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PORTAL VITRUVIUS. Concurso Público Piratininga Acessível. Projetos, São Paulo, ano 05, n. 051.01, Vitruvius, mar. 2005 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/05.051/2448>.


Contexto atual

A fração urbana na qual está inserida a praça Dom José Gonçalves da Costa, no bairro de Piratininga, em Niterói, possui característica predominante residencial; o comércio de bairro apresenta-se disperso e deficiente e, o sistema de vias locais em boa parte é desprovido de pavimentação.

Mesmo apresentando em sua malha urbana um desenho diferenciado, o loteamento que deu origem ao bairro não foge a regra dos critérios da especulação imobiliária, que levam em conta apenas a divisão cadastral do espaço público do privado para sua venda e respectivo acesso e circulação de veículos aos lotes, preparando o solo para o investimento e a construção sem preocupações urbanísticas, deixando-o carente de espaço verdes e públicos.

Observa-se pela disposição da malha urbana a nítida confluência de vias que chegam a praça, sugerindo sua vocação concentradora, que atualmente é pouco explorada. Este espaço encontra-se subaproveitado, possuindo apenas uma quadra esportiva e algumas árvores distribuídas em seu entorno. O trânsito local não é intenso, permitindo o acesso durante todos os períodos do dia. Possui uma iluminação insuficiente e com isso o potencial noturno do espaço não é explorado adequadamente.

O entorno imediato da praça apresenta-se degradado, com construções inacabadas, lotes vazios e mal cuidados, edificações comerciais decadentes e muitos muros altos que deterioram a qualidade do ambiente como um todo.

Contudo, a despeito de tantos problemas é um espaço com muita vitalidade que os moradores buscam como ponto de encontro, para prática desportiva ou atividades coletivas.

Diretrizes projetuais

Após a análise da área foram arbitradas as seguintes linhas projetuais:

Atribuir qualidade urbanística a praça e seu entorno, onde a revitalização do ambiente como um todo, busca torná-lo mais aprazível e condizente à paisagem natural da região.

Proporcionar melhor qualidade vida à população, através da articulação de espaços multifuncionais, oferecendo adequação dos tipos de uso diferenciados e sua integração à passagem dos pedestres.

Revitalizar e valorizar os espaços do entorno da praça, de modo a solidificar o caráter centralizador da praça, oferecendo os atrativos e condições necessárias à instalação de um comércio sólido e promissor de centro de bairro.

Possibilitar o convívio entre as diferenças, através de medidas técnicas e sociais destinadas a permitir que o espaço acolha todos os seus usuários em potencial.

Promover a integração social criando espaços que valorizem as atividades em comunidade e proporcionem o uso contínuo do ambiente da praça durante o dia e a noite.

Integrar a Praça Maralegre à Lagoa de Piratininga através da criação de um corredor verde e uma ciclovia na Av. Cons. Paulo de Mello Kalle que integre visualmente os dois ambiente e direcione as pedestres e ciclistas.

Desenvolver metodologia de implantação de mobiliário urbano e pavimentação durável e adequados a todos os usuários, proporcionando legibilidade ao espaço, conforto e segurança. Valorização dos estímulos sensoriais, motores, a competitividade, o desenvolvimento muscular e a imaginação no espaço e nos brinquedos da área infantil.

Proposta de alinhamento, sistema viário e circulações

O atual projeto de alinhamento é um instrumento de planejamento urbanístico que apresenta como uma de suas principais funções o alargamento de vias existentes para facilitar o tráfego de veículos e a expansão urbana. Sua outra função importante consiste em estabelecer parâmetros de dimensionamento básicos de espaços públicos.

Nas vias que compõem o que chamamos de macro rótula a proposta do P.A. vigente será mantida para garantir o efeito benéfico de melhorar a mobilidade e a circulação entre áreas urbanas do volume pelo aumento do tráfego gerado pela construção do túnel Charitas/Piratininga.

Para as vias que dão acesso direto à praça, algumas mudanças são sugeridas, dentre elas medidas restritivas que diminuam os impactos negativos, do aumento de volume e da velocidade do tráfego, produzidos pela abertura do túnel, mas mantendo em parte a intenção de alargamento das vias com o propósito de favorecer o fluxo de pedestres e não o de veículos. Nessas vias, duas medidas urbanísticas são propostas:

Mudança na hierarquia e sentido das vias, condicionando o fluxo de veículos de modo a desencorajar a utilização das vias que confluem para praça pelo tráfego produzido pelo túnel, o qual deverá fluir através da macrorótula criada pela interligação das Avenidas Francisco Gabriel de Souza, Celso Aprígio de Macedo Soares Guimarães, Adolfo Bezerra de Menezes e pela Rua Francelino Barcel.

Aplicação de técnicas de “Traffic Calming” (chicanes, plataformas e pontos de estrangulamento) e estabelecimento de sentido único obrigatório em algumas vias que dão acesso a praça, a fim de resguardar este ambiente dos efeitos nocivos do excessivo tráfego de veículos, permitindo um acesso mais seguro aos pedestres e atribuindo maior qualidade ao espaço urbano.

A Praça Maralegre

A praça se caracteriza por conferir um nova identidade à área, introduzindo um marco como referência visual e de localização. Promove a integração tornando-a um local de convivência efetiva e facilitando a permeabilidade das pessoas nos espaços projetados. A vitalidade é garantida pela utilização dos espaços e sub-espaços da praça em horários diferentes, por distintas faixas etárias, e em usos múltiplos. Além disso, a acessibilidade é garantida aos portadores de deficiência, tendo sido realizadas intervenções no entorno priorizando o fluxo de pedestres, diminuindo o fluxo e a velocidade dos veículos e reduzindo os desníveis.

