Em grande medida os projetos habitacionais significaram para Paulo Mendes da Rocha a possibilidade de ensaiar novas técnicas construtivas atreladas à sistematização do canteiro, sendo que paralelamente à experimentação tecnológica o arquiteto engaja-se na revisão do espaço doméstico à luz do habitar contemporâneo. Considerando a cidade o maior projeto habitacional a ser realizado pelo homem, Mendes da Rocha demonstra que proposições coerentes à configuração e à dinâmica urbanas passam pela efetiva inserção de um maior número de indivíduos nessa estrutura de amparo à “imprevisibilidade da vida” (1). Sob tal perspectiva, a possibilidade de empilhar módulos habitacionais representaria uma alternativa pragmática de aproveitamento da infraestrutura urbana existente.
Ainda que Mendes da Rocha tenha desenvolvido mais de três dezenas de estudos e projetos de habitações coletivas – sendo que alguns destes fazem parte de proposições mais amplas, no patamar das intervenções urbanas –, raros são os que têm sua execução levada a cabo. Os aspectos que colaboram para a não realização da maioria desses projetos têm origens diversas, no entanto, há uma gama de fatores que viabilizou a execução de oito habitações verticais ou conjuntos habitacionais. Em 1962, Mendes da Rocha desenvolve o projeto do Edifício Guaimbê, sua primeira proposição executada sob o tema da habitação vertical, e que a partir do uso predominante do concreto aparente e da tecnologia construtiva empregada se torna um marco da arquitetura brutalista no Brasil (2). Já em 2004, a convite de Bellosilo y Asociados, o arquiteto realiza conjuntamente com o escritório madrileno o projeto de um edifício para a baixa renda no distrito de Vallecas, Madri. O edifício, além de consistir na sua obra mais recente de habitação em altura, também é a única localizada fora do Brasil. Nesse recorte de mais de quatro décadas, se inserem as outras seis proposições de habitações verticais executadas, devendo-se arrolar o conjunto Zezinho Magalhães Prado – projetado em 1967 – no rol das habitações de interesse social, juntamente ao edifício de Vallecas. E os edifícios Clermont de 1972, Penhasco das Gaivotas, Jaraguá, Golden Hill e Aspen dos anos 1980, além do Guaimbê de 1962, como exemplares destinados à alta renda.
Desta forma, o estudo que aqui se apresenta consiste na análise dos projetos de habitações coletivas verticais de Paulo Mendes da Rocha realizados entre 1962 e 2004, em que se buscou conhecer e sistematizar as soluções e mecanismos projetuais adotados. O conteúdo de viés teórico e conceitual presente no discurso do arquiteto, e conhecido em função das inúmeras entrevistas publicadas, bem como dos textos de sua autoria, também foram ponderados à medida que permitiram uma reflexão sobre a relação discurso-projeto-artefato. Dadas as especificidades de cada obra, preconizou-se uma abordagem crítica dos projetos em consideração ao que cada obra suscita, de modo que os instrumentos da análise fossem construídos à medida que a obra analisada os necessitasse (3). Além disso, a natureza de ordem precursora e experimental dos projetos habitacionais de Paulo Mendes da Rocha compreende um apanhado de soluções, as quais, em função de terem sido testadas em diversas oportunidades, acabam por configurar um padrão particular. Sob essa perspectiva, e tendo como recurso determinante de análise o aprofundamento gráfico-analítico dos projetos, buscou-se revelar e sistematizar a linguagem projetual contida no conjunto das obras selecionadas.
Projetado e construído na década de 1960, o Edifício Guaimbê representa um marco da produção modernista brasileira. O primeiro projeto de habitação vertical executado de Paulo Mendes da Rocha também “inaugura o tema dos edifícios de apartamentos em clave totalmente brutalista” (4) dada a aplicação massiva do concreto aparente e a tecnologia construtiva pensada a nível de projeto. Tendo como coautor João Eduardo de Gennaro, a proposição de 1962 previa o uso de formas deslizantes na execução das paredes estruturais, acarretando não só na eliminação das tradicionais formas de compensado – de reaproveitamento bastante limitado –, mas também em uma concretagem acelerada. Somado a isso, lajes entre pavimentos, quebra-sóis e demais elementos de concreto anexados ao volume da torre seriam pré-fabricados. Com a obra concluída em 1966, verifica-se, no entanto, o descompasso entre a intenções projetuais de caráter técnico-construtivo e a prática da obra. Em publicação de 1967 a revista Acrópole (5) credita essas modificações à inviabilidade técnica da solução estrutural à época da construção. Mas ainda que tenha sido executado com concreto moldado in loco, a presença ostensiva do material é responsável por uma reviravolta nos paradigmas construtivos da época no país, principalmente em se tratando de uma edificação residencial. Segundo Zein (6), até então, no Brasil, as raras habitações em altura de afiliação brutalista associavam estrutura de concreto aparente a vedações em alvenaria de blocos – revestidas ou não –, tendo como referencial exemplar o edifício de apartamentos Promontory – 1946/49 –, projetado por Mies van der Rohe e localizado em Chicago.
