Regiane Pupo: Quais os equipamentos de ponta que os ISTAR Labs oferecem aos alunos?
José Pinto Duarte: Os ISTAR Labs, que vem do inglês “IST Architecture Research Laboratories”, possuem neste momento dois laboratórios: o Laboratório de Arquitetura Computacional, o seu núcleo inicial, e o Laboratório de Arquitetura Bioclimática. O Laboratório de Arquitetura Computacional que é o que me diz respeito tem quatro módulos: modelação geométrica avançada, prototipagem rápida, colaboração remota e realidade virtual.
RP: E quanto a equipamentos específicos?
JPD: O módulo de modelação geométrica avançada possui várias versões de Autocad para arquitetura e engenharia, o Revit, o Rhino e estamos agora tentando adquirir o Catia, além de vários softwares para processamento de imagem e animação (Photoshop, Director, etc.). Possui ainda as habituais digitalizadores de papel e slides e uma pequena digitalizadora 3D, bem como uma sala dedicada com cerca de 24 computadores onde estão instalados os softwares. O módulo de prototipagem rápida possui máquinas para produção de modelos físicos por processos de corte (laser e laminas), aditivos (FDM) e subtrativos (fresadora). O módulo de colaboração remota possui um sistema de videoconferência que funciona por linha RDIS ou Internet e que permite a troca de som, vídeo e dados em tempo real. Possui ainda diversas câmeras especializadas para a captura de diversos tipos de imagens, importantes em processos de projeto de colaboração à distância. O módulo de realidade virtual ainda é muito simples, possuindo um sistema de desktop que usa o software EON Reality.
RP: O laboratório já está em pleno funcionamento?
JPD: Antes da existência do laboratório usávamos outros laboratórios e equipamentos existentes no IST, dispersos um pouco por todos o campus, para podermos funcionar com as cadeiras descritas, uma vez que a licenciatura em arquitetura era nova. O laboratório foi financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) através de um concurso realizado em 2003, cujo resultado foi conhecido em 2004. Começou a ser instalado em Janeiro de 2005, com a chegada das primeiras máquinas de prototipagem, e a partir daí foi sendo instalado o restante do equipamento. À medida que este foi chegando, foi sendo utilizado no âmbito das cadeiras descritas. Neste momento, estamos terminando a instalação de todo o equipamento para inaugurar o laboratório como um todo neste semestre.
RP: Quais as novas perspectivas para o pleno aproveitamento do ISTAR no curso de arquitetura do IST?
JPD: A minha esperança é que uma vez completamente instalado e inaugurado o laboratório seja usado não só pelas disciplinas que referi, mas por todas as cadeiras da licenciatura em arquitetura do IST, sobretudo as cadeiras de projeto. Gostaria também de ver o laboratório usado por outras licenciaturas como a de Engenharia Civil, possibilitando sinergias entre estas duas áreas de formação.
Mas penso que o mais importante é o seu uso no âmbito de teses de mestrado e doutorado. Neste momento a FA e o IST estão elaborando programas de doutorado que podem vir a fundir-se e que incluem diversas disciplinas na área das novas tecnologias. Estes cursos ou curso conjunto podem tirar grande partido do laboratório já que este pode possibilitar o desenvolvimento de pesquisas em temas de vanguarda. Pessoalmente, penso que qualquer trabalho de pesquisa e, nomeadamente, um mestrado ou um doutorado, deve atingir três objetivos: satisfação intelectual dos autores, aprofundamento da capacidade de resposta profissional dos mesmos e contribuição para o desenvolvimento econômico da sociedade. Seria ótimo se o ISTAR pudesse contribuir para o alcance destes objetivos.
Por outro lado, fez parte do acordo de financiamento do laboratório pela FCT, este estar ao dispor da comunidade, o que permite efetuar a prestação de serviços. Isto irá certamente ajudar a gestão financeira e a manutenção do laboratório, problema sempre delicado em instalações deste tipo, mas representa também um enorme potencial de desenvolvimento de projetos de investigação em colaboração com o tecido produtivo.