Preâmbulo
Estas reflexões se integram ao projeto de pesquisa Imaginários Urbanos Fapesp/Université de Lyon 2020–2022 (2020/06258-3) e foram produzidas, originalmente em francês, para o encontro “Nos passos de Lina Bo Bardi — Lições para pensar e projetar um mundo mais habitável” (2022), realizado de forma híbrida pela École Nationale Supérieure D’Architecture de Lyon — Ensal. Este ensaio pretendeu contribuir com o objetivo geral do encontro ao evidenciando aspectos do imaginário urbano de Lina para São Paulo com base em dois de seus projetos seminais: o projeto para o Concurso Público do Vale do Anhangabaú (1981) e o Sesc Pompéia (1976). Em consonância com os anseios do encontro, tal escolha buscou ainda refletir sobre as relações de tais projetos com a paisagem e o habitar o mundo apresentando interações de sua obra com abordagens características da teoria do imaginário de vertente bachelardiana/durandiana. É certo que o contexto da retomada de atividades presenciais no início de uma condição pós-pandemia de Covid-19 fundamenta a experiência sensível e reflexiva de reencontro e ressignificação da obra de Lina, especialmente nos espaços do Sesc Pompéia. Em termos metodológicos, a abordagem à obra de Lina desenvolvida neste ensaio tanto evidencia os procedimentos empregados no projeto Imaginários Urbanos em curso, quanto também apresenta possibilidades experimentais interpretativas empreendidas pelos pesquisadores do Grupo de Pesquisa CNPq Representações: Imaginário e Tecnologia, vinculado à Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo — FAU USP.
Introdução
Em 1981, a Prefeitura de São Paulo enfrentava o problema de atropelamentos frequentes de pedestres que atravessam o Vale do Anhangabaú, que, à época, havia se tornado "um caudaloso rio de veículos", segundo o arquiteto Jorge Wilheim (1).
Um concurso público de arquitetura foi então lançado e, em resposta a essa chamada, Lina Bo Bardi apresentou seu projeto mais tarde conhecido com nome impreciso de "tobogã". Antes de abordar alguns aspectos deste projeto, vale caracterizar o lugar conhecido como Vale do Anhangabaú. É neste vale que passa o Rio Anhangabaú, um dos limites do triângulo histórico que forma o morro onde os jesuítas se estabeleceram em 1554, nas origens da cidade de São Paulo. O Anhangabaú é, portanto, um rio mítico, fonte original que fornece, há milênios, água para a fauna e a flora, e, mais recentemente, água para o povo tupiniquim e a cidade de São Paulo. O Rio Anhangabaú é um afluente do Tamanduateí que, por sua vez, deságua no Rio Tietê. Essa interação fluvial nos mostra uma das principais características da ecologia original de Piratininga, região onde está localizada a cidade de São Paulo: um planalto altamente irrigado, com diversos rios e áreas pantanosas. Condição hidrográfica e ecológica bastante semelhante à que ainda existe na Serra do Amolar, no Pantanal mato-grossense, no Centro-Oeste do Brasil. A partir de uma apropriação de imagens conforme um certo anacronismo fotográfico, podemos reconhecer uma Piratininga pré-ocupação portuguesa no entorno da atual Serra do Amolar.
Etimologicamente, o nome Anhangabaú deriva, provavelmente, de Anhanga, espírito ou divindade tupi que protege as matas, as águas e os animais, associado, pelos jesuítas, ao demônio e a atos malignos.
Na geografia do Centro de São Paulo, o Vale do Anhangabaú sempre foi um dos principais canais de drenagem das chuvas de verão, com todas as suas consequências, desejáveis e indesejáveis.
No vale, o projeto de Lina Bo Bardi (2) conduz o rio ao subsolo para liberar espaço e criar um grande parque de pedestres, com um pequeno lago reminiscente, sobre o qual passa por uma pista elevada. Esta faixa ondulada de aço cor-de-rosa é um elemento futurista de vanguarda que passa sobre árvores-pilares enraizadas nas profundezas férteis das águas arcaicas e invisíveis do Anhangabaú. Lina Bo Bardi anota em um de seus desenhos que deseja que uma estrutura transparente como uma renda, esbelta e arejada.