Para além do sistema construtivo, a racionalidade da proposta de Mendes da Rocha repercute também na espacialidade das unidades habitacionais. As empenas portantes, paralelas às divisas laterais do lote, suportam a carga nos pavimentos da torre liberando a planta dos apartamentos de elementos estruturais. Formas livres e curvas inseridas estrategicamente no espaço articulador de convívio – como o volume do banheiro social e a divisória entre cozinha e área de refeições –, além de um desnível, estabelecem os usos de modo sutil: vestíbulo, estar, refeições. A estratégia de projeto, que preconiza a planta livre como resultado de uma estrutura independente – um dos cinco pontos da Nova Arquitetura de Le Corbusier –, organizada a partir da inserção de volumes e elementos curvos, será reiterada em outros projetos residenciais de Paulo Mendes da Rocha contemporâneos ao Guaimbê, como os das casas Celso Silveira Melo e Edmundo de Freitas, de 1962 e 1963. Sendo que a planta livre ainda irá viabilizar a flexibilidade da organização espacial através do uso de divisórias leves, possibilitando a modificação de áreas compartimentadas, como é o caso da zona noturna.
Ademais, a geometria e organização da planta-tipo refletem o lote retangular longo e de testada estreita, além da proximidade às empenas vizinhas. Dados esses condicionantes, os dispositivos de proteção solar pressupõem também preservar o interior doméstico em relação ao observador externo, ao mesmo tempo em que devem permitir as distintas visuais, ainda que limitadas pela verticalização e densificação urbanas. A diversidade de soluções compreende, além de quebra-sóis e persianas, rasgos verticais nas empenas protegidos pelo reposicionamento de painéis de concreto, adoção de canhões de luz transpondo as fachadas, e intervenção na transparência de extensos fechamentos de vidro a partir do uso de caixilhos e vidros texturizados. Também como reflexo das dimensões e geometria do lote, o edifício assume a forma laminar, resultado da sobreposição de onze pavimentos-tipo sobre térreo em pilotis, mais uma unidade dúplex ocupando os dois últimos pavimentos. Cabendo ressalvar, que a extração parcial do volume que comporta os serviços e as circulações verticais em relação ao prisma principal gera uma volumetria, na verdade, composta. A solução acarreta no alargamento do corredor-galeria ao sudoeste para abarcar o vestíbulo e o espaço de refeições.
A tipologia caracterizada por um prisma que se desprende do solo devido aos pilotis é parte de uma solução que busca promover o diálogo com o espaço urbano. A marquise entre a torre e o recuo frontal obrigatório, por exemplo, configura um vínculo importante entre o edifício e o logradouro, dado seu afastamento em 11m. Fortalecendo essa relação, o projeto não estipula fechamentos ou desníveis na divisa entre o lote e o passeio, o que promove uma transição gradual entre os domínios público e privado. Para Mendes da Rocha essa caraterística é representativa das “construções brasileiras” que, segundo ele, “não foram feitas para proteger ninguém de nada”, apenas para estabelecer o lugar, como “reflexo de uma condição distraída e legítima” (7). Ademais, as soluções de repercussão urbana adotadas no Guaimbê, inclusive a opção por localizar o estacionamento no subsolo, encontram referência no projeto da cidade moderna, onde o solo permanece livre para a circulação de pessoas e automóveis.
Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado
O Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado, localizado em Guarulhos-SP, consiste em uma das proposições de moradia popular mais emblemáticas na história da política habitacional do país. Sua relevância pode ser atribuída ao porte e complexidade da intervenção – de ordem urbana –, à tecnologia construtiva prevista em projeto e à possibilidade de configurar uma solução prototípica no atendimento da demanda habitacional para a classe trabalhadora do país. Viabilizado pela Cecap – Caixa Estadual de Casas para o Povo (8), o projeto de 1967 contemplava mais de 10.000 moradias, posteriormente se expandindo na previsão de uma série de equipamentos urbanos a partir de um sistema racionalizado de construção. A amplitude da proposta sinalizou para a composição de uma equipe multidisciplinar coordenada por Villanova Artigas, Fábio Penteado e Paulo Mendes da Rocha. Cabe ressalvar, que em comparação ao projeto inicial publicado em 1970 na revista Acrópole (9), ou a um estudo preliminar realizado por Artigas, o conjunto construído apresenta mudanças substanciais, tendo sido executada menos da metade da proposição, com alterações dimensionais e referentes à técnica construtiva e aos materiais empregados.
Na proposta inicial, de 1967, as 10.560 unidades habitacionais contempladas estão distribuídas em 176 blocos – com dois edifícios cada –, o que atenderia a 55.000 pessoas. Os blocos agrupados a cada oito conformam um módulo de perímetro aquadradado repetível, sendo que a aglutinação de quatro módulos habitacionais mais dois edifícios comerciais configura uma freguesia. Dispostos tanto na área central da implantação, quanto entre as freguesias ou no perímetro do conjunto, estão os equipamentos de uso comum, passíveis de serem utilizados pela população das imediações. Também foram planejados centros comercial e de abastecimento, centros educacionais, escola técnica, hospital, centro de saúde, igreja, teatro de arena e áreas esportivas. Cabe destacar, que a exemplo da disponibilização de equipamentos urbanos, a sua distribuição em dois amplos eixos opostos que transpõem a área, além da destinação de 50% do terreno para áreas verdes, consistem em diretrizes do plano voltadas à integração do conjunto ao entorno consolidado. O eixo norte-sul configuraria “uma linha”, “uma abertura” (10) para a rodovia Presidente Dutra que corta o conjunto. Já as áreas verdes entre as freguesias conformariam “um pano de fundo” como contraponto ao adensamento da unidades habitacionais nos blocos.
