Your browser is out-of-date.

In order to have a more interesting navigation, we suggest upgrading your browser, clicking in one of the following links.
All browsers are free and easy to install.

 
  • in vitruvius
    • in magazines
    • in journal
  • \/
  •  

research

magazines

interview ISSN 2175-6708

abstracts

português
Daniela C. Lima entrevista o arquiteto Sérgio Ferro, que fala sobre o tema do canteiro de obras, com ênfase na divisão do trabalho, nas relações sociais de produção nele existentes e as experiências realizadas na década de 1950 pelo grupo Arquitetura Nova

english
Daniela Colin Lee interviews the architect Sergio Ferro, a conversation about a construction site, with emphasis on the division of labor and social relations of production within it and the experiences made in the 1950s by the Grupo Nova Arquitetura

español
Daniela C. Lima entrevista al arquitecto Sérgio Ferro, sobre el tema del cantero de obras, con énfasis en la división del trabajo y en las relaciones sociales de producción existentes en él y las experiencias realizadas en la década de 50

how to quote

LIMA, Daniela Colin. Sérgio Ferro. Entrevista, São Paulo, ano 07, n. 027.01, Vitruvius, jul. 2006 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/07.027/3301>.


Flávio Império em aula na FAU-USP, 1975

Daniela Colin: Quando o arquiteto se fecha num saber parcial, destinado a trazer soluções técnicas aos problemas formulados tecnicamente, também corre o risco de alienar seu conhecimento intelectual. Em relação a isso, que arquiteto você acredita que está sendo formado pela universidade hoje no Brasil?

Sérgio Ferro: Aí eu vou ter dificuldade em responder porque eu estou muito longe do ensino atual brasileiro. Aqui na França, essa distância tem se traduzido por um crescente formalismo. Mesmo as questões técnicas, etc. começam a ser afastadas e deixadas para o construtor. Há uma tendência crescente aqui em cortar voluminho em isopor, triangulinho, essas coisas assim, como se arquitetura fosse só isso. No Brasil eu tenho uma certa dificuldade em responder para você porque há anos, há mais de 30 anos que eu estou longe do ensino concreto das universidades do Brasil.

DC: Eu vejo um interesse crescente sobre o tema da participação popular no canteiro e auto-gestão, pelo menos no Brasil, dentro da área acadêmica. Não sei como isso acontece no resto do mundo...

SF: Eu fico muito feliz com tudo isso e, inclusive, esse interesse pela dimensão social da arquitetura e do ato de construir é bem brasileiro, atualmente. Quero dizer, bem típico dos países subdesenvolvidos, nos países como o nosso, em que as carências e a miséria estão ali, na carne, evidentes. Na França [o interesse] é menor. A dor é menos evidente, a exploração mais disfarçada. Mas não que [a exploração] seja menor ou inexistente. É a mesma, mas aqui o pessoal consegue, com favores laterais e compensações marginais, esquecer um pouco a questão da produção.

DC: Você acha que seria papel da universidade oferecer assessoria técnica a movimentos sociais para construção, por exemplo, de habitação de caráter social em regime de mutirão auto-gerido?

SF: Sem dúvida nenhuma! Sem dúvida nenhuma! É um dever, não é só uma possibilidade não. Se a universidade não fizer isso, barbaridade! Quem vai fazer? Teoricamente, a idéia da universidade é de um ensino que é dado a todos e atendendo os problemas específicos de cada grupo social. Sem dúvida que a universidade tem o dever de fazer isso.

DC: Principalmente as universidades públicas, eu acredito.

SF: Sem dúvida nenhuma! Sem dúvida nenhuma!

DC: Minha intenção, depois de concluir esta parte da pesquisa, é partir para um estudo da relação entre a participação popular no canteiro e a apropriação do espaço construído...

SF: O trabalho a fazer é um trabalho lindo e necessário. É preciso que essas experiências não se percam no isolamento, no esquecimento, mas que, ao contrário, elas possam contribuir para um tipo de conhecimento novo. E esse tipo de pesquisa que você se propõe a fazer é essencial nesse caso.

Palestra de Rodrigo Lefévre na FAU-USP

comments

027.01
abstracts
how to quote

languages

original: português

share

027

newspaper


© 2000–2024 Vitruvius
All rights reserved

The sources are always responsible for the accuracy of the information provided