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architexts ISSN 1809-6298


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Zeuler Lima discute a criação de locais atrativos para a instalação de grandes empresas, verdadeiros enclaves em meio às cidades cheia de problemas urbanos


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LIMA, Zeuler. Enclaves globais em São Paulo: urbanização sem urbanismo?. Arquitextos, São Paulo, ano 05, n. 059.02, Vitruvius, abr. 2005 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/05.059/471>.

No mês de julho passado, fui surpreendido por uma imagem familiar no meu vôo da Swiss Air de Nova Iorque a Zurique. Eu estava indo apresentar um trabalho sobre urbanização contemporânea em São Paulo em uma conferência sobre cidades ibéricas e latino-americanas em Barcelona durante o Fórum 2004. Enquanto me ajeitava no assento esperando por uma longa noite mal-dormida, me dei conta de que a revista de bordo "Travel in Style" – título, aliás, questionável dado o espaço exíguo da classe econômica – trazia na capa uma foto impressionante da Avenida Paulista. A manchete propunha "Destino: São Paulo. Ocupada demais para arrumação".

Enquanto folheava o longo artigo com mais de vinte páginas e muitas fotos interessantes da cidade, fui acometido, no meio do Atlântico Norte, por um sentimento inusitado de bairrismo. Inusitado porque, afinal, o que eu tinha a dizer em Barcelona sobre São Paulo era mais crítico do que celebratório. Fiquei pensando nas tantas outras revistas de outras companhias aéreas que misturam artigos de divulgação sobre cidades e lugares turísticos – em geral destinos das próprias companhias – com propagandas que nos prometem a super-humanidade: domínio instantâneo de línguas estrangeiras, o encontro do amor ideal, a melhoria do desempenho profissional e do sex appeal tão importante às pessoas de sucesso no jet-set global.

As imagens de São Paulo, na revista, prometem um pouco desse mundo de fantasia. No entanto, lendo o artigo, me dei conta de que a correspondente suíça não tinha deixado de perceber a complexidade que é viver aqui e que é entender esta cidade. Valeria a pena salientar alguns de seus comentários. O texto começa com uma nota comparativa: "São Paulo é um pouco como Nova Iorque, mas não tão rica e muito mais caótica". E continua dizendo que "a cidade não se deu bem com seu crescimento tão rápido... Suas favelas, seus engarrafamentos e seus rios fedorentos não são apenas o resultado de décadas de administração municipal ineficiente. Visitantes procurando a beleza de sua arquitetura antiga ou natureza intocada se decepcionarão. É praticamente impossível ter-se uma impressão precisa da cidade apenas visitando seus museus, edifícios históricos e monumentos”. Para ela, "São Paulo é um modo de vida", "São Paulo é a sua gente: ... a classe média nos shopping centers, os imigrantes pobres e desamparados..., os bancários escalando suas carreiras", gente que "luta para seguir em frente e superar os obstáculos de um país em desenvolvimento e de uma mega-cidade". Curiosamente, o artigo termina com uma outra nota comparativa, desta vez irônica, dizendo que "o melhor de São Paulo é a sólida ponte-aérea com o Rio de Janeiro".

Não é preciso dizer que, a esse ponto, meu sentimento de bairrismo já estava tão rarefeito quanto o ar fora do avião. Enquanto a turbulência agitava os talheres, eu me inquietava com o sentido do artigo. Não era o caso de acordar meu vizinho de assento ou fazer uma pequena enquete de bordo para saber sobre a recepção do texto. Fiquei, então pensando nas fotos, na manchete, no porquê de uma revista de bordo suíça dedicar tanto espaço a São Paulo. Seria porque a rota aérea entre Zurique e São Paulo está dando prejuízo, por isso é preciso aumentar a venda de passagens? Seria para desmistificar o Brasil como lugar exótico? Seria parte da curiosidade européia culposa ainda à procura do bom e do mau-selvagem de outros continentes? A resposta a essas perguntas é irrelevante, eu sei, afinal de contas quem leu o artigo, além de mim, dele já se esqueceu. Ainda assim, é significativo que as imagens de São Paulo se veiculem por uma companhia aérea de alcance planetário, revelando uma metrópole brasileira que aspira à conexão com os fluxos globais e colocando o Brazil no radar dos viajantes e executivos internacionais.

Assim como há diferenças entre as imagens e o conteúdo do artigo, também há muita diferença entre e o imaginário e a imagem que São Paulo tenta projetar internacionalmente e a realidade quotidiana desta enorme cidade. Nisso, a jornalista acertou: não dá tempo para muita arrumação. Mesmo assim, o show deve continuar. E, se todo o mundo – ou agora o globo capitalista – é um palco, as megalópoles contemporâneas se transformam no seu protagonista. E é sobre isso que quero levantar algumas questões: como pensar as cidades globais e a sua materialização no espaço urbano e, em particular, as transformações recentes de São Paulo.

