Os revivalismos são uma característica marcante da arquitetura ocidental ao longo do século 19, surgidos tanto a partir de um interesse na arquitetura produzida no passado, quanto do avanço de técnicas de arqueologia, que permitiram a realização de cópias idênticas de edifícios antigos (1). Muito populares ao longo do século 19, no período de formação dos Estados Nacionais, em muitas situações, alguns revivalismos passaram a ser vistos como o fruto de uma arquitetura de caráter nacional, como, por exemplo, foi o caso do neogótico na França e do neomanuelino em Portugal (2). No caso dos países da América Latina, a busca pelas raízes dessa, suposta, arquitetura nacional se deu a partir de olhares valorativos para uma produção arquitetônica oriunda do período colonial (3).
Já no Brasil, os primeiros movimentos em busca de uma arquitetura nacional inspirada no seu próprio passado remontam aos anos 1910, com a campanha de valorização da produção arquitetônica brasileira iniciada, em 1914, por Ricardo Severo. Tal campanha resultou na produção de uma arquitetura inspirada na produção do período colonial, ou seja, ligadas aos estilos maneirista, barroco e rococó, sendo chamada, num primeiro momento de colonial e que, posteriormente, ficou conhecida como neocolonial. Naquele momento, onde os ânimos nacionalistas estavam bastante acesos, parte da intelectualidade brasileira via no neocolonial a manifestação de um estilo arquitetônico verdadeiramente nacional.
No Recife, as primeiras décadas do século 20 foram um momento de extrema agitação e disputas entre grupos de intelectuais. Dentro de um projeto nacional de modernização de algumas capitais brasileiras, alguns anos antes, a cidade havia passado por uma grande reforma urbana na região portuária, levada a cabo pelo poder público, iniciada em 1909, e que provocou a demolição de quase todas as construções do seu núcleo inicial, o bairro do Recife (4). Tais transformações repercutiram na década seguinte, quando o Recife foi palco de um rico debate entre grupos de intelectuais sendo um deles, o dos regionalistas (5), defensor dos valores e características de uma, chamada, arquitetura tradicional brasileira. Esses intelectuais viam com bons olhos o movimento iniciado por Ricardo Severo e propagandeado por José Marianno Filho, e apoiavam e incentivam a construção de edificações neocoloniais no estado.
Embora a cidade ainda guarde um conjunto significativo de edificações representativas do movimento neocolonial, distribuído tanto nas áreas centrais, quanto naquelas de subúrbio que se consolidaram no fim do século 19 e início do 20, esse conjunto, até então, ainda é pouco conhecido e estudado. Portadoras de um espírito de época e criadas por arquitetos com uma produção significativa em Pernambuco, como Giácomo Palumbo (6) e Heitor Maia Filho (7), por falta de um reconhecimento do seu valor no tempo devido, muitas dessas edificações foram destruídas ou descaracterizadas e hoje só podem ser conhecidas através de plantas e fotos de arquivos. O objetivo desse antigo é identificar a trajetória da chegada das ideias do movimento neocolonial em Pernambuco e a sua recepção pela intelectualidade local, ao mesmo tempo em que identifica algumas das edificações mais representativas do movimento na cidade do Recife, não só as ainda existentes, bem como algumas já demolidas e descaracterizadas.
Revivalismo e o neocolonial no brasil
O revivalismo na arquitetura é um movimento que busca resgatar em novas construções os elementos característicos abstraídos de obras antigas, sendo o gosto pessoal um grande determinante na escolha dessas referências de passado utilizadas. Segundo Luciano Patetta (8), o surgimento dos revivals está diretamente relacionado ao crescimento do interesse pela história da arquitetura, à mudança na relação que se tinha entre o passado e o presente e a uma intenção de se criar um estilo nacional, independente de uma tradição clássica, sendo, ao mesmo tempo, tanto uma experiência no campo das artes quanto uma redescoberta romântica, evasão e tentativa de se apropriar da história, que se ilude sobre a passagem do tempo e se coloca à margem de transformações. Na produção revivalista, não há limite para a utilização de referências historicistas nas novas construções e todos os estilos em voga no passado eram permitidos, inclusive os mais exóticos, o que favoreceu o surgimento de construções neogóticas, neomouriscas ou neoegípcias, dentre muitas outras. Muito popular ao longo do século 19, os revivalismos, na maioria dos casos, assumiram um caráter nacionalista, uma vez que buscavam valorizar um determinado momento da história da arquitetura, supostamente, representativo do período de formação da nação (9).
No continente americano, eles chegaram ainda no século 19, na mesma leva que popularizou o ecletismo e o gosto Beaux-Arts, importando modelos e estilos europeus sem se preocupar, num primeiro momento, com as características da arquitetura local e, em muitas situações, substituindo os padrões construtivos tracionais dessas localidades. Segundo Benedict Anderson (10), o século 19 foi um período favorável para o desenvolvimento de sentimentos nacionalistas na América Latina, acentuados, no início do século 20, com as comemorações dos centenários das independências desses países. Tal sentimento fez, também, com que arquitetos desses países buscassem criar um estilo que lhes fosse próprio, favorecendo o desenvolvimento das estéticas revivalistas próprias da arquitetura do Novo Mundo.