Sobre a dimensão urbanística da proposição, na visão de Artigas (11), ainda que seja possível perceber uma nuance culturalista na qual o verde “é a reprodução da praça medieval”, a essência da proposição é de caráter progressista, mas numa aproximação relativa com Brasília. As semelhanças com o Plano Piloto da Capital federal são perceptíveis quando se analisa o arranjo espacial, bem como a distribuição das freguesias, afora outras soluções no âmbito da cidade moderna – a exemplo da adoção de pilotis como estratégia de liberação do solo para a realização de atividades diversas. As freguesias remetem às áreas de vizinhança – arranjo de quatro superquadras – propostas por Lúcio Costa no Plano de 1957, e também ao conceito de unidade de vizinhança de Clarence Perry, publicado em 1929 e que foi referência para Costa (12).
O elemento fundamental da freguesia, o bloco habitacional, é composto por dois edifícios laminares e paralelos, entremeados por um jardim – inicialmente pensado sombreado –, e que compartilham de escadas externas para acesso aos apartamentos. Os edifícios, com três pavimentos sobre pilotis mais laje de cobertura, são compostos por 30 unidades habitacionais de mesma área e mesmo programa, dispostas linearmente numa sequência de cinco pares de plantas espelhadas, idênticos. Cada pavimento apresenta dez apartamentos de tal maneira organizados que os acessos se voltam sempre para o jardim interno, e o núcleo molhado fica na periferia da planta. Tais soluções respondem ao conceito de planta flexível, em que os únicos elementos fixos são aqueles conformados pelas prumadas hidrossanitárias, podendo o restante da planta ser arranjado de diferentes maneiras. O fato dos apartamentos apresentarem planta retangular – de 7,0m x 8,0m no projeto executivo – livre de obstáculos estruturais, com dois fechamentos cegos paralelos e outros dois com janelas em fita de caixilharia padronizada, desierarquizam o espaço, reforçando o caráter flexível da planta. Aliás, a racionalidade construtiva e a flexibilidade espacial são conceitos muito bem articulados na proposição. Os blocos residenciais pensados no âmbito da pré-fabricação respondem a uma série de diretrizes definidas desde as discussões iniciais do projeto, especialmente a demanda pela economia global da obra. Como resultado dessas predefinições, o apartamento-tipo tem origem em um sistema de peças pré-fabricadas de concreto, podendo ser empilhado e ao mesmo tempo justaposto ao longo de um dos seus eixos.
O anseio por se desenvolver um projeto completo, que abrangesse desde a escala urbana até o detalhamento do mobiliário – em muito, hibridizado aos elementos componentes do edifício –, reverbera os ensinamentos da Bauhaus, pelos quais “o objeto a ser demonstrado não é um móvel ou um edifício isolado, mas o ambiente construído, de que toda coisa é parte integrante” (13). Como contraponto, Mendes da Rocha destacou o viés humanista da solução, que deveria ser “razoável aos costumes, ao que é molde do povo brasileiro” (14), mesmo com a limitação orçamentária dada a faixa de renda a que se destinou o projeto.
Edifício Clermont
Os fatores que colaboraram para a realização do projeto do Edifício Clermont, de autoria e Paulo Mendes da Rocha e executado pela Construtora Formaespaço na Capital paulista, refletem a conjuntura político-econômica experimentada pelo país especialmente entre os anos de 1967 e 1974. A partir de 1968, a construtora Formaespaço – criada cinco anos antes – passa a construir edifícios habitacionais dentro do conceito de produção seriada. Algumas dessas obras têm como autores expoentes da arquitetura paulista, que viram no convite da construtora a oportunidade de materializar um conjunto de ideias relativas ao programa da habitação com base na industrialização. Sendo que o inverso também ocorreu, e algumas construtoras, aproveitando a oportunidade de crédito disponibilizada pelo Banco Nacional de Habitação – BNH para o financiamento habitacional, incorporaram “certas partes dos discursos, debates e proposições defendidos desde há algum tempo pelo coletivo dos arquitetos” (15). A convite da Formaespaço, arquitetos como Abrahão Sanovicz, Eduardo Almeida e Paulo Mendes da Rocha desenvolveram projetos-padrão conforme diretrizes estabelecidas pela construtora. No intuito de reduzir os custos construtivos a partir de uma execução mais veloz e racional, as propostas deveriam compreender os conceitos de modulação e industrialização.
Contemplando essas características, em 1972 Mendes da Rocha elabora o projeto do edifício Protótipo, o qual partia da solução estrutural e do consequente arranjo das unidades habitacionais no pavimento-tipo: duas plantas retangulares espelhadas a partir de sua maior dimensão, que por sua vez são rebatidas no sentido oposto, ficando a circulação vertical na porção intermediária. As paredes portantes opostas se somam a um pilar central que configura o único obstáculo estrutural na planta-tipo de 80m². Mendes da Rocha não teve a oportunidade de ver materializada a série de edifícios com base no Protótipo, no entanto, sua outra proposta para a Formaespaço, a do edifício Clermont, também de 1972, foi executada logo no ano seguinte. O edifício da rua Jauaperi, mesmo configurando um exemplar ímpar –portanto sem contemplar o interesse de produção seriada da construtora –, demonstra a partir da volumetria simplificada, da ênfase estrutural explicitada nas elevações e da conformação espacial os conceitos de sistematização e racionalização.