São Paulo aspira a ser uma cidade global, ainda que conectada marginalmente aos fluxos transnacionais de investimentos, pessoas e empregos. A atual expansão da modernização capitalista numa escala globalizada, assim como o rápido crescimento do número e do tamanho das megalópoles do hemisfério sul apresenta uma nova constelação para se pensar o desenvolvimento urbano contemporâneo. As reorganizações espacial, econômica e social de centros estratégicos em uma área urbana como São Paulo oferece alguns elementos para se pensar sobre aspectos concretos e epistemológicos dessa questão.

Comecemos, então, pelas noções de globalização e de cidade global. A maneira mais simples de se definir a globalização talvez seja entendê-la como a transformação das relações entre as elites econômicas mundiais, com todos os desdobramentos culturais e sociais que dela resultam. A expansão das redes de informação e de comunicação possibilitou a aproximação entre os mercados nacionais, a intensificação do fluxo de pessoas e de valores financeiros e simbólicos, e a concentração de recursos e investimentos em áreas, até recentemente, secundárias, principalmente no hemisfério sul. Com isso, houve desde os anos 1980s – período de instalação mundial do neoliberalismo capitalista – um crescente esforço em desregulamentar mercados e desestabilizar as fronteiras protecionistas dos Estados Nacionais que haviam sido o mote da modernização do segundo pós-guerra. Com o enfraquecimento das fronteiras comerciais, a formação de grandes blocos econômicos, o crescimento de fluxos migratórios e a concentração de recursos de ordem local, nacional e global em grandes metrópoles ao redor do mundo, essas cidades passaram a exercer um novo papel. Elas ganharam maior independência dos seus Estados Nacionais para negociar relações de produção, circulação e consumo e, principalmente, passaram a competir pelas vias de conexão com o mercado mundial. Com isso, nas últimas duas décadas, criou-se uma rede global de megacidades hierarquicamente organizada e controlada que funciona ao mesmo tempo no novo espaço virtual das finanças e da informação e no velho espaço territorial do quotidiano do espaço urbano.

Se a noção e a experiência de globalização se tornaram facilmente compreensíveis, a noção de cidade global permanece ambígua. A cidade global é tanto um conceito quanto um lugar concreto da modernização capitalista contemporânea. Como conceito, a cidade global funciona no nível dos fluxos econômicos assim como dos imaginários sociais que circulam física e virtualmente pelos quatro cantos do mundo. O conceito de cidade global traduz o que a socióloga norte-americana Saskia Sassen – aliás, quem legitimou essa terminologia – definiu como a "dispersão espacial das atividades econômicas nos níveis metropolitano, nacional e global que se associa à globalização e que contribui para a demanda de novas formas de centralização territorial das operações de controle e de gerenciamento de alto nível" (2) A conexão entre as bolsas de valores de Nova Iorque, Londres e Tóquio nos anos 1980s inaugurou esse conceito. A cidade global avança o conceito de cidade mundial, previamente isolada em seu poder produtivo, e estabelece uma outra ordem que promove a simultaneidade de ação entre centros econômicos na forma de um mercado planetário. Dessa relação surgem novos processos, benefícios e mazelas que se pontuam, hoje, em umas poucas dezenas de centros urbanos ao redor do mundo. Voltando à ambigüidade do conceito, como espaço concreto, a cidade global é o espaço e o lugar onde a negociação política e social sobre as condições materiais e simbólicas do capitalismo contemporâneo ocorre. A rede de cidades globais, nas quais se inclui São Paulo, ainda que marginalmente, se materializa em realidades geográficas e históricas ainda bastante específicas e distintas ao redor do mundo. Enquanto São Paulo, Nova Iorque, Shen-zhen, a Cidade do Cabo, Mumbai e tantas outras cidades compartilham o mesmo valor abstrato ao se conectarem às práticas da economia neo-liberal, a sua realidade diária têm características bastante distintas se olharmos por trás das superfícies reluzentes da arquitetura espetacular e da infra-estrutura urbana para facilitar a circulação dos agentes da economia global.