No Brasil, os edifícios que buscaram se inspirar na arquitetura já produzida no país, para se inventar uma arquitetura nacional, utilizando referências historicistas locais e se apropriando de um vocabulário arquitetônico pré-existente, começaram a ser construídos a partir da década de 1910, em cidades como São Paulo e Rio de Janeiro (11). Foi o começo de uma campanha de valorização da arquitetura tradicional brasileira que ficou conhecida como movimento neocolonial. Segundo Carlos Kessel,
“A produção construída do neocolonial ganhou visibilidade a partir da Exposição Comemorativa do Centenário da Independência, realizada em 1922 no Rio de Janeiro. Vários pavilhões foram erguidos de acordo com os cânones do estilo, que logo seria adaptado a igrejas, escolas e residências e conquistaria posições por meio de concursos públicos de projetos que buscavam, sob a inspiração de José Marianno, recuperar elementos presentes nas antigas casas senhoriais do Nordeste e nas igrejas barrocas de Minas” (12).
A Exposição de 1922 foi a grande responsável por apresentar, de forma mais contundente, a estética neocolonial para o restante do país. O apreço pelos ornamentos e elementos arquitetônicos característicos das igrejas barrocas e da arquitetura civil do período colonial passaram, a partir de então, a fazer parte de um repertório estilístico que foi usado nas mais variadas construções. Antes disso, porém, as bases para a emergência do movimento neocolonial já haviam sido lançadas na década anterior, em São Paulo, com a campanha iniciada pelo engenheiro, arquiteto, arqueólogo e escritor português Ricardo Severo, que havia se exilado no Brasil desde 1909.
Muitos autores, como Juliana Mello, Maria Lucia Bressan Pinheiro e Carlos Kessel, adotam o ano de 1914 como o começo do movimento, uma vez que foi quando Severo deu início a uma campanha que buscava debater a modernização da arquitetura no Brasil a partir da valorização da produção arquitetônica oriunda do período colonial, a que ele chamava de tradicional. Foi com a conferência “A arte tradicional no Brasil”, realizada naquele ano na Sociedade de Cultura Artística de São Paulo, que Severo passou a defender “a valorização da arte tradicional como manifestação de nacionalidade e como elemento de constituição de uma arte brasileira” (13). Para ele, a produção colonial brasileira de raízes lusitanas seria o verdadeiro estilo nacional, em contraposição ao Ecletismo e aos outros Revivalismos da época, estranhos à tradição arquitetônica brasileira.
Na década de 1920, a campanha é abraçada pelo médico e historiador da arte José Marianno Filho, que se identificou fortemente com ela nos anos seguintes, tendo um papel destacado na disseminação e consolidação do movimento neocolonial por todo o país. Marianno Filho buscou aproximar os arquitetos brasileiros de um repertório arquitetônico ligado ao período colonial e, com o intuito de reunir imagens dessas edificações, chegou a patrocinar, em 1924, as viagens de Lúcio Costa, Nereu Sampaio e Nestor de Figueiredo para as cidades mineiras de Ouro Preto, São João del Rei, Congonhas, Diamantina e Mariana (14). Eram ações que, em paralelo a diversas outras, estimularam o interesse e motivaram os primeiros estudos sobre a arquitetura produzida no país entre os séculos 16 e 18 e estão atreladas à emergência das primeiras iniciativas de preservação de um patrimônio arquitetônico nacional, sendo o movimento neocolonial a “primeira iniciativa, em arquitetura, de valorização das raízes brasileiras e de busca de uma identidade nacional” (15). Foi também nesse mesmo período que o Neocolonial foi abraçado pelo Estado, que o adotou em diversas construções oficiais.
A partir da década seguinte, no entanto, intelectuais e artistas modernistas, apropriando-se do olhar passadista (16) que eles mesmos criticaram na década anterior, adotaram o período colonial como o detentor da verdadeira brasilidade, ao mesmo tempo em que passaram a ocupar um lugar destacado na política nacional. Com a proteção do governo Getúlio Vargas, essas figuras tiveram uma influência considerável e definidora na determinação da identidade cultural brasileira e, com o fim do primeiro regime de Vargas, consolidaram, definitivamente, o poder moral e político para moldar o debate nacional acerca das artes, da arquitetura e das letras. A arquitetura moderna, até então rechaçada pelos mais conservadores e vista como comunista, feia e de caráter não-nacional, deu um grande salto nesse período, justamente por causa do apoio recebido do poder público. Enquanto isso, o Neocolonial passou a ser apenas tolerado, juntamente com as outras manifestações.