A estrutura porticada de concreto armado, composta por vigas de seção trapezoidal e pilares de seção triangular, irá refletir numa série de outras decisões projetuais. Talvez não sendo notada em uma primeira análise, a distribuição das divisórias internas deliberadamente não coincide com a disposição de vigas e pilares, ainda que esteja relacionada à uma malha modulada em 1,0m² derivada da malha principal, modulada em 5,0m². Essa solução sinaliza que a racionalização construtiva não precisa acarretar, necessariamente, na cristalização de relações espaciais, tampouco gerar espaços monótonos. Externamente, a opção por quebrar o ritmo definido por vigas e pilares ocorre nas empenas sudoeste e nordeste, com o uso de lâminas de concreto desalinhadas em relação às esquadrias, além da disposição do cômodo de empregada a meio nível. No apartamento propriamente dito não há desníveis e a organização espacial se dá em duas faixas longitudinais, sendo que uma delas concentra as prumadas hidrossanitárias e os espaços compartimentados, e a outra corresponde ao amplo espaço de convívio.
Quando comparada à planta-tipo do Guaimbê, a do edifício Clermont mostra-se mais legível, uma vez que o corredor-galeria ocupa integramente a faixa sudeste, de modo distinto ao verificado na proposta de 1962. Outras questões também reforçam a clareza da solução, como a ausência de elementos que possam segmentar o espaço de convívio, à exceção da parede curva disposta descentralizadamente em planta que “desenha tudo” (16): a área para refeições, o estar social, o estar íntimo e o vestíbulo. Desse modo, não há circulação de distribuição para os dormitórios, os quais se voltam para a área de convívio. A solução é em parte viabilizada pela existência de banhos de uso exclusivo nos dormitórios. Assim como no Protótipo e outros projetos residenciais de Mendes da Rocha, os banheiros ficam em posição mais central em planta, enquanto que as áreas de permanência se distribuem ao longo dos planos iluminantes. A ventilação dos compartimentos enclausurados decorre do aproveitamento da altura das vigas, a partir de um rebaixo pontual do forro conformando um duto contíguo aos elementos estruturais.
Quanto às repercussões urbanísticas da proposta, o térreo em pilotis ratifica a posição de Mendes da Rocha – anteriormente verificada no Guaimbê e no Cecap Zezinho Magalhães Prado – sobre a importância de liberar o solo a fim de integrar o edifício ao espaço urbano também proporcionando permeabilidade visual. O único núcleo fechado no térreo destina-se à circulação vertical que apresenta clara hierarquização. Assim como no Guaimbê e no Protótipo, a parada do elevador de serviço coincide com o patamar intermediário da escada. Sendo que no edifício da rua Jauaperi os cômodos para a empregada tornam-se independentes a partir de um acesso exclusivo e de sua posição a meio nível em relação ao restante do apartamento.
Edifícios Penhasco das Gaivotas
Ainda que os mecanismos projetuais sejam reiterados nas diversas propostas de edifícios verticais de Mendes da Rocha, a decisão por selecioná-los e desenvolvê-los dentro de um contexto ímpar – no qual se inclui o “jogo da lei e dos interesses” (17) – impede a generalização das soluções. Sob esta perspectiva, os edifícios Penhasco das Gaivotas compreendem um apanhado de soluções projetuais já ensaiadas por Mendes da Rocha em outras oportunidades, especialmente em projetos residenciais. O conjunto comumente denominado Costão das Tartarugas, projetado por Paulo Mendes da Rocha em 1983, compreende duas torres de apartamentos com nove pavimentos sobre pilotis, as quais estão interligadas por um embasamento que incorpora a garagem, áreas técnicas e de serviço, além de espaço de recreação. Esse amplo pavimento com área de projeção equivalente a três vezes a das duas torres encontra-se semienterrado, já que todo o conjunto se localiza em um costão rochoso junto ao mar. O terreno é parte do Loteamento Penhasco das Tartarugas, implantado pela Imobel Construtora e Urbanizadora, empresa também responsável pela execução dos edifícios no início da década de 1980.
Localizados em uma área distinta junto à escarpa, em cota altimétrica média de 50,0 m, os edifícios valem-se da mesma orientação solar, estando ligeiramente desalinhados em relação ao eixo norte-sul. Assim, ambos voltam-se a paisagens consolidadas: a vista do mar e o entorno urbano em direção ao sopé do morro. No térreo, os pilotis liberam o solo sob as torres e se somam ao restante do pavimento, com área superior a 1.500 m², para conformar o amplo setor de lazer composto por piscinas, playground, solário, espelho d’água e área ajardinada. O pavimento semienterrado comporta 148 vagas de estacionamento, espaços de lazer, compartimentos técnicos e de serviço.
No pavimento-tipo de perímetro aquadradado, quatro unidades de mesmo programa e área estão distribuídas em torno de um grande vazio vertical onde se localizam dois elevadores e uma escada enclausurada, além de circulação horizontal periférica para acesso aos apartamentos. O átrio, que transpõe os nove andares-tipo, pilotis e subsolo terminando em duas claraboias, possibilita a troca de ar constante no interior do edifício através de convecção natural. A solução é viabilizada pelo sistema estrutural, que a partir de uma malha modulada em 2,5m origina um vão central de 15m x 15m, onde se inscreve o núcleo rígido que comporta a circulação vertical. Os apartamentos ocupam então os vértices do pavimento-tipo devido a planta em “L” duplamente rebatida nos sentidos norte-sul e leste-oeste. Desse modo, diferentemente do zoneamento por faixas de uso empregado em outros projetos habitacionais de Mendes da Rocha, como a Casa Masetti I de 1967 e o Edifício Clermont de 1972, a distribuição dos compartimentos nas unidades habitacionais do Penhasco adota a tripartição social-serviço-íntimo. Sendo que o espaço de convívio, conjugando estar, refeições e varanda, funciona como elemento polarizador dos acessos às alas íntimas e ao setor de serviço.