A definição da cidade global de Saskia Sassen traduz a dimensão expandida da economia empresarial numa escala transnacional. Ela exige a criação de centros econômicos específicos, isolando a representação tradicional de cidade em enclaves de concentração de recursos. Essas áreas pontuais dentro do vasto território das megalópoles contemporâneas materializam a dimensão local de onde os processos globais ocorrem. Esses enclaves precisam ser equipados como pontos ou nós estratégicos que concentram tanto infra-estrutura física, de comunicação e de informação, quanto mercados qualificados de funcionários e de consumidores. Eles oferecem o cenário urbano de excelência marcada por uma arquitetura empresarial neutra e internacional, e uma arquitetura residencial e espaços urbanos altamente controlados e privatizados. Com isso, eles fornecem a ilusão de familiaridade e identidade, assim como a sensação de conexão local, para a mobilidade da economia global e de seus agentes em vários escalões, principalmente do nível executivo e administrativo empresarial e financeiro. O que a criação de enclaves urbanos globais significa, no final de contas, é que a rede heterogênea de cidades que controla a economia global requer uma distribuição territorial homogênea e semelhante de equipamentos e de elementos simbólicos para que ela possa funcionar eficientemente. Em outras palavras, nos enclaves globais, valoriza-se mais a relação entre eles do que a relação com o tecido urbano em que eles se inserem. A contextualização urbana e ambiental cede lugar à reprodução de tipologias urbanas e arquitetônicas que respondem às necessidades de comando da economia global.

Sob o impacto da globalização, não só mudaram a dinâmica, o tamanho e a escala das cidades contemporâneas nos níveis local, nacional e global, como também mudou a maneira como nós as experienciamos, imaginamos e produzimos modelos para elas. As centralidades empresariais urbanas têm sua origem nas metrópoles americanas, principalmente nas margens da expansão suburbana. Essa prática de desenvolvimento urbano se relaciona à transformação histórica das cidades americanas no processo de desindustrialização e suburbanização, apoiadas por altos investimentos federais para criação de infra-estrutura, principalmente viária.

Entre as formas emergentes de ocupação do solo e de urbanização nos Estados Unidos está a formação de novos centros econômicos na forma de cidades fronteiriças (edge-cities), que crescem ao redor das cidades tradicionais, geralmente como desenvolvimentos suburbanos contíguos, mas com a vantagem legal de serem, em geral, econômica e politicamente autônomos. Essa urbanização de grande extensão tende a provocar rápida conurbação, ao mesmo tempo em que ela mantém a concentração de receita e melhoramentos urbanos em seu próprio território fiscal. Sua paisagem arquitetônica e seu tecido urbano é composto, geralmente, por centros comerciais e empresariais e por loteamentos de alto padrão isolados, quando não cercados, e conectados por um sistema de vias expressas e de redes de alta tecnologia. Esse fenômeno, que Rem Koolhaas, o enfant terrible da globalização urbana, chamou da criação de uma cidade genérica e sem identidade (generic city) reproduz com grande intensidade e velocidade pelos confins do território norte-americano, estabelecendo-se como uma questão grave para o futuro da urbanização naquele país, uma vez que a população suburbana hoje ultrapassou a população urbana (3). Essa expansão desmedida (urban sprawl) e a criação de cidades fronteiriças (edge cities) têm um alto custo social e ambiental nos Estados Unidos. À medida em que esses enclaves se movem à procura de terras baratas, eles ironicamente contribuem para a erradicação da idéia de cidade e de centro. Com isso, eles promovem um padrão de sociabilidade anti-urbano e segregador, e intensificando o consumo de recursos naturais num volume sem precedentes.

No Brasil, o fenômeno de formação de enclaves econômicos urbanos ocorre de forma distinta das cidades norte-americanas, porém baseadas em princípios semelhantes para criar locais atrativos para a instalação de grandes empresas e instituições financeiras e para prover habitação para as classes afluentes conectadas à nova economia. A criação de enclaves nas cidades brasileiras pode ser visto cada vez mais em exemplos como o novo pólo de desenvolvimento na marginal Pinheiros, assim como em loteamentos residenciais nas regiões sul e sudoeste em São Paulo que deixam cada vez mais evidentes as desigualdades sociais no país. As cidades-fronteiriças americanas, em geral, não têm um forte sistema político estabelecido e constituem praticamente em áreas empresariais e residenciais que ditam normas próprias de ocupação e de gestão do espaço urbanizado. Sua representação política é realizada geralmente por associações de bairro ou de administração de proprietários, alterando o sentido da vida coletiva e do exercício democrático. O espaço das cidades fronteiriças representa, segundo o geógrafo Michael Dear, a promessa de uma privatopia (4), que se traduz como a realização, pelo mercado, do sonho de consumo individualizado numa escala urbana.

