Concepção geral
A diretriz assumida na concepção arquitetônica para o Centro de Informação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ) foi a de buscar uma edificação, não somente adequada à sua finalidade imediata e harmônica com a topografia e o sítio arqueológico, mas também marcante em termos de imagem corporativa, conforto ambiental e estética.
Além do cuidado com os aspectos construtivos, permeiam todo o projeto conceitos de modulação e flexibilidade. Em vista da necessidade de rapidez de execução, custos compatíveis e atendimento aos princípios de uma arquitetura sustentável e eco-eficiente, propõe-se a utilização de um sistema construtivo industrializado (painéis pré-fabricados), executado fora do canteiro de obra.
O espaço entre os blocos edificados sob a grande cobertura, será vedado até 3,75mts de altura, por painéis de vidro verde temperado e laminado em caixilhos de alumínio branco. Os painéis pré-fabricados terão isolamento térmico e serão revestidos com agregado mineral. Os pisos serão predominantemente em placas de granito levigado ou polidos, dependendo da sua localização.
O forro da grande cobertura será uma grelha em alumínio pintada de branco. Todos os blocos, inclusive a grande cobertura, terão cobertura ecológica.
Implantação
Foi adotado um partido no qual uma grande cobertura abriga blocos edificados, destinados às diversas funções solicitadas no programa. Este conjunto situa-se e interliga-se ao longo dos eixos norte/sul e leste/oeste do terreno. Sobre o eixo norte/sul, uma esplanada conecta a praça cívica ao museu externo, passando pela recepção e salão principal através dos quais o público tem acesso coberto aos diversos blocos. Ao longo do eixo leste/oeste, situam-se: na extremidade leste, área técnica e administração; no quadrante nordeste o auditório; no quadrante noroeste a biblioteca; no quadrante sudoeste o museu e no sudeste as salas de reunião, videoconferência e visualização 3d. Ao acessar o centro de informação a partir da guarita o visitante tem com ponto focal a torre do campanário à sua frente, ficando à direita os acessos de público e serviços e à esquerda o estacionamento.
A praça cívica marca o ponto de chegada do público e antecede à grande cobertura à qual está conectada pela esplanada norte/sul. Rodeada pelo espelho d'água, tem seu espaço circular e em seu centro a Pedra fundamental, contornado por bancos e sombreado por árvores plantadas na caixa de concreto periférica.
No Salão Principal os visitantes acessarão os diversos itens do programa através da maquete dotada de sistema "touch table", e das paredes de informações conformadas por video wall ou ainda led displays.
O auditório, por sua característica formal e programática é um ponto dinamizador da área de eventos do salão principal. Sua platéia circular apresenta um palco elíptico fechado, ao fundo, por amplo "pano" de vidro de correr. Por meio deste o interior se integra ao espaço externo, possibilitando visão do entorno e ventilação natural. Esta concepção torna o espaço mais agradável e atraente para eventos variados.
A sala de visualização 3d está projetada conforme os pré-requisitos de qualidade, para que o público possa utilizá-la à plenitude. Exibições de filmes de última geração poderão ser apreciadas de maneira exclusiva.
As salas de reuniões estão projetadas de forma a resultar no melhor atendimento aos usuários, tanto em termos construtivos, quanto em relação à sua posição dentro do conjunto.
A biblioteca para multimídias refletirá solução estética aliada às inovações tecnológicas de última geração. Os usuários fluirão livremente em seus interiores, acessando com facilidade ás informações disponíveis. Sua localização proporcionará ao usuário, incríveis visuais do entorno, inclusive do sítio arqueológico.
O museu foi concebido como um espaço livre que permite flexibilidade de lay-outs. Será dotado de sistema de iluminação zenital indireto. Em sua face oeste será possível obter iluminação natural controlada por meio de brises.
O museu externo está localizado na extremidade norte, fechando a composição e integrando-se paisagisticamente ao conjunto, através da cascata do espelho d'água. Sua posição em nível inferior ao nível do restante do conjunto possibilita que as exposições não obstruam as visuais dos ambientes externos assim como estabelece uma relação física imediata com o sítio arqueológico e também com o entorno.
Urbanização e paisagismo
O partido para o tratamento paisagístico do Centro de Informação do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro visa, por um lado, maximizar as visuais oferecidas pelo conjunto arquitetônico e sua implantação e por outro, uma específica contribuição às propostas ambientais do projeto. Do ponto de vista formal e plástico, busca confirmar a serena presença do conjunto arquitetônico, na paisagem em que se insere. O espelho d'agua, que contém a composição contribuirá para melhor climatização e a vegetação a ser usada será selecionada entre espécies locais. As coberturas das edificações, conformadas por gramados de cultivo extensivo, contribuirão para a amenização climática do conjunto.
Estruturas
A solução estrutural da grande cobertura será constituída por meio de treliças planas intertravadas, apoiadas em quatro pilares posicionados em diagonal em suas extremidades e um conjunto de quatro pilares duplos espaçados a cada 25mts. O revestimento das platibandas em chapa metálica integrado aos pilares das extremidades, confere ao conjunto o aspecto de um grande pórtico. As coberturas dos demais blocos serão feitas por grelhas de perfis "i" metálicos. Por sua vez este conjunto será apoiado em pilares metálicos, ou pré-moldados, definidos ao longo das paredes dos blocos.
As coberturas acima mencionadas receberão steel deck ou telhado zipado provido de isolação térmica, e recoberto por sistema de cobertura ecológica, conformando um gramado.
Relatório de eco-eficiência
Para otimizar as características de proteção solar adotamos como partido de implantação uma construção alongada na direção leste-oeste. e foi adotado, corresponde a uma grande cobertura que garante proteção solar e proteção contra as chuvas, abrigando os blocos sob a mesma. Desta maneira podemos também aproveitar as incidências dos ventos ainda que as velocidades sejam baixas.
Tanto a grande cobertura quanto aquelas dos blocos parcialmente fora delas receberão um tratamento que as caracterizam como coberturas verdes, através de um sistema que assegura a manutenção da umidade mesmo durante os períodos de estiagem.
Para garantir uma atenuação do stress térmico, o projeto está apoiado sobre uma grande superfície de água com movimentação e renovação constante da mesma para evitar a proliferação de insetos e algas.
Próxima à biblioteca está prevista a existência de um grande painel que servirá como quebra sol, sobre esse painel serão instaladas células fotovoltaicas para a geração de eletricidade principalmente na época correspondente ao inverno. Na região da cozinha e dos banheiros e vestiários, deverão ser instalados coletores solares para aquecimento da água de uso destes ambientes.
O tratamento paisagístico deverá proporcionar sombras sobre os pisos além de controlar e conduzir os ventos para favorecer o uso destes espaços.
ficha técnica
Autor
Arquiteto Sidonio Márcio Alves Porto ( São Paulo – SP )
Co-autor
Arquiteto Márcio Macedo Porto
Colaborador
Arquiteta Lucia Toffolo de Macedo Porto ( Paisagismo )
Consultores
Estrutura metálica
Flavio Dalambert
Ventilação e ar condicionado
Luiz Antonio de Moraes
Conforto e meio ambiente
Luiz Carlos Chichierchio
