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research

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architexts ISSN 1809-6298

abstracts

português
Analisou-se o material publicitário de 114 lançamentos imobiliários atualmente oferecidos em Curitiba quanto à importância conferida à adaptação ao clima temperado (raro no Brasil). Como tendência geral, não transparece tal preocupação

english
Advertising material of 114 new building launchings in Curitiba was analyzed in order to know to what extent the temperate climate (rare in Brazil) plays a role in building design

español
Fue analizado el material publicitario en 114 nuevos emprendimientos inmobiliarios hoy ofrecidos en Curitiba para determinar la importancia conferida a la adaptación al clima temperado (raro en Brasil)


how to quote

SCHMID, Aloísio Leoni; et. al. O tratamento do conforto térmico em lançamentos imobiliários na zona temperada. A questão da regionalização da Arquitetura. Arquitextos, São Paulo, ano 13, n. 146.07, Vitruvius, jul. 2012 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/13.146/4426>.

1. Introdução

Sabe-se que o mercado imobiliário brasileiro vem atravessando um momento de grande expansão e aumento de vendas, devido a fatores econômicos como, por exemplo, a facilidade na obtenção de crédito para financiamento. A demanda por novos edifícios vem crescendo substancialmente, dinamizando o mercado da construção civil e favorecendo o lançamento de novos empreendimentos. Neste contexto, construtoras e incorporadoras vêm buscando novas estratégias e itens de destaque a fim de atrair a atenção dos consumidores. Áreas comuns, clubes e espaços sofisticados fazem parte da proposta de grande parte dos novos empreendimentos. No entanto, fatores essenciais vêm sendo deixados em segundo plano. Entre eles se destaca o aspecto do conforto térmico. No intuito de acelerar construções e negociações, são utilizados projetos de edifícios com técnica construtiva e padrão de acabamentos similares em regiões diversas no país.

A ausência de regionalização dos projetos e empreendimentos destaca-se quando o clima destoa das práticas. Isto chama a atenção em Curitiba, uma capital em região de clima temperado, com períodos do ano sob temperaturas médias notavelmente mais baixas que aquelas registradas nas demais cidades brasileiras. Ao lado disto, uma amplitude térmica comumente acima de 10°Cconstitui outro desafio para a arquitetura residencial. Esta situação leva algumas construtoras e incorporadoras ao uso, em seus informes publicitários e hotsites de empreendimentos, de algumas referências a itens de conforto térmico, utilizando-os para atrair a atenção dos possíveis compradores para seus empreendimentos. No entanto, até que grau se pode dizer que a adequação ao clima é um critério de projeto, expressado pela arquitetura?

Com base em tais considerações, tem-se como objetivo no presente estudo procurar explorar a realidade dos novos lançamentos imobiliários, procurando respostas às perguntas seguintes: quais as tipologias dos empreendimentos que fazem menção a elementos relacionados ao conforto térmico em seu material publicitário? Quais são estes elementos? Estão associados a melhorias reais no conforto do morador? Para tanto, foi realizado um survey tratando aspectos do conforto térmico e das mensagens de marketing do mercado imobiliário, relacionando-as a outras especificidades relacionadas ao clima e às tipologias de edifícios mais comuns em Curitiba.

Número de empreendimentos pesquisados em Curitiba por bairro
Elaboração dos autores

2. Considerações iniciais

O conforto, enquanto ideia e ideal da cultura, tem na arquitetura residencial uma condição crítica para sua realização. Esta afirmação decorre de diversos referenciais teóricos, mais notadamente da fenomenologia do espaço (1), por exemplo, onde aparece o termo habitabilidade. Ou ainda da formulação de Kolcaba e Wilson (2), menos conhecida no âmbito da arquitetura, mas útil por sua proposta holística, que se desenvolve em dimensões distintas: os níveis de conforto - alívio, liberdade e transcendência do desconforto - e os contextos de conforto - corporal, ambiental, sociocultural e psicoespiritual.

Dos níveis de conforto perpassados pela arquitetura, destaca-se o contexto ambiental, que significa invólucros e anteparos táteis, e ainda campos térmicos, acústicos e lumínicos, uma atmosfera controlada – ou seja, muito do que se chama a própria escala da arquitetura.

O contexto ambiental do conforto inclui de maneira emblemática o aspecto térmico. Foi aparentemente aquele em que primeiro o termo conforto (que no mundo latino significava consolo) foi usado metaforicamente para descrever o ambiente, no início do século XIX. Isto acontece precisamente no Reino Unido, no trecho we are comfortably inside, da obra de Sir Walter Scott, citado por Rybczynski (3). No Brasil, duas décadas depois, José de Alencar ainda não falava em conforto, mas do prazer de tomar uma fresca por entre as palmeiras depois que o sol se escondeu de trás dos morros.