O “tobogã” é, assim, como uma serpente rosada de papel que sobrevoa o vale. Em outra perspectiva, esta pista metálica rendilhada é um espelhamento do Anhangabaú, um reflexo transformado de um leito fluvial original — onde havia uma variedade de peixes — em leito carroçável, onde circulariam, lá no alto, cardumes de automóveis multicoloridos.
No nível do solo, Lina Bo Bardi desenha árvores. Como aquelas que estão presentes em tantos de seus projetos. Uma vegetação tropical que se apresenta como força natural vital: vertical, vibrante, colorida e vigorosa. A vitalidade e a metamorfose, elementos centrais nas intervenções de Lina Bo Bardi, tem na vegetação uma de suas variantes simbólicas mais recorrentes. Esta vegetação desenhada é tão significativa na obra de Lina que é foi escolhida como imagem de capa da primeira publicação de sua obra no Brasil.
O desenho dessa vegetação também pode ser interpretado como uma sobrevivência de uma natureza primeira de Piratininga. É possível perceber sua presença na iconografia histórica do Anhangabaú, especialmente nos desenhos de Jean-Baptiste Debret, feitos em São Paulo em 1827. Por outro lado, diante do futuro da metrópole, esta mesma vegetação parece reforçar o anseio por um outro urbanismo em Piratininga. Um urbanismo capaz de reconhecer e ressignificar o caráter aquático dessa vasta região de morros e vales entre a Serra do Mar e a Serra da Cantareira.
Tal imaginário urbano aquático está presente na maior parte da produção arquitetônica de Lina Bo Bardi em São Paulo, mas é, provavelmente, mais evidente neste projeto para o Anhangabaú.
Estas breves considerações pretendem situar a abordagem deste ensaio ao destacar, além de outras qualidades arquitetônicas da obra de Lina Bo Bardi, sua contribuição menos óbvia à paisagem e ao imaginário urbano de São Paulo.
O Sesc Pompéia como cidadela na cidade
Depois de abordar estes aspectos introdutórios, vale revisitar o Sesc Pompeia, projeto desenvolvido por Lina Bo Bardi e sua equipe de jovens arquitetos entre 1976 e 1982.
A proposta arquitetônica do Sesc Pompeia é bem conhecida. Este projeto combina uma intervenção delicada em galpões industriais pré-existentes com a construção de duas novas torres de concreto aparente e uma caixa d’água.
As muitas qualidades arquitetônicas deste projeto podem mascarar, contudo, seu caráter paisagístico e urbanístico, que será destacado aqui.
Esse aspecto, aliás, foi destacado por André Vainer e Marcelo Ferraz no título da exposição que organizaram em 1999 sobre a obra de Lina Bo Bardi, na 4ª Bienal Internacional de Arquitetura de São Paulo: "Cidadela da Liberdade".
Segundo os arquitetos:
"Significa um bastião guerreiro de defesa que vigia um dos valores humanos mais queridos: a liberdade. Um ponto brilhante no coração da metrópole brasileira, esta pequena cidade sem carro reúne pessoas e abrigos para celebrar a vida” (3).
Para tanto, Lina dizia que havia feito apenas o essencial: “um pouco de água, um pequeno fogo e a abertura ao surrealismo do povo brasileiro, suas invenções, seu prazer de estar juntos, dançar, cantar etc.".
Em uma abordagem urbana e paisagística, é preciso reconhecer que, além da pré-existência dos galpões da antiga fábrica, havia outra especificidade ainda mais consolidada no distrito de Pompeia: a localização do terreno junto ao córrego Água Preta em uma das margens da ampla planície do Rio Tietê.