Nas elevações o recuo das esquadrias em relação ao plano da fachada destaca o componente elementar do dispositivo – a própria abertura. Solução que será reiterada em outra habitação vertical de destaque de Mendes da Rocha, edifício Aspen de 1986. Como resultado, além de internamente serem originados armários em alturas distintas, as cavidades visíveis nas elevações refletem numa apurada fenestração. Outra solução que também denota o nível de refinamento do projeto, se refere ao dispositivo de vedação do setor de serviço. Nele, a disposição de um armário e do quebra-sol de concreto gera três faixas iluminantes que acumulam outras funções dependendo da altura em que se localizam: a mais baixa capta o ar frio, a próxima ao teto libera o ar quente, enquanto que a intermediária se abre para a paisagem à altura dos olhos do observador.
Edifício Jaraguá
Projetado em 1984 com a colaboração de Eduardo Colonelli, o edifício Jaraguá foi encomendado por Mário Masetti, para quem Mendes da Rocha já havia realizado no final dos anos 1960 um outro projeto de destaque, a casa Masetti I, também na Capital paulista. O terreno então disponibilizado para a obra fica em uma plataforma interfluvial – com o rio Tietê ao norte e o rio Pinheiros ao sudoeste –, possibilitando uma ampla vista da cidade especialmente em direção aos vales dos rios. Esse contexto geográfico conduziu a definição do partido arquitetônico que inevitavelmente viria a explorar as visuais privilegiadas. Paralelamente, aparece a perícia do traço do arquiteto proporcionando ao usuário a fruição simultânea de paisagens distintas em grande parte do espaço habitável.
A bifrontalidade é viabilizada pela solução estrutural, em que a altura das vigas acarreta na criação de um segundo nível no apartamento-tipo assegurando a vista por sobre cômodos que ficam na cota inferior. As duas lajes em níveis distintos, suportadas por vigas de seção esbeltíssima – 18cm x 110cm –, irão contribuir para a setorização da planta-tipo. Sendo que a estrutura ainda compreende três pares de pilares, internos ao perímetro da planta, como os únicos obstáculos estruturais em uma área superior a 200,0 m². A solução estrutural fica visível especialmente na elevação norte, que “nada mais é que um corte do prédio, apenas fechado por um pano de vidro” (18). Outra característica relevante do projeto decorre da solução para a circulação vertical, que diferentemente ao verificado nos dois precedentes de Mendes da Rocha com uma única unidade por pavimento – Guaimbê e Clermont – se localiza no centro da planta. Tal configuração acarreta na tripartição de usos com a definição de zonas específicas em torno do núcleo de circulação.
Considerando as restrições relativas à concretização de uma habitação vertical em lotes urbanos paulistanos típicos – extensos e de testada estreita –, o fato do terreno destinado ao Jaraguá ser conformado por dois lotes contíguos configura uma variável importante na definição do partido. Já a sua localização, na transição de uma malha urbana regular para outra irregular, e fazendo limite com a “rotunda da praça” (19) Nossa Senhora do Carmo, acarreta em um lote de formato não-convencional. O declive abrupto verificado especialmente ao sul e ao oeste, compreendendo boa parte do terreno, também reflete na solução. Mendes da Rocha então propõe o Jaraguá no atendimento a estes condicionantes, criando patamares e rampas que se elevam sobre o terreno íngreme. No intuito de integrar o edifício ao espaço urbano o tratamento paisagístico engloba a praça e dispensa muretas ou outros fechamentos. A rampa pela qual se acessa o segundo subsolo lembra uma faixa de rolamento, “uma solução quase de acesso urbano” (20). Assim como a estreita viela no formato de escadaria, que ladeia o lote ligando as ruas Herculano e Padre Agostinho Mendicute, parece ser parte do terreno. A implantação ainda acarreta em recuos de cerca de 5m em relação à praça, e de 16m em relação ao logradouro, repercutido na conformação de uma grande esplanada de acesso à edificação. Soluções que superam entraves da cidade contemporânea.
Edifício Golden Hill
O edifício Golden Hill foi idealizado por Paulo Mendes da Rocha em 1985 com a colaboração de Eduardo Colonelli, contemporaneamente à realização de outros dois projetos de destaque no campo da habitação vertical, os edifícios Jaraguá e Aspen, de 1984 e 1986. O terreno de esquina onde está implantado o edifício – em região nobre da cidade de São Paulo – resulta do remembramento de diversos lotes, portanto, apresentando grandes dimensões quando comparado aos terrenos vizinhos que mantêm seu traçado original. O declive ameno verificado na avenida dos Chibarás em direção à alameda dos Aicás é explorado na implantação de modo que os acessos de pedestres e de veículos aconteçam em pavimentos distintos. O subsolo destinado ao estacionamento conforma, então, uma espécie de embasamento sobre o qual estão dispostos a área de lazer e o acesso social às unidades habitacionais, de maneira semelhante ao verificado no Penhasco das Gaivotas projetado por Mendes da Rocha dois anos antes.