A transposição dessas práticas de urbanização e de seus elementos simbólicos para São Paulo ocorre num contexto urbanístico extremamente complexo e distinto do norte-americano. Não há aqui investimentos articulados de infra-estrutura em escala metropolitana e as áreas estratégicas de desenvolvimento econômico, por concentrar historicamente essa infra-estrutura, são internas à cidade e disputadas, e não externas e autônomas. Como sabemos, São Paulo cresceu mais guiada por um mercado imobiliário altamente especulativo e concentrador do que por planos de articulação da malha urbana e metropolitana. Nela, hoje, velhos métodos se encontram com novas práticas e imagens urbanas que circulam ao redor do globo. À medida que observamos as transformações urbanas de São Paulo, constatamos que a cidade não gerou, para si própria, um modelo que dê conta desse crescimento e das agravantes disjunturas que resultam do encontro entre as complexas realidades locais e quotidianas de seus habitantes e os fluxos nem sempre previsíveis dos agentes globais.

A formação de enclaves urbanos fornecendo infra-estrutura para conectar São Paulo aos mercados globais certamente torna a cidade mais poderosa economicamente, mas ela também faz com que sua segregação espacial e social se torne mais evidente. O desenvolvimento da área sul do rio Pinheiros e ao longo da Avenida Luís Carlos Berrini é o caso mais claro desse processo na cidade, seguido pelas tentativas de renovar a Avenida Paulista e o centro histórico de São Paulo. Os enclaves urbanos, que promovem um processo de modernização, também formam um arquipélago de melhorias urbanas hiper-concentradas num mar de formas espaciais e de relações sociais muito complexas. Essas áreas prosperam baseadas numa imagem de modernidade arquitetônica e tecnológica, mas num contexto de fortes contrastes internos ao seu entorno e às outras regiões metropolitanas.

Segregação e isolamento espacial, assim como conflitos sociais, crescentemente marcam a imagem de São Paulo. Não se trata de um fenômeno novo, pois não é um caso exclusivo dos processos recentes de globalização. Diferentes formas de relações econômicas internacionais, no passado, produziram disjunturas internas entre as formas espaciais e sociais nas cidades brasileiras, particularmente em São Paulo. O dado novo deste processo, hoje, é que, sob os preceitos do neoliberalismo, a dinâmica do mercado – na sua velocidade eletrônica e na sua instabilidade financeira – é apresentada como a única alternativa para se regular a vida e os problemas urbanos numa metrópole tão grande e complexa. Os discursos e as práticas de urbanização correntes colocam, sem constrangimentos, a lógica empresarial e o desenvolvimento do mercado imobiliário e de alto padrão, a desregulamentação econômica e a privatização contribuem, destabilizando as esferas coletiva e política já bastante vulneráveis da cidade.

A transformação da área ao sul do rio Pinheiros historicamente iniciou com o desenvolvimento de empreendimentos imobiliários ao longo da avenida Berrini pela Bratke-Collet na décade de 1970. A empresa comprou trinta grandes lotes ao longo da avenida e construiu algumas dezenas de edifícios de escritório num período de dez anos numa área previamente ocupada por um bairro residencial de classe média e média baixa, além de ser parte do vale do rio com baixa ocupação edilícia. O desenvolvimento sem planejamento urbanístico da avenida Berrini ilustra um fenômeno tradicional da expansão urbana de São Paulo que é a criação de avenidas imobiliárias e verticalizadas. Esse fenômeno é, ainda, um resquício histórico ao processo iniciado com a realização incompleta do Plano de Avenidas de Prestes Maia no final da década de 1930.

O desenvolvimento da avenida Berrini legitimou o potencial econômico da área do rio Pinheiros e despertou o interesse em se estabelecer ali um pólo de concentração de infra-estrutura a ser financiada pelo poder público, principalmente durante as administrações de Paulo Maluf e Celso Pitta. Seu objetivo era incentivar investidores nacionais e estrangeiros a se concentrarem naquela área. A imprensa paulistana contribuiu significativamente para definir o boom construtivo do vale do rio Pinheiros como a formação do mais forte centro econômico na América Latina, atraindo grandes investimentos imobiliários na forma edifícios de escritórios de alto padrão, shopping centers, condomínios de luxo, hotéis cinco estrelas e conglomerados empresarias. A empresa britânica Richard Ellis International Property Consultants e a Birmann, empresa brasileira associada com a gigantesca empresa norte-americana Turner Construction Corporation, têm controlado grande parte desse mercado imobiliário.

