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interview ISSN 2175-6708

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PASQUOTTO, Geise B.. Entrevista com Ana Carla Fonseca Reis. Entrevista, São Paulo, ano 15, n. 057.04, Vitruvius, fev. 2014 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/entrevista/15.057/5061>.


Festa Literária Internacional de Paraty
Foto Abilio Guerra

Geise Brizotti Pasquotto: Em 2012 foi ao ar pelo Canal Futura a série “Criaticidades”, desenvolvido pela Garimpo de Soluções, na qual você é sócia-diretora e pela Umana Comunicação Inteligente. Os programas foram pautados em diversos temas, porém com a mesma base cultural, enfocando no último episódio estudos de caso brasileiros, como Paraty (RJ) e Paulínia (SP). Você acha que o Brasil está mudando a postura em relação à inserção da cultura como foco de sua economia? Como os clusters culturais brasileiros estão se desenvolvendo?

Festa Literária Internacional de Paraty
Foto Abilio Guerra

Ana Carla Fonseca Reis: O Brasil é bastante diverso também no que diz respeito ao grau de maturidade com o qual essas questões se desenvolvem. A meu ver, o terceiro setor e algumas instituições, empresariais ou não (do SESC à Fecomercio, da FIRJAN à Fundação Getulio Vargas) vêm despontando no entendimento e na promoção dessa postura. Há dois poréns que entravam seu desenvolvimento. Primeiro, um cluster criativo é um espaço de moradia, trabalho, lazer e estudo e tem necessariamente de trazer em si uma governança compartilhada. Ainda não são muito corriqueiros os casos nos quais o governo, o empresariado e a sociedade civil tem papéis e responsabilidades complementares e necessários em nosso país. Segundo e ligado ao ponto acima, impulsionar clusters baseados em dinâmicas, serviços, bens ou propostas culturais depende visceralmente do envolvimento do governo, para a formulação de políticas públicas, marcos regulatórios, estudos e impulso ao empreendedorismo. Nesse quesito ainda somos bastante carentes, salvo raras e gloriosas exceções.

Temos uma experiência interessante em curso, com o portal colaborativo www.sampacriativa.org.br Por meio das participações e propostas formuladas pelos cidadãos, vimos travando contato com dinâmicas e cadeias criativas menos conhecidas que poderiam servir de fermento para a conformação de vários clusters criativos São Paulo. É o caso do polo de confecção de jeans, em São Miguel ou dos empreendimentos de criação e fabricação de azulejos em estilo português, no Jardim São Luís. Um protomapeamento do que organicamente já existe na cidade, mas passa despercebido por olhares menos sensíveis de política pública.

Portal colaborativo Sampa Criativa
Imagem divulgação [Website do portal]

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057.04
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