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drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
Fredy Massad e Alicia Guerrero a respeito do projeto de Rem Koolhaas e Ellen Van Loon para o Palácio do Sul - Palácio de congressos de Córdoba, que ganhou o concurso de idéias convocado em 2002

english
Fredy Massad and Alicia Guerrero about the project by Rem Koolhaas and Ellen van Loon of the Palace - South Conference Center in Cordova, who won the ideas competition in 2002

español
Fredy Massad y Alicia Guerrero respecto del proyecto de Rem Koolhaas y Ellen Van Loon para el Palacio del Sur - Palacio de Congresos de Córdoba, que ganó el concurso de ideas convocado en 2002

how to quote

MASSAD, Fredy; GUERRERO YESTE, Alicia. Contentor urbano. Drops, São Paulo, ano 08, n. 021.02, Vitruvius, fev. 2008 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/08.021/1738>.


Palácio do Sul – Palácio de congressos de Córdoba, por OMA


Rem Koolhaas é o autor do Palácio do Sul, uma obra que dotará Córdoba de um grande complexo arquitetônico que alojará atividades culturais e lúdicas e diferentes instalações para uso público. O projeto, realizado por Koolhaas junto a Ellen Van Loon, ganhou o concurso de idéias convocado em 2002 - no qual participaram, entre outros, Antonio Cruz e Antonio Ortiz, Rafael Moneo, Zaha Hadid e Toyo Ito - propondo um edifício longitudinal de 370 metros de comprimento que atravessa em direção leste-oeste a Península de Miraflores, situado em frente ao centro histórico da cidade.

Sua orientação e estrutura como uma viga flutuante sustentada por grandes colunas que lhe permitem maximizar as qualidades da península, atuando como um enclave de convergência que organiza os elementos disseminados sobre ela: o Parque Fluvial projetado, o rio Guadalquivir e o centro antigo da cidade, procurando que se articule assim um agrupamento urbano coerente mediante dois fatores: a estrada que refletirá sob o edifício, prolongando a união da península com o centro de Córdoba, e pela conexão visual com o parque de Miraflores, o rio Guadalquivir e o núcleo histórico -destacando a vista sobre a antiga mesquita - que o edifício estabelece al estar concebida sua cobertura como uma grande promenade ao ar livre e pelas grandes aberturas em suas fachadas. O extremo leste do edifício é sustentado por uma colunata regular que, a medida que avança para o lado oeste, um sistema de treliça complementa e gradualmente substituí as colunas, de forma que abre superfícies amplas para o vestíbulo e o auditório principal.

O interior da estrutura se implementa mediante uma sucessão de espaços sólidos e espaços vazios que correspondem ao caráter dos programas públicos e privados que acolherá o Palácio do Sul assim que entre em funcionamento: os mais de sete mil metros quadrados construídos distribuídos em seis andares e dois subsolos abrigarão um hotel de cinco estrelas com 170 quartos, uma área para a realização de congressos, dois auditórios interiores (um principal, emulando a forma de anfiteatro romano com capacidade para 1.500 e outro menor, para 600 pessoas) e um exterior capaz de acomodar a 500 pessoas, cafeteria, estacionamento para veículos e uma galeria comercial. A seqüência de circulação interior através do edifício se articulará fluidamente /clientes/vitruvius/mediante escadas, rampas, e escadas rolantes sendo também intenção de Koolhaas que o visitante não se sinta imerso dentro de um espaço fechado. Com o intuito de dotar o interior de uma certa iluminação difusa, se empregarão três tipos distintos de placas em tons verdes que criam diversos níveis de transparência, quebrando a forte intensidade da luz solar do sul, para permitir diferenciar o caráter dos espaços interiores de acordo com sua função programática e fazendo com que a imagem da cidade penetre no interior do edifício.

A inteligência mordaz de Koolhaas ideólogo-teórica, o que escruta o desenvolvimento da metrópole contemporânea e analisa desde a perspectiva de um antropólogo-sociólogo o estado do mundo de hoje, cristaliza numa arquitetura que se orgulha de prolongar a continuidade com os legados modernos de Mies Van der Rohe e de Le Corbusier, experimentando para aportar com sua própria obra inovações a essa linha de continuidade tanto no que concerne ao conceitual como ao material. Acreditando que a arquitetura se fundamenta no aferramento aos valores de permanência, de estética, de estrutura e de integração da dimensão social, a pose de ferocidade de Koolhaas radica num equivalente aferramento à idéia de que o projeto deve estar impregnado das próprias convicções mesmo quando isto implique em rejeitar as pautas apontadas para sua concepção – como aconteceu neste caso em concreto, dado que sua proposta para este edifício propunha uma mudança sobre a implantação originalmente prevista pelas bases do concurso - já que assim se incrementa a dimensão de riscos aos que o arquiteto deve afrontar, estimulando assim uma criatividade pela qual é possível o aparecimento do imprevisível.

Mesmo sustentando isto, Koolhaas se opõe à espetacularização artificiosa na arquitetura que considera contraproducente para fomentar uma autêntica inventiva que repercuta positivamente no valor e qualidade desta. “Gerar espaços para necessidades reais” é uma de suas máximas que se vê constatada no conceito do Palácio do Sul, um edifício cujo principal objetivo deverá ser atuar como dinamizador e catalisador para Córdoba, propondo uma tipologia de espaço urbano inovadora -e conscientemente devedora do legado do movimento moderno - ao criar um âmbito público cuja polivalência assegure que se encontre constantemente ativo.

Poderia-se tender a pensar que existiria uma dissociação entre o arquiteto de rebeldia amaneirada que faz de seus proclames-manifesto sua ferramenta de propaganda – designando-se a si mesmo como uma mega-estrela de divindade cinematográfico - e o arquiteto que se assume como real sucessor dos ideais do movimento moderno, desde cuja vinculação os transtorna e redefine com total liberdade.

Com o projeto do Palácio do Sul, Rem Koolhaas se ergue outra vez como defensor de muitos de seus princípios ideológicos e como o realizador de muitas utopias inacabadas, criando um edifício de dimensões impressionantes que, no entanto, se mantém próximo ao indivíduo e se transforma ademais num elemento de profundo valor social, capaz de produzir uma renovação consistente do contexto urbano cordobés para o futuro imediato. É muito difícil que uma estrutura semelhante à deste projeto seja compreensível desde uma concepção urbanística timorata sobre a cidade européia; não obstante, este arquiteto –pesquisador da realidade da urbe asiática, onde está assumindo trabalhar em grandes escalas - aceita o desafio de romper com o tabu que geraram muitas ações desacertadas e sabe realizar uma macro-intervenção sobre o tecido da cidade e opera gerando um jogo positivo de tensões entre a zona histórica e este edifício, que é simultaneamente contentor de cidade. O Palácio do Sul rende homenagem aos postulados corbusianos: a planta baixa livre sustentada por colunas e o teto plano ajardinado, redefinidos através do estilo e escala koolhaasianos.

notas

[tradução ivana barossi garcia]

sobre o autor

Fredy Massad e Alicia Guerrero Yeste, titulares do escritório ¿btbW, são autores do livro “Enric Miralles: Metamorfosi do paesaggio”, editora Testo & Immagine, 2004.

Fredy Massad e Alicia Guerrero, Barcelona Espanha

Fachada de dia e de noite

Corte transversal do grande auditório

 

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