O tratamento do conforto térmico, no nível do alívio e da liberdade, é dado, por exemplo, pelas normas técnicas. Num Brasil, cujo mapa bioclimático (4) é dominado pelas áreas tropicais, esta metáfora importada de conforto térmico teve de ser, progressivamente,adaptada à ideia da prevenção do desconforto por calor. O estudo do conforto térmico se consagrou como assunto obrigatório na formação de arquitetos, e também na pós-graduação e na pesquisa, e num mercado de maior interesse na refrigeração do que de no isolamento térmico e proteção solar. No entanto, pouco se associa o Brasil com alguma realidade de frio. No mapa da região temperada, denominada de zona bioclimática 1, as tênues manchas se limitam ao  primeiro planalto paranaense e alguns locais de serra em RS, SC, SP e MG. Além do meio acadêmico, esta realidade não aparece a não ser de forma descontinuada, em duas ou três localidades que exploram tematicamente o frio para o turismo, a exemplo de Campos do Jordão em SP. Não se desenvolveu a consciência do frio como realidade a ser prevenida nas edificações. No entanto, se pouco aparente num mapa de 8,5 milhões de quilômetros quadrados, esta zona bioclimática é habitada por mais de três milhões de pessoas.

No nível da transcendência, o conforto térmico é tratado de modo impar por Heschong (5) no seu Thermal Delight in Architecture.Ora, é esta arquitetura do frio, fonte de alívio, liberdade e deleite, que precisamente constitui o problema de pesquisa: que tratamento é dado pelo mercado imobiliário da zona temperada, no Brasil, à estação fria? Verifica-se na presente pesquisa a afirmação de que o frio, no Brasil, não é uma realidade presente na configuração do mercado imobiliário. Mais que isto: não há uma regionalização. Esta conclusão é enfatizada por Galdeano (6), que destaca a necessidade de se buscar a identidade e a cultura local na arquitetura, visto que os benefícios de criar edifícios que incorporem e tirem proveito das características da paisagem e do clima vêm sendo substituídos pela “confiança cega nos sistemas tecnológicos”.

3. O mercado imobiliário e as estratégias de marketing

Se olhada como produto, a habitação tem sido historicamente relacionada a uma das necessidades humanas mais básicas, o abrigo. Este produto possui características que costumam gerar no consumidor um complexo comportamento de compra, por se tratar de um produto caro, de características únicas e uso prolongado. A escolha e a aquisição do imóvel podem acarretar custos de difícil mensuração, como custo o psicológico, quando o comprador percebe as diferenças entre a sua escolha e aquela do seu grupo de influência (7). Nas grandes cidades, o apartamento tem sido a modalidade de habitação cada vez mais adotada por uma parcela significativa da população (8).

Empreendimentos com publicidade online e materiais publicitários com menções ao conforto térmico
Elaboração dos autores

Com o objetivo de elevar o nível de rentabilidade do mercado imobiliário e de conquistar o mercado consumidor, os empreendedores agregam características diferenciadas aos empreendimentos, através de variados recursos de marketing. Entre estes, está a menção a edificações cada vez mais luxuosas, que utilizam tecnologias variadas (9). No entanto, o marketing vem tendo um maior papel na composição dos empreendimentos imobiliários, desde a sua concepção. Claro e Damante (10) fazem uma crítica neste sentido, questionando o papel do arquiteto, que atualmente tem tido seu trabalho limitado à idealização de fachadas e otimização de espaços em virtude das limitações impostas pelas construtoras, sendo mínima sua participação no desenho das unidades. Nota-se atualmente forte influência do marketing na produção arquitetônica contemporânea, limitando a arquitetura a objeto de consumo. Os autores comentam ainda que as técnicas de marketing, diretamente associadas ao setor de vendas, em raras situações são utilizadas a fim de oferecer melhorias no produto final, e acabam por restringir o processo de criação do arquiteto ao simples atendimento às tendências de mercado.

Número de empreendimentos cujo material publicitário apresenta menção ao conforto térmico por área privativa
Elaboração dos autores

De fato, a análise de tais considerações torna explícita a ausência de fatores de real importância na moradia durante o processo de projeto dos edifícios. Se é rara a consideração do conforto térmico, pouco também se percebe de cuidado em prol da estética, ou da praticidade considerando uma determinada classe de moradores. O arquiteto, ao invés de projetar com enfoque em questões de conforto e funcionalidade nas unidades, é praticamente obrigado pelo capital a assumir um papel reduzido, que pode incluir a adequação a determinados estilos arquitetônicos. Um exemplo é a produção em larga escala de projetos com estilo “Neoclássico”: associado a uma imagem de requinte, elegância e sofisticação, o estilo caracteriza a maior parte dos empreendimentos lançados, mesmo que muitas vezes não seja desejo do arquiteto utilizar estilos copiados e sem personalidade – o que acaba por criar uma paisagem repetida, dada a similaridade entre os edifícios (11).Mesmo o estilo internacional, da primeira metade do século passado, com suas caixas ortogonais, outrora de intuito comercial e tão fortemente questionado - quanto a sua eficiência energética e desempenho acústico - é revisitado em peles de vidro azul ou verde, em surpreendente e preocupante adaptação ao uso residencial. 