No entanto, o desenvolvimento da região não ocorreu sem polêmicas. Durante o mandato do prefeito Celso Pitta (1997-2000), vários empresários e investidores criaram a Associação de Promoção Habitacional a fim de promover a urbanização da área com o apoio da prefeitura de São Paulo. Esta parceria público-privada trabalhou, em grande parte, a portas fechadas para usar recursos públicos para a criação de infra-estrutura viária e melhorias urbanas numa área de várzea onde, há algumas décadas, existia uma grande favela. Ainda que a população tenha estado na área por longo tempo e freqüentemente negociado pela posse da terra, nada foi feito e os residentes da favela permaneceram na situação de invasores e de residentes ilegais. Respondendo às crescentes pressões da Associação de Promoção Habitacional – aliás, um nome no mínimo irônico – a prefeitura decidiu remover a população da área em 1997. Em poucas semanas, num processo que foi bastante coberto pela imprensa e estudado por especialistas, quase 12.000 pessoas foram despejadas, como costuma ser nesses casos, com a presença da polícia e de agentes da Prefeitura. Grande número de casas e de barracos foi demolida a fim de evitar a reocupação imediata e permitir a liberação de terras para a construção de arranha-céus para sediar empresas multinacionais. Apenas um número reduzido de favelados foi realocado em projetos Cingapura, enquanto a maioria da população foi deixada ao deus-dará. Um detalhe desse processo é que, até 2001 – quando o governo federal aprovou o Estatuto da Cidade – o direito à propriedade de terra não estava ao alcance de um grande contingente de populações faveladas. Esta lei pretende criar mecanismos para transformar uma longa história de mais de 150 anos de exclusão desses direitos que mantém grandes contingentes de residentes urbanos e rurais vulneráveis às operações imobiliárias de grandes proprietários de terra. No entanto, no caso da área da marginal Pinheiros, a lei chegou muito tarde para a maioria dos favelados.

Como resultado, a combinação entre o sistema de parcelamento e posse de terras tradicional, a manipulação legal dos direitos de propriedade e políticas urbanas de desenvolvimento imobiliário de alto padrão resultam hoje num mosaico de contrastes e numa paisagem urbana híbrida que vem se estendendo pelo sul do vale do rio Pinheiros. A uma certa distância, esse espetáculo urbano chega a chamar alguma atenção. A imagem da área guarda semelhanças com as cidades fronteiriças norte-americanas, com a arquitetura óbvia de seus arranha-céus prateados e envidraçados que compõe um skyline global respeitável, ainda que sem a ambição das cidades asiáticas. A uma distância mais curta e vista de dentro, a realidade local brasileira, no entanto, fala mais alto. A divisão entre espaços públicos e privados define claros limites no acesso à segurança, ao conforto e a familiaridade reservado aos interiores dos edifícios, shopping centers e condomínios. Fica claro quem pertence e quem não pertencem ao cenário. Ficam claras as disjunturas locais na montagem do cartão postal global.

Do ponto de vista político e ideológico, como afirma Michael Dear, o desenvolvimento físico-social das metrópoles do capital financeiro dependem de um “otimismo exagerado, fabricado (e estetizado) que promove a consciência auto-regulatória da tolerância, do respeito pela diferença e das assimetrias do poder” (5). Do ponto-de-vista operacional, essa modalidade de urbanização depende do estabelecimento de estratégias de desenvolvimento que toma do mundo empresarial o modelo de sua realização. Essa utopia sem lugar – ou distopia, como definiu Michel Foucault – é fundada sobre a noção de consenso local presente nas novas estratégias de urbanização sem modelos urbanos articulados. As metrópoles globais contemporâneas passam a ser o território da fabricação de um consenso que, em realidade, é o próprio mascaramento das assimetrias de poder, que confunde público e privado – no seu sentido moderno – numa prática comandada pela parcialidade econômica. As proclamadas parcerias público-privadas representam os guardiões dos espaços qualificados de excelência, mascarando distúrbios sociais e agindo politicamente na ocupação estratégica de áreas intersticiais.

Sem dúvida, a montagem de um cenário local de projeção global traz grandes benefícios à economia da cidade. A construção real e imaginária de enclaves urbanos como o do vale do rio Pinheiros representa e materializa os nós de que a globalização necessita para se conectar territorialmente e para funcionar com eficiência, como já mencionamos. No entanto, a criação desses enclaves vem com grandes custos e não traz consigo a definição de cidade, de ambiente urbano, como uma instituição coletiva e minimamente democrática. Pelo contrário, o seu propósito é preciso e o seu resultado é desequilibrado, senão perverso para a maioria da população que não goza dos benefícios gerados nesse esforço de desenvolvimento e dos direitos de acesso a ele.

Do ponto de vista dos modelos urbanos, essa prática comprova que a produção de uma metrópole unificada há muito deixou de ser o conceito diretor e a realidade da modernização urbana. Tanto o padrão da cidade industrial do hemisfério norte quanto o de cidades planejadas como Brasília não dão mais conta, na sua imagem unitária e redutora de complexidades, do fenômeno metropolitano da economia e da cultura globalizantes. A liminaridade da reestruturação do mundo contemporâneo marca a transformação deliberada da cidade industrial centralizada em novas formas urbanas definidas pela superposição de espaços, imagens e realidades sociais conflitivas.