A torre de apartamentos é composta por 18 pavimentos-tipo com uma única unidade habitacional cada, e um apartamento dúplex ocupando os dois últimos andares. O núcleo de circulação vertical se prolonga para além da unidade dúplex conformando os pavimentos técnicos, além de um heliponto que fica na cota mais alta. Assim como no edifício Jaraguá idealizado contemporaneamente, Mendes da Rocha propõe a circulação vertical centralizada em planta, o que do ponto de vista estrutural conforma um núcleo rígido contribuindo para o travamento do sistema.
Quanto ao arranjo espacial nas unidades habitacionais, verifica-se uma tripartição de usos claramente refletida na composição volumétrica do edifício. Os compartimentos sociais, íntimos e de serviço são agrupados em volumes distintos interligados por um corredor-galeria, que devido ao seu formado irregular – em ziguezague –, acaba impedindo a percepção dos três volumes à medida que os sobrepõem. O grande número de compartimentos com funções específicas – despensa, rouparia, salas diversas – dificulta a apreensão da totalidade do interior doméstico. Ainda assim, a intenção de racionalização espacial é perceptível, seja na distribuição linear dos dormitórios, no quadrado perfeito de 8,20m x 8,20m que configura o perímetro da área de convívio, ou na distribuição das áreas compartimentadas em torno do núcleo de circulação vertical.
Edifício Aspen
Em uma iniciativa semelhante à da construtora Formaespaço, responsável pela execução do edifício Clermont em 1973, a construtora Yazigi irá executar, também a partir da década de 1970, uma série de projetos de importantes nomes da arquitetura paulista, como Salvador Candia, Miguel Juliano e os escritórios Botti Rubim e Aflalo & Gasperini (21). Nesse contexto, em 1986 Paulo Mendes da Rocha desenvolve para a construtora o projeto do Edifício Aspen, a ser implantado em área de crescente valorização na zona oeste da Capital paulista.
Quando comparado a outros edifícios residenciais de Mendes da Rocha o edifício Aspen apresenta especificidades de ordem formal que o irão distinguir expressivamente da maioria desses projetos, já que à exceção do edifício Golden Hill de 1985 as demais habitações verticais consistem em prismas regulares elevados sobre pilotis. Na proposição de 1986, somando-se à condição de uma “base não porosa” (22), a volumetria resulta de uma diretriz compositiva distinta, através da qual elementos de grande representatividade formal são literalmente acoplados à torre de apartamentos. Alguns deles ficam totalmente externos ao volume principal, como o núcleo de circulação e serviço posicionado junto à elevação oeste, ou as lareiras e sua torre de chaminés afixados na fachada sul como “quase uma escultura” (23). Outros dispositivos inscritos no perímetro da planta também explicitam tal condição em função de partes que emergem em relação ao volume principal, a exemplo da caixa de corrida do elevador social e do segundo pavimento da unidade dúplex.
Tanto a materialidade do edifício quanto a organização espacial das unidades habitacionais relacionam-se de modo direto com a concepção estrutural, que tem origem em duas empenas paralelas de concreto armado com 25cm de espessura. Engastada nas paredes estruturais a laje nervurada de mesa dupla – com 40cm de espessura – dispensa a utilização de pilares intermediários na planta, além de possibilitar a passagem das instalações através de seus vazios internos – mesmo partido estrutural adotado no Guaimbê nos anos 1960. Também numa aproximação ao edifício de 1962, está a presença massiva do concreto armado que responde pelo aspecto sólido e rústico do edifício. Na elevação norte as aberturas dos dormitórios como “recessos, onde se veem os vãos mas não as esquadrias” (24) retomam o mecanismo adotado no edifício Penhasco das Gaivotas três anos antes. Segundo Mendes da Rocha, a solução tem como referência “uma das obras modernas brasileiras mais interessantes” (25), o edifício Angel, projetado por Júlio Abreu em 1927 e localizado na cidade de São Paulo.
Tendo em vista o discurso que permeia a obra residencial de Mendes da Rocha, a inserção dos dois elementos distintos que compreendem as circulações social e de serviço em extremos opostos da planta reflete a percepção de duas dinâmicas bastantes distintas no espaço doméstico: o cotidiano de moradores e o de funcionários. A disposição acarreta numa “polaridade binuclear que condiciona a vivência” (26), uma vez que os compartimentos de serviço dispõem-se junto à torre de circulação secundária no fundos do lote, ficando a área de convívio nas proximidades do elevador social. Ainda assim, o zoneamento acontece em duas faixas paralelas, com os compartimentos que “necessitam fechar-se” (27) distribuídos ao longo de uma das empenas. Como no edifício Clermont de 1972, não há circulação de distribuição para os dormitórios os quais se abrem ao espaço de convívio. No entanto, a inciativa de Mendes da Rocha de criar uma variante da planta com um armário divisor entre a área íntima e o estar – “se alguém tiver pudor de as salas darem para os quartos” (28) –, demonstra a sensibilidade da proposta diante de costumes mais tradicionais. Outro elemento de grande valor simbólico do projeto de 1986 é a varanda, através da qual é possível acessar os apartamentos. O compartimento que faz referência ao “hábito da casa tradicional brasileira” (29) e já havia sido utilizado por Mendes da Rocha nas Casas Gêmeas de 1964, também aparece em outras obras exemplares modernas como o Parque Guinle de Lucio Costa.