Número de empreendimentos cujo material publicitário apresenta menção ao conforto térmico por número de quartos
Elaboração dos autores

Essa reprodução de edifícios similares, não bastasse ocorrer em uma cidade ou estado, acontece em todo o país. As grandes empresas reutilizam e reaproveitam projetos, e pouco se altera de um local de implantação para outro. Novamente, abriu-se mão da arquitetura regionalizada, apropriada ao clima e seguindo características específicas do local em que se localizará o empreendimento. A visão capitalista restringe o morar e o habitar a um produto, que pouco atende às reais necessidades do comprador.

Sendo o marketing uma ciência do capitalismo que compreende o “entendimento e a satisfação das reais necessidades e dos desejos do consumidor, em longo prazo, visando ao lucro” (12), busca-se a criação de novas necessidades, já que a grande maioria delas já foi identificada e atendida pelas empresas, com vistas ao fortalecimento da concorrência por meio de um esforço contínuo de criação de novas demandas. Visto que as características estéticas são quase que reproduzidas, nota-se que os lançamentos mais recentes vêm tentando atrair o consumidor com novos itens que pareçam inovadores ou ainda inexplorados no mercado. Neste contexto, o conforto térmico – longe de ser demanda recente ou inovadora, mas premissa básica de todo e qualquer projeto arquitetônico de moradias – tem sido explorado de forma desigual em propagandas de empreendimentos no município de Curitiba. Com base nas considerações a seguir sobre o clima e as tipologias de edifícios em Curitiba, busca-se analisar materiais de publicidade em meio virtual, a fim de identificar quais as reais características de conforto divulgadas que têm correta aplicação nos empreendimentos.

Atributos relacionados ao conforto térmico citados nos materiais publicitários dos empreendimentos
Elaboração dos autores

4. Conforto térmico e clima na região em estudo

De acordo com American Society of Heating, Refrigerating and Air-conditioning Engineers (13) “conforto térmico” é definido como o estado de espírito que expressa satisfação com ambiente térmico.Considera-se aqui que as condições de conforto térmico variam pessoalmente devido às diferenças psicológicas e fisiológicas entre cada indivíduo. Algumas das variáveis de conforto térmico de maior relevância são: temperatura do ar, vestuário, nível de atividade (produção de calor no corpo), temperatura radiante, velocidade e umidade do ar (14).

Com base em tais definições, deve-se realizar o planejamento e a escolha do sistema construtivo mais adequado de uma edificação levando-se em consideração o potencial do meio em melhorar as condições de conforto no ambiente interno, evitando assim a utilização se sistemas de condicionamento mecânico (15). No entanto, tais sistemas têm se tornado cada vez mais comuns e frequentes, visto que a atribuição dos arquitetos de planejar sistemas e especificidades da edificação vem sendo deixada de lado em prol de outros fatores considerados como de maior relevância no mercado imobiliário. Aliás, a existência de sistemas de condicionamento mecânico acaba se tornando mais um diferencial em vendas.

Edifício residencial no Setor Estrutural, Curitiba
Foto dos autores

4.1. Clima da região em estudo

Curitiba está localizada no primeiro planalto do Estado do Paraná,934 metrosacima do nível do mar, com um clima subtropical úmido. A situação topográfica influencia diretamente as temperaturas no município, visto que estas se apresentam mais baixas que em outras cidades com latitude semelhante, porém com menor altitude, devido ao gradiente térmico vertical. Os invernos apresentam geadas ocasionais e temperaturas mínimas absolutas de aproximadamente -3°C. Úmida e fria na maior parte do ano, com uma grande amplitude térmica diária, Curitiba possui registros de temperaturas de até35°Cno verão (16).

Não se deve confundir o caráter temperado do clima com um caráter ameno; existe, pois, verões moderadamente quentes, combinados a uma alta umidade relativa o ano todo. No entanto, a concomitância de um inverno frio faz com que as edificações dependam de, ao menos, duas estratégias de adaptação, e não somente uma. 

Edifício residencial no Setor Estrutural, Curitiba
Foto dos autores

4.2. Estratégias para construção de edifícios termicamente confortáveis em regiões de clima temperado

Devido ao clima temperado, verifica-se em Curitiba e em alguns outros locais na região sul situação contrária às demais regiões brasileiras: o maior desconforto térmico é causado pelo frio (17). Com o objetivo de melhorar a qualidade de vida da população curitibana, frente às distintas condições climáticas, podem ser aplicados alguns princípios da arquitetura bioclimática.

É mais ou menos óbvia a estratégia de, elevando o grau de isolamento térmico, prever a possibilidade da ventilação cruzada e intensa em determinados períodos e em outros que possibilitem o fechamento hermético das aberturas. A proteção apropriada das aberturas é do tipo móvel, de modo a permitir ou barrar a radiação solar, de acordo com a necessidade.

Dados climáticos compilados apontam, para o clima de Curitiba,a possibilidade de conforto térmico por meio do aproveitamento do calor proveniente da insolação aliado ao uso de massa térmica nos fechamentos em 61% das horas no ano, sendo que em 11,7% das horas será necessário o uso de aquecimento artificial (18). Situações de calor poderiam ser tratadas por ventilação (5,8%), resfriamento evaporativo (0,7%) ou massa térmica para resfriamento (0,7%). Em nenhuma hora do ano ocorre a necessidade de refrigeração mecânica com projetos bem resolvidos. A Norma Brasileira 15220 (Desempenho Térmico de Edificações) propõe que na região em estudo deve haver a utilização de vedações externas pesadas e vedações internas leves para acumular calor durante o dia e devolvê-lo a edificação durante a noite.

Sabe-se também que quanto menor a exposição da área do envelope construído, menores são as perdas de calor. Além disso, implementar melhoramentos no isolamento do invólucro pode ser um meio de equilibrar uma forma menos compacta. Olgyay (19) apresenta o critério da forma ótima como a que possui ganho mínimo de calor no verão e perda mínima de calor no inverno. O autor destaca que para regiões de clima temperado a forma mais apropriada é a alongada destacando se as edificações com o eixo de orientação leste-oeste, com fachada principal voltada para a orientação Norte, a qual possui condições de radiação solar diária mais apropriadas. A melhor orientação será aquela que provir uma maior insolação no inverno. As janelas orientadas para o Oeste devem ser evitadas, por causa do aquecimento excessivo durante o período do verão, que pode transformar os ambientes internos em verdadeiras estufas. O plantio de árvores caducifólias também é citado como alternativa para melhoria das condições térmicas da edificação, já que proporciona proteção solar no verão mas permite a passagem da raios de sol no inverno.

Vale ressaltar que, enquanto destaca-se a dificuldade de projetar espaços para climas extremos, com calor ou frio excessivos, o clima temperado torna-se um desafio à parte: embora às vezes imagine-se que a expressão “temperado” refira-se a um clima ameno, o que ocorre é o oposto – o clima apresenta situações distintas de frio e calor bem definidos ao longo do ano. Schmid (20) destaca que a arquitetura curitibana raramente se mostra pronta a este desafio e é, na verdade, uma arquitetura das condições médias que serve para  a meia-estação, mas não para os extremos. O autor sugere duas razões em especial. A primeira corresponde a uma visão simplista, que diria que se  reproduz na cidade a arquitetura do restante do Brasil, predominantemente tropical, com algumas adaptações. Outra explicação se refere à existência de um déficit tecnológico: não há racionalidade térmica na edificação. A seguir, as principais tipologias de edifícios encontradas em Curitiba vêm confirmar tais afirmações.

Edifício residencial no Setor Estrutural, Curitiba
Foto dos autores

4.3. Padrão de residência em Curitiba e seu desempenho energético

Em Curitiba é mais frequente a habitação térrea e em sobrados, com cerca de 70% da população. Neste tipo, as casas em condomínio se mostram especialmente sofisticadas, incluindo com certa frequência o aquecimento solar de água. No entanto, tal técnica contrasta visivelmente com a falta de maiores considerações de arquitetura solar passiva.

Edifícios altos dividem-se ainda entre aqueles do Centro (alturas até 30 pavimentos), dos setores estruturais (eixos de expansão linear do centro, com altura livre) e, nos interstícios, os de ZR4 (altura entre 4 e 10 pavimentos). Novos edifícios, desde 2003, obedecem o critério de afastamento predial, em relação à divisa, de um sexto da altura. Há ainda a Nova Curitiba, em que os edifícios, comumente de 30 pavimentos, obedecem critérios mais rigorosos de afastamento predial (um quinto da altura). 

Ao se percorrer estes principais tipos, percebe-se que, de modo geral, não há uma arquitetura sistematicamente consciente do clima. A cidade, na sua Lei de Zoneamento, não diferencia orientação quando exige afastamento predial. Esta diferenciação (21) foi abandonada quando da elaboração de tal Lei, sancionada em 2000 com vigência a partir de2003, atítulo de simplicidade dos critérios. Deste modo, um aspecto relevante, que é o acesso à insolação,decorre da densidade construída no local, e também do acaso.

Uma simulação de evolução do consumo de energia em Curitiba, considerando os tipos acima descritos e sua distribuição pelos bairros da cidade considerou o que deveria acontecer se, até 2030, fossem mantidos os padrões de consumo de energia dos itens básicos (exceto novos aparelhos) e mantidas taxas de crescimento do estoque de habitações de cada tipo, qual observado em 2005. O aumento do consumo de energia seria de 78,5%.  Caso todas as edificações residenciais de Curitiba fossem climatizadas de modo a se atingir conforto térmico durante o ano inteiro, o aumento no consumo de energia em 25 anos passaria a ser de 137,9% (22).

Ainda, em estudo recente por Graf (23) demonstra-se que, se implantada em Curitiba, uma casa térrea de104m², de padrão “médio”, que é considerada na norma brasileira que define o custo unitário básico – CUB – apresenta demanda de climatização tal que provoca um acréscimo na conta de eletricidade em torno de R$ 9 mil reais por ano. Este valor corresponde a R$ 750 mensais. Mas, pior, esta despesa tem fluxo desigual (na meia-estação, gasta-se menos; mas gasta-se muito nos meses mais frios e mais quentes). O alto valor de energia de climatização reproduz a inadequação do esquema de vedação utilizado: alvenaria de meios tijolos, rebocada, laje em concreto sem isolamento térmico, janelas de vidros simples em esquadrias de ferro não estanques, e telhado em telhas de barro. Este tipo mostra relativamente grande área de troca de calor com o ar externo, um tratamento indistinto da orientação da insolação e uma vedação de relativamente baixo poder de isolamento (que, esta sim uma expressão da cultura construtiva local, irá se repetir ao longo das demais tipologias). Em geral, pode ser considerado termicamente ineficiente para o clima local, evidenciando os prejuízos óbvios em se repetir indiscriminadamente técnicas construtivas em diferentes climas e regiões do país.

Edifício residencial no Setor Estrutural, Curitiba
Foto dos autores

5. Metodologia

Com base nas considerações feitas acerca de marketing e conforto, a presente pesquisa buscou identificar quais conceitos associados ao conforto térmico são promovidos por incorporadoras, imobiliárias e construtoras na publicidade de empreendimentos em Curitiba.

A coleta de dados para a análise foi realizada através de material publicitário de empreendimentos residenciais publicados em websites de incorporadoras, imobiliárias e construtoras, bem como os hotsites dos próprios empreendimentos. Para que o empreendimento fosse inserido na amostra, este deveria estar localizado no município de Curitiba e ser um edifício de apartamentos (residências) em fase de lançamento ou pré-lançamento, com propaganda em websites ou hotsite no período da coleta de dados (entre 19 e 26 de abril de 2011). Todos os 75 bairros do município foram pesquisados, sendo obtida uma amostra de 114 empreendimentos, analisados com base nos seguintes dados:

Bairro

  • Endereço
  • Construtora, imobiliária ou incorporadora
  • Nome do empreendimento
  • Área privativa
  • Área total
  • Número de quartos
  • Número de total de apartamentos no edifício
  • Número de andares
  • Atributos de conforto mencionados

O material publicitário levantado foi analisado quanto à real contribuição dos aspectos identificados no conforto térmico. Além disso, foram elencadas as características citadas como itens de conforto térmico e que, no entanto, não se relacionam diretamente com um bom resultado para o usuário.

Edifício residencial no Setor Estrutural, Curitiba
Foto dos autores

6. Análise dos resultados

Em Curitiba, o número de unidades residenciais verticais lançadas ultrapassou 10.000 novos apartamentos no ano de 2010. Esse número representa um crescimento de 41% em relação ao total de apartamentos lançados em 2009 (24). 

Dos 75 bairros pesquisados, em 43 foram localizados empreendimentos novos ou lançamentos imobiliários nos sites das construtoras, imobiliárias e incorporadoras pesquisadas. Conforme a metodologia supracitada, a amostra obtida foi de 114 empreendimentos, os quais estão distribuídos no município conforme representado no mapa. 

Sua análise destaca que, com exceção do Centro – região mais densa da cidade, o Mossunguê, situado em uma região considerada nobre ainda em expansão, é o bairro com maior número de novos empreendimentos e lançamentos em Curitiba. Bairros próximos à região central e aos setores estruturais também se destacam com relação às novas edificações (Cabral, Centro e Jardim Botânico).

Entre os 114 empreendimentos pesquisados, apenas 36 possuem material publicitário com menção a itens que se relacionam diretamente com o conforto térmico, ou seja, 32% das novas edificações lançadas ou recém construídas em Curitiba utilizam tais atributos como elemento de marketing.

O primeiro gráfico mostra os bairros pesquisados que possuem empreendimentos novos ou lançamentos com publicidade disponível em meio digital, comparando o número de empreendimentos à presença de tópicos relacionados ao conforto térmico no material publicitário. Percebe-se que os aspectos relacionados ao conforto térmico são raramente destacados como melhorias e vantagens com influência direta na compra do imóvel. Além disso, em algumas situações nota-se que pode se tratar de uma estratégia de marketing que visa atingir classes com maior poder aquisitivo, se analisado o local do empreendimento. O conforto térmico recebe destaque com maior frequência em empreendimentos localizados em bairros nobres, considerados de alto padrão, como aqueles localizados no bairro Mossunguê. Nota-se ali o maior número de propagandas com citações associadas ao conforto térmico encontrado nesta pesquisa: dentre os 12 edifícios pesquisados, 7 enfatizam características associadas ao conforto térmico em seu material publicitário.

Por outro lado, a análise da área privativa e do número de quartos dos empreendimentos destaca que há maior ocorrência de menções a atributos de conforto térmico nos lançamentos de padrão médio, de100 a200m2e três quartos, conforme pode ser observado nos dois gráficos seguintes. Isto pode sugerir que a maior concorrência entre os empreendimentos de médio padrão desperte nas imobiliárias e incorporadoras a necessidade de incorporar no material publicitário maior número de elementos que podem ser relevantes no momento da compra, levando-as a incluir atributos de conforto ambiental no seu material publicitário.

O último dos gráficos destaca alguns dos atributos encontrados nos informes publicitários pesquisados, a saber: estrutura para ar condicionado; lareira; orientação (face norte); aquecimento de água (a gás/solar); priorização da ventilação; presença de venezianas acopladas às esquadrias; aquecimento de piso; parede dupla; solarium; isolamento térmico nas paredes; recuperador de calor.

A construção nova preenchendo lacunas
Foto dos autores

O fato de a utilização do condicionamento de ar ser o mais citado dos atributos associados ao conforto térmico levanta uma importante questão. O uso de alternativas mecânicas para melhoria de condições térmicas nos interiores edificados vem aumentando progressivamente, deixando-se de lado soluções técnicas associadas às práticas projetuais – como, por exemplo, a escolha da forma mais adequada, o uso de elementos arquitetônicos e técnicas construtivas que favoreçam o conforto térmico nos interiores edificados. No entanto, como mencionado acima, não há fundamentação técnica neste recurso, ao menos ao observar-se a caracterização do clima local.

Além de preterir o conhecimento técnico dos profissionais, o recurso ao condicionamento de ar confronta-se diretamente com a ideia de construções mais sustentáveis, atualmente uma moda na indústria da construção civil. Não causa espanto que o sistema de certificação mais difundido – o LEED – prejudique edifícios que prescindam do ar condicionado e não reconheça de forma direta méritos da forma arquitetônica, nem a identidade regional, como analisado por Shaviv (25): os edifícios que obtêm certificação não necessariamente incorporam os ensinamentos de já há mais de quarto de século pela arquitetura solar passiva ou bioclimática.

Aqui, constatou-se que as construtoras e incorporadoras têm favorecido construções de menor custo, aproveitamento máximo em área e agregação de elementos que sugerem novas necessidades ao usuário. O marketing imobiliário vem explorando as áreas e espaços comuns no edifício, como por exemplo, academias, espaços gourmets, cinemas, salões de festas, “espaço mulher” e outros. Tais ambientes são criados também com o intuito de ampliar o uso das áreas comuns, porém são utilizados como fortes atrativos durante a venda de unidades. Contudo, deveria ser observada a necessidade de melhorias nas próprias unidades, as quais irão atender ao “morar”, objetivo real da compra do imóvel. Despertar o interesse do possível comprador em áreas comuns pode até mesmo ser uma maneira de desviar a atenção para itens de menor importância que poderão ser pouco utilizados por ele como morador, camuflando falhas ou ausência de características e atributos vitais para a melhor qualidade ambiental da unidade.

Nota-se que, além de raras, as menções ao conforto térmico se mostram simplórias ou equivocadas, mostrando mesmo imperfeições técnicas. Em alguns casos, os termos “conforto termo-acústico” (sic) e “conforto térmico” são simplesmente citados sem haver qualquer elemento favorável à melhoria do conforto na unidade. Outras falhas são visíveis: há materiais publicitários que destacam edifícios como tendo face norte, no entanto a mesma é sombreada pelo próprio edifício ou outros edifícios vizinhos, ou ainda pela presença de sacadas na fachada (que anulam algum efeito favorável no inverno). Ainda na questão da orientação, é comum a publicidade destacar a face norte como item de valorização do imóvel, porém apenas uma das fachadas possui essa orientação e, no caso de edifícios com maior número de unidades por andar, poucas desfrutarão da insolação privilegiada. Outros anúncios citam a melhoria do conforto térmico pelo uso de condicionamento de ar, no entanto não indicam pontos para instalação dos equipamentos.

Há ainda outra questão que merece destaque: a baixa frequência da utilização de vidros duplos nas esquadrias. O vidro é um material que favorece a perda de calor do interior para o exterior da edificação e a utilização dos vidros duplos corresponde a uma alternativa adequada e eficiente para a melhoria do conforto térmico em climas similares ao de Curitiba. As esquadrias com vidros duplos são caracterizadas pela presença de uma câmara de ar entre dois vidros, hermeticamente selados. A câmara de ar age como um isolante térmico, e reduz as perdas de calor pelo invólucro do edifício. O uso de vidros duplos e paredes duplas beneficia o isolamento térmico, a estratégia mais adequada para as regiões que apresentam baixas temperaturas em alguns períodos anuais. Além disto, por também proporcionar maior isolamento acústico em janelas estanques, constitui medida quase obrigatória em regiões de pesado tráfego como, notadamente, ocorre no Setor Estrutural, em que o planejamento da cidade, por quilômetros e quilômetros, tornou a densidade habitacional sinônimo de exposição ao ruído do tráfego, fato destacado por Ribas (26). Apesar de constituir, em termos de custo e benefício, a melhoria mais economicamente atrativa, nenhum material publicitário referente aos empreendimentos pesquisados mencionou o uso de vidros duplos. Em apenas uma situação cita-se uma das paredes como dupla, estratégia que não alcança um bom resultado se utilizada de forma independente, já que as demais paredes e as esquadrias continuam agindo como superfícies de escape do calor do meio interno para o externo. Há ainda um segundo caso onde se menciona no hotsite do empreendimento, na página de detalhes do edifício, o item “conforto térmico” acompanhado de uma imagem que indica a presença de paredes duplas, no entanto, estas não estão presentes na planta das unidades.

Acabamento esconde a insuficiente vedação em meio tijolo
Foto dos autores

7. Considerações finais

Após a análise dos dados levantados, nota-se que os princípios da arquitetura bioclimática citados neste artigo são pouco utilizados nos edifícios residenciais pesquisados, sendo ainda raramente comentados nos informes publicitários. As falhas técnicas nos termos comentados nos materiais publicitários e a ausência de elementos utilizados como estratégia de marketing em plantas e edifícios já concluídos indicam o conhecimento precário das estratégias e princípios arquitetônicos para melhoria no conforto térmico das edificações. Também fica patente o desconhecimento, de parte dos usuários e compradores, da relevância de questões associadas ao conforto térmico. Isto faz com que a demanda por melhorias seja baixa, provocando uma preocupação muito maior das construtoras e incorporadoras com áreas comuns e outros itens, de menor relevância para o efetivo conforto ambiental, que vêm recebendo maior destaque na publicidade dos empreendimentos.

Não se observa, fora dos meios acadêmicos, e nem mesmo da parte dos órgãos reguladores do uso de solo em Curitiba, a preocupação com uma identidade regional da Arquitetura no sentido proposto por Galdeano. O autor conclama a arquitetura a, novamente, analisar o clima urbano e a explorá-lo de maneira a contribuir com o conforto nas edificações e com o uso racional da energia. As condições climáticas deveriam ser um elemento fundamental no desenho arquitetônico, estabelecendo assim uma nova cultura e um caráter regional que relacionasse as formas construtivas ao local onde serão implantadas.

Confirmou-se em Curitiba a tendência, já registrada na literatura produzida em outras regiões do Brasil, de tais empreendimentos serem bastante semelhantes, mesmo em locais e orientações diferentes na cidade, mostrando também semelhança com edifícios situados em outras cidades e regiões climáticas. A busca de soluções locais para arquitetura está bastante defasada no Brasil, havendo a necessidade de serem desenvolvidas tecnologias apropriadas a cada região, e de precaução quanto a tendências de industrialização da construção implantadas em diferentes cidades principalmente quando empresas do ramo possuem negócios inter-regionais. Além disso, é de extrema importância que se valorize o papel do arquiteto, assessorado pelo que há de melhor na engenharia, no processo de projeto e planejamento dos edifícios, evitando a simples reprodução de construções e realizando adaptações adequadas às necessidades do local em que serão implantadas. Enfim, é de vital importância que as construtoras, incorporadoras e imobiliárias façam o uso correto de elementos variados do edifício em sua estratégia de marketing, também em respeito ao consumidor. Para tanto, se faz necessário também que aqueles que buscam um imóvel para compra tenham acesso a um conhecimento mínimo das questões relativas ao conforto ambiental, buscando melhor qualidade de vida e evitando futuros gastos demasiados com energia e climatização. 

notas

1
BOLLNOW, O. F. O homem e o espaço. Tradução de Aloísio Leoni Schmid.Curitiba: Editora UFPR, 2008.

2
KOLKABA, K; WILSON, L. “Comfort Care: A Framework for Perianesthesia Nursing”. In: Journal of Perianesthesia Nursing, Vol 17, nº 2, pp. 102-114, 2002.

3
RYBCZYNSKY, W. Home, a Short History of an Idea. Nova Iorque: Penguin Books, 1986.

4
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15220: Desempenho térmico de edificações. Parte 3: diretrizes construtivas para habitações unifamiliares de interesse social. Rio de Janeiro, 2005.

5
HESCHONG, L. Thermal Delight in Architecture. Massachusetts: The MIT Press, 1979.

6
GALDEANO, E. Globalización versus región em la arquitectura latinoamericana. Arquitetura – monografias. Arquitectura em Linea, 2001. Disponível em: <http://www.arquitectura.com/arquitectura/monografias/global1/global1.asp>. Acesso em 01/09/2011.

7
LEITÃO, E. S. Análise do comportamento de compra do consumidor de imóveis residenciais, estudo de caso: apartamentos novos de 2 e 3 dormitórios.Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal do Rio Grande Sul, Porto Alegre, 1998.

8
VILLA, S. B. “A arquitetura e o mercado imobiliário: análise da produção de apartamentos recentes na cidade de São Paulo”. In: X Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, São Paulo-SP. Anais. 2004.

9
LEÃO JÚNIOR, R. S. N.; BITTENCOURT, L. S. “Edifícios Inteligentes”, Propaganda e Mercado Imobiliário da cidade de Maceió – AL. In: XII Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído, Fortaleza-CE. Anais. 2008.

10
CLARO, J. A. C. Dos S.; DAMANTE, M. M. Marketing e a estratégia usada na produção arquitetônica: uma crítica à produção imobiliária de edifícios na cidade de Santos, a partir de 2005. Gestão & Regionalidade, 25, 75, 6-21, 2009.

11
SANTOS, M. B. P.; ORNSTEIN, S. W. “São Paulo: lançamentos 2002 e perspectivas futuras. A qualidade do projeto habitacional sob a ótica dos principais agentes envolvidos na produção do empreendimento”. III Workshop Brasileiro de Gestão do Processo de Projeto na Construção de Edifícios. Universidade Federal de Minas Gerais. Belo Horizonte, 2003.

