Artigo subscrito por amigos e ex-orientandos do Maique
Tornando ainda mais difícil este triste ano para o nosso país, o arquiteto e professor doutor Mário Henrique Simão D’Agostino despediu-se de nós no dia 8 de novembro de 2021, abrindo-se, assim, uma lacuna incomensurável nos campos da teoria e da história da arquitetura no Brasil.
Maique — como era conhecido por todos os amigos próximos e também por seus colegas — foi professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo — FAU USP. Antes de pertencer à FAU USP, foi professor também da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica de Campinas — FAU PUC-Campinas e do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Escola de Engenharia de São Carlos, hoje Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP — IAU USP.
Ao longo de sua carreira, Maique se dedicou ao estudo profundo da história da arquitetura, resultando em vários artigos, cursos, conferências e três livros de suma importância: Geometrias simbólicas da arquitetura, A beleza e o mármore, A coluna e o vulto. Muito querido por seus alunos da graduação e da pós-graduação, Maique formou e ajudou a formar dezenas de professores e pesquisadores dedicados a variados temas e objetos da arquitetura que cobrem um arco espaço-temporal bastante amplo e significativo. Seus conhecimentos e sua vasta erudição o permitiam transitar pela história com a instigante consciência de saber o que essencialmente estava em jogo, dentro do qual instilava os comentários e indagações mais relevantes.
Maique estudou obstinadamente o tratado de Vitrúvio e também a recepção que o antigo escrito teve desde o chamado renascimento. Por recepção, entenda-se toda a diversidade de possibilidades, interpretações, traduções e influências que um tratado como esse, o mais importante da história, representou para o complexo campo da arquitetura e do urbanismo. Além disso, ele se destacava no diálogo profundo e rigoroso com outras fontes da cultura histórica, como as letras em geral, especialmente a retórica e a poesia, mas também a filosofia.
Reconhecido por seu trabalho dentro e fora do país, especialmente em Portugal, na França e na Itália, Maique reafirmou, nos últimos anos, vínculos com pesquisadores e instituições (como a Société Internationale Leon Battista Alberti — Silba) que proporcionaram várias possibilidades de convênio e de pesquisa que este grupo, formado por seus ex-orientandos e também por aqueles que estavam com os seus trabalhos em curso, pretende honrar e expandir. Será uma forma de mantermos sua presença viva entre nós, e também o seu legado, inestimável, que ele tanto trabalhou para construir e generosamente semear.
Amigos e ex-orientandos do Maique
Ana Paula Giardini Pedro, PUC-Campinas
Andrea Buchidid Loewen, USP
Angela Rosch Rodrigues, pós doutoranda USP
Camila Cristina Souza Lima, sem vínculo institucional
Carolina Rodrigues Boaventura, doutoranda USP
Clóvis Antonio Benedini Lima, Imesb
Deusa Maria Rodrigues Boaventura, PUC-Goiás e UEG
Lucas Caldeira, sem vínculo institucional
Lucas Madeira, mestrando USP
Rafael Urano Frajndlich, Unicamp
Regina Andrade Tirello, Unicamp
Rodrigo Bastos, UFSC
Vania Cristina Cerri, IC-Iniciativa Cultural