Edifício em Vallecas
Na primeira metade dos anos 2000, portanto dezoito anos após o projeto do edifício Aspen, Mendes da Rocha executa a sua mais recente proposta de habitação coletiva, desta vez fora do Brasil, no distrito de Vallecas, em Madri. O projeto realizado em 2004 conjuntamente com escritório madrileno Bellosillo y Asociados, e com a colaboração do escritório paulistano MMBB, decorre de ação do governo espanhol junto à área de expansão da Ensanche de Vallecas. A intervenção de ordem urbana promovida pelo Ministério do Fomento à Habitação espanhol e administrada pela Empresa Municipal de Viviendas de Madri – EMV compreendia a construção de edifícios de uso misto mas com ênfase no programa habitacional, resultando na materialização de milhares de moradias. A realização do empreendimento também considerava a expansão das linhas de transporte público, especialmente a do metrô.
Quanto aos índices urbanísticos e às características dos edifícios habitacionais, ressalvadas situações de exceção a EMV previa uma quadra padrão subdivida em quatro lotes de mesmo formato e área. A tipologia pré-estabelecida para as quadras era a da manzana espanhola caracterizada por edificações de “gabarito e alinhamento uniformes”, além de apresentar afastamentos laterais mínimos ou inexistentes, “formando um único conjunto” (30). Cabendo destacar que a manzana ainda contempla um pátio interno gerando uma planta-tipo em L. Já o programa definido para o lote de 1.390,15m² disponibilizado a Mendes da Rocha e equipe deveria contemplar 56 unidades habitacionais em tipologias de dois, três e quatro dormitórios e áreas de 60m², 75m² e 90m², em um edifício de 28m de altura.
As limitações projetuais decorrentes das diretrizes impostas, fez com que a equipe de Mendes da Rocha apresentasse uma “contraproposta ao empreendimento-padrão” (31) visando uma melhor articulação entre os quatro edifícios a serem implantados na quadra. No entanto, rejeitada a proposição que previa um único estacionamento no subsolo por quadra e a ampliação do gabarito para dezesseis pavimentos, a equipe apresenta uma nova solução, mais próxima das posturas edilícias da EMV. Dentre os ganhos do projeto aceito está “o emprego de pilotis no térreo, rompendo com a determinação da quadra fechada e preterindo os apartamentos nesta cota” (32). No mais, a proposta contempla 60 unidades habitacionais em sete pavimentos-tipo – mais um pavimento de arranjo diferenciado com terraço técnico –, dois subsolos para estacionamento e depósitos, e térreo em pilotis com uma loja ocupando a esquina.
A organização das unidades habitacionais no pavimento-tipo acontece em duas alas dispostas perpendicularmente e que se conectam a partir do núcleo de circulação vertical posicionado na porção interna do lote e voltado para o pátio central. Em qualquer dos eixos as unidades – de planta retangular – são distribuídas linearmente de modo a compartilhar duas divisórias, sendo que os outros dois fechamentos paralelos compreendem as aberturas e os acessos. Ressalvadas algumas especificidades, a solução retoma a tipologia do conjunto Zezinho Prado de 1967, assim como o zoneamento em faixas paralelas de uso diurno e noturno – ainda que a proposição recente apresente uma distribuição menos rígida em algumas unidades. Já na solução para as aberturas, o edifício de Madri é mais modesto quanto ao tamanho dos vãos, que diferentemente do projeto de Guarulhos não abarcam toda uma dimensão da planta, remetendo à solução tradicional com verga, peitoril e gola.
A definição dos materiais, dos processos construtivos e dos sistemas complementares que compõem a edificação são essenciais na definição do partido, repercutindo no viés industrial da solução. Nas elevações noroeste e sudoeste, voltadas ao pátio interno, a volumetria ganha complexidade em virtude da solução adotada para as circulações comuns. Passarelas metálicas que se acoplam parcialmente às fachadas configuram os acessos às unidades habitacionais tanto para quem chega pela escada externa – igualmente metálica –, quanto para quem utiliza os elevadores e a escada interna, que também dão acesso aos subsolos. O sistema construtivo racionalizado compreendendo vedações pré-fabricadas de concreto, lajes treliçadas e estrutura metálica, bem como o aproveitamento passivo de recursos naturais explorando a ventilação cruzada, a convecção natural e a energia solar, permitem a Mendes da Rocha ver realizado o projeto de habitação coletiva no atendimento aos conceitos de industrialização e racionalização. Tema ao qual se dedica desde os anos 1960 e que pôde ser explorado a pleno 40 anos mais tarde, ainda que fora do Brasil.
notas
NA – O presente artigo tem origem na dissertação de mestrado intitulada “Habitações coletivas verticais de Paulo Mendes da Rocha: 1962 a 2004”, realizada junto ao PPGAU – Mestrado Associado UniRitter/Mackenzie, tendo como autora Débora Saldanha de Avila e como orientadora a Prof. Dra. Anna Paula Canez, apresentada e aprovada em março de 2015 em Porto Alegre, tendo banca formada pelas professoras doutoras Maria Luiza Adams Sanvitto (PROPAR/UFRGS, Porto Alegre), Ruth Verde Zein (PPGAU/UPM, São Paulo) e Anna Paula Canez (PPGAU/UniRitter, Porto Alegre).
1
ARTIGAS, Rosa (Org.). Paulo Mendes da Rocha: projetos 1957-1999. São Paulo, Cosac Naify, 2002, p. 171.