Rechaçadas pela crítica arquitetônica a partir dos anos 1930, as construções neocoloniais chegando a ser chamadas por Lucio Costa de “elaborada cenografia e falso testemunho, exemplo de como uma casa brasileira nunca foi” (17), ficando essa produção numa posição de ostracismo na historiografia da arquitetura brasileira durante muito tempo (18). Embora, em âmbito nacional, o Neocolonial já possua um conjunto de estudos significativos, voltados para a produção nas duas maiores cidades do país, Rio de Janeiro e São Paulo, capitais de importância regional, como o Recife, deixaram de lado estudos sobre essa produção privilegiando outros tempos da sua arquitetura.
O neocolonial no Recife
Abraçado, desde o seu surgimento, por uma intelectualidade local, especialmente aquela afeita às ideias do movimento regionalista, e pelo próprio governo estadual, a popularização do estilo neocolonial na arquitetura recifense se deu concomitante com o resto do país. Ainda no início da década de 1920, Pernambuco pôde presenciar a construção das primeiras edificações no estilo, como a casa do industrial Othon Bezerra de Mello, localizada na avenida Rui Barbosa, 471, projetada pelo arquiteto Giácomo Palumbo, em 1922, o mesmo ano da Exposição Internacional no Rio de Janeiro. O projeto, uma reforma em um edifício datado do século 19, objetivou dar ao imóvel tanto uma nova feição, quanto atender aos novos padrões de higiene e sanidade. Mesmo tendo conservado boa parte da volumetria pré-existente, o projeto de Palumbo trouxe diversos novos elementos, como os terraços, que além de aumentar a área construída daquela antiga chácara suburbana, a conferiram uma nova roupagem, sendo também o suporte dos ornamentos neocoloniais que caracterizam a edificação até hoje. Gilberto Freyre (19) no artigo n. 24, publicado em 30 de setembro de 1923 do Diario de Pernambuco, ressaltou os valores da “sóbria” arquitetura colonial brasileira e, referindo-se a essa construção específica, destacou
“A casa colonial do meu amigo sr. Othon Bezerra de Mello é outra casa assim: tem caráter. Recorda essas nossas casas de engenho, vastas e boas, na sua repousada brancura de cal. Faz sentir quatrocentos anos de vida pernambucana — social e econômica” (20).
A valorização do neocolonial é evidente nesse e em outros artigos de jornal escritos por Freyre, que abominava o ecletismo e acreditava que os novos edifícios deveriam explorar características locais e serem inspirados na arquitetura tradicional brasileira. Assinando com o pseudônimo de Jorge Rialto, Gilberto criticou o ecletismo, chamando-o de “extravagante furor imitativo” (21), e defendeu que a arquitetura fosse mais adaptada aos trópicos e relacionada às tradições locais. Raul dos Passos, outro pseudônimo adotado por ele, comentando uma nova construção na rua Cardeal Arcoverde, no bairro das Graças, afirma que ela era “o mais lindo dos ‘coloniais’ em construção no Recife” (22). Já no livro Nordeste, de 1937, ele afirma que
“O Nordeste do massapê é ainda o mais brasileiro pelo tipo tradicional de casa-grande e de sobrado de azulejo e pelo de casa de palha ou de mocambo, que aqui se desenvolveram de originais portugueses ou africanos e indígenas e que constituem material de primeira ordem e uma riqueza de sugestões e de inspirações para uma arquitetura verdadeiramente brasileira, ou, pelo menos, regional” (23).
O passado que Gilberto Freyre pretendia valorizar estava ligado à monocultura açucareira, à escravidão, ao latifúndio, a um Nordeste de sobrados azulejados, casas-grandes e mocambos. Ao longo de diversos textos das décadas de 1920 e 1930, Freyre criticou duramente a arquitetura produzida no Recife naqueles anos e, a fim de proteger uma identidade regional, defendeu que a nova arquitetura estivesse “impregnada” de um “espírito” regional e relacionada a uma tradição local, promovendo uma valorização das construções antigas nos novos edifícios, tal qual defendia o movimento neocolonial.
“O Recife [...] vai se achando entre as cidades mais inexpressivas da República, com os ricaços morando em palacetes normandos e chalés suíços, com igrejas velhas do tempo da colônia transformadas em igrejas góticas, com as ruas e os parques sombreados de fico benjamim e de eucalipto ou enfeitadas de vitória-régia do Amazonas. Despareceu do Recife todo um sentimento de expressão regional que ter como poucas cidades na América. A sub-região cujas casas-grandes, cujos sobrados de azulejo, cujos casarões amarelos, azuis, verdes, vermelhos — todos tão corajosos de sua cor — a marcenaria dos mulatos de engenho ou aprendizes de franceses e alemães do Recife encheu de bancos de vinhático tão bonitos, de cômodas tão nobres de conduru, de sofás enfeitados de cajus e maracujás, de santuários e de mobílias inteiras de jacarandá, é hoje uma das mais pobres de cor, de jacarandá, de azulejo. Sem arquitetura característica ou, simplesmente, de acordo com as condições regionais de clima. Sem mobiliário sólido e feito com as boas madeiras da terra” (24).