A administração e projeto da metrópole aos pedaços é cúmplice tanto do enfraquecimento do planejamento totalizante quanto da prática reestruturada do capitalismo na sua flexibilização atual, que estrategicamente seleciona partes de seu território como materialização de novas relações econômicas, sociais e culturais. No intervalo entre a urbanização industrial e o urbanismo planejador, configurou-se a maioria das grandes cidades do mundo que hoje partem à busca de competitividade como pólos ou centros das transações, negócios e serviços do capital financeiro transnacional, consensualmente definida como o novo modelo de desenvolvimento econômico. Enquanto suas imagens espetaculares circulam no espaço virtual dos fluxos financeiros e de informação, os territórios intersticiais dessas metrópoles, onde está arraigada uma imensa população que orbita fora da produção e do consumo da nova ‘ordem’, se expõem como a face indesejada dessa realidade.

A racionalização da metrópole moderna entre o final do século XIX e o começo do século XX pretendia promover o seu melhoramento físico-espacial para a acomodação do seu potencial produtivo. O nascimento da mentalidade do planejamento urbano racionalista se deu com a urbanização capitalista unificadora e territorializada que veiculava a utopia da emancipação humana pela racionalidade técnica ancorada na prática do controle burocrático e físico da sociedade. A concepção da cidade funcionalista dos primeiros CIAMs promovia a idéia de salvação dos problemas da metrópole pela naturalização de um modelo universalista que pretendia, pelo racionalismo, controlar antagonismos sociais (6). Essa lógica modernista pretendia, como já propôs a crítica repetidamente, absorver significados ideológicos e existenciais múltiplos, eliminando conflitos e usurpando o próprio quotidiano da representação de cidade que a sustentava.

O enfraquecimento ideológico do plano totalizante e monofuncional e a crise da estética moderninista deu lugar ao projeto urbano, ou o urban design, como uma estratégia despolitizada, estetizante e de inclinação à privatização, criada para administrar os fragmentos de espaços autônomos e plurifuncionais da cidade. Essas transformações se desdobraram, no segundo pós-guerra, em uma multiplicidade de indagações estéticas e éticas sobre o papel da prática projetual na produção do ambiente construído em geral e das metrópoles industriais e pós-industriais em particular. A proliferação das explorações teóricas e históricas a partir da década de 1960, procuraram sistematizar os problemas relativos ao desaparecimento da imagem da cidade como unidade totalizante, ao valor do patrimônio histórico e aos problemas de padronização, da instrumentalização e do formalismo no exercício da arquitetura e do planejamento urbano. A crítica política, a crise do estética e da ideologia modernistas e a exploração das teorias da lingüística e da comunicação contribuíram para formar um panorama conflitivo de questionamentos.

Os modelos básicos que se originaram a partir da crítica ao funcionalismo, principalmente nos centros urbanos europeus e norte-americanos, fazem referência às teorias contextualistas, representadas tanto pela idéia de cidade-colagem de Collin Rowe, quanto das investigações críticas sobre a memória e a percepção coletivas e das tipologias urbanas dos irmãos Krier e de Aldo Rossi; às teorias lingüísticas, representadas pelas investigações sobre o sentido e o simbolismo das formas urbanas, de Robert Venturi, que se caracterizaram por um certo populismo; às teorias da fenomenologia à procura do genius loci e, finalmente, já na última década do século XX, às teorias celebratórias das transformações da paisagem urbana sob a globalização, que fomentam o desenvolvimento da cidade genérica proposta por Rem Koolhaas, e também da cidade como simulação do new urbanism nostálgico norte-americano.

A crítica à totalidade do plano funcionalista e racional que levou ao pensamento da cidade aos pedaços abriu caminho para a produção de uma paisagem urbana e arquitetônica privatizada, interiorizada e espetacularizada. A experiência direta do espaço urbano se reduziu a um repertório aberto de símbolos, no qual se conjuga a diversidade como combinação de estilos e aparências seletivos e desejáveis para a experiência visual e não necessariamente como elementos e valores de relações sociais e existenciais. Com a consagração do espetáculo como substituto ao quotidiano, dispensa-se o humano, cuja presença precária no discurso urbano passou do universal e utópico à distinção sumária entre o incluído e o excluído. As teorias do contexto, da história, da memória e do lugar público perderam tanto o seu caráter de discurso alternativo quanto sua possibilidade de oposição ideológica. O espaço público e a paisagem urbana passaram a se revelar mais como visibilidade do que como lugar vivido, traduzindo-se como cenário de uma estratégia empresarial e com uma lógica própria e privatizante de intervenção nas relações espaciais, culturais e sociais da metrópole.