Este pequeno e discreto córrego que irrigava as hortas e onde, provavelmente, a fábrica descarregava seus resíduos, adquiriu uma posição central como espaço aquático, em termos ecológicos e simbólicos, no projeto de Lina Bo Bardi.
A presença e a centralidade da água no Sesc Pompeia, manifestam-se de longe por uma caixa d’água cilíndrica, em torre, que substitui a antiga chaminé da fábrica, marco vertical na paisagem do distrito desde a primeira metade do século 20. A chaminé, antigo escape do fogo industrial e sua fumaça tóxica, foi transformada pela água em uma fonte de flores.
O ciclo maquinista e industrial da antiga fábrica na Pompéia foi metamorfoseado por Lina Bo Bardi em um novo ciclo aquático vitalista e existencial, como se fosse um projeto piloto para uma ampla transformação de toda a cidade: paisagística, ecológica e poética.
Revisitando o Sesc Pompéia em 2022
À medida que nos aproximamos do Sesc Pompeia descendo a rua Clélia, a presença de água é antecipada pelos seixos rolados misturados ao piso de concreto da calçada e pelos tubos verde-metálicos de descida das águas pluviais.
Há, nesta imagem, dois sentidos distintos e complementares na imaginação da aparição das águas: de um lado, as águas subterrâneas que emergem das profundezas, das pedras e brotam do chão; de outro lado, a água aérea, os pingos que caem do céu de São Paulo. Polaridades complementares do mesmo elemento que se metamorfoseia em chuvas, enxurradas, rios e águas subterrâneas.
A partir das As Estruturas antropologicas do imaginario: introdução a arquetipologia geral de Gilbert Durand (4), reconhecemos aí uma dinâmica cíclica do regime noturno das imagens. Lina Bo Bardi nos convida a um devaneio sobre o ciclo das águas na metrópole paulistana. Esse devaneio nos conduz, tanto à memória imaginária de uma Piratininga perdida, quanto ao futuro de outros urbanismos aquáticos possíveis para uma São Paulo do século 21.
Fora da cidadela, o sinal mais claro dessa mesma presença aquática é a galeria de entrada do córrego Água Preta canalizado, sob o deck de madeira. No muro, uma placa na parede adverte: risco de inundação. Na metrópole labiríntica e impermeabilizada, essa sinalização nos situa na várzea do Rio Tietê, em um de seus afluentes invisíveis. Com as chuvas de verão, este canal-leito seco e árido recebe as águas de uma ampla região da Vila Pompéia e Vila Romana e rapidamente reaparece o rio de águas escuras que inunda seu vale.
Ao entrarmos no Sesc, atentos às manifestações internas dessa poética arquitetônica em torno dos imaginários da água, a rua interna, reapresenta os seixos no piso, os condutores e ainda uma calha-canal, também revestida por seixos rolados, que corre ao longo de toda a fachada da antiga fábrica até o deck sobre o córrego ao fundo. A presença da água se desdobra também em outros elementos de passagem, como as pequenas passarelas-pontes sobre estes canais para acesso ao interior dos galpões.
No topo dos novos edifícios de concreto expostos, Lina Bo Bardi apresenta seus buzinotes, elemento recorrente em seus projetos arquitetônicos em São Paulo. Na cobertura dos edifícios, as águas pluviais convergem para estes condutores horizontais e são lançadas, cenograficamente, em coletores ou espelhos d’água. A experiência destes vertedouros suspensos é propriamente multissensorial: tátil, visual, auditiva, olfativa e gustativa. Um convite irrecusável para os devaneios de nossa imaginação.
Em termos poéticos, essas cascatas manifestam toda a amplitude lúdica e erótica das nascentes míticas das quais brotam a água geradora de vida.
Tais buzinotes estão presentes em vários outros projetos de Lina: como a Casa Econômica (1951), despejando no jardim; na Casa de Vidro (1951), esvaziando-se no tanque de tartarugas no jardim; no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand — Masp (1968), fluindo nos espelhos da água; e na igreja do Espírito Santo do Cerrado (1975), em Uberlândia.
