about the book

Cem Anos Luz comemora um século de vida de uma das mais importantes estações ferroviárias de São Paulo. As comemorações do centenário da Estação da Luz têm início no próximo dia 17 de agosto com o lançamento do livro Cem Anos Luz, acompanhado por uma exposição fotográfica composta por 70 imagens antigas e contemporâneas, plantas da estação e objetos do universo ferroviário.

Editado pela Dialeto – Latin American Documentary, o livro apresenta uma visão global dos 100 anos da estação, que teve suas obras concluídas em dezembro de 1900, graças à farta documentação fotográfica realizada por Eduardo Albarello, dos textos do arquiteto Antonio Soukef Júnior e de pesquisas junto a diversos acervos e publicações.

Cem Anos Luz traz um histórico da vida da estação que se funde com a própria história de São Paulo. Numa alusão ao tempo, o emblemático relógio da Luz é usado graficamente para pontuar os 11 capítulos da publicação e propõe uma viagem que tem como ponto de partida a isolada da Vila de São Paulo de Piratininga, no inicío do século XVIII.

Seguindo os trilhos da história, o livro destaca a imprescindível contribuição da cultura cafeeira que, por ser itinerante , obrigou a elite da época a implantar diversas linhas férreas em todo país para atender ao escoamento da produção. Ressalta também o pioneirismo e a obstinação do empreendedor Irineu Evangelista de Souza, o Visconde de Mauá, que criou a São Paulo Railway Company para suprir a demanda do café e construiu a Luz em 1860, cujo projeto é atribuído ao arquiteto inglês Charles Henry Driver, como parte da complexa ligação férrea entre Santos e Jundiaí.

Em sua trajetória, a estação também foi testemunha da urbanização da cidade e da formação do bairro que leva o mesmo nome. Foi também vítima de um terrível incêndio em 1946 e da decadência do transporte ferroviário. Um dos mais importantes monumentos ferroviários do país completa 100 anos desempenhando sua função primordial, mas necessita de obras de restauro e ampliação de suas instalações.

Nestes últimos anos, as condições físicas da estação agravaram-se muito, principalmente com a corrosão da base dos pórticos metálicos que dão sustentação a cobertura, provocando, no início de 2000, a interdição de duas plataformas. "Sem manutenção adequada fica difícil. Na época em que foi construída a Estação da Luz, São Paulo tinha cerca de 250 mil habitantes e hoje são mais de 10 milhões", declara o autor do livro.

about the author

Antonio Soukef Júnior
Arquiteto, especializado em restauração, desenvolve travalho de documentação do patrimônio ferroviário paulista. É professor de História e Teoria da Arquitetura no curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário FIAM-FAAM.

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