Ele acreditava que o Recife havia perdido sua arquitetura característica em função da popularização do ecletismo, que após a reforma da região portuária se fez cada vez mais presente na cidade. As críticas feitas por Freyre vieram se juntar às de Anníbal Fernandes (25), que, bem antes, já criticava a não valorização das tradições locais e a popularização do ecletismo no estado.
“Eu me refiro a maré montante do ‘pastiche’, do ‘chiqué’, do francesismo, do artificialismo, da imitação, na arte, no romance, no conto, na estética, em todas as manifestações do espírito humano; no desprezo à nossa tradição, às nossas lendas, à nossa paisagem, à nossa vida, para estar com os olhos fitos em Paris, em falar de Paris, num “ratacuerismo” [sic] idiota, no meio dessa imensa natureza onde há tanta coisa inédita e forte e heroica e formidável” (26).
Anníbal tinha uma posição contrária à arquitetura eclética, que se espalhava pela cidade, pontuado sobre o seu caráter duvidoso em diversos outros textos. Ele acreditava que se deveria buscar na arquitetura, assim como nas outras artes, uma identidade nacional que se alimentasse do passado e, em mais de uma ocasião, defendeu a arquitetura neocolonial.
“Na Paulicéia, o renascimento arquitetônico guiado pelo sr. Ricardo Severo e uma plêiade de distintos construtores, vai encontrando entre os intelectuais e alguns capitalistas esclarecidos o mais promissor acolhimento. Trata-se de criar para nós o nosso tipo de habitação [...] e libertar-nos daquela imitação bárbara que se derrama, vencedoramente, pelo contágio, através do país inteiro” (27).
A defesa do movimento neocolonial era também feita por outros intelectuais ligados à causa regionalista como o professor da Faculdade de Direito Odilon Nestor (28) e o médico sanitarista Amaury de Medeiros (29). Insatisfeitos com a arquitetura vigente, influenciada pelo ecletismo, os intelectuais regionalistas passaram a promover discussões em busca da renovação da arquitetura local. Para eles, o passado deveria ser a grande fonte de onde se abasteceria a moderna produção arquitetônica brasileira, tema discutido durante o 1º Congresso Regionalista do Nordeste, realizado no Recife, em 1926. No programa-convite do evento, assinado por Odilon Nestor e Gilberto Freyre, o encontro é apresentado como “uma grande afirmação das aspirações regionalistas, cuja índole e orientação devem ser definidas pela convergência dos melhores elementos intelectuais do Nordeste” (30). Os debates do congresso, dos quais participaram intelectuais das mais diversas áreas, giravam em torno da identidade regional, abordando temas como literatura, cultura popular, culinária e arquitetura, inclusive a preservação do patrimônio. Nestor de Figueiredo, conferencista enviado pelo Instituto Central dos Arquitetos, sediado no Rio de Janeiro, foi um desses defensores. O arquiteto, formado, em 1917, pela Escola Nacional de Belas Artes, era um grande entusiasta do movimento neocolonial e apresentou no congresso uma tese intitulada Urbanização e arquitetura das cidades, que, dentre outras ideias, defendia que deveria ser mantido o “espírito nacional” nas cidades brasileiras.
Amaury de Medeiros, então Diretor Geral de Saúde e Assistência do Estado, entusiasmado com as ideias de Figueiredo, chegou a defender uma prática que já vinha adotando nas construções levadas a cabo pela Diretoria de Saúde e Assistência de Pernambuco: a adoção do “estilo colonial” nos edifícios construídos pelo poder público. Gilberto Freyre destacou, um ano antes do congresso, as ações de Medeiros em prol da arquitetura neocolonial no artigo “Reação do bom gosto”, onde afirma que aquelas eram iniciativas de “claro bom gosto” além de virem “animando a edificação pública, principalmente do seu departamento, de um sentido de beleza que andava esquecido ou deliberadamente desprezado” (31). No mesmo artigo, ele comenta das visitas recentes feitas aos novos pavilhões do Hospital da Tamarineira e ao Hospital Oswaldo Cruz. Sobre o último, comentou:
“É ao meu ver o mais lindo colonial novo que hoje possui o Recife. O mais lindo, o mais sugestivo, o mais brasileiro, o mais pernambucano. Simples forte, elegante, doce, franciscanamente hospitaleiro, todo claro e aqui e ali avivado pelos salpicos azuis e amarelos de raro azulejo antigo; o telhado de beiral arrebitado, vivamente vermelho; jarros de Santo Antônio do Porto, no pórtico e dos lados, a aligeirarem a tranquila simplicidade do edifício de uma graça heráldica. [...] aos que desejamos um Pernambuco que se renove pernambucanamente dentro do espírito do seu passado vivamente romântico e das sugestões de sua paisagem, deliciosamente tropical, animam-nos de um vivo prazer esforços como o do sr. Amaury de Medeiros” (32).
