Eunice Abascal e Abilio Guerra: Em relação ao mix de atividades, qual foi a estratégia adotada no que diz respeito à atividades e programas previstos para a intervenção no terreno? Qual foi o critério para estabelecer o cronograma das diversas atividades e programas?
Roberto Converti: A estratégia foi a de ampliar os usos do Centro da Cidade de Santa Fé do qual o Porto é uma parte. É por esta razão que os usos adotados são adequados à revitalização da vida social a partir de áreas adequadas para ocupação, considerando a escala e o tipo de atividades sociais, da quais hoje a zona central não dispõe.
Centro de exposições, hotéis e sala de congressos, residências universitárias, edifícios corporativos, centros de estudos, áreas comerciais de grande escala, incluindo lazer nas zonas ribeirinhas.
Também mantivemos junto às novas atividades e imaginando o novo lugar uma zona para as atividades preexistentes destinadas ao movimento e operação da indústria da construção, silos e depósitos de areia e materiais de construção, à qual demos um novo formato, esperando distingui-la por suas instalações e funcionamento especial.
Com respeito ao programa, diferenciamos setores de operações por serem zonas que permitem demonstrar o andamento do Plano à população. Por isso o Centro Náutico e o setor destinado a hotéis, congressos e exposições são os mais valiosos para demonstrar o impacto inicial do Plano e a isso nos dedicamos.
EA / AG: Há planos que se destinem a habitações de baixa renda, a fim de solucionar os graves problemas existentes no município?
RC: Decididamente não se considerou pertinente a localização de habitações de interesse social na área escolhida para o projeto, considerando que esses problemas são reais e a sua solução devem ser geridos pelo governo local, nas diferentes áreas de sua jurisdição.
Este é um tema muito delicado e que não deve ser analisado simplesmente do ponto de vista ideológico, porém em muitos casos tenho visto este problema ser solucionado de diversas formas, e para tanto é necessário analisar caso a caso o lugar mais apropriado para essa localização, conforme a urbanização e a mistura de classes sociais própria de cada cidade.
Santa Fé precisa de um projeto moderno que revalorize sua área central com uma zona de atividades destinadas a eventos e convenções, um centro de negócios e empresas e de atividades recreativas e de turismo. Tudo isso acompanhado de uma paisagem urbana na orla do rio e de desenho inovador.
E obviamente, resolver esse problema não implica não reconhecer que se devam solucionar os graves problemas de habitação, mas entender que uma cidade é extensa e diversa no que diz respeito aos temas e expectativas sociais e para este caso o Plano tomou somente 50 hectares portuários ociosos e obsoletos, que foram destinados especificamente a ampliação de usos da área central.