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entrevista ISSN 2175-6708

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português
Professor do Instituto Universitário de Arquitetura de Veneza, Guido Zucconi é um dos maiores especialistas em História da Arquitetura e do Urbanismo dos séculos XVIII ao XX

english
Professor of Graduate Institute of Architecture of Venice, Guido Zucconi is a leading expert in the History of Architecture and Urbanism from the eighteenth to the twentieth centuries

español
Profesor del Instituto Universitario de Arquitectura de Venecia, Guido Zucconi es uno de los mayores especialistas en Historia de la Arquitectura y del Urbanismo de los siglos XVIII al XX

como citar

RETTO JR., Adalberto. Guido Zucconi. Entrevista, São Paulo, ano 05, n. 018.01, Vitruvius, abr. 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/05.018/3331>.


Camillo Sitte e i suoi interpreti, livro de Guido Zucconi

Adalberto da Silva Retto Júnior: A biografia, em geral, foi colocada á sombra da historiografia idealista, marxista e da “nova história” quantitativa. Em seu recente ensaio apresentado no Brasil (2002), intitulado “Os arquitetos e a história da cidade: a contribuição italiana”, o Sr. afirma porém que na Itália contemporânea, se desenvolvem dois filões que assumem relevo: as monografias ilustradas, mas também as pesquisas de história local. Carlo Olmo, ao contrário, em “Hipóteses e contradições de uma nova história da arquitetura e da cidade industrial” (1980), dizia que “A distância que separa história urbana e história da arquitetura é, teoricamente menor na Inglaterra que na Itália” e que esta tradição historiográfica de estudos quantitativos no setor da construção (Inglaterra) ajuda a explicar dois fenômenos, aparentemente contraditórios, que distinguem hoje a história urbana inglesa: o aumento de estudos da história local e o interesse por modelos matemáticos, aplicada aos estudos da história econômica.” E reforça que “A historiografia urbana mais em crise e portanto certamente mais interessante é hoje a anglo-saxônica pelos interesses e relações que articula a formação de uma teoria do crescimento urbano e a definição de instrumentos formais de análise quantitativa, a riqueza de trabalhos setoriais, o interesse da demografia histórica, como da história econômica para a organização do território”. Quais são as razões desta particularidade italiana?

Guido Zucconi: É verdade que a dimensão da biografia foi colocada oficialmente à sombra da historiografia idealista, marxista e da “nova história” quantitativa: é também verdade que, se percorrermos os catálogos das principais editoras (a começar pela Electa), encontramos uma nítida supremacia do gênero monográfico-biográfico. Isto vale sobretudo para a atualidade, mas também para o século XX e o século XVI, ou mesmo os dois âmbitos principais da pesquisa histórica.

Deste ponto de vista, a historiografia arquitetônica aparece anos luz distante da revolução quantitativa que ao contrário assinalou a historiografia maior: Le Corbusier, Gropius, Mies ou Behrens que ainda de forma imponente dominam o campo, quase como se representassem o equivalente dos reis e dos chefes tão queridos à histoire événémentielle.

Estamos ainda bem distantes de ter enfrentado uma dimensão quantitativa: o problema é depois agravado pelo “dilúvio” construtor que caracterizou a cidade ocidental (e não somente nos últimos dois séculos): quem mediu seriamente em seus aspectos de construção, nos modelos e nos tipos predominantes? Apesar do grande crescimento, continuamos a falar somente dos pontos de excelência: como se quem quisesse escrever uma história da alimentação levasse em consideração somente as receitas dos grandes cozinheiros franceses.

Chegando à segunda pergunta, eu não sei se a anglo-saxônica é a historiografia mais em crise, como afirma Olmo: certamente, além do canal da Mancha, a história urbana parece sic et simpliciter como um ramo da história econômica. Esta sua particularidade a distingue da Europa continental e da Itália em particular (e do Brasil, de acordo com o que eu pude ver no congresso da Bahia).

Num paralelo entre a Itália – resto do mundo, continuamos porém a girar em torno de um mesmo problema que tem várias faces: eu me refiro à fraqueza dos estudos analíticos e das pesquisas de tipo quantitativo que na Itália tiveram modesto desenvolvimento. Eu me lembro que nos dois primeiros anos do século XX, foi derrotada a facção dos urbanistas-estatísticos que então comandava a União dos municípios italianos e que tinha em Turim a sua cidade de referência: a revista Urbanistica, em suas melhores edições, e a obra de Astengo representaram a deixa desta tradição ininterrupta. Não por acaso, tanto uma como outra constituíram vozes dissonantes em um panorama urbanístico dominado pelos princípios piacentinos e giovanonianos: antes pela direita, depois pela esquerda continuavam (e continuam) a ser reafirmadas a supremacia dos problemas da forma e o primado da arquitetura sobre a urbanística (esta última considerada como um caso particular da primeira). Astengo aparecia porém com um “alienado” quando convidava os alunos de seu curso a recolher preliminarmente e sistematicamente dados estatísticos que diziam respeito à área do projeto: este tipo de operação em outros países aparecia descontado, enquanto que no “país da bela arquitetura”, parecia bizarro.

Discordo portanto, quando Olmo avista uma distância entre a história urbana e a história da arquitetura que seria menor na Inglaterra com relação à Itália; ao contrário, enquanto lá os dois campos pertencem a duas corporações bem distintas (respectivamente dos historiadores econômicos e dos historiadores da arte), para nós os dois âmbitos têm em comum especialistas que provêem da mesma fonte, ou seja, da arquitetura.

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