Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Flávio Villaça, em entrevista a Denise Mendonça Teixeira, fala sobre seu novo livro e diversos assuntos sobre as cidades brasileiras e o planejamento urbano no Brasil

english
Flávio Villaça in an interview with Denise Teixeira Mendonça, talks about his new book and several issues in Brazilian cities and urban planning in Brazil

español
Flávio Villaça, en la entrevista a Denise Mendonça Teixeira, habla sobre su nuevo libro y diversos asuntos sobre las ciudades brasileñas y el planeamiento urbano en Brasil

how to quote

TEIXEIRA, Denise Mendonça. Flávio Villaça. Entrevista, São Paulo, ano 06, n. 024.04, Vitruvius, out. 2005 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/06.024/3309>.


"Espaço intra-urbano no Brasil", de Flávio Villaça. São Paulo, Studio Nobel/Fapesp, 1998

Denise Mendonça Teixeira: Henri Lefebvre já falava da problemática urbana, do urbanismo como ideologia e instituição. Como o senhor entende essa ideologização?

Flávio Villaça: Em Espaço intra-urbano eu trato da ideologia, tanto no espaço como no planejamento urbano. Já em “As ilusões do plano diretor” eu falo da ideologia do plano especificamente, destaco sobretudo a imagem de trabalho técnico que ainda prevalece forte com relação a esse instrumento. Mesmo a participação dita “popular” ainda tem uma imagem técnica, com destaque para arquitetos, engenheiros, geógrafos, além de pessoas com nível superior em geral e respectivas associações e órgãos de classe. Os próprios debates que a Secretaria Municipal do Planejamento fez inicialmente sobre o Plano Diretor Estratégico, eram debates técnicos. Já os que fez sobre os Planos Regionais, em cada sub-prefeitura, e as audiência públicas na Câmara, foram politizados.

DMT: Qual a explicação para o Plano Diretor ter essa importância dentro da Universidade?

FV: Eu investiguei quando poderíamos marcar o nascimento do Plano diretor no Brasil, e concluí que foi com o Plano Agache para o Rio de Janeiro, em 1930. Foi ele que trouxe a idéia de plano diretor para o Brasil. Já naquela época toda a ideologia da tecnocracia vicejava, por isso toda a elite intelectual – os arquitetos e urbanistas, como Prestes Maia, Anhaia Melo, etc. – ficaram seduzidos pelo Agache. É essa elite que vai plantar a idéia nutrida pela ideologia da tecnocracia, o que vai sustentar a concepção de plano diretor ao longo das décadas. Mas é algo que não tem nada a ver com os problemas reais, pois trata-se de uma classe que fica elocubrando sobre teorias e especulando sobre os problemas urbanos. Fica ensinando e ruminando em cima disso, enquanto isso os problemas urbanos estão se agravando, ali do lado, em paralelo, sem ter nada a ver com essas elucubrações. Então eu chego a conclusão de que o plano diretor faz parte da ideologia dominante e sua finalidade é esconder os problemas urbanos, não resolvê-los.

DMT: Mas é curioso que na própria Universidade não atentem para essa realidade.

FV: Isso mostra que há muito ensino alienado na Universidade.

DMT: Como o senhor reestruturaria o ensino de planejamento urbano nas escolas de arquitetura?

FV: O ensino é muito ligado à prática que existe na sociedade. Ele não pode ficar alheio, mas também não pode ser totalmente conduzido nem limitar-se a ela. A Universidade foi contaminada pela ideologia toda de planejamento urbano, mas tem muito mais condições, possibilidades e obrigação de ser vanguarda, de criticar o que há na sociedade. As transformações no ensino tem de ser pautadas pela crítica e não serem caudatárias do que acontece na sociedade. Ela está sendo muito caudatária, caindo na arapuca do plano diretor com muita facilidade, por isso precisa ser mais crítica.

comments

024.04
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

024

024.01

Jean-Louis Cohen

Adalberto Retto Jr.

024.02

Arnaldo Martino

José Wolf

024.03

José Armênio de Brito Cruz

José Wolf

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided