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architexts ISSN 1809-6298

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português
O artigo apresenta o debate sobre o desenvolvimento nacional, posições políticas e soluções típicas da arquitetura moderna no Brasil, colocada contra a parede pelo golpe civil militar de 1964.

español
El artículo presenta el debate sobre el desarrollo nacional y la arquitectura moderna en Brasil puesto contra la pared por el golpe civil y militar de 1964.


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KOURY, Ana Paula. Arquitetura nova brasileira. Um debate sobre sistemas construtivos e desenvolvimento nacional. Arquitextos, São Paulo, ano 16, n. 188.06, Vitruvius, jan. 2016 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.188/5919>.

Rodrigo Lefèvre, Sérgio Ferro, Casa Hoeládio Capisano, São Paulo, 1960 [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

A arquitetura moderna brasileira desafiou o corolário racionalista do movimento internacional. A poética singular de Oscar Niemeyer no conjunto da Pampulha e mais tarde nas obras monumentais de Brasília sintetizam os atributos de monumentalidade e sensualidade pelos quais foi reconhecida internacionalmente.

O interesse pela arquitetura moderna brasileira a partir da segunda metade dos anos 1940 levou a publicação de vários números especiais sobre o país em periódicos de diferentes proveniências. A mirada externa, procurando comparar o movimento brasileiro com o “internacional” tendeu a dois julgamentos diferentes. O primeiro valorativo ressaltando a originalidade da produção local e o segundo negativo ressaltando a falta de austeridade dos arquitetos brasileiros frente a grave ausência de planejamento social no país. As obras monumentais dos grandes projetos realizados no auge do ciclo desenvolvimentista brasileiro seriam um sinal de desperdício de recursos que deveriam ser empregados de modo menos concentrado e em obras de maior impacto social.

As críticas estrangeiras de Max Bill (1) e Giedion (2) nos anos cinquenta, principalmente endereçadas a chamada “escola carioca” (3) da qual Niemeyer seria o principal protagonista, desconheciam o engajamento dos arquitetos brasileiros com o projeto de desenvolvimento nacional, bem como a formação do capitalismo periférico. Internamente, e alguns anos mais tarde, no início da década de 1960, a “arquitetura nova” realiza uma outra crítica à arquitetura moderna brasileira, desta vez formulada pelos arquitetos Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro por dentro do problema nacional e abrange ambas as vertentes, a carioca e a paulista.

Rodrigo Lefèvre, Sérgio Ferro, Casa Hoeládio Capisano. Desenhos refeitos a partir da publicação na revista Acrópole julho 1965 [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

A chamada “escola paulista” (4) caracteriza-se pelo oposto da “escola carioca”. Sua identidade reside no despojamento formal das grandes estruturas de concreto aparente. Ao invés da sensualidade a rudeza é a sua principal qualidade e Vilanova Artigas é o seu grande expoente. Artigas realiza um conjunto de Escolas para o Governo de São Paulo, na década de sessenta ensaiando o que seria a obra prima desta vertente, a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo inaugurada ainda na mesma década.

A clivagem regional “carioca” e “paulista” despista o olhar estrangeiro do intenso debate sobre desenvolvimento nacional ocorrido nestes anos. Um projeto, que longe de ser unívoco esteve em disputa e foi, em certo sentido, a razão política das vicissitudes do projeto moderno brasileiro.

Ao contrário “os discípulos de Artigas” (5) compreendiam muito bem o problema social na periferia do capitalismo e o engajamento de seus mestres. A crítica que produziram apresenta as contradições da política de alianças da esquerda comunista com a burguesia nacional apoiada pelo Partido Comunista Brasileiro (6) ao qual estavam ligados tanto Niemeyer como Artigas.

A inauguração de Brasília em 1960 marca a crise do desenvolvimentismo brasileiro. A instabilidade política na virada dos anos sessenta tem como epicentro a posse de João Goulart na presidência em 1961. Seu programa de governo incluia um conjunto de reformas estruturais chamadas “reformas de base” entre as quais estavam as reformas agrária e urbana. O quadro geral de instabilidade econômica e o sucesso da mobilização social pelas reformas levaram à ofensiva conservadora e ao golpe civil-militar de 1964.

As contradições da política de alianças explicitaram-se. O regime ditatorial instalado por mais de vinte anos no país colocou um ponto final na utopia nacional brasileira. Depois de 1964 foi muito difícil acreditar em um projeto de desenvolvimento capaz de harmonizar os setores progressitas da burguesia nacional, os intelectuais de esquerda e o povo.

A parceria entre os arquitetos Flávio Império, Sérgio Ferro e Rodrigo Lefèvre ocorreu no início dos anos sessenta atravessando este conturbado período da vida nacional. Combateram a adesão ao modelo de desenvolvimento e refutaram em bloco a caricatura do movimento moderno brasileiro e de seus primeiros críticos. Evitaram a personificação autoral característica “das escolas” como aponta Rocha (7) e posicionaram-se na contra-mão das soluções construtivas intensivas em tecnologia, que segundo eles ao invés de servirem como ponta de lança do desenvolvimento desejado para o país, ao contrário, ampliavam ainda mais a sua condição de dependência econômica e política.

O arrojo das obras intensivas em tecnologia servia como imagem midiática da modernização implementada pelo governo brasileiro. A grande projeção, tanto das obras em Brasília uma das metas do programa de Kubitscheck (8), quanto das obras do Plano de Ação em São Paulo, garantiam, respectivamente o sucesso das “escolas” carioca e paulista e de seus protagonistas.

Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro ingressam na Faculdade de Arquitetura em 1957, um ano depois do que Fávio Império. Foram alunos de Vilanova Artigas, Paulo Mendes da Rocha, Joaquim Guedes, Carlos Milan, entre outros. Travaram, principalmente com o primeiro, um profícuo debate e produziram uma arquitetura na contra-mão daquela “de orientação racional em São Paulo” (9).

Ainda cursando o segundo ano da faculdade Lefèvre e Ferro abriram um escritório, ainda na condição de estudantes. Nos últimos anos da faculdade, a encomenda de dois edifícios em Brasília permitiu acompanharem de perto as obras da nova capital, onde observaram a contradição entre a precária condição de trabalho nos canteiros de obras e a imagem ufanista do Brasil moderno. Ainda na mesma época, a cenografia de Império na montagem de Morte e Vida Severina forneceria o elemento catalisador da crítica que formularam alguns anos depois. Nas palavras de Ferro a ousadia do desvio habitual dos materiais forneceu os caminhos para a arquitetura que realizaram nos anos seguintes. “materiais simples transfigurados pela invenção lúcida convinham realmente mais ao nosso tempo que a contrafação de modelos metropolitanos” (10).

Nesta época Império junta-se à Ferro e Lefèvre formando o grupo arquitetura nova (Koury, 1999). O texto manifesto do grupo foi publicado quasde três anos mais tarde em um artigo intitulado “Possibilidade de Atuação do Jovem Arquiteto”, no qual apresentam os princípios norteadores da “poética da economia” (11).

Flávio Império, Casa Simão Fausto, Ubatuba, 1961
Foto Rodrigo Lefèvre

Flávio Império, Casa Simão Fausto, Ubatuba, 1961. Desenhos refeitos a partir da publicação na revista Acrópole julho 1965 [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

O experimentalismo tecnológico das abóbadas inicia-se com três casas realizadas em 1961 onde testaram várias formas de produção da cobertura. O perfil sinuoso tinha, nestes casos, o sentido oposto das cascas niemeyerianas. Usando materias simples e pouca ferragem, expressavam a recusa aos padrões tecnológicos associados às “escolas brasileiras”. Das quais aproveitaram os elementos essenciais; a organização funcional; o domínio construtivo e o compromisso social do arquiteto com os destinos da nação.

A primeira das coberturas em abóbadas é a Casa Simão Fausto de Império (12). Uma seqüência de cinco abóbadas catalãs executadas em tijolos comuns produzidos nas olarias locais sustentam um teto-jardim corbusiano. A mão de obra empregada seria “pouco especializada”, “uma vez que a colocação dos tijolos sobre armação simples de madeira emprega a técnica de assentamento de paredes” (13).

A casa semi-enterrada em relação ao terreno preservou a harmonia da paisagem natural. Uma lição corbusiana presente na formação do movimento moderno no Brasil e também aproveitada pela vertente crítica.

Sérgio Ferro, Casa Boris Fausto. Desenhos refeitos a partir da publicação na revista Acrópole julho 1965 [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

As outras duas casas, realizadas no mesmo ano, Boris Fausto e Bernardo Issler de Ferro ensaiam soluções construtivas incorporando componentes industrializados- manufatura heterogênea- e soluções produzidas majoritariamente no canteiro de obras - manufatura serial. Os conceitos de manufatura adotados serviriam para testar quais eram as formas de produção mais adequadas ao estágio de industrialização do país. A falta de qualidade do produto nacional serviria como argumento para criticar a aposta no desenvolvimento das forças produtivas e apontar em outra direção, adotando uma tecnologia adequada ao país.

Sérgio Ferro, Casa Bernardo Issler, São Paulo, Brasil, 1961
Foto de Rodrigo Lefèvre [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

Sérgio Ferro, Casa Bernardo Issler. Desenhos refeitos a partir da publicação na revista Acrópole julho 1965
Foto Rodrigo Lefèvre [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

A inovação das coberturas em abóbadas atribuia novos significados aos sistemas construtivos tradicionais. Os projetos executivos exaustivamente detalhados dotavam a produção do máximo de racionalidade. A preocupação dos arquitetos com o “didatismo” do projeto procurava não alienar o trabalhador da construção civil, sem, contudo, deixar de propor novos caminhos.

A racionalização do trabalho no canteiro de obras adotando princípios de coordenação modular seriam testados no ano seguinte, nas residências Marietta e Ruth Vampré de 1962 e depois na residência Albertina Pederneiras de 1964. Estas obras provam novas formas de organização da execução separando cada uma das etapas de modo a reduzir a interferência entre os serviços.

Rodrigo Lefèvre, Casa Albertina Pederneiras, São Paulo, Brasil, 1964
Foto de Rodrigo Lefèvre [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

Rodrigo Lefèvre, Sérgio Ferro, Casa Albertina Pederneiras. Desenhos refeitos a partir da publicação na revista Acrópole julho 1965 [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

A obra do grupo adquire visibilidade com a publicação de um número especial na Acrópole em 1965. O texto introdutório Uma falsa crise, de Artigas (14) dá publicidade ao debate entre o “mestre” e os seus “discípulos”. A crise caracterizada por Ferro e Lefèvre no texto de 1963 Possibilidade de Atuação é rebatida por Artigas, que citando nominalmente Niemeyer e Le Corbusier defende o movimento moderno que havia sido questionado pelos jovens arquitetos. Em 1966 Lefèvre (15) publica o artigo Uma crise em desenvolvimento em e em 1967 sai Arquitetura Nova de Ferro. O endurecimento do regime militar interrompe o debate entre eles.

No ano seguinte à publicação das casas experimentais Ferro, Império e Lefèvre projetam um conjunto de oito escolas para o Fundo Estadual de Construções Escolares em várias cidades do interior do estado de São Paulo usando o mesmo sistema de abóbadas. A experiência repercutiu pela América Latina através de dois artigos na revista do CONESCAL - Centro Regional de Construcciones Escolares para America Latina.

Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro, Escola Normal de Brotas. Desenho acervo Rodrigo Lefèvre [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro, Escola Normal de Brotas, Brotas, 1966
Foto Rodrigo Lefèvre [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

 

No início dos anos de 1970 Lefèvre adota uma outra solução para as abóbadas, desta vez em parceria com uma empresa brasiliera de lajes pré-moldadas, a Volterrana. Ele desenvolve um sistema de vigotas de concreto em formato de meia parábola preenchidas com elementos cerâmicos armados com vergalhões de aço e depois consolidados por uma camada de concreto. Uma adaptação das lajes planas fornecidas pela empresa Volterrana ao formato da parábola, permitiu melhorar o desempenho estrutural da cobertura e facilitar a execução das coberturas ensaiadas nas casas de 1961.

Adotando os princípios de racionalização do trabalho no canteiro e empregando sistemas construtivos disponíveis no mercado, as abóbadas seriam facilmente apropriáveis em iniciativas auto geridas. Ainda, por serem composta por elementos leves, a montagem em larga escala não demandaria equipamentos sofisticados, apresentando mais uma vantagem na industrialização da moradia popular. O conjunto das cinco casas em abóbadas reunidas por Lefèvre (16) em sua dissertação de mestrado Projeto de um acampamento de obras: uma utopia foram concebidas em um sistema construtivo plenamente compatível com “o presente histórico” do país anunciado no texto manifesto de 1963 “Possibilidades de atuação”.

Rodrigo Lefèvre, Casa Pery Campos, São Paulo, Brasil, 1970
Foto Rodrigo Lefèvre [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

Rodrigo Lefèvre, Casa Pery Campos, São Paulo, Brasil, 1970
Foto Rodrigo Lefèvre [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

o na produção das coberturas em abóbadas ocorre durante o período de envolvimento de Lefèvre e Ferro com a resistência à ditadura brasileira. Foram presos no final de 1970, assim como muitos outros militantes políticos e intelectuais de esquerda. Permaneceram por um ano na prisão e quando saíram as suas vidas pessoais e profissionais transformaram-se radicalmente.

Ferro muda-se para a França e ingressa como docente da Universidade de Arquitetura de Grenoble, onde organiza uma linha de pesquisa em história da construção e funda o laboratório Desenho e Canteiro. Publica uma série de boletins sobre obras paradigmáticas da história da arquitetura como a Capela Médice de Michelângelo e o convento de La Tourette de Le Corbusier dando uma perspectiva histórica e acadêmica às investigações do período brasileiro (17).

Lefèvre ingressa como profissional contratado da empresa de engenharia consultiva Hidroservice. Nela tem a oportunidade de contribuir para grandes projetos, como a Central de Abastecimento de Curitiba, do engenheiro uruguaio Eladio Dieste. Coordenou projetos complexos como o Edifício Sede do DNER em Brasília, o Instituto dos Ambulatórios do Hospital das Clínica em São Paulo, a Cozinha Industrial da COSIPA em Cubatão, a Fábrica de Elementos Combustíveis da Nuclebras (18).

O envolvimento de Lefèvre em uma empresa de porte que realizava trabalhos para o regime civil-militar foi visto com desconfiança por muitos de seus colegas. Lefèvre em várias ocasiões justificou sua escolha. Seu depoimento no encontro Arquitetura e Desenvolvimento Nacional (19) e o artigo na revista Módulo (20) esclarecem sua visão do quadro social brasileiro na década de 1970.

Envolvido com o projeto do prédio dos Ambulatórios do Hospital das Clínicas em São Paulo, em 1973, Rodrigo Lefèvre tratou de aprofundar-se no tema, frequentou dois cursos sobre Planejamento Hospitalar e outro sobre saúde e educação popular. Três anos depois, em 1983 seria responsável por implantar uma rede de assistência médica na Guiné Bissau (21).

Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro, Instituto Sud Mennucci, Piracicaba, 1966. Detalhes construtivos das abóbadas [KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. São Paulo, Romano Guerra, 2003]

O sistema para a formação de pessoal sanitário e de gestão dos serviços de saúde tinha sido encomendado à empresa Hidroservice pelo Ministério da Saúde e de Assuntos Sociais da Guiné-Bissau em abril de 1983. Lefèvre mudou-se para acompanhar o projeto e lá faleceria no ano seguinte, alimentando a utopia de contribuir para o desenvolvimento e modernização do país africano.

O desenvolvimento de uma tecnologia nacional ajudaria a realizar a tarefa histórica de superação do subdesenvolvimento. Não mais compreendido na chave do “atraso” mas como uma forma específica do padrão de acumulação do capitalismo na América Latina e que portanto não poderia mais ser superado com o alinhamento da esquerda com as “forças progressistas” nacionais, mas tampouco com o seu abandono, através de sistemas tecnológicos “regressivos”, era necessário uma visão estratégica capaz de alinhavar diferentes soluções produtivas para a arquitetura, que pudessem ser ativadas em função das oportunidades históricas de transformação social.

Recentemente muitos trabalhos tem recuperado a trajetória destes arquitetos. As primeiras leituras de Rocha (22) Koury (23) e Arantes (24) tenderam a apresentá-los como um grupo, ativos que foram na afirmação do trabalho cooperado e da autoria coletiva. Sem aprofundar a diversidade das leituras que o legado experimental do grupo tem suscitado, recentemente o estudo das trajetórias idividuais tem permitido avaliar o papel de cada um deles no campo do debate brasileiro (25).

A contribuição de Lefèvre no desenvolvimento das soluções construtivas e a longevidade de sua atuação profissional nos permite acompanhar o amadurecimento do impulso crítico do grupo, fornecendo elementos para a compreensão de um debate sofisticado sobre desenvolvimento nacional e arquitetura moderna brasileira.

notas

1
Um histórico da passagem de Max Bill pelo Brasil e de suas críticas à arquitetura moderna pode ser visto em: NOBRE, Ana Luiza. Fios cortantes. Projeto e produto, arquitetura e design no Rio de Janeiro (1950-70). Tese de doutorado. Rio de Janeiro, PUC-Rio, 2008, p. 24- 27.

2
Prefácio de Giedion à obra: MINDLIN, Henrique. Modern Architecture in Brazil. Nova York, Reinhold, 1956. La crítica se analiza por MARTINS, Carlos Alberto Ferreira. Há algo de irracional... notas sobre a historiografia da arquitetura brasileira. In GUERRA, Abilio (org.) Textos fundamentais sobre história da arquitetura moderna brasileira. São Paulo, Romano Guerra, 2010, p. 158-159.

3
Embora a ideia de uma escola carioca (do Rio de Janeiro) esteja sugerida em GOODWIN, Philip. Brazil Builds: architecture new and old 1652-1942. New York, Museum of Modern Art, 1946, o termo irá ser primeiro empregado em HITCHCOCK, Henry Russell. Latin American Architecture since 1945. New York, Museum of Modern Art, 1955. O termo também é adotado por BRUAND, Yves (1972). Arquitetura contemporânea no Brasil. São Paulo, Perspectiva, 1991, mas neste caso dentro dos “estilos classicizantes” do século 19.

4
A diferenciação entre a arquitetura paulista – de São Paulo – e a carioca aparece em: HITCHCOCK, Henry Russell. Op. cit, p. 36. Pa Para uma outra genealogia da identidade paulista ver também: ZEIN, Ruth Verde. Breve introdução à arquitetura da Escola Paulista Brutalista. Arquitextos, São Paulo, ano 06, n. 069.01, Vitruvius, fev. 2006 <www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.069/375>; DEDECCA, Paula Gorestein. A idéia de uma identidade paulista na historiografia de arquitetura brasileira. Pós, n. 32, São Paulo, FAU USP, dez. 2012, p. 90-101.

5
Como Bruand chamou Flávio Império, Rodrigo Lefèvre e Sérgio Ferro. BRUAND, Yves. Op. cit., p. 305.

6
Sobre o apoio do partido comunista ao desenvolvimento das forças produtivas nos países latino americanos ver: ANTUNES, Jair. Marx, Engels e a origem do etapismo na teoria da história marxista. Anais do VII Colóquio internacional Marx Engels. Campinas, jul. 2012, p.24-27.

7
ROCHA, Angela Maria. No horizonte do possível. Arquitetura e Urbanismo – AU, n. 18, São Paulo, jun./jul. 1988, p. 82-87.

8
Juscelino Kubitscheck foi presidente do Brasil no auge do ciclo desenvolvimentista entre 1956 e 1961.

9
FERRO, Sérgio. Arquitetura nova. Teoria e Prática, n. 1, São Paulo, 1967, p. 3-15. Republicação: ARANTES, Pedro (org). Arquitetura e trabalho livre: Sérgio Ferro. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 47-58.

10
FERRO, Sérgio. Flávio Arquiteto. In: Flávio Império em cena, catálogo de exposição. São Paulo, Sociedade Cultural Flávio Império/Sesc São Paulo, 1997, p. 98.

11
FERRO, Sérgio; LEFÈVRE, Rodrigo. Possibilidades de atuação. Encontros GFAU, n. 63, São Paulo, FAU USP, 1963. Republicação: ARANTES, Pedro (org). Arquitetura e trabalho livre: Sérgio Ferro. São Paulo, Cosac Naify, 2006 , p. 33-36.

12
Esta casa foi desenhada por Flavio Império dois anos depois de sua participação na oficina de Joaquim Guedes, que experimentou deste tipo de cobertura em projeto residencial um ano antes.

13
IMPÉRIO, Flávio. Residência na praia. Acrópole, n. 319, São Paulo, jul. 1965, p. 37. Republicação: ARANTES, Pedro (org). Arquitetura e trabalho livre: Sérgio Ferro. São Paulo, Cosac Naify, 2006, p. 37.

14
ARTIGAS, Vilanova. Uma falsa crise. Acrópole, n. 319, São Paulo, jul. 1965, p. 21-22. Republicação: ARTIGAS, Rosa; LIRA, José Tavares (org.). Vilanova Artigas: Caminhos da arquitetura. São Paulo, Cossac Naify, 2004, p. 21-22.

15
LEFÈVRE, Rodrigo. Uma crise em desenvolvimento. Acrópole, n. 333, São Paulo, out. 1966, p. 22-23.

16
LEFÈVRE, Rodrigo. Projeto de um acampamento de obra: uma utopia. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 1981.

17
CONTIER, Felipe. Sérgio Ferro: história da arquitetura a contrapelo. Trabalho Final de Graduação. São Paulo, FAU USP, 2009, p. 115-126.

18
BUZZAR, Miguel. Rodrigo Brotero Lefèvre e a ideia de vanguarda. Tese de doutorado. São Paulo, FAU USP, 2001.

19
LEFÈVRE, Rodrigo. Depoimento. In Arquitetura e desenvolvimento nacional: depoimentos de arquitetos paulistas. São Paulo, IAB/Pini, 1979, p. 61-64.

20
LEFÈVRE, Rodrigo. O arquiteto assalariado. Módulo, n. 66, Rio de Janeiro, set. 1981, p. 68-71.

21
GUIMARÃES Guimaraes, Humberto Pio. Rodrigo Lefèvre, a construção da utopia. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 2006.

22
ROCHA, Angela Maria. No horizonte do possível. Arquitetura e Urbanismo – AU, n. 18, São Paulo, jun./jul. 1988, p. 82-87.

23
KOURY, Ana Paula. Grupo Arquitetura Nova. Universidade de São Paulo, 1999.

24
ARANTES, Pedro. Arquitetura nova: Sérgio Ferro, Flávio Império e Rodrigo Lefèvre, de Artigas aos mutirões. São Paulo, Editora 34, 2001.

25
BUZZAR, Miguel. Rodrigo Brotero Lefèvre e a idéia de vanguarda. São Paulo, USP, 2001; GORNI, Marcelina. Flávio Império: arquiteto e professor. Dissertação de mestrado. São Paulo, FAU USP, 2003; GUIMARAES, Humberto Pio. Op. cit.; CONTIER, Felipe. Op. cit.; GARCIA, Livia Loureiro. Flávio Império: desenho de um percurso. Tesis de maestria. Universidade Estadual de Campinas, 2012.

sobre a autora

Ana Paula Koury é professora do programa de pós-graduação em arquitetura e urbanismo, centro de pesquisa da Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo. É coautora do inventário de produção de moradia social no Brasil (1930-1964), coorganizadora do livro Onze propostas de morar para o Brasil moderno (Edunesp, SESC, 2014) e autora do livro Grupo Arquitetura Nova (Romano Guerra/Edusp, 2003)

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