As chuvas efêmeras, repentinas e verticais que caem no espaço externo do Sesc Pompeia se contrapõem à expressão poética singular de água plácida, horizontal, que Lina delineou no interior dos galpões. Um riozinho onírico, raso, com águas calmas e transparentes, sobre um fundo macio de seixos arredondados em vários tons de areia. As margens deste pequeno córrego são um convite para nos agacharmos, para nos sentarmos no chão e colocarmos os pés na água. É outra experiência sensível irrecusável, ao menos para crianças.
Neste antigo galpão industrial, Lina construiu um rio mágico. Ela o chamou de "velho Chico", rio-pater mítico com águas azuis, fonte de vida e de sonhos, que irriga tantas terras brasileiras, entre Minas, Bahia, Goiás, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.
Seria mesmo um riozinho ou um lago?
Seria o lago espelho-prisão de Narciso?
Seria uma inversão poética do córrego Água Preta — transformado em Águas Claras — ou seria uma transmutação da água em outras tantas águas, característica inerente a este elemento fundamental?
Seria um rio reduzido em escala e posto no interior do galpão ou fomos nós que crescemos e estamos junto à vasta hidrografia de Piratininga?
Afinal, como gigantes, conseguimos mesmo atravessar com um passo largo este rio, com um pé de um lado e outro do outro lado.
Esse espelho d'água nos relembra tudo o que é possível realizar junto a um rio: contemplar as águas a partir de suas margens, nadar, pescar, navegar, arar a terra e cultivar, todas as atividades, enfim, que conduziram à fundação histórica das cidades. Revivemos as primeiras possibilidades de habitar a Terra. Nessas margens arcaicas — pés na água e cabeça em devaneio — imaginamos outras realidades possíveis para São Paulo, para Piratininga, e para todas as cidades do mundo.
Esta abertura imaginativa foi explorada pela arquiteta e urbanista Ruth Cuiá Troncarelli, mestre pela FAU USP, pesquisadora associada ao RITe e ao grupo de estudos Devaneios Experimentais e Poéticas Imaginativas — DEPi, em uma montagem fotográfica digital que tomou como base uma imagem de autoria de Lygia Brito Santos, disponível no ambiente colaborativo Arquigrafia (5).
Saindo desse galpão, voltamos para a rua central para descer até o fundo do vale onde o córrego Água Preta está coberto por um deck de madeira.
Em seus primeiros estudos para o Sesc, Lina Bo Bardi estudou a possibilidade de duas grandes piscinas ao ar livre junto ao córrego. Uma delas com pedras grandes no meio. Em vários de seus desenhos, a água é um gregário em torno do qual há plantas, flores e pessoas realizando atividades recreativas ou esportivas. Como para a fundação de uma cidadela, as águas são uma condição indispensável. Em outros desenhos, Lina se refere à localização do Sesc como "a ilha da fábrica da Pompeia", condição característica da psicogeografia desta "extensão de terra cercada por água por todos os lados" na baixada do bairro.
Talvez cada projeto arquitetônico evoque essa natureza conflituosa entre a insularidade e a condição de ser parte de um arquipélago urbano, heterogêneo, coletivo e comum. É possível pensar que cada pedaço de terra, cada casa enfrente esse tipo de questão: como ser parte de uma cidade sem deixar de ser um lugar único, uma singularidade habitada?
Interagindo com as águas circundantes, o Sesc Pompeia gradualmente se torna um sistema de reinvenção aquática: o "riozinho"; a piscina suspensa dentro de uma das torres de concreto; os buzinotes, o deck de madeira e a caixa d’água com seu concreto propositadamente escorrido, perpetuamente líquido.
Além das águas, as pedras também se transformaram no Sesc, em dois gigantes acinzentados que se abraçam. Duas grandes torres de concreto enlaçadas muitos braços que, como pontes ou passarelas, cruzam o vale do córrego Água Preta.