Além dessas construções, Amaury de Medeiros ainda foi responsável pela edificação de diversos outros edifícios filiados ao movimento neocolonial pelo estado, como grupos escolares e escolas correcionais, além do projeto, não edificado, para a Maternidade do Derby. Naquele momento, as obras do governo estadual, sob sua responsabilidade, assumiram uma linguagem marcadamente enraizada no passado colonial brasileiro, uma iniciativa defendida no Congresso de 1926, onde se procurou mostrar que
“A conservação dos costumes tradicionais não tem nenhuma incompatibilidade com os progressos da arquitetura, com a higiene moderna, com nenhuma das conquistas da civilização; vimos que a casa colonial, conservando o seu caráter, pode receber todo o conforto atual” (33).
Ainda durante o Congresso, foram visitados alguns edifícios históricos, como as igrejas de São Pedro dos Clérigos, da Conceição dos Militares e da Madre Deus, no Recife, e a Casa-Grande do engenho Megahype, em Jaboatão, como também os centros históricos de Olinda e Igarassu. Àquele momento, o Recife já possuía um acervo arquitetônico neocolonial significativo e, por essa razão, complementando essas visitas, os participantes do evento também foram levados para conhecer os novos edifícios públicos já construídos aos moldes dessa estética revivalista. Com isso, se incorporaram ao roteiro o Hospital Oswaldo Cruz; os Pavilhões de Observação e Pesquisa Científica do Hospital da Tamarineira, hoje ocupados Centro de Prevenção, Tratamento e Reabilitação do Alcoolismo da Prefeitura do Recife, ambos inaugurados em 18 de outubro de 1925; o Grupo Escolar Amaury de Medeiros, projetado por Manoel da Cunha Parahym, em 1924, e atual Escola de Referência em Ensino Médio Amaury de Medeiros, localizada no bairro de Afogados.
Naquele momento, se encontrava em construção uma das principais edificações neocoloniais de todo o estado, o novo edifício da Escola de Medicina do Recife, no bairro do Derby, projetado pelo arquiteto Giácomo Palumbo, em 1925. O prédio, hoje ocupado pelo Memorial da Medicina de Pernambuco, foi inaugurado no dia 21 de abril de 1927 e é, talvez, a mais expressiva manifestação que o Movimento Neocolonial alcançou em Pernambuco. A construção possui um pátio interno com galerias circundantes em ambas as plantas à semelhança dos claustros de construções religiosas, apresentando uma grande riqueza de ornamentos, com aplicação de painéis de azulejos, balcões similares a tribunas de templos barrocos, além de colunas torsas, telhados arrematados com pinhas, beirais aparentes e telhas do tipo rabo de andorinha. Em relação ao programa arquitetônico, ele estava distribuído ao longo dos dois andares da edificação, sendo que no térreo do bloco principal funcionavam administração, portaria, vestiários e biblioteca; já o andar superior, era destinado às salas de professores, de congregação e ao salão nobre; na parte posterior do prédio estavam localizadas ainda as salas de aula, os gabinetes de odontologia e farmácia, laboratórios e um anfiteatro.
A campanha promovida pelos intelectuais regionalistas surtiu um certo efeito e, a partir de 1926, diversas outras construções neocoloniais foram executadas pelo governo estadual. Uma dessas obras foi a nova sede da Biblioteca Pública do Estado, hoje sede do Arquivo Público, que veio ocupar o prédio da antiga Casa de Câmara e Cadeia do Recife. Inaugurada em 19 de maio de 1931, a obra tratou-se da reforma de um edifício datado de 1732, bem descrita num artigo publicado por Mario Sette, no jornal A Província:
“O prédio terá três pavimentos... O andar térreo servirá para depósito de livros e periódicos, fechado ao público. No primeiro andar, o hall com portaria... Um elevador elétrico porá em comunicação o andar térreo com o salão de leituras... iluminação farta e amplas janelas. Haverá mais salões para estudos, conferências, sala de diretor, de catalogação, secretaria, salão de honra para exposição... A fachada do edifício será em estilo neocolonial” (34).
Enquanto internamente o edifício foi remodelado para receber o novo uso, o seu exterior recebeu elementos decorativos neocoloniais mantendo-se, no entanto, o partido arquitetônico anterior. Situações em que a modernização de uma edificação antiga se dava através de reformas na qual eram incorporados elementos decorativos inspirados na arquitetura tradicional brasileira, como o já citado caso da casa de Othon Bezerra de Melo, foram uma prática bastante comum do movimento neocolonial.
