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drops ISSN 2175-6716

abstracts

português
Carlos A. Ferreira Martins, professor do IAU USP São Carlos, comenta o desgoverno Bolsonaro e os primeiros indícios de imoralidade e corrupção nos bastidores do novo grupo que assume em breve o poder central.

how to quote

MARTINS, Carlos A. Ferreira. Glória a Deuxx, ainda. Drops, São Paulo, ano 19, n. 135.02, Vitruvius, dez. 2018 <https://vitruvius.com.br/revistas/read/drops/19.135/7190>.


Paulo Chavonga, “Mãe preta”, acrílico sobre tela, 25X30cm, exposto no saguão da Galeria Olido
Foto Abilio Guerra


A dificuldade de escolher o que dizer daquilo que todo mundo fala – a pré-temporada do desgoverno Bolsonaro – continua. Nesta semana, além de escorregadas menores, dois temas se destacaram.

Os imbróglios de um ex assessor do filho número um que, com salário de motorista, movimentava 100 mil reais por mês e, de quebra, ainda repassava uma graninha para a futura primeira dama e a indicação da futura ministra de Mulheres, Família e Direitos Humanos.

Do primeiro, em poucos dias já se soube que a grana vinha, ao menos em parte, de depósitos feitos por outros assessores do filho e futuro senador. Se aquele procurador que ficou famoso por gostar de powerpoint resolvesse desenhar o percurso da bufunfa, seria bem esclarecedor.

Para quem se elegeu baseado no ódio ao PT justificado pela crítica moral à corrupção já estaria de bom tamanho. Para os velhos como eu isso se chamava udenismo, que sem dar aula de história, a gente poderia dizer que é a critica moral à corrupção... do vizinho.

Mas o sucesso da pré-temporada continua. Para comemorar à sua maneira os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, que se completam amanhã, a futura ministra ofereceu ao mundo algumas pérolas.

Para ficar só numa, a senhora nos contou que seu “sonho é estar numa rede, numa tarde e meu marido trabalhando muito, muito, muito, para me sustentar e me encher de joias”.

Enquanto isso milhões de mulheres ficam no fogão e no tanque sonhando apenas que seus maridos não as espanquem ou pior, quando chegarem à casa.

Alguém poderia contar à senhora que no Brasil, treze mulheres são assassinadas por dia. Em 2016, 4.645 mulheres foram assassinadas no país, o que representa uma taxa de 4,5 homicídios para cada 100 mil brasileiras, segundo dados do Atlas da Violência 2018, feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Ipea.

Glória a Deuxx! como diria o Cabo Daciolo, enquanto assistimos a transformação do país num imenso Afeganistão.

sobre o autor

Carlos A. Ferreira Martins é professor titular de Universidade Pública num país que já foi quase laico.

 

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