Categoria Arquitetura - Obra Executada
Prêmio Eduardo Kneese de Mello Edifício Projeto Viver
Este edifício, localizado no bairro do Morumbi, São Paulo, é destinado a atender a população carente da favela Jardim Colombo e hospedar as atividades da Associação Viver em Família, que atua no desenvolvimento humano desta comunidade.
O terreno em que o edifício se situa é o único vazio da região, uma área de 30 x 50 metros que não só é o acesso de automóveis e pedestres da comunidade como também é a única área de convívio de toda a área. O projeto buscou desde o início manter essas características, mantendo o acesso de veículos e de pedestres ao interior da favela. No caso dos pedestres, o acesso pode ser feito tanto pela rua de acesso, como pela praça em patamares, que vence o pronunciado desnível e atua como área de lazer. Seus degraus funcionam tanto para descanso quanto para brincadeiras de crianças e, em dias específicos, se transformam em arquibancadas para shows e espetáculos ao ar livre.O edifício está disposto em dois blocos – um disposto longitudinalmente e no limite lateral do terreno e o outro no sentido transversal, suspenso, separando a praça pública da quadra poliesportiva. Sob o bloco suspenso, cria-se um pátio coberto, destinado a atividades diversas e que sutilmente demarca as diferentes atividades propostas no espaço da praça.O edifício principal do complexo abriga em seu térreo a recepção, oficina interdisciplinar que se abre para o espaço público através de grandes portas basculantes e casa do zelador. No pavimento superior estão sala de espera, salas de atendimento médico, odontológico, psicológico, jurídico e, voltada para a rua, uma padaria experimental e cozinha escola, com local para venda de produtos e geração de renda para o edifício.O bloco elevado abriga salas de capacitação profissional, biblioteca e sala de informática, além de sanitários e depósito para todo o conjunto. O meio subsolo abriga os vestiários e depósitos que atendem a quadra e servirão para os banhos coletivos organizados pela associação de moradores. A porção deste volume que aflora do piso serve de palco para festividades.Os blocos também se comunicam pelas coberturas – o terraço jardim abriga brinquedoteca e se transforma numa grande praça suspensa para atividades dirigidas com áreas pavimentadas, jardins e equipamentos de lazer. Além disso, devido aos grandes desníveis do terreno e da rua de acesso, quem chega à comunidade pela rua visualiza a cobertura do edifício e a praça suspensa se transforma numa continuação da praça principal do térreo qualificando o espaço público com áreas livres arborizadas.A estrutura do edifício é em concreto armado e as vedações em bloco de concreto. As esquadrias em ferro são ora protegidas por uma aba de aço galvanizado que funciona como um brise, ora possuem elementos móveis metálicos capazes de escurecer o interior das salas. A escada, os passadiços metálicos com malha expandida, a porta basculante da oficina e as chapas perfuradas de vedação da casa do caseiro, são elementos metálicos que foram tratados como uma espécie de enxerto no edifício de concreto aparente e blocos pintados de branco.O edifício utiliza materiais simples e recorrentes nos bairros pobres da cidade como os blocos de concreto e os cacos cerâmicos de uma maneira diferente, buscando ao mesmo tempo integração com o meio e melhoria de qualidade cotidiana do entorno.
ficha técnica
Projeto
Forte, Gimenes & Marcondes Ferraz Arquitetos / Fernando Forte, Lourenço Gimenes e Rodrigo Marcondes Ferraz
Colaboração
Cecília Reichstul
Projetos complementares
Interplanus
Construção
TS Construtora
Cliente
Associação de Funcionários do Banco Votorantin