Como resultado desse processo, as teorias e as práticas urbanas desembocaram, já há algum tempo, em um paradoxo. A investigação do significado da cidade, que é histórico e não pré-estabelecido, passa pela mudança não só os registros de conhecimento da realidade, com também os modelos ideológicos da sua reprodução. O discurso sobre o fazer urbano contemporâneo passou da consideração do lugar, do contexto, do quotidiano e da memória à apologia, mesmo que indireta, da forma e da aparência visual na sua condição passiva do espetáculo e da simulação. O esforço crítico das últimas décadas foi sendo reduzido de uma intenção política de resistência à produção celebratória e retórica de novas formas colocadas no circuito de um mercado global fortemente estabelecido. Da busca do lugar público na metrópole, tema caro dos CIAMs do pós-guerra, passou-se à crescente afirmação de uma intimidade privada que se conecta (de forma real ou virtual) mais ao espaço dos fluxos do que ao espaço físico e social da cidade.

À impossibilidade de recompor o projeto modernista da ideologia do plano e o mote da “forma segue a função,” se contrapõem novas condições da própria vida urbana e da cultura contemporânea. Suas formas se definem não mais pelos ditames do funcionalismo, mas pelo medo, pela estética, pelas finanças e pela ficção. O medo como experiência da urbanização contemporânea, demonstrado, em São Paulo, pela antropóloga Teresa Caldeira (7), diz respeito a um dos aspectos mais marcantes da vida metropolitana de São Paulo, mas também de cidades como Los Angeles. Essa experiência é testemunha da concentração de poder econômico nas sociedades capitalistas numa escala mundial e da desestabilização do sentido moderno de espaço público, cada vez mais pressionado pelos impulsos de privatização que estabelecem fronteiras claras de diferenciação social e espacial. Exemplo disso são tanto os centros empresariais, os shopping centers e os bairros fechados, completamente interiorizados e sob rígidos esquemas de vigilância, quanto a urbanização segregadora. As estratégias contemporâneas de desenho urbano viram de vez as costas contra o espaço livre e indefinido do funcionalismo moderno e, no seu lugar, desenham fortalezas e megaestruturas arquitetônicas e urbanas (8), como é o caso corrente da reurbanização do trecho sul do rio Pinheiros.

A revitalização urbana, as novas centralidades, os enclaves globais, os grandes projetos arquitetônicos e as mega-estruturas contemporâneas, como hotéis, torres de grandes conglomerados corporativos (de escritórios a hospitais), shopping centers, aeroportos, e parques temáticos urbanos – disneyficados e preparados para o consumo, os serviços e o turismo – são emblemáticos para compreender a produção da espacialidade espetacular contemporânea. Ele pode ser experienciada tanto na sua exterioridade reflexiva, das superfícies transparentes e espelhadas, como um trompe-l’œil ao mesmo tempo vivo e simulado – presente e ausente como experiência – quanto na sua interioridade desorientadora, aparentemente pública e des-hierarquizada. Essas mega-estruturas configuram mundos em miniatura, onde o espetáculo substitui a gaiola-de-ferro da racionalidade instrumental moderna por uma gaiola sedutora de efeitos visuais. Neles, como sugere Fredric Jameson, “estruturas cinéticas gigantescas”, tais como elevadores transparentes, escadas e esteiras rolantes traçam o “passeio narrativo” antes desenvolvido pelos movimentos ativos do próprio corpo, agora imóvel e passivo, mas em constante e crescente deslocamento (9).

Dentro desse complexo quadro de transformações conceituais e espaciais, arquitetos e urbanistas ligados ao poder público se vêem freqüentemente amarrados na camisa-de-força das práticas de urbanização contemporânea. Sob influência do modelo empresarial na gestão da cidade, os profissionais do projeto e do planejamento são, não raro, compelidos à conivência ou à desmobilização, quando não são totalmente excluídos de discussões e decisões. Paralelamente, os investidores privados criam seus próprios aparatos de projeto e de planejamento, contratando e administrando diretamente serviços de profissionais ou montando esquemas políticos em que profissionais do poder público têm de se convencer da retórica empresarial até mesmo para poder sentar à mesa de discussões. O sistema educacional, em princípio lugar da reflexão crítica, também sofre crescente influência desse modelo, alterando o perfil tanto da formação profissional quanto da prática do urbanismo. O pragmatismo empresarial se estabeleceu com bases firmes dentro das universidades norte-americanas, que se estabelecem como os grandes centros de geração de conhecimento circulando nos fluxos globais. Esse fato cria, como afirma o geógrafo Michael Dear, um ambiente intelectual “perigosamente silencioso em relação às questões da privatização” (10). Por sua vez, esse silêncio legitima, direta e indiretamente, as práticas urbanas contemporâneas que se originam nas transformações rápidas e radicais que se acumulam na vida política, econômica e sócio-cultural pela reestruturação da economia capitalista no final do século XX.

