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interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
O arquiteto português José Mateus, titular do escritório ARX Portugal, conversa com um dos mais renomados arquitetos atuais, Carrilho da Graça, sobre o o projeto para a residência do artista plástico Julião Sarmento

english
The Portuguese architect José Mateus, holder of the office ARX Portugal, talk with one of the most renowned architects today, Carrilho da Graça, about the the project to the residence of the artist Julian Sarmento

español
El arquitecto portugués José Mateus, titular del estudio ARX Portugal, conversa con uno de los más renombrados arquitectos actuales, Carrilho da Graça, sobre el proyecto para la residencia del artista plástico Julião Sarmento

how to quote

MATEUS, José. João Luís Carrilho da Graça. Entrevista, São Paulo, ano 05, n. 019.04, Vitruvius, jul. 2004 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/05.019/3324>.


Biblioteca, Casa Julião Sarmento, arquiteto Carrilho da Graça

José Paulo Mateus: Neste projeto há uma grande preocupação de ligação a um léxico próprio, ou procura a especificidade deste exercício com as perspectivas que pode abrir?

João Luis Carrilho da Graça: Eu tenho sempre uma relação muito natural com isso. Ao fim de alguns projetos no início da minha carreira, comecei a reparar que havia algumas formas recorrentes. E isso ao contrário de me parecer interessante e positivo, porque podia ter a ver com a possibilidade de ter adquirido um estilo próprio, incomodava-me extraordinariamente. Parecia-me estranho que as mesmas formas conseguissem resolver coisas tão diferentes, por vezes afastadas milhares de quilômetros e com programas quase opostos. Eu não procuro, de certeza artificialmente, uma qualquer forma de coerência. Se a coerência existir é uma coisa que tem de ser interna, um reflexo e não um objetivo que se construa. Eu até quase diria que tenho mais vontade de fugir a essas evidências do que a construí-las. O mais interessante é não procurar mesmo qualquer sinal de vinculação a um determinado tipo de vocabulário.

JPM: O discurso da beleza e da capacidade que a arquitetura tem de regenerar a vida das pessoas, não parece muito valorizado por alguns arquitetos da primeira linha…

JLCG: Eu acho que até é um dos aspectos fundamentais. Não tem é que ser encarado duma maneira que se relaciona só com o conforto e com aspectos que nós podemos chamar pequeno-burgueses da vida, mas com aspectos mais fundamentais. O mundo é extremamente desconfortável e a arquitetura é desconfortável num sentido mesmo lato e ontológico. Nós estamos sempre em desacordo com as condições de vida do universo. Há sempre uma certa luta entre aspectos que contribuem para a harmonia e os que a destroem permanentemente. Eu acho que a arquitetura tem necessariamente de pertencer ao universo dos que reconstroem permanentemente o mundo no sentido de o humanizar. Eu acredito que o papel da arte, e da arquitetura que está nela incluída, é precisamente esse: o de humanizar o mundo, de conseguir reequilibrá-lo e torná-lo mais humano, sem caricaturizar.

JPM: Não é feita só em função disso mas não pode deixar de passar por isso…

JLCG: Se encararmos a arquitetura de uma maneira mais genérica eu acho que aquilo que acaba de dizer e se for entendido num sentido lato, é exatamente a razão de ser e o objetivo do nosso trabalho. É aí que está a nossa dimensão profissional.

Nova cozinha, Casa Julião Sarmento, arquiteto Carrilho da Graça

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