A eficácia da solução para o complexo do Centro Judiciário de Curitiba consubstancia-se na proposta de um espaço agregador central, em torno do qual se distribuem as funções jurídicas e que acolhe e orienta a numerosa população usuária.
Configura um espaço generoso e confortável, protegido da chuva e do vento constituindo uma nova praça da cidade que imprime o caráter de desenho urbano – a Praça da Justiça.
O programa do Centro Judiciário propiciou a classificação funcional de seus espaços significativos como os blocos das varas, os blocos de serviço e o espaço coletivo de distribuição interpretados como os elementos que compõem sua arquitetura.
Assim, o desenho resulta num sistema componível, aberto, composto de nós (blocos de serviços) e tramos (blocos das varas) que se articulam linearmente em torno do grande vazio retangular – espaço semi-público intermediário entre o privativo e o público.
Os estacionamentos, no subsolo, ocupam a projeção do conjunto e se articulam com a Praça da Justiça através de elevadores estrategicamente distribuídos nos blocos de serviços (nós).
As circulações de pedestres e veículos
Os acessos de pedestres localizam-se nas ruas Anita Garibaldi, Benjamin Zilli e Chichorro Jr. (Terminal).
A entrada e saída de veículos são exclusivamente na Rua Benjamin Zilli, pois integra corretamente o estacionamento do Centro Judiciário ao binário do sistema viário local.
Todos os usuários chegam ao grande espaço central do Complexo onde são triados em cada bloco, nos balcões do sistema de segurança, junto às prumadas dos elevadores.
Os usuários que vem dos estacionamentos chegam à Praça Central através de elevadores hidráulicos independentes e os que demandam às Varas, são devidamente identificados para o acesso.
Os funcionários chegam à praça e se dirigem aos locais de trabalho. Antes disso uma parte se dirige aos vestiários situados nos subsolos dos blocos de serviços.
Os juízes depois de estacionar nas suas vagas do subsolo atingem diretamente elevadores exclusivos e chegam às suas salas através das circulações privativas internas das varas.
Pavilhão da Prisão do Ahu
Esse pavilhão será reciclado segundo as normas das Cartas de Veneza e Machu Pichu das quais o Brasil é signatário.
Certamente o Museu da Justiça aí deverá ser implantado como registro importante da história.
O pátio central coberto por grelha transparente do Pavilhão do Ahu integra-se à Praça da Justiça através de ampla passarela aérea, pois os dois espaços estão no mesmo nível (924,60m).
Nosso projeto garante a visualização total do edifício histórico em todos os quadrantes.
Ambiente
A concepção arquitetônica do Centro Judiciário de Curitiba contém, em si, um condição física de ventilação ambiental que contempla solução de conforto de grande eficiência, pois a cobertura provoca a convecção do ar permitindo ventilação cruzada permanente em todas as direções.
Assim o grande vazio central terá sempre temperatura ambiente agradável dado que a vedação de vidro laminado da cobertura filtra e controla através da película refletiva de butiral a radiação solar nas altas temperaturas.
Acresce a esse fato a característica de proteção da cobertura, pois o grande vazio central é aberto em todos os quadrantes.
A película de butiral alternada em cor cinza (70%) e transparente (15%) pode propiciar um desenho decorativo no grande teto da praça.
Conseguimos assim, com esse desenho, configurar a nova Praça da Justiça, uma praça de feição urbana, protegida do vento e da chuva, paisagisticamente tratada, que pode significar mais um espaço de convívio da cidade onde o contato humano pode propiciar a concórdia entre os homens.
ficha técnica
Autor
Arquiteto Decio Tozzi
Colaboradores
Arquiteta Jéssica Genaro Faro
Arquiteto Helio Corallo
Imagens
Arquiteto Marino Barros Filho
Desenhos
Luís Antônio Vallandro Keating