Lina entendia as estruturas de concreto como pedras vivas, forjadas na água. O concreto aparente mantém em sua epiderme o estado maleável, líquido e macio que o tempo secou. As empenas de concreto são assim como corais aflorados que poderiam, a qualquer momento, imergir nas águas e reencontrar suas origens.
As duas margens de um rio que, geometricamente, nunca se encontrariam, encontram-se aqui na baixada da Pompéia em um abraço simbólico e fraterno. Tais gigantes constituem uma espécie de portal, uma passagem entre a cidadela da liberdade e a cidade de São Paulo, através do qual, ambas se espelham, se observam e transformam-se cotidiana e mutuamente.
No imaginário urbano de Lina Bo Bardi, as pontas soltas do deck do Sesc se ligam ao tobogã do Anhangabaú e vice-versa.
Sabemos que a pesada estrutura do Masp não se apoia em outro lugar senão em um delicado espelho d'água. Lina nos ensinou que, em São Paulo, as arquiteturas devem flutuar sobre as águas. Aquela água que era visível na paisagem original da sala da Casa de Vidro como leito do Rio Pinheiros e que aflora, do outro lado do rio, no Espigão da Paulista, no Masp, para então descer como uma corredeira pela avenida Nove de Julho até o Anhangabaú, vindo a desaguar no Tietê, onde suas águas encontrarão aquelas do Água Preta. Tal percurso imaginário das águas poderia conduzir o delineamento de uma imagem em corte, em grande escala, expondo a centralidade das águas no entendimento geográfico e urbanístico de Lina sobre a cidade de São Paulo.
Considerações finais
Se, em grego, a palavra "polis" remete à transformação da natureza pela técnica, para Lina Bo Bardi, o motor da técnica é a “poiesis”. São, portanto, as poéticas que emergem nas cidades como potência geradora que engendra, altera e constitui nossos imaginários urbanos.
Entre imagens e palavras, para concluir este ensaio, ecoa um poema de Manoel de Barros:
“O rio que fazia uma volta
atrás da nossa casa
era a imagem de um vidro mole...
Passou um homem e disse:
Essa volta que o rio faz...
se chama enseada...
Não era mais a imagem de uma cobra de vidro
que fazia uma volta atrás da casa.
Era uma enseada.
Acho que o nome empobreceu a imagem” (6).
notas
NE — Este trabalho foi originalmente apresentado originalmente em francês no evento Dans les pas de Lina Bo Bardi, Leçons pour penser et concevoir un monde plus habitable, Ensal, Lyon, França, 17 mar. 2022.
1
Reurbanização do Vale do Anhangabaú. Jorge Wilhein. O legado 1928–2014 <https://bit.ly/3scLxrJ>.
2
Anhangabaú Tobogã. Instituto Bardi <https://bit.ly/3s0FKFL>.
3
FERRAZ, Marcelo; VAINER, André. Cidadela da liberdade: Lina Bo Bardi e o Sesc Pompéia. São Paulo, Sesc, 2013.
4
DURAND, Gilbert. As estruturas antropológicas do imaginário: introdução a arquetipologia geral. São Paulo, Martins Fontes, 2012.
5
SANTOS, Lygia Brito. Sesc Pompéia. Arquigrafia <https://bit.ly/3s8NF3A>.
6
BARROS, Manoel de. Poesia completa. São Paulo, Leya, 2011.
sobre o autor
Artur Rozestraten é arquiteto e urbanista (FAU USP, 1996) e livre-docente na área de representação do projeto de arquitetura (FAU USP, 2017). Pesquisador responsável pela equipe do projeto Fapesp/Université de Lyon (2020/06258-3) Imaginários Urbanos e do projeto temático Fapesp (2020/05134-9) Experiência Arquigrafia 4.0. Coordenador do grupo de pesquisa CNPq (RITe) associado ao Centre des Recherches Internationales sur l’Imaginaire (CRI2i) e autor de Representações: imaginário e tecnologia (Annablume/Fapesp, 2019).