuron para a Espanha, o CaixaForum de Madrid e a Cidade do Flamenco de Jerez

english
The authors present two new projects by Swiss team Herzog & De Meuron in Spain, the Madrid CaixaForum and City of Flamenco in Jerez

español
Los autores presentan los dos nuevos proyectos de la dupla suiza Herzog & De Meuron para España, el Caixa Forum de Madrid y la Ciudad del Flamenco de Jerez

how to quote

MASSAD, Fredy; GUERRERO YESTE, Alicia. Herzog & De Meuron: perturbar os sentidos. Dois novos projetos na Espanha, o CaixaForum de Madrid e a Cidade do Flamenco de Jerez. Drops, São Paulo, ano 05, n. 011.04, Vitruvius, maio 2005 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/05.011/1650>.



Herzog & De Meuron alinhavaram a conclusão do Edifício Fórum em Barcelona com a concepção e construção de outros projetos em Madrid, Santa Cruz de Tenerife, Jerez da Frontera e Córdoba. Herzog & De Meuron é atualmente uma firma estabelecida na Basiléia, integrada por oito arquitetos associados e na qual trabalham mais de 150 pessoas. Originalmente nasceu da determinação por construir sua própria arquitetura de dois arquitetos que acabavam de se formar, Jacques Herzog e Pierre de Meuron. Pode se afirmar que a energia daquela determinação sobrevive no espírito e na atitude destes arquitetos e na essência do trabalho de cuja criação seguem sendo principais artífices até hoje, momento em que a associação dos dois jovens colegas em 1978 se transformou em um grande escritório.

Ir além do gesto individual, preferindo reinventar a arquitetura em cada projeto, ao invés de investir esforços na consolidação de um estilo: a linguagem arquitetônico de Herzog & De Meuron se fundamenta em uma pesquisa com materiais tradicionais e superfícies – entre o científico e o artístico – encaminhada para obter um tratamento destes que leve ao extremo a dimensão física de cada estrutura. Da intensificação da dimensão material da arquitetura, dos pensamentos e idéias que esta transmite, emerge sua dimensão imaterial.

Na arquitetura de Herzog & De Meuron, nesta compreensão quase espiritual, lateja um sentido de transcendência: delicadamente construída, está sustentada pela vontade de tentar, através de cada projeto, encontrar a natureza da identidade absoluta da arquitetura. Esta latência permite perceber sua obra como comovedora e perturbadora, incitadora do pensamento sobre o belo. A arquitetura é uma forma de percepção da vida, afirmam. Longe de acomodar-se em auto-referências e autocomplacência, a arquitetura de Herzog & De Meuron, em seus projetos mais recentes, investiga com novos elementos técnicos e de processo, nos quais se unem a incorporação das tecnologias digitais com o profundo interesse pelas ciências naturais e a arte que tem distinguido sua trajetória. Dois de seus projetos espanhóis são exemplo das características conceituais de sua arquitetura.

Aprofundando no conceito de solidez (não monumentalidade), e vinculada a projetos como o Edifício Fórum ou a reconversão da Central Elétrica de Southbank no Museu Tate Modern, se encontra a intervenção que se está levando a cabo em uma antiga central elétrica para transformá-la na sede de CaixaForum em Madrid. Como nos projetos anteriores, também o objetivo de integrar fluida e ativamente a estrutura arquitetônica na dinâmica urbana se acha presente neste, cuja conclusão está prevista para 2006. Para este projeto, foi preservada a estrutura de tijolos e se optou por uma profunda e cirúrgica reconversão de seu interior, de forma que o piso térreo funcione como praça pública e às vezes como vestíbulo, gerando um contraste entre a amplitude das salas expositivas e o labiríntico espaço que conformaram as salas administrativas. Tenta-se dotar a estrutura reabilitada de uma qualidade escultórica, preservando seu diálogo com a integridade do entorno adjacente, e fazer que sua potência física passe a atuar literalmente como imã de visitantes.

No projeto para a Cidade do Flamenco, que se construirá em Jerez, se manifesta o interesse pela reinterpretação e recontextualização do tradicional no contemporâneo, outra das constantes marcantes em sua arquitetura. Centro destinado à divulgação e promoção da arte flamenca, a Cidade do Flamenco se situará na Praça de Belém, espaço cuja identidade e presença pretende reforçar o complexo desenhado por Herzog & De Meuron ao integrar-se nele através de um jardim amuralhado, em cujo interior se encontraram as diferentes estruturas funcionais com que esta contará. O material de construção será a pedra tradicional, que caracteriza o bairro antigo de Jerez, enquanto que as superfícies tomarão como referência as formas, linhas e motivos da tradição ornamental andaluz – da qual os arquitetos reconhecem a sobrevivência em numerosos elementos criativos da cultura atual.

Eficientes e finos construtores de materialidade, estrutura e espaço, com a realidade de sua obra, que afirma seu ser através do uso e da percepção, Herzog & De Meuron defendem para o presente e para o futuro a construção de uma arquitetura capaz de transformar as formas e afetar aos sentidos. Que em sua vivência incite à reconfiguração da arquitetura e do humano

notas

[Publicação original no suplemento “Cultura/s”, jornal La Vanguardia, Madri, 06 de abril de 2005].

Fredy Massad e Alicia Guerrero Yeste, Lleida, Espanha

 

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