12
Claro e Damante, op. cit.

13
AMERICAN SOCIETY OF HEATING, REFRIGERATING AND AIR-CONDITIONING ENGINEERS. ANSY/ASHRAE 55-2004: Thermal enviromental conditions for human occupancy.Atlanta, 2004.

14
FANGER, P.O. “Thermal Comfort: Analysis and Applications”. In: Enviromental Engineering. Florida: Robert E. Krieger Publishing company, 1982. Ver também: COSTA, E. C. Arquitetura ecológica: condicionamento térmico natural. São Paulo: Edgar Blucher, 1982.

15
OLGYAY, Victor. Arquitectura y Clima: manual de Diseño Bioclimatico para arquitectos y urbanistas. Barcelona: Editorial Gustavo Gili, 1998. Edição em Espanhol.

16
DANNI-OLIVEIRA, I. M. “Aspectos Climáticos de Curitiba-PR: uma contribuição para o ensino médio”. In: RAEGA - O Espaço Geográfico em Análise, Curitiba, n. 3, p. 229-253, 1999.

17
GOULART, S.; LAMBERTS, R.; FIRMINO, S. Dados climáticos para projeto e avaliação energética de edificações para 14 cidades brasileiras. Florianópolis: PROCEL/Eletrobras, 1998.

18
Idem. Ibidem.

19
Idem. Ibidem.

20
SCHMID, A. L. “Por uma arquitetura residencial Curitibana”. In: Blog Conforto térmico da região de Curitiba, 2009. Disponível em <http://confortotermicocuritiba.wordpress.com/>. Acesso em 26/04/2011.

21
SCHMID, A. L. Relatório de consultoria ao IPPUC a respeito da influência dos novos critérios de gabarito predial sobre iluminação e insolação dentro dos edifícios em Curitiba. Curitiba: UFPR, 1999. 

22
SCHLUETTER, H. Netzprognose für städtische Verteilungsnetze in Brasilien am Beispiel der Haushaltsentwicklung in Curitiba. Monografia final apresentada ao Curso de Engenharia Econômica e Eletrotécnica na Technische Universität Braunschweig, Alemanha, sob orientação de Marcus Bunk e Aloísio Leoni Schmid, em 30.09.2010.

23
GRAF, H. F. Transmitância térmica e energia incorporada na arquitetura: sua relação nas superfícies do invólucro de uma edificação residencial unifamiliar conforme a Norma NBR 12721. Dissertação (Mestrado) do Programa de Pós-Graduação em Construção Civil - PPGCC, Área de Concentração: Ambiente Construído, Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2011. Disponível em: http://www.prppg.ufpr.br/ppgcc/dissertacoes

24
ASSOCIAÇÃO DOS DIRIGENTES DE EMPRESAS DO MERCADO IMOBILIÁRIO NO ESTADO DO PARANÁ. Curitiba bate recorde histórico no lançamento de apartamentos residenciais. Release 21/02/2011. Disponível em <http://www.ademipr.com.br/news_det.php?cod=679>. Acessado em 15/05/2011.

25
SHAVIV, E. 371: Passive and Low Energy Architecture (PLEA) VS Green Architecture (LEED). Apresentado no PLEA 2008, Dublin, Irlanda, disponível em <http://architecture.ucd.ie/Paul/PLEA2008/content/papers/oral/PLEA_FinalPaper_ref_371.pdf>, consulta em 19/09/2011.

26
RIBAS, A. Reflexões sobre o ambiente sonoro da cidade de Curitiba: a percepção do ruído urbano e seus efeitos sobre a qualidade de vida de moradores dos setores especiais estruturais. Tese de doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento. Curitiba: UFPR, 2007.

sobre os autores

Este artigo relata pesquisa desenvolvida no âmbito da disciplina “Conforto térmico no ambiente construído”, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Construção Civil da UFPR.

Aloísio Leoni Schmid é Engenheiro Mecânico, com mestrado e doutorado em Engenharia e professor do Programa;

Isabella Marchesini é Engenheira Ambiental e mestranda do primeiro ano;

Cristiane Baltar Pereira é mestre em Engenharia de Construção Civil e docente da Unicuritiba;

Bárbara Alpendre da Silva, Carla Rabelo Monich, Márcio Henrique Carboni, Martina Joaquim Chissano e Renata Paulert são mestres em Engenharia de Construção Civil

Dentre os demais autores, Arquitetos e Urbanistas, Calisto Greggianin e Juliana Loss são mestrandos do primeiro. Seus assuntos de pesquisa são a respeito de qualidade do ar em edificações, conteúdo energético das edificações, acústica musical, iluminação do ponto de vista da saúde humana, ocupações e ambiente urbano, arquitetura vernacular e tetos verdes.

Esta composição permitiu um frutífero trabalho interdisciplinar, que reflete a preocupação do Programa em aprofundar-se em assuntos técnicos e procurar dar-lhes repercussão na formação de opinião dos consumidores de edificações, diante da recorrente apatia de projetistas, construtores e incorporadores, em época de mercado aquecido, com respeito à inovação tecnológica.

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