A ambigüidade da definição da cidade global como conceito e lugar deixa em aberto algumas questões relevantes para se pensar sobre as metrópoles brasileiras, em geral, e sobre São Paulo, em particular. Uma delas é até em que medida São Paulo pode se definir, conceitual e concretamente, como uma cidade global, até mesmo se considerada em uma esfera marginal? Isto é, trata-se de uma realidade concreta para o benefício da cidade como um todo ou de uma retórica de relevância local que legitima a concentração de recursos para o desenvolvimento imobiliário? Apesar das anomalias geradas nesse processo, a urbanização contemporânea que obedece aos fluxos globais também carrega elementos de inovação que não podem ser desprezados. Com isso , outra questão que se coloca está em como encontrar, nas brechas conceituais e nos interstícios físicos da cidade, alternativas para a visão única que tende a dominar, com efeitos duvidosos, o fazer urbano contemporâneo. Como costuma ser com os processos capitalistas, queremos crer que a destruição criativa que se processa em São Paulo tem também o potencial de criar oportunidades. Nossas vidas, na sua grande maioria, continuarão atreladas ao quotidiano local das grandes metrópoles, ainda que nosso imaginário, nossa experiência e nossas práticas alcancem níveis globais. Não será, pois, olhando para o que a realidade local produz com suas hibridações, suas interferências, suas paisagens conflitivas, suas vantagens e suas mazelas, que se darão novos significados à cidade e a nossa existência nela?

Rem Koolhaas gosta de dizer que a globalização é inevitável. Para comprovar sua crença ele propõe uma sigla afirmativa com o uso irônico das cifras do yen, do euro e do dólar (y-e-s). Se tentarmos fazer o mesmo com as moedas brasileiras das últimas décadas, o que resulta soa mais como interferência de rádio (cr-cz-rs) do que sinal de comando. A verborragia, o cinismo e os livros auto-promocionais desse arquiteto, que conquistou a posição de arquiteto celebridade da globalização, refletem a sua posição na hierarquia global. No Brasil, no entanto, como indica a contra-sigla, não é tão fácil dizer "yes". No entanto, o mesmo tempo em que se contraem as distâncias entre as grandes metrópoles do sul e do norte, se expandem os imaginários urbanos e culturais ao redor do planeta. Mais do que tentar reconstituir nostalgicamente noções abstratas de cidade, tentar repensar o futuro ou tentar reproduzir cópias de outros modelos, cabe, ainda, pensar o aqui, o presente e o possível. A cidade global não tem origem e sentidos fixos, pois a sua materialização em locais distintos dá novos significados a um conceito genérico e cria novas experiências urbanas. Talvez seja mais nos ruídos da realidade brasileira – particularmente a paulistana – do que nas revistas de bordo e no canto global das sereias que o quotidiano urbano de São Paulo possa ser redefinido como lugar de co-existência coletiva. Os arquitetos e urbanistas morremos como planejadores do futuro e do ideal, mas nós ainda estamos vivos. E isso é que é, ao mesmo tempo, inquietante e fascinante.

notas

1
Este trabalho foi proferido como palestra introdutória no dia 3 de agosto de 2004, no workshop Clusters Urbanos, organizado pelo curso de pós-graduação em urbanismo na Universidade Mackenzie, 2 e 3 de agosto de 2004, em São Paulo. Para obter mais informações sobre o tema da palestra, consultar a tese de doutoramento do autor "A cidade como espetáculo: o arquiteto e a estetização da cultura contemporânea" pela FAU-USP (2001). Os artigos desta série são os seguintes:

2
SASSEN, Saskia. Urban Economies and fading distances. Rotterdam, NAI. Ver também da autora: SASSEN, Saskia. Globalization and its Discontents. New York, The New York Press, 1998.

3
KOOLHAAS, Rem et al. – Small, medium, large, extra-large. New York, NY: Monacelli Press, 1995.

4
DEAR, Michael. The Postmodern Urban Condition. Malden MA / Oxford UK, Blackwell, 2000, p. 144.

5
DEAR, Michael. Op. cit., p. 156.

6
HOLSTON, James (edit.). Cities and Citizenship. Durnham, NC: Duke University Press, 1999.; DEAR, Michael. Op. cit.

7
CALDEIRA, Teresa. “Fortified Enclaves: The New Urban Segregation”. In HOLSTON, James (ed.). Op. cit, p.114-138.

8
CALDEIRA, Teresa. Op. cit; DEAR, Michael. Op. Cit.

9
JAMESON, Fredric; MIYOSHI, Masao (ed.). The Cultures of Globalization. Durham, VA; London: Duke U. Press, 1998, p. 13.

10
DEAR, Michael. Op. cit., p. 127.

sobre o autor

Zeuler Lima é arquiteto e professor da School of Architecture, Washington University

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