Cobertura vegetal, ambiência e paisagismo

Composição de cenários utilizando espécies nativas e adaptadas integrando as vias públicas e a praça a paisagem do entorno, de modo a promover a conscientização ecológica e a preservação dos ecosistemas locais. A integração fica evidente na via de pedestres criada em trecho da Av. Cons. Paulo de Mello Kalle, ao propor uma área de permanência às margens da lagoa de Piratininga, junto a ciclovia que favoreça contemplação da paisagem natural.

Área infantil e de idosos

A opção pela localização da área infantil e de idosos a leste prioriza o sol da manhã e os coloca em situação estratégica, próximo à área central e à galeria, estimulando o lado cultural e de lazer das crianças. Além disso, o objetivo é mantém a escultura como elemento central referencial e direcionante para a Lagoa de Piratininga, que pode ser visto a partir dessa área infantil.

O projeto valorizou a acessibilidade aos brinquedos e à área de idosos, e foi mais além: o próprio espaço foi projetado de forma que os deficientes pudessem contemplar confortavelmente o espaço. Dessa forma, os estratos arbustivos funcionam como balizadores e definidores do espaço, mas são utilizados em sua maioria como arbustos baixos, impedindo a passagem mas permitindo a visualização dos espaços, inclusive pelos indivíduos em cadeira de rodas.

Os próprios brinquedos foram escolhidos de forma a estimular reações sensoriais e motoras, a competitividade e o desenvolvimento muscular, fazendo da utilização dos brinquedos uma forma de aprendizado e crescimento pessoal. São eles:

Brinquedo lúdico: está em posição de destaque e serve de atrativo. Possui multi-funções e dimensões significantes;

Túneis em concreto colorido com orifícios redondos: permitem a interrelação social e sensações como abrigo, luz e sombra, interior e exterior, além, de possibilitar várias brincadeiras;

Mirante infantil: estimula a competitividade além de permitir a boa visibilidade da praça, facilitando a compreensão e legibilidade do espaço por parte das crianças;

Gangorra e escorrega: brinquedos que exploram a sensação de movimento;

Escorregas sobre a grama e pista de subida: troncos de árvores cortados  cordas são utilizados pelas crianças para descer e subir o desnível, utilizando-se de força muscular e coordenação motora;

Plataformas coloridas em diversos níveis: atividades de sentar, pular ou jogar sobre elas;

Brinquedos temáticos de animais ou carrinhos com base em mola: estimulam a imaginação da criança;

Solário acessível: a sensação de calor fornecida pela luz do sol e a areia como material/textura para brincar.

Iluminação, segurança e mobiliário

A integração do sistema de iluminação juntamente com a arquitetura, o verde, o traçado das ruas e avenidas, para estabelecer a identidade da praça e do bairro, caracterizando o ambiente noturno, tornando-o confiável e adequado as praticas de atividades sociais, econômicas e de lazer, com segurança e conforto. Além disso, o mobiliário urbano adequado também atua como elemento de segurança para os cidadãos.

Alteração na legislação urbanística

De acordo com Plano Urbanístico da Região Oceânica  PUR RO, está previsto a elevação do gabarito nas quadras do entrono imediato da praça desde que certas exigências urbanísticas sejam cumpridas. Visando proporcionar uma ampla visão dos elementos paisagísticos marcantes que compões a silhueta das formações montanhosas, fica proposto que seja mantido o gabarito em dois pavimentos para as quadras citadas, o qual se ajusta melhor a vocação e a característica residencial do bairro.

Galeria

É uma composição de elementos geométricos mantendo a singularidade, unidade e harmonia com o entorno. Seu partido transcende o desenho tradicional, onde sua forma como um todo representa mais um elemento escultórico dentro do contexto da praça.

O pórtico que envolve a construção, além de elemento estrutural marcante tem função protetora dos objetos controlando a incidência solar. O polígono que compõe o corpo principal da galeria tem sua rigidez atenuada pelo contorno curvo e pelo pano vidro que formam as fachadas. A transparência das fachadas voltadas para os passantes permite espreitar seu conteúdo, convidando-os a entrar e minusiar seu interior.

Banheiros

Associados a galeria estão os banheiros públicos que apresentam acesso independente pelo exterior. O percurso é abrigado por estrutura metálica abrigando os usuários das intempéries.

O mapa

Disposto como um elemento de destaque no passeio da praça, ele  promove a interatividade dos usuários. O mapa apresenta a praça localizada ao centro, sugerindo ao usuário que ele encontra-se no marco da região. Nele é possÍvel localizar sua situação geográfica no contexto do bairro e da sub-região, identificar outros elementos estruturadores dos espaços urbanos que compõem o bairro.

Escultura

A escultura desdobra-se a partir de uma simples chapa de metal, sua aparência rígida e pesada é cortada e moldada de forma harmoniosa, liberando energia e expandido por si só, aparentando o desenrolar suave de uma fita.

Sua finalidade não está apenas na plástica, funciona como elemento focal que surge, na maioria das vezes, da sucessão de surpresas, estruturando parte da visão serial. Além disso, possibilita várias brincadeiras por parte das crianças, já que a escultura se torna um item de interatividade, podendo passar por debaixo ou até mesmo esconder-se detrás dela.

ficha técnica

Projeto
Arquitetos: Alexandre Menezes, Régis Lopes e Laura Martinez; Estudantes de arquitetura: Charles Pinheiro e Marcus Cid

Colaboração
Icléa Eccárd – Artes plásticas

source
Equipe premiada
Rio de Janeiro RJ Brasil

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051.01 Concurso
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original: português

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IAB - RJ
Niterói RJ Brasil

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051

051.02 Concurso

Concurso Internacional Frente Urbana e Porto de Almería, Espanha

051.03 Concurso

Prêmio Caixa / IAB 2004

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