O Congresso Regionalista desempenhou um papel importante na difusão das ideias neocoloniais em Pernambuco. Entretanto, dentre as construções datadas de antes do evento, ainda podemos destacar a construção do Mercado da Madalena, inaugurado em 19 de outubro de 1925, no local da antiga Feira do Bacurau, na Estrada Real da Torre, e a residência de José Rufino Bezerra Cavalcanti Filho, localizada no número 751 da rua do Hospício, fruto da reforma de uma edificação mais antiga, ocorrida entre 1923 e 1926. Embora ainda se valha de alguns elementos mais vinculados à arquitetura eclética, possivelmente pré-existentes, essa residência é um exemplo primoroso do uso da ornamentação neocolonial, uma vez que nela encontramos os mais diversos elementos característicos do movimento, tais como frontão curvilíneo, painéis e bancos revestidos de azulejos, vitrais, colunas torsas, gradis de ferro, beirais aparentes e telhas de rabo de andorinha. Tal residência é uma amostra de como a produção residencial da arquitetura neocolonial recifense foi vasta e incorporou os elementos mais característicos do movimento, a exemplo dos já citados, além de varandas com arcadas, copiares, óculos, grades e muretas com telha serrada. Essa produção está distribuída pelas mais diversas áreas da cidade, merecendo destaque os edifícios localizados na avenida Rui Barbosa, números 779 e 317; na avenida 17 de Agosto, número 1112; na rua Gouveia de Barros, número 73; bem como os números 17 e 73 da praça do Derby e o número 127 da rua Marquês do Amorim.
No entanto, não só das construções públicas ou da produção residencial viveu o neocolonial no Recife, uma vez que o vemos representado nas mais diversas tipologias edilícias encontradas na cidade, como o antigo Portão de Entrada do Hospital Português, localizado na avenida Portugal, número 163; o anexo do Colégio Nossa Senhora do Carmo, construído no rua Visconde de Goiana, além da Igreja Matriz do Espinheiro, que teve suas obras iniciadas em 15 de dezembro de 1940, quando as primeiras construções modernistas já se encontravam edificadas na cidade.
Ainda é notória a construção da nova sede do Clube Internacional do Recife, projetada pelo arquiteto Heitor Maia Filho, cuja pedra fundamental foi lançada em 7 de setembro de 1937. Inaugurado, em 26 de fevereiro do ano seguinte, o edifício do Clube é o resultado de uma reforma realizada num antigo sobrado existente no local, o Palacete do Benfica, que recebeu um frontão recortado por volutas, beirais de telhas com acabamentos em rabo de andorinha, azulejos e cartelas barrocas. A sede do Clube Internacional era o mais moderno exemplar neocolonial da cidade e tido, na época, como um dos maiores clubes do país. Foi construído, no local vizinho ao ocupado pelo antigo edifício, um novo dancing, completamente aberto, considerado o maior da cidade e com um pé direito de oito metros, atendendo “às exigências do clima quente do Recife” (35). O prédio existente foi adaptado para abrigar salas de jogos, concertos, bar e restaurante, enquanto a área restante do terreno foi ajardinada e recebeu quadras de tênis, basquete, vôlei, uma piscina e parque de diversões para crianças. Com um programa arquitetônico distribuído ao longo de dois pisos, no pavimento térreo, além o luxuoso hall de entrada com uma escadaria em mármore e ao fundo um vitral, foram alocadas salas de trabalho, como gerência e secretaria, além de salões de jogos, fumoir, sala de pequenos bailes, restaurantes e pastelaria. Já o pavimento superior ficou destinado aos salões de consertos e conferências, salas de jogos, e um amplo terraço, voltado para o antigo largo do Benfica, que havia sido reformado, em 1935, por Roberto Burle Marx e transformado na praça Euclides da Cunha.
O Recife chegou ainda a possuir um outro edifício com o mesmo uso, pertencente ao Clube de Engenharia de Pernambuco, localizado na rua Real da Torre, número 501. De composição mais simples, aparentemente adaptada a partir de uma residência, essa edificação foi demolida em 2011, em meio ao processo iniciado pela Prefeitura do Recife a fim de preservá-lo. A destruição do acervo neocolonial recifense se intensificou a partir dos anos 1980, quando foram perdidos exemplares singulares, como as casas existentes no número 778 da rua da Hora e no número 80 da Rui Calaça, ambas no bairro do Espinheiro, assim como a da rua Benfica, número 496, na Madalena, e a de número 1796, na avenida Conselheiro Rosa e Silva, no bairro da Jaqueira. A mesma avenida, no seu número 322, ainda guardava até pouco tempo atrás, uma outra edificação neocolonial, com algumas descaracterizações no seu espaço interno e a construção de elementos destoantes do edifício encobrindo a sua fachada, que foi completamente demolida recentemente. O problema de descaracterização também acometeu outras edificações, como, por exemplo, a casa localizada no número 381 da praça de Casa de Forte que, embora aparentemente bem conservada, já perdeu suas telhas do tipo rabo de andorinha, além de ter tido o seu interior inteiramente modificado com remoção de paredes e do piso original, além das alterações no muro e no jardim da edificação.
Tais descaracterizações, entretanto, não se deram somente na arquitetura residencial, sendo que alguns dos edifícios neocoloniais construídos pelo Governo Estadual também perderam parte dos seus elementos característicos, como o Grupo Escolar Amaury de Medeiros, em Afogados, que, numa reforma realizada em 2011, teve suprimidos os seus frisos de azulejos, o beiral e as telhas de rabo de andorinha. Além dele, com o tempo e falta de um olhar valorativo, o Hospital Oswaldo Cruz também foi descaracterizado e alguns dos seus elementos neocoloniais, como os que Gilberto Freyre destacou no artigo “Reação do bom gosto”, foram subtraídos nas reformas feitas no prédio ao longo dos anos.