2
Cf. ZEIN, Ruth Verde. A arquitetura da escola paulista brutalista 1953-1973. 2 volumes. Tese de doutorado. Porto Alegre, Propar UFRGS, 2005, p. 160.
3
Sobre o entendimento do termo “analisar” no âmbito da crítica de arquitetura, ver: ZEIN, Ruth Verde. O lugar da crítica: ensaios oportunos de arquitetura. Porto Alegre, Uniretter/ProEditores, 2001, p. 202.
4
ZEIN, Ruth Verde. A arquitetura da escola paulista brutalista 1953-1973 (op. cit.), p. 160.
5
Edifício Residencial. Acrópole, São Paulo, n. 343, ano 29, set. 1967, p. 29.
6
ZEIN, Ruth Verde. A arquitetura da escola paulista brutalista 1953-1973 (op. cit.), p. 97 e seguintes.
7
ROCHA, Paulo Mendes da. In: VILLAC, Maria Isabel (Org.). América, cidade e natureza. São Paulo, Estação Liberdade, 2012, p. 69-70.
8
A Cecap – Caixa Estadual de Casas para o Povo foi uma autarquia tutelada pelo governo do estado de São Paulo através da Secretaria do Trabalho Indústria e Comércio.
9
Conjunto Habitacional em Cumbica. Acrópole, São Paulo, n. 372, ano 31, abr. 1970, p. 32-37.
10
Fábio Penteado, 1973. Apud SANVITTO, Maria Luiza Adams. Habitação coletiva econômica na arquitetura moderna brasileira entre 1964 e 1986. 2010. Tese de doutorado. Porto Alegre, Propar UFRGS, 2010, p. 324.
11
Vilanova Artigas, 1973. Apud SANVITTO, Maria Luiza Adams. Op. cit., p. 325.
12
Cf. SANVITTO, Maria Luiza Adams. Op. cit., p. 317.
13
BENEVOLO, Leonardo. História da arquitetura moderna. Tradução de Ana Maria Goldberger. 3ª edição. São Paulo, Perspectiva, 2004, p. 490.
14
Paulo Mendes da Rocha, 1968. Apud CERÁVOLO, Fabiana. A pré-fabricação em concreto armado aplicada a conjuntos habitacionais no Brasil: O caso do Conjunto Habitacional Zezinho Magalhães Prado. Dissertação de mestrado. São Carlos, IAU USP, 2007, p. 74.
15
ZEIN, Ruth Verde. A arquitetura da escola paulista brutalista 1953-1973 (op. cit.), p. 162.
16
IMBRONITO, Maria Isabel. Três edifícios de habitação para a Formaespaço: Modulares, Gemini e Protótipo. In: Anais eletrônicos do 5º Seminário Docomomo Brasil. São Carlos, IAU USP, 2003, p. 1. Disponível em: <www.docomomo.org.br/seminario%205%20pdfs/105R.pdf>.
17
COMAS, Carlos Eduardo Dias. O espaço da arbitrariedade. Considerações sobre o conjunto habitacional BNH e o Projeto da cidade brasileira. Projeto, n. 91, São Paulo, set. 1986, p. 127-130.
18
PISANI, Daniele. Paulo Mendes da Rocha. Obra completa. Barcelona, Gustavo Gili, 2013. p. 218.
19
ROCHA, Paulo Mendes da. Virtudes de uma casa. Projeto, São Paulo, n. 175, jun. 1994, p. 58.
20
Idem, ibidem.
21
Cf. SERAPIÃO, Fernando. Onde estão os Walids? Projeto Design, São Paulo, n. 353, jul. 2009.
22
Cf. COMAS, Carlos Eduardo. Paulo Mendes da Rocha: o prumo dos 90. AU – Arquitetura e Urbanismo, São Paulo, n. 97, ago. 2001.
23
ROCHA, Paulo Mendes da. Virtudes de uma casa (op. cit.), p. 61.
24
Idem, ibidem.
25
Idem, ibidem.
26
COMAS, Carlos Eduardo. Paulo Mendes da Rocha: o prumo dos 90 (op. cit.).
27
Cf. ZEIN, Ruth Verde. A arquitetura da escola paulista brutalista 1953-1973 (op. cit.), tradução nossa.
28
ROCHA, Paulo Mendes da. Virtudes de uma casa (op. cit.).
29
ARTIGAS, Rosa (Org.). Op. cit., p. 158.
30
Cf. “Breve Memória” do Projeto, sem data, fornecida pelo Escritório Paulo Mendes da Rocha.
31
Idem, ibidem.
32
Idem, ibidem.
sobre as autoras
Débora Saldanha de Ávila é arquiteta e urbanista (UFSM, 2009) e mestre em arquitetura e Urbanismo (UniRitter/Mackenzie, 2015). Dissertação Habitações Coletivas Verticais de Paulo Mendes da Rocha – 1962 a 2004 orientada por Anna Paula Canez. Pesquisadora voluntária do grupo de pesquisa Lucio Costa: Obra Completa.
Anna Paula Canez é arquiteta (UFRGS 1988), mestre (1996) e doutora (2006) em arquitetura (PROPAR/UFRGS). Atua como colaboradora em escritório de arquitetura e como professora titular e pesquisadora da UniRitter (Laureate International Universities). É coordenadora geral do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – Mestrado Associado UniRitter/Mackenzie e líder do grupo de pesquisa Lucio Costa: Obra Completa.