O novo TCA
Projetado em 1957 por Bina Fonyat, o Teatro Castro Alves irá passar por uma nova reconstrução 43 anos depois de sua segunda estréia. Além de preservar o Patrimônio Arquitetônico, o objetivo desse processo é preservar o Patrimônio Imaterial criado em torno do TCA, já que esse local se consolidou como espaço de grande importância cultural para a Cidade de Salvador.
Ao longo de mais de quatro décadas de existência, o edifício passou a receber novas funções que transgrediram o esquema original em que se podiam distinguir com clareza os espaços públicos, representados pelo foyer e platéia de um lado e, as áreas técnicas, organizadas no volume da Caixa de Palco, de outro.
A Readequação do Edifício Existente visa ordenar os espaços por meio de uma nova distribuição capaz de otimizar a área construída, organizando os programas e as circulações, de modo a garantir hierarquia e dimensões condizentes com o caráter público ou técnico dos programas.
Complexo Teatro Castro Alves, esquema da implantação, Salvador, 3º lugar concurso. César Shundi Iwamizu e equipe, 2010
Desenho escritório
Assim, além de dispor os programas previstos pelo Edital, o projeto valoriza o vão livre localizado sob a platéia, não só ampliando seu espaço em direção à nova praça lateral, mas também criando continuidade espacial em direção ao vale, dando sentido maior à própria geometria do fundo da platéia do edifício.
Essa condição amplia o espaço público ao interior do edifício, garantindo acesso franco a programas como a Sala de Coro e a nova Sala de Concertos, além das novas áreas sugeridas pelo programa.
A necessidade de colocar o grande volume da Sala de Concertos no interior do Edifício no Piso -2, levou à ampliação do subsolo sob o vão livre, na tentativa de evitar intervenções estruturais no interior da caixa de palco e, o que nos pareceu mais importante, retirar dos níveis -1 e -3 os programas previstos pelo edital.
Complexo Teatro Castro Alves, esquema em corte da situação original, Salvador, 3º lugar concurso. César Shundi Iwamizu e equipe, 2010
Desenho escritório
Esse novo espaço público posicionado no interior do edifício possibilita conexão direta com os programas previstos na área de ampliação, evitando a fragmentação dos espaços e o consequente isolamento dos novos programas em relação aos espaços públicos existentes.
Seguindo o mesmo princípio, pareceu-nos necessário organizar todos os novos programas em um edifício único, uma nova infra-estrutura capaz de abrigar a diversidade funcional dos programas e, simultaneamente, criar uma nova geografia em contraponto ao Vale. Uma nova área verde suspensa capaz de ampliar a vegetação presente em suas encostas.
Esse novo edifício, condizente com a escala do volume marcante do teatro, cria um paralelo com o Foyer atual localizado em frente ao Campo Grande, transformando o atual fundo de vale em uma Nova Frente, valorizada pela caixa suspensa do Cinema e pelo novo restaurante que, além de liberar o espaço do Foyer para o grande público do Teatro, desfruta das qualidades ambientais permitidas pelo novo jardim.
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Complexo Teatro Castro Alves, esquema da circulação pública, Salvador, 3º lugar concurso. César Shundi Iwamizu e equipe, 2010
Desenho escritório
ficha técnica
Autores: Arquitetos César Shundi Iwamizu, Acácia Furuya, Anderson Freitas, Anita Rodrigues Freire, Carlos Augusto Ferrata, Elisa Sayaka Ito, Gleuson Pinheiro Silva, Júlio Cecchini, Luan Carone Martinelli, Mário Tavares Moura Filho, Pedro Armando de Barros e Pedro Ivo Freire
Colaboradores: Arquitetos Bruno Machado Layus, Cristina Vieira Machado, Oliver Paes de Barros De Luccia e Yuri de Oliveira; estagiários Gabriel Esteves Ribeiro, Júlia Borges Alves, Júlia Pinheiro Ribeiro e Renata Gaia
Consultores
Engenheiro Vaico Oscar Preto Filho (orçamentos)
Arquiteto Ismael Sole (acústica e cenotecnia)