Em pouco tempo, o neocolonial foi deixando de lado o viés nacionalista do movimento e passou a ser mais uma das temáticas revivalistas que serviram de inspiração ao ecletismo, servindo de repertório compositivo e se mesclando aos mais diversos estilos arquitetônicos, em especial, ao missão espanhola, que havia surgido no Sudoeste dos Estados Unidos, no final do século 19. O Mission Style, na sua denominação original, era inspirado nas Missões Franciscanas construídas em finais do século 18 e princípio do 19, naquela região, e foi introduzido no Brasil pelo arquiteto carioca Edgar Vianna. A estética se popularizou no país a partir da década de 1920, adaptando-se e, muitas vezes, mesclando-se ao repertório ornamental do neocolonial, produzindo construções que ora se aproximavam de um estilo, ora do outro.
Edificações neocoloniais que receberam essa influência do Estilo Missões também são encontradas no Recife, como, por exemplo, o edifício sede da Empresa de Urbanização do Recife, localizado no número 867 da avenida Oliveira Lima, no bairro da Soledade. Construído inicialmente como sede do Colégio Eucarístico, instituição tradicional da cidade que data de fins do século 19, o edifício possui dois blocos bastante distintos, o ocupado pela antiga capela do colégio, com uma ornamentação bastante eclética, se contrapõe ao bloco maior, inaugurado em 5 de setembro de 1936 e destinado às salas de aula, possui uma mistura bastante harmoniosa de elementos neocoloniais e do Estilo Missões. Outras edificações onde encontramos uma mesma associação das duas estéticas revivalistas são a antiga residência localizada no número 320 da avenida Rui Barbosa, atual sede do Tribunal Regional Eleitoral, ou na residência de número 304 da rua Amélia, ambos no bairro das Graças. Era também um exemplar significativo desse momento da cidade, o Edifício Caiçara, localizado na praia de Boa Viagem, que mesmo tento sido objeto de várias ações em prol da sua preservação, foi completamente demolido em 2016.
Considerações finais
Tendo surgido e se popularizado no mesmo momento que que muitas ideias agitavam a vida intelectual e cultural de Pernambuco, o movimento neocolonial se fez bastante presente na produção arquitetônica do Recife já desde o início da década de 1920. Com o passar dos anos, ele se popularizou e confirmamos isso não só através das novas construções fiéis ao estilo como também em anúncios de jornais, onde se anunciavam casas “modernas”, em bairros como Espinheiro e Madalena, construídas em “estilo colonial” como uma forma de valorização do imóvel.
Não se pode deixar de destacar que não apenas no Recife, mas também em Olinda e outras cidades do estado passaram a ser construídos edifícios Neocoloniais a partir da década de 1920. Essas construções se proliferaram para fora da capital e as encontramos nas mais diversas regiões do estado e com os mais variados usos, comprovando a popularidade que o movimento neocolonial obteve em Pernambuco. Dentre essas construções merecem destaque o Aprendizado Agrícola de Pacas, de 1936, em Vitória de Santo Antão; a Escola Arruda Câmara, de 1934, em Itambé; a Igreja Matriz, em São José da Coroa Grande; e a Casa-Grande do Engenho Boa Vista, no Cabo de Santo Agostinho, edifícios que sugerem que ainda há muito o que se descobrir sobre o neocolonial em Pernambuco.
notas
NE — Este artigo foi originalmente apresentado em CANTARELLI, Rodrigo. Revivalismo e a arquitetura neocolonial do Recife. Anais do 2º Simpósio Científico do Icomos Brasil, Belo Horizonte, UFMG, 2018, p. 1258–1281.
1
PATETTA, Luciano. Los revivals en arquitectura. In ARGAN, Giulio Carlo et al. El passado en el presente: el revival en las artes plásticas, la arquitetectura, el cine y el teatro. Barcelona, Gustavo Gili, 1977, p. 129–163.
2
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo, Companhia das Letras, 2008.
3
Para mais detalhes ver AMARAL, Aracy (org.). Arquitectura neocolonial: América Latina, Caribe, Estados Unidos. São Paulo, Fondo de Cultura Econômica, 1994.
4
LUBAMBO, Cátia Wanderley. O bairro do Recife: entre o Corpo Santo e o Marco Zero. Recife, Fundação de Cultura da Cidade do Recife, 1991.
5
Liderados pelo sociólogo Gilberto Freyre, esses intelectuais, dentre outras posturas, criticaram as transformações urbanas na capital pernambucana, a popularização do Ecletismo e a difusão das ideias modernistas, estando mais preocupados com a proteção de uma arquitetura tradicional, além da valorização do passado açucareiro do estado.
6
Nascido na Grécia, em 1891, e formado pela Academia de Belas Artes da França, Palumbo se radicou no Recife a partir de 1918, sendo responsável pela construção de diversas obras públicas, como o Palácio da Justiça, além de inúmeros palacetes para a burguesia pernambucana.
7
Engenheiro-arquiteto pernambucano, foi um dos fundadores da Escola de Belas Artes de Pernambuco, em 1932. Tinha um repertório bastante diverso, sendo responsável pela construção tanto de edificações de cunho mais historicista, como palacete eclético localizando na esquina da rua Dom Bosco com a avenida Carlos de Lima Cavalcanti, quanto de outras mais aproximadas aos movimentos modernistas europeus, a exemplo da sede do Clube Náutico Capibaribe, ambos situados no Recife.
8
PATETTA, Luciano. Op. cit.
9
ANDERSON, Benedict. Comunidades imaginadas: reflexões sobre a origem e a difusão do nacionalismo. São Paulo, Companhia das Letras, 2008.
10
Idem, ibidem.
11
MELLO, Joana. Ricardo Severo: da arqueologia portuguesa à arquitetura brasileira. São Paulo, Annablume, 2007.
12
KESSEL, Carlos. Estilo, discurso, poder: arquitetura neocolonial no Brasil. Revista de História Social da Unicamp, n. 6, Campinas, 1999, p. 65.
13
SEGAWA, Hugo. Arquiteturas do Brasil. São Paulo, Edusp, 2002, p. 35.
14
Formados pela Escola Nacional de Belas artes, os três jovens profissionais demonstravam interesse na arquitetura colonial brasileira, o que favoreceu as suas escolhas por José Marianno Filho.
15
PINHEIRO, Maria Lúcia Bressan. Neocolonial, modernismo e preservação do patrimônio no debate cultural dos anos 1920 no Brasil. São Paulo, Edusp, 2012, p. 16.
16
Na década de 1920, os articuladores do modernismo chamavam, pejorativamente, de passadistas os intelectuais preocupados com a valorização das linguagens artísticas já produzidas no país.
17
COSTA, Lucio apud PESSÔA, José (org.). Lucio Costa: Documentos de trabalho. Rio de Janeiro, Iphan, 2004, p. 283.
18
Apesar de, no começo de sua carreira, Lucio Costa ter se identificado com o movimento neocolonial, após a sua conversão ao modernismo, ele rechaçou essa produção.
19
Sociólogo pernambucano, Freyre foi um dos mais importantes intérpretes do Brasil no século 20.
20
FREYRE, Gilberto. Artigo n. 24. Diario de Pernambuco, Recife, 30 set. 1923.
21
RIALTO, Jorge. Architectura extravagante. A Província, Recife, 12 out. 1929.
22
PASSOS, Raul dos. Um gosto que renasce. A Província, Recife, 17 mar. 1929.
23
FREYRE, Gilberto. Nordeste: aspectos da influência da cana sobre a vida e a paisagem do Nordeste do Brasil. Rio de Janeiro, José Olympio, 1951, p. 44. Grifo do autor.
24
Idem, ibidem, p. 258–259.
25
Jornalista pernambucano, Fernandes foi um famoso defensor de monumentos históricos, sendo um dos principais responsáveis pela criação da Inspetoria de Monumentos de Pernambuco, bem como do atual Museu do Estado, sendo o primeiro diretor desses órgãos.
26
FERNANDES, Anníbal. Diario de Pernambuco, Recife, 10 jan. 1920.
27
Idem, ibidem.
28
Nascido em 1865 na Paraíba, Nestor se formou pela Faculdade de Direito do Recife, onde atuou como professor. Faleceu no Recife, em 1939.
29
Nascido no Recife, em 1893, se formou na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro. Foi médico sanitarista, político e professor de medicina. Morreu no Rio de Janeiro, em 1928, vítima de um acidente aéreo.
30
Programa-convite do 1º Congresso Regionalista do Nordeste, reproduzido em SOUZA BARROS, Manuel de. A década de 1920 em Pernambuco: uma interpretação. Rio de Janeiro, Gráfica Acadêmica, 1972.
31
FREYRE, Gilberto. Reação do bom gosto. Diario de Pernambuco, Recife, 24 nov. 1925.
32
Idem, ibidem.
33
1º Congresso Regionalista do Nordeste. Diario de Pernambuco, Recife, 11 fev. 1926.
34
SETTE, Mario. O novo edifício da Biblioteca Pública. A Província, Recife, 21 fev. 1930.
35
Club Internacional do Recife — Inauguração da nova sede social. Jornal Pequeno, Recife, 16 dez. 1937.
sobre o autor
Rodrigo Cantarelli é arquiteto e urbanista (UFPE, 2006), mestre em Museologia e Patrimônio (Unirio, 2012) e doutor em História (UFPE, 2019). Trabalha no Centro de Documentação e Pesquisa da Fundação Joaquim Nabuco, no Recife e é autor de Contra a conspiração da ignorância com a maldade: a inspetoria de monumentos de Pernambuco